“Quem não luta por alguma coisa, cai por qualquer coisa.” – Sucker Punch, Zack Snyder (2011)
A doce menina aproveitava a água quentinha da banheira enquanto batia os bracinhos e perninhas para fazer bagunça. A loira apenas ria, capturando cada um dos brinquedos, deliberadamente jogados ao chão, afinal, aquela era a brincadeira preferida de Lily.
Nancy havia dito que, antes da chega de Amber, a criança só recebia atenção quando era possível: ora quando Dylan estava em casa, ora quando Starla aparecia por lá – nem mesmo a empregada possuía tempo de cuidar da menina, considerando as inúmeras exigências de Humbert com seus funcionários.
Mas então tudo mudou.
De repente, Starla não era mais uma visita, e sim, novamente, uma moradora oficial da mansão. E a senhora logo passou a ditar ordens um tanto quanto inusitadas: "encontrem alguém para pintar as paredes com cores mais vibrantes", "preciso que instalem bonecos de porcelana pelo jardim" e até mesmo "façam rabiscos aleatórios nas paredes, como se fossem crianças". E eles não precisavam ser muito inteligentes para saber que o "casal" estava forjando uma realidade para Lily, mas também não seriam loucos de avisá-los que nenhuma criança, no primeiro ano de vida, era capaz de fazer quaisquer rabiscos.
Foi então que Dylan, certo dia, trouxe Amber. Sem nenhuma explicação, o patrão a empurrou, literalmente, para a cozinha e começou a ditar as novas regras. A função da loira era servir apenas à pequena Humbert: comida, cuidados e lazer. Tudo. E sem questionamentos ou ajuda. Nancy, entretanto, era uma sábia mulher e pode ver no olhar da jovem o quão amedrontada estava, mas também com um sutil toque de felicidade. E aquilo era intrigante.
Com pouco tempo de convivência, as duas criaram certo laço de amizade que possibilitou, ainda, a confiança e troca de informações. Logo a governanta sabia do parentesco da loira com a criança e toda confusão envolvendo Graham – e tudo que mais desejava era sair correndo daquele lugar, mas Cooper não podia. Principalmente por Lily, deixa-la sozinha com Dylan era arriscado demais.
Se fosse esperta, Amber poderia enganar o senhor Humbert suficientemente para colocar sem plano em ação... Ela só precisava pensar com cautela.
— Veja só como está linda essa minha princesa! – a mulher elogiou a filha ao vê-la com o vestidinho rosa que seu raptor havia deixado-a comprar.
A menina soltou um pequeno riso de aprovação, fazendo o coração da loira quase duplicar tamanho afeto e carinho que sentia. Ah, se as coisas fossem diferentes...
Cooper, ao ver a tarefa quase concluída, correu para trancar a porta do quarto para estender o tempo com a menina... Como sempre fazia quando Dylan estava em reunião e Starla saía. Aquele era o momento preferido da loira, deitar-se na cama ao lado da filha, como se fossem uma família normal. E, retirando do bolso do uniforme uma fotografia dobrada, Amber repetiria o mesmo processo que fazia todas as vezes que tinha oportunidade. Era o mínimo de seu plano que poderia colocar em ação no momento.
A captura não era velha, pelo contrário, havia sido tirada não muito tempo atrás – e retirada do Instagram de Emma com a ajuda de Nancy. A governanta não somente foi responsável por salvar a imagem como também manda-la para impressão já que, obviamente, a outra não poderia sequer pensar em sair da mansão.
— Hey, princesa! Lembra desses dois?! – Amber questionou, mostrando a foto para a bebê.
E assim que Lily viu o rosto de Emma e Killian na foto, sorriu largamente e emitiu alguns barulhinhos de comemoração.
— Quem são eles, hein?! Quem é essa moça bonita aqui? – Cooper indagou, apontando para Swan.
— Mamãe! – Humbert respondeu com rapidez. E, embora o coração de Amber doesse ao ver a filha chamando outra de "mãe", sabia que era a melhor opção. Deveria acostumar-se com esse misto de alívio e tristeza.
— Isso! A Estrelinha está muito orgulhosa de você! Vamos lá agora, quem é esse aqui? – era a vez do rosto de Killian ser indicado com o polegar.
— PAPAI! – ela quase gritou, esticando os bracinhos como se a fotografia pudesse carregá-la como desejava.
Ela sentia tanta falta do casal... Era tão pequena para sofrer com tamanha separação...
— Muito bom, Lily. E quem sou eu?! – a loira, dessa vez, apontou para si mesma e esperou pacientemente pela resposta da menina.
E ela conseguiu.
— Elinha!
— Estrelinha, isso mesmo. Muito bom! – ela corrigiu sutilmente, mas o tom de voz era comemorativo e a bebê recebeu, ainda, alguns beijinhos de recompensa. – E nosso tempo acabou, princesa. Conversamos mais tarde, tudo bem?
Antes que pudesse ser pega, Amber guardou a fotografia no bolso e foi destrancar a porta do quarto para prosseguir com suas tarefas. Dylan jamais poderia suspeitar que ela estava fazendo isso, mas ela também não deixaria de tentar.
Desde que a encontrou, o empresário tem a torturado sempre que precisava de respostas ou dicas. E ela soube, desde o princípio, que a oferta de ficar com Lily era apenas um jogo. Com o aparecimento da menina e a batalha estabelecida por Emma, a justiça estava em sua cola, examinando-o a fundo para conseguir definir a guarda da menina.
Ele não podia ser investigado e o papel de Amber era reaparecer em certo momento apenas para finalizar o processo – mas, claro, ele iria fazer Swan sofrer e pagar pelo medo que o causou antes de tudo. Emma poderia ter sido uma ameaça breve, mas o dinheiro de Dylan foi capaz de comprar não somente a juíza, como também exigir a mudança de assistente social.
Amber morreria, mas não deixaria a filha viver como o pai viveu. Ela não seria a nova Graham. E, por essa razão, a loira pediu a fotografia para Nancy e fazia questão de reafirmar tais perguntas todas as vezes após o banho. Na maioria das vezes fazia isso sozinha, em outras, era acompanhada pela senhora que sempre a questionava o porquê do termo "Estrelinha", mas ela nunca conseguiu dizer em voz alta.
A verdade era que Amber sabia que iria morrer e não queria que a filha sofresse com isso.
Lembrava-se de que, quando pequena, o pai tentou explicar a morte da mãe dizendo que ela havia "virado uma pequena estrela no céu". E isso funcionou. Era essa explicação que desejava que fosse repassada para sua Lily.
Ela só precisava entregar a fotografia dobrada para Emma antes que qualquer coisa lhe acontecesse... O restante estava escrito no verso da impressão, com letras pequenas para ocupar todo espaço possível.
"Emma e Killian,
Serei breve dessa vez ao dizer que sou grata pelo êxito de meu truque, que aceitaram minha menina e que lutaram por ela. Não esperava a inclusão de Jones no processo, é claro, mas isso me deixou ainda mais aliviada. Obrigada por darem um lar para Lily. E eu sei que impedirão que ela fique com o monstro do Dylan (ou com Starla), pois o lugar dela é com vocês... em Storybrooke!
Tenho apenas um pedido a ser feito, se me permitirem: digam a ela o quanto a amei e, por favor, falem de mim e de Graham. Conte-a que viramos estrelas no céu e que estaremos sempre lá por ela. Estou treinando que ela me chame de "Estrelinha" e está dando certo! Por favor, não deixem isso ser em vão. Muito obrigada por tudo.
Amber Cooper."
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Deveria ser a terceira vez que a campainha tocava e nem mesmo o aviso de Jones de que estava indo impediu a pessoa de chama-lo mais uma vez. E ele não sabia até onde ia o próprio mau humor e onde começava a falta de noção do visitante.
Até onde ia a saudade acumulada nas últimas duas semanas ou até onde poderia atribuir algum tipo de frustração à certeza de que não era Emma batendo sem sua porta.
E, assim que desceu para atender, não somente confirmou a ausência da namorada como surpreendeu-se com a responsável pelo alvoroço.
— Senhorita Fontaine?
— Tess está ótimo. Oi Killian. – ela cumprimentou sem jeito. E se Jones não estivesse tão preocupado com a razão de tal visita, perceberia que a mulher usava roupas extremamente casuais, nada perto da formalidade da assistente social que mostrara anteriormente. – Será que posso entrar?
— Hm, claro. Fique à vontade. – o moreno respondeu com o cenho franzido, mas ainda assim dando uma passo para trás, oferecendo-a espaço para passagem.
E ela rapidamente o fez, embora tivesse olhado para toda extensão da rua antes, como se procurasse por alguém.
— Deseja um copo d’água, suco ou alguma coisa? – ele perguntou assim que chegaram à sala e sinalizou para que se sentassem.
— Não, obrigada. Estou bem. – a mulher recusou, sentando-se sem encará-lo por muito tempo.
— A que devo essa visita? Não entenda de forma errada, senhorita Fontaine, eu realmente não esperava encontra-la tão cedo... Ainda mais após a decisão da juíza.
— Eu sei disso. – disse brevemente. – Onde está Emma?
Há! Então aquele era o motivo da visita, Tess iria entrevista-los novamente. E foi então que o pânico se instaurou dentro dele: como explicar a ausência da namorada? O que ela poderia dizer no tribunal por esse afastamento logo após a partida da menina?
Por Deus, ele não poderia arruinar tudo que Emma tanto lutou para conseguir!
— Ela, hm—Está em Nova York. – o homem optou por dizer a verdade antes de explicar-se. – Passamos o feriado de Ação de Graças juntos com os pais dela.
— E ela ficou por lá? – Tess indagou confusa.
— Nos nossos últimos dias lá, Swan recebeu uma resposta de uma professora da Universidade sobre um projeto final e, depois de muita conversa, ela acabou aceitando. – Killian começou. – Ter o diploma de Psicologia já foi um dos maiores sonhos dela, não poderia fugir disso.
— Killian... – a assistente social tentou pará-lo, mas ele apenas ignorou e prosseguiu com suas explicações.
— E chegamos à conclusão que seria melhor começar isso agora, enquanto estamos longe de Lily.
— Killian! – Fontaine o chamou, finalmente, tendo a atenção do homem. – Eu não estou aqui para te interrogar.
— Mas... Hm, não? – Jones questionou mais uma vez confuso.
— Não, eu vim te alertar: algo não está certo nesse processo. Ontem recebi um e-mail me destituindo do caso de Lily, sem nenhuma justificativa plausível. – Tess contou, deixando a raiva expressar-se pelo punho fechado, enquanto levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. – E sabe quem foi selecionado para me substituir?
— Eu... Não faço a menor ideia. – Jones respondeu, completamente perdido.
— Jacob McGowan. Ele é meu ex colega de sala do qual, obviamente, eu sei histórias comprometedoras e não confiaria sequer o resguardo da minha lata de lixo a ele.
— Wow, whoa! Esse cara que você não confiaria uma lata de lixo está como responsável no caso da minha filha? É isso mesmo? – Killian perguntou, mesmo já sabendo a resposta. Ele apenas queria certificar-se de que não estava alucinando com o pior cenário possível.
— Sim.
E ele não fazia ideia do que falar para Emma a respeito daquilo. Ou se faria alguma coisa...
Contar para a namorada a troca de assistente social enquanto ela tenta focar nos estudos seria arruinar qualquer esforço que Swan estivesse destinando à tarefa. Sabia o quão difícil era para a namorada ficar longe de Storybrooke, sem notícias de Lily ou do caso Graham, jogar mais uma informação apenas pioraria tudo...
Mas ele também não conseguia mentir para ela.
Tess permaneceu na casa de Killian por pouco tempo, tentando, em vão, convencê-lo a esconder tudo de Emma ou, indo em direção contrária, oferecendo-o saídas que, honestamente, eram estúpidas demais. Nem mesmo Ingrid cairia em nenhuma daquelas explicações!
A assistente social logo viu que sua visita havia ultrapassado o limite de tempo e, com uma breve despedida, saiu da casa de Jones – mas não antes de promete-lo não tentar falar com Emma, ele queria lidar com isso.
Entretanto, o moreno não teve muito tempo para pensar, pois logo seu celular vibrou, anunciando a mensagem da irmã.
Belle (14:06): Killy, está ocupado?
Killian (14:07): Não, vou pegar o turno da noite hoje na delegacia. Aconteceu alguma coisa?
Belle (14:10): Não exatamente. Pode vir aqui em casa para conversarmos?
Killian (14:11): Gold está em casa?
Belle (14:12): Killian, só vem. Rápido!
E é claro que o universo não iria colaborar e mandaria todas as confusões de uma vez só, não é mesmo?
Sem pensar duas vezes, Jones saiu de casa para o encontro da irmã, afinal, ela nunca o chamava para visita-la, alguma coisa muito séria estava acontecendo.
Em pouco tempo o homem estava estacionando seu carro na porta da mansão de Gold, sentindo os pelos de seu braço arrepiarem tamanha repulsa que o lugar lhe causava. Internamente, Killian ainda pedia aos deuses para não ter que ver Robert naquele momento, mas, assim que saiu do veículo, pode ouvir a voz grave do cunhado... E ele estava um tanto exaltado.
(Sem ser exagerado, poderia se dizer que Gold estava passando dos limites com a gritaria!)
Jones tentou abrir a porta sem avisar da chegada, tentando interromper qualquer discussão ridícula que o casal entrara – e muito, também, porque ele sabia que a irmã seria incapaz de fazer qualquer coisa para despertar tamanha raiva do marido. Não que qualquer briga daquela forma fosse válida ou justificável, mas com Belle era quase uma situação absurda, ela não fazia mal sequer a uma formiga. Literalmente.
Sem mais saídas, Killian bateu na porta, fazendo Robert automaticamente calar-se e, em seguida, os passos do homem se aproximarem da entrada.
— Jones. – o cunhado cumprimentou sem nenhum resquício convidativo na fala ou na linguagem corporal. – O que faz aqui?
E quando iria dizer que a irmã havia o chamado, French apareceu por trás do marido, torcendo o nariz no antigo sinal de infância. E aquilo só poderia significar uma única coisa: encrenca.
— David me cedeu o turno da noite hoje na delegacia e eu vim convidar minha irmã para... Hm, um passeio de barco! – Jones respondeu sentindo-se um idiota por ter que dar satisfação a Gold.
Era como se ele fosse um adolescente pedindo permissão ao pai da garota para sair com ela. Era ridículo! Belle era sua irmã e tinha liberdade para tomar as próprias decisões. Bom, ele pelo menos achava que sim...
— Minha esposa não me disse nada. – o mais velho falou, despejando veneno em sua frase ao encarar de canto de olho a jovem atrás dele. – Aparentemente virou um hábito.
— Belle não poderia contar algo que não sabia, Gold. – Killian manejou responder sem parecer ríspido demais. Qualquer ato falho, deixaria a irmã desamparada... Seja lá o que estivesse acontecendo.
— Por favor, querido. – a morena suplicou. – Nós podemos resolver isso tudo depois? Eu sinto tanta saudade do mar!
— Deveria ter me dito isso, eu resolveria o problema. Alugaríamos uma lancha e passearíamos juntos.
— Uma lancha não é o barco de meu irmão, amor. – French tentou argumentar. – Você sabe como eu amo a Jolly, significa muito para mim... Por favor, permita-me sair com meu irmão.
Que diabos estava acontecendo ali?
A cabeça de Jones borbulhava tentando compreender o que aquele circo significava e, além disso, tentar manter a neutralidade de suas expressões.
Aquela situação era muito mais difícil que as vezes que a dupla precisou usar o código com os pais, livrando o outro de qualquer problema metido. Killian sabia que os French iriam, no máximo, coloca-los de castigo se soubessem da verdade, mas, com Gold, o medo das consequências era estrondoso.
O homem em questão, então, bufou em reprovação e antes de sair batendo os pés pela residência, gritou para sua esposa:
— Faça o que você quiser, como sempre. Não se importe comigo.
A jovem apenas revirou os olhos e soltou o ar dos pulmões, em seguida, avisou para o irmão que apenas pegaria sua bolsa e eles iriam às docas.
Killian não disse nada no trajeto, ainda tentando digerir o que estava acontecendo. Quem Robert pensava que era para tratar Belle daquele jeito?
— Sabe, eu posso ouvir você xingar Bob daqui. – French quebrou o silêncio assim que passaram por William no píer, caminhando rumo ao barco do irmão.
Se o moreno prometeu um passeio na Jolly, deveria cumprir. Certamente Robert Gold teria informantes sobre o paradeiro da dupla, portanto, deveriam seguir o protocolo se não quisessem irritar ainda mais a fera.
— Oh, sinto muito, esqueci que deveria estar jogando rosas nele. – ele respondeu sarcástico.
— Killy, eu não estou defendendo ele. Só quero que verbalize logo o que está pensando, esse seu silêncio é uma tortura!
— Não, não... A ideia das rosas é incrível! Já pensou como será maravilhoso o dia em que eu finalmente vou poder jogar rosas em Gold? Digo, por cima do caixão dele no cemitério, mas ainda assim...
Ela apenas revirou os olhos e os dois não trocaram mais palavras – pelo menos não com a Jolly ainda atracada. Killian pretendia tirar tudo à limpo quando o barco estivesse bem longe da costa de Storybrooke.
E foi exatamente isso que ele fez após liberar as âncoras, impedindo que as ondas do oceano os levassem para ainda mais longe das docas.
— Pronto: longe da cidade, sem Robert Gold ou seus minions... Pode começar a contar, Belle.
— Killian, por favor, já está difícil conviver com meu marido depois de tanta desconfiança, não complique as coisas. Eu imploro.
O moreno, então, bufou em reprovação, passando as mãos bagunçando os cabelos, mas sem dizer nada. Optando pela trégua, Jones sentou-se em um dos caixotes do deque e sinalizou para que a irmã ficasse ao seu lado. E ela não pensou duas vezes antes de segui-lo.
— Certo, me desculpa por isso. Eu só... Por que ainda está com ele? Só me diga isso, é tudo que eu peço.
— Porque eu tenho medo! – a morena replicou num grito, assustando-o com tamanha fúria e angústia em sua voz. Aquela era uma Belle que Killian jamais queria ver na vida. – Tenho medo do que Robert é capaz de fazer comigo, com você, Emma e até mesmo Lily! Eu não sei mais quem é o homem que mora comigo!
— Ei, ei! Calma... Está tudo bem. Eu sinto muito, não deveria ter perguntado isso. – Jones disse, puxando-a delicadamente para um abraço apertado da maneira que o espaço dos caixotes permitia. – Vou encontrar um jeito de te livrar disso, eu prometo.
— Não é culpa sua, Killy. Você tentou me avisar inúmeras vezes sobre ele! Claro, por outras razões, mas o seu sensor não falhou quanto à desconfiança. Eu deveria ter te ouvido como sempre fiz. – French resmungou, fungando o nariz para evitar que as lágrimas caíssem.
— E se tivesse feito isso não teria sido verdadeira consigo mesma. Você fez o que achou que deveria ser feito, não dá para voltarmos atrás, então pare de culpar-se por isso. Já passou, temos que olhar para frente agora. – o homem tentou confortá-la, beijando o topo de sua cabeça como desde criança fazia. – Por que me enviou aquela mensagem? Ele estava fazendo algo?
— Não... Quero dizer, não literalmente. – Belle replicou, desvencilhando-se do abraço e endireitando a postura para encarar o irmão. – Semana passada, Ruby me convidou para tomar uns drinques no bar... Eu não entendi direito, ela ganhou alguns cupons na rádio ou coisa parecida, e me chamou para ser sua acompanhante. Eu mandei mensagem para Bob dizendo que me atrasaria por três horas no máximo e quando cheguei em casa ele—
— Ele tentou te bater? Te ameaçou? – Killian disparou, impedindo-a de dar continuidade.
— Não. Ele só ficou muito puto, colocou meu travesseiro na sala e disse que “mulheres da rua não merecem dormir na cama do casal”. – ela começou e, assim que viu a cara de espanto e indignação de Jones, logo tratou de levantar as mãos e sinalizar que não havia terminado. – Eu sei o quanto isso é ruim, não precisa falar nada. Desde esse dia ele tem me privado de sair de casa.
— Ele te proibiu de sair de casa? – indagou sem esconder o quão enojado estava com a situação.
— No começo não, mas depois sim... Eu não sei. Se eu falava que iria ao mercado, Robert já perguntava o que estava em falta e ele mesmo ia. Passou a me “oferecer” carona para o serviço todos os dias, ida e volta, e quando disse que não era necessário, simplesmente respondeu que continuaria fazendo. – a jovem elencava os momentos, fixando o olhar nas ondas do mar atrás dos ombros do irmão. Era impossível encará-lo, não com tamanha vergonha que sentia. – Outro dia, eu disse que iria visitar Mary Margaret com Ruby e ele não só me levou até a porta como disse que iria me esperar do lado de fora! E ele ficou lá por duas horas só para garantir que não iria para outro lugar!
— Belle, ele não é o seu dono. Você não pode deixar que ele faça isso com você. Gold pode até ser seu marido, mas isso não justifica absolutamente nada disso. Você não é propriedade dele! – Jones insistiu, tentando convencer a irmã de sair o quanto antes daquele cenário. – Ei, olhe para mim, por favor.
Ela não o fez logo de cara. Após expulsar o ar dos pulmões de maneira pesada, a mulher o encarou, denunciando os olhos marejados e a boca caída ao tentar conter o choro.
— O que ele fez com você hoje para ter me ligado? Por favor, não me esconda nada. – Killian questionou, acariciando-a nas bochechas com o polegar. – Você não está sozinha, sabe disso, não é?
Ela assentiu com um gesto de cabeça e foi então que a primeira lágrima caiu.
— Eu... Eu só não aguentava mais ficar naquela casa presa. Eu podia sair, mas ele iria me seguir ou então simplesmente encontrar uma outra saída para qualquer uma das minhas intenções. – French explicava. – Sabia que a única coisa que Bob não iria interferir era se você fosse me ver. E eu queria ter atendido a porta, mas nem isso ele me deixa fazer mais, vai correndo na frente.
E tudo o que a irmã falava era como engolir agulhas. Ele podia sentir cada palavra proferida entrando em seu corpo e rasgando-o por dentro. O nó que sentia na garganta era prova do visível desconforto ao ver-se tão impotente diante da situação. Tudo o que ele sabia era que não podia fraquejar ou demonstrar desespero... não na frente dela.
Belle precisava de força.
— Oh, minha princesinha... – o homem a abraçou novamente, balançando-a levemente como se estivesse a ninando. E ele optou por não bombardeá-la com diálogos, iria esperar para que seus batimentos cardíacos se acalmassem novamente.
Ele não iria deixar tudo ainda mais difícil de assimilar... Seguiria em passos pequenos e vitórias sutis, aos poucos libertaria sua irmã de tal prisão.
— Antes de qualquer coisa, quero que saiba o quão forte está sendo até agora. Consegue ver isso? – ele começou, fazendo-a encará-lo novamente. – Você desconfiou sozinha do seu marido por um telefonema e agora foi capaz de buscar a minha ajuda sem alarmar ele. Eu te prometo que vamos resolver isso e que logo você estará livre das ameaças de Gold, eu não vou deixar ninguém te machucar. Pode acreditar nisso?
— Você sabe que sim, Killy. – a voz da jovem saiu num sussurro. – Mas não é só isso...
— O que mais?
— Eu vi o passaporte do Bob ontem. Eu estava limpando e fiquei curiosa para ver um documento com tantos carimbos de lugares e países diferentes, porque ele nunca me deixou acompanha-lo nas reuniões com os fornecedores... Mas nem isso era real. Todas as vezes que ele viajou foi para o mesmo lugar.
— Para onde, Belle?
— Los Angeles. – French respondeu rapidamente, como se tentasse arrancar o mau como um band-aid. – É lá que Dylan mora e está com Lily agora, não é?
E se ele ainda tinha dúvidas da grandiosidade daquela confusão, aquele poderia ser um bom começo para encerrar tais pensamentos dúbios.
Após a confissão, a morena suplicou para que mudassem de assunto para que, depois de quase uma semana, ela tivesse um tempo de paz e relaxamento. Era a primeira vez que Belle falava sobre os problemas em voz alta e isso lhe dera certo alívio, mas queria voltar para casa mais serena e com forças renovadas... Algo que o irmão prontamente atendeu, entretanto, a garantiu que trabalharia com David e Archie a respeito do assunto, tudo sob a mais profunda discrição.
Ela aceitou.
Naquele dia, Jones e French voltaram a ser crianças: brincaram, riram, relembraram momentos, comeram e até mesmo pularam no mar para um pequeno mergulho. A jovem realmente retornaria para sua prisão sentindo-se um pouco mais leve e ela era extremamente grata ao irmão por isso – bem como à sua capacidade de deixar de lado sua própria dor e preocupação colocando-a em primeiro lugar. Sempre.
Belle, entretanto, teve que voltar à realidade de sua vida quase miserável quando o sol começou a se pôr. E foi mais difícil ainda recusar o convite do irmão para dormir em sua casa... Aquela era a proposta mais tentadora que poderia ser oferecida naquele momento, mas o temor das consequências era maior que o desejo de aceitar.
E Killian cumpriu o que prometera: assim que deixou a irmã em casa (basicamente fazendo-a prometer que ligaria caso algo acontecesse) foi direto para a residência dos Nolan conversar com o amigo.
— Obrigado por isso. – Jones disse assim que entrou no escritório com David e viu o amigo fechar a porta atrás de si.
O xerife sabia que nenhum assunto que chegasse à esposa permaneceria por muito tempo dentro daquela sala, por isso, a escolha daquele ambiente era perfeita. Por mais que ele a amasse, não poderia negar que Mary Margaret tinha o dom de falar coisas sem perceber ou passar pelo mínimo filtro de censura; ela não fazia por mal, todos sabiam disso, mas como o bom e velho ditado afirma: é melhor prevenir que remediar.
E, despistando sutilmente a mulher, David convidou o amigo para conversarem à sós em sua sala de serviço. “É um caso sigiloso, amor”, o homem argumentou e Mary prontamente aceitou – e o loiro agradecia aos céus pela mensagem de aviso prévio enviada por Jones, caso contrário, teria que convencê-la na presença do amigo e isso poderia dar muito errado.
— Imagina, sei como Mary pode ser. – respondeu rindo.
— Eu amo M’s, mas acho que se isso vazasse as consequências seriam irreversíveis. – Killian comentou em um tom mais sério antes de sentar-se na poltrona de frente para Nolan.
— O que houve? Estranhei sua mensagem, pensei que era sobre Lily...
— Indiretamente é sim. – começou. – Belle precisa de ajuda, Dave. Gold está cada vez mais insano, prendendo-a dentro de casa e proibindo de fazer as coisas gradativamente.
— Killian, de novo esse assunto? As suas suspeitas e implicações sobre ele já são antigas, eu não posso fazer nada a respeito e—
— Ela me pediu ajuda, Dave. – o moreno interrompeu o sermão do amigo. – Belle me mandou mensagem pedindo para que fosse até a casa dela, quando cheguei lá Gold que atendeu e sequer me convidou para entrar. Quando ela apareceu por detrás fez aquele sinal com o nariz, sabe?
— Aquele que vocês usavam para enganar Maurice?
— Não era enganar... Mas sim, esse sinal. Então eu inventei que ia leva-la para passear na Jolly e ela basicamente teve que implorar para ele permitir. Sem contar a forma estúpida que a tratou! – o moreno elencava. – E quando estávamos no mar, Belle me contou tudo isso que já te disse e ela tem medo de fazer alguma coisa.
— Ele já chegou a bater nela ou ameaçar? – Nolan questionou, finalmente levando a situação a sério, afinal, não era mais apenas um momento de desconfiança do amigo.
Era um perigo real.
— Não diretamente. Lembra que conversamos outro dia sobre ele ter fingido não saber do meu retorno? – indagou e, ao receber o aceno de cabeça de David, prosseguiu. – Então, desde aquele dia ela teme pelo envolvimento do marido no rolo com Dylan. E tem mais! Belle disse que encontrou o passaporte dele e olhou por curiosidade, todas as viagens que Gold faz para encontrar com os “fornecedores” não existem. Ele sempre ia para o mesmo lugar! E eu te pago uma pizza se adivinhar para onde ele ia...
— Se Dylan foi verdadeiro ao informar que mora em Los Angeles, provavelmente Robert foi atrás dele. – Nolan replicou com o cenho franzido e encarando além, a típica face que ele fazia quando arquitetava algum plano.
— Bingo! – Jones exclamou. – Ainda acha que estou de implicância com Gold?
E antes que o xerife pudesse responder, os dois ouviram o barulho da campainha, fazendo-os encarar a porta num reflexo.
— Você está esperando alguém? – Killian indagou arqueando uma das sobrancelhas. – Deveria ter me dito que tinha compromisso, Dave! Eu não quero atrapalhar.
— Mas eu não estou esperando ninguém, deve ser Mary... – o homem replicou desconfiado, mas logo voltou sua atenção ao amigo. – De qualquer forma, não. Não acho que seja implicância dessa vez, mas precisamos bolar um plano de ação.
— Exatamente aí que eu queria que chegássemos. Minha irmã pediu discrição total, Gold não pode nem sonhar que estamos planejando isso, por isso mandei a mensagem pedindo M’s fora da conversa.
— Você fez bem. E não seria bom nem para o bebê, ela ficaria preocupada com French e a partir dai você sabe bem como Mary agiria... – Nolan comentou brevemente. – Acho que podemos começar mapeando a rotina deles e colocar um dos vigias da noite mais próximo da mansão deles.
— Não! – Jones falou rapidamente. – Acredito no potencial de nossa equipe, mas não sei até onde Gold pode interferir na lealdade deles, se é que me entende. Prefiro que isso fique restritamente entre nós dois. Você é a única pessoa que eu confio para fazer isso, Dave. Eu posso tomar conta da vigília e—
Os dois viraram-se novamente ao ouvirem batidas na madeira da porta e, segundos depois, a voz de Mary Margaret chamando pelos dois.
— Killian, David! Abram a porta, tem visita para vocês! – ela anunciou. – Venham agora, é importante.
A dupla automaticamente buscou explicações no outro, nenhum fazia ideia do que dizer. Com o cenho franzido e a pressa movida pela curiosidade, eles prontamente saíram do escritório e seguiram para a sala. Ao adentrarem o cômodo, porém, viram a última pessoa que pensaram em encontrar naquele momento.
— Emma? – o moreno disse num misto de questionamento, felicidade e confusão. O sorriso no rosto dele alargava-se com a realização de que a imagem à sua frente era real e não uma ilusão.
— O que está fazendo aqui? Pensei que tinha ficado em Nova York e—
— Oi amor, é maravilhoso te ver e eu juro que te beijaria agora mesmo se tivéssemos tempo. – uma ofegante Swan disse ao namorado, oferecendo-o um sorriso breve. Mas logo virou-se para o xerife e prosseguiu. – E eu juro que vou tirar minhas malas da sua sala e explico tudo depois, pelo amor de Deus não façam como M’s acabou de fazer. Só... Vocês precisam vir comigo.
— Para onde, amor? O que está acontecendo? – Jones indagou preocupado, aproximando-se da loira.
— Belle precisa de ajuda. Eu achei que você estivesse em casa, mas estava tudo trancado e então fui ao Granny’s perguntar se Ruby tinha conversado com você hoje, então ela disse que te viu saindo com Belle. Logo, pensei que estivesse na casa dela, mas quando eu cheguei lá só ouvi a gritaria. – Emma disparava as informações enquanto gesticulava. – Nós precisamos ir, agora!
— Como assim gritaria? Emma, explica direito. – foi a vez de Mary Margaret pedir.
— Eu não sei! – a loira berrou, assustando todos. – Eu ouvi a voz de Gold e depois a dela, depois ficou tudo em silêncio e pensei que pudesse estar tudo bem. Também pensei que pudesse ser Killian brigando com o cunhado de novo.
— Me parece plausível... – David murmurou, mas Jones foi capaz de ouvi-lo e o encarou com uma carranca.
— Em resumo, Belle atendeu a porta mas a cara estava inchada de tanto chorar e ela não colocou o corpo para fora ou sequer me chamou para entrar. Tudo o que me disse era que Killian estaria aqui. E ela nem se despediu antes de fechar a porta!
Os dois homens, então, trocaram olhares significativos, ambos sabiam que Robert estava mais próximo do colapso que o esperado. Era comum em situações de tais abusos domésticos que a violência fizesse uma transição de sutil à exacerbada e, somente assim, na maioria dos casos, notada por terceiros com maior facilidade. Embora Jones tivesse alertado a irmã todo esse tempo, suas observações não foram levadas a sério e apenas taxadas como “implicância”, aquele exato momento era a concretização do pior pesadelo do vice xerife.
E ele poderia jurar que se Gold encostasse um dedo em sua irmã, a morte seria um brinde da vida para o que ele planejava fazer. Emma, por sua vez, pareceu notar o turbilhão enfurecido que o namorado se transformava apenas pela respiração, mas também sabia que a mandíbula presa somada às sobrancelhas franzidas eram um bom palpite. A loira, então, apenas tomou uma das mãos dele com a sua e o acariciou, fazendo-se presente e transmitindo força. Ou tentando...
— Vamos com calma... – Nolan disse finalmente. – Não podemos chegar lá agora sem mais, nem menos. Belle provavelmente disse à Gold que era você e ele, provavelmente, interrompeu seja lá o que estava fazendo.
— Você quer calma numa hora dessas? Eu ouvi Belle gritar com ele! – Swan argumentou.
— Por mais que eu sinta a facada em meu peito, tenho que concordar com Dave, amor. – Jones replicou com a voz mais grave que o usual, tentando conter toda angústia que sentia. – Não podemos agir no impulso, Gold é perigoso. Se o irritarmos agora ele pode fazer alguma coisa com ela.
— Mas eu não estou pedindo para o meu amigo ou meu namorado irem até lá, eu estou pedindo para a polícia dessa joça de cidade para fazer alguma coisa! – Swan respondeu exaltando-se novamente.
— Não vai ter jeito, Dave, elas vão ter que saber... – Killian comentou para o melhor amigo antes de soltar o ar dos pulmões de forma pesada. – Belle me procurou hoje pedindo ajuda a respeito do comportamento diferente do marido.
— Ela pediu discrição e para termos cuidado porque ela tem medo das consequências. E com razão! – o loiro completou.
— Antes de deixa-la em casa, minha irmã me prometeu que ligaria ou mandaria mensagem caso algo acontecesse. Eu não recebi nada ainda, então prefiro acreditar que foi apenas uma discussão verbal antes de fazer qualquer coisa impulsiva. – Jones voltou a falar.
— E deixar sua irmã nas mãos daquele cara? – Mary indagou inconformada com a decisão do amigo.
— Robert está diretamente ligado a Dylan, M’s! Essa foi outra informação que Belle nos deu hoje, era disso que nós dois estávamos conversando no escritório. – Jones explicou, controlando-se para não descontar a impaciência nas pessoas erradas e sentindo-se estúpido por querer gritar com tudo e todos naquele momento. Mas o que poderia fazer? Era sua irmã que estava em perigo!
— Mary, você não pode falar disso para ninguém. Ninguém! – o marido alertou e a mulher apenas assentiu, tomando ciência da preocupação implícita daquele pedido.
— Se fizermos qualquer coisa sem pensar agora, Swan, podemos colocar a vida de Belle em risco. E Lily também. – Killian dirigiu-se à namorada, sentindo pela primeira vez o nó em sua garganta atrapalhá-lo de falar. – Eu morreria se algo acontecesse a qualquer uma das duas.
E então Swan levou as mãos à cabeça, mexendo de forma nervosa nas madeixas loiras. Talvez aquela fosse sua forma de tentar dissipar o nervosismo, mas saber da ligação da filha nesse processo era ainda mais assustador que os gritos da cunhada, isso ela deveria admitir.
— Certo... O que vamos fazer então?
— Precisamos de alguém para checar Belle agora.
— Eu posso ir, querido. – Mary se ofereceu, mas recebeu uma negativa em uníssono.
— Ele sabe que Emma veio atrás de mim, M’s. E minha irmã deve ter dito que eu vim para cá, se você for lá vai ficar na cara! – Jones explicou.
— E que tal Ruby? – David sugeriu.
— Nah, óbvio demais. E se ligarmos para Regina? – a jovem grávida deu a ideia recebendo, dessa vez, os sorrisos de aprovação.
— Ponto para M’s! – Emma comemorou. – Será a prefeita, então.
— Ótimo, pode ligar para ela, amor? – o loiro perguntou, recebendo a afirmação da esposa. – Fora isso, nós dois continuamos com o plano inicial. – David completou ao amigo e o outro apenas assentiu, sem adicionar nenhum comentário.
E o recado daquele ato foi claro: eles não queriam envolver nenhuma das duas no tal combinado. Emma fez menção de questionar alguma coisa, mas o olhar do namorado foi suficiente para que ela soubesse que não arrancaria nenhuma resposta dele.
Swan tinha muito o que dizer, afinal, porque diabos tinha voltado tão cedo? Mas, naquele momento, todos tinham um único foco: ajudar Belle. E eles torciam para que, no processo, pudessem desmascarar Robert Gold e chegar um pouco mais perto de Dylan Humbert.
De todos ali, o mais motivado era Killian. Embora Emma tivesse demonstrado desespero em ajudar a cunhada e os Nolan se preocupassem com French, nenhum deles tinha tantos assuntos pessoais envolvidos em tal cama de gato. E Jones aglomerou tudo que sentia a respeito da situação, transformando a raiva e receio em pura concentração.
Killian morreria e mataria sem pensar duas vezes se isso lhe garantisse o bem-estar de sua irmã, filha e até mesmo da namorada que, indiretamente, acabava sendo um alvo também.
E se algum deles tivesse dúvida das intenções do homem, tudo ficou claro quando ele ignorou a saída de Mary Margaret para conversar com Regina e focou exclusivamente na recarga de sua arma.
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