História Festival de loucuras - Quarto dia

Pov Bruno on

Quinta-feira, 6 de outubro de 2016. –Honolulu –Hawaii.

Acordei com dor de cabeça, muita dor de cabeça, eu tinha enchido a cara ontem sem pensar duas vezes e agora estava deitado na cama de um motel com duas mulheres nuas do meu lado, eu nem sabia como elas chamavam mais sabia que elas eram gostosas. Para falar a verdade eu nem sei o porque eu estava ali, em um motel qualquer com essas duas mulheres, eu nem sabia como eu tinha parado ali, eu só sei que depois de tudo o que eu ouvi daquela doida da Sammantha eu resolvi beber tudo o que via na frente, para tentar esquecer toda aquela merda e fingir que aquilo não tinha acontecido. Ela me deu um fora, como se eu não significasse nada, eu era quem ficava correndo atrás dela o tempo todo e ela se fazia de difícil como se eu fosse uma pessoa qualquer, como se eu não fosse o ídolo dela, ela é a minha fã, como ela não iria querer dormir comigo? Isso não faz sentido, aquela mulher era louca, inconsequente, e ainda ficou chateada comigo quando me viu com outra? Eu realmente não entendia essa mulher, não mesmo.

O que não fazia o mínimo sentido, não para ela, mais para mim, é que mesmo que eu bebesse todas, dormisse com mil  mulheres em uma só noite e acordasse cheio de ressaca, eu não conseguia esquecer tudo o que ela falou, eu não conseguia esquecer quem ela é, seu jeitinho meigo e tímido e toda aquela coisa que era completamente diferente do que eu era acostumado, diferente das mulheres com quem eu conhecia ou me relacionava. E o mais estranho ainda, era que eu não conseguia esquecer a agonia que eu senti ao ouvir ela me dizendo todas aquelas coisas, eu achei que riria de toda aquela situação e continuaria saindo com todas as mulheres lindas daquele festival mais não, eu me senti agoniado e incomodado por ver ela falando tudo aquilo e se sentindo mal, eu percebi que eu não queria fazê-la se sentir mal e que aquilo foi a maior idiotice que eu fiz para alguém na minha vida, e acima de tudo, eu sabia que eu só tinha enchido a cara e estava com aquelas garotas para tentar acreditar que eu ainda era o mesmo, mais eu só seria ainda o mesmo se eu não estivesse sentindo essa sensação estranha, uma vontade doida de ir atrás daquela menina mulher e pedir perdão, ir atrás dela e tentar me reaproximar, curtir o festival com ela, conhecer ela melhor, e não ser o pegador que eu sempre era que não me importava em conhecer ninguém e só pensava em sexo, por ela valia a pena, ela era uma garota com conteúdo, inteligente, educada, meiga e linda; mais eu ainda era o mesmo babaca de sempre e ia continuar agindo como um, e para não acabar piorando a situação, era melhor deixar isto como estava.

Levantei da cama e as moças ainda dormiam, eu não estava afim de papo e não queria me justificar por estar saindo dali, para onde eu ia ou ter que fingir que eu me lembrava dos nomes delas, portanto me vesti, deixei o dinheiro para o motel em cima da mesinha de centro e sai de lá direto para o hotel dos meninos, eu nem iria passar em casa hoje porque senão seria motivo para o meu pai me encher o saco e tentar saber onde eu tinha passado a noite, se eu fosse para o hotel dos meninos era só eu dizer que havia dormido lá e a coisa ficava mais fácil, tudo bem, eu sou maior de idade e mando na minha própria vida, mais respeito o meu pai e ele sempre me ajudou e me acompanhou em tudo, então é normal que ele fique em cima cobrando e tentando me aconselhar. Ainda mais depois da morte da minha mãe, eu era muito ligado a ela, claro que as minhas irmãs e o meu irmão também eram mais era diferente, eu tinha uma sintonia muito forte com ela e quando ela morreu eu fiquem sem chão, eu parecia não conseguir mais pensar direito nas coisas e desde então meu pai culpa isso ao fato de eu ter me tornado quem eu sou, não o famoso cantor bem sucedido, mais o cara galinha, sem caráter e escrúpulos, que não se firma em nenhum relacionamento, que bebe e fuma compulsivamente e não pensa mais em fazer nada certo na vida, que já foi preso e não pensa nas consequências das coisas, se é pelo fato da morte dela ou não eu não sei, mais eu não me sinto mais eu quando eu faço as coisas certas para agradar os outros, eu me sinto preso em um mundo que não me pertence mais, e eu sei que quando eu faço as coisas erradas eu estou jogando fora cada restinho que ficou comigo, que sobrou da minha mãe, como por exemplo, a educação que ela me deu em toda a minha vida.

Coloquei um óculos de sol e sai em direção ao hotel dirigindo, graças a Deus o trânsito estava tranquilo aquele dia e eu cheguei rápido, fui pelo estacionamento e subi pelo elevador de lá para despistar qualquer foto e só ai peguei meu celular e vi as inúmeras chamadas perdidas do meu irmão, do Phil, do Ryan e até mesmo do Conner, ou seja, era provável que a Sammantha também já soubesse que eu ‘dormi fora’ e ‘aprontei’ esta noite, e no fundo, eu não sei o porque, eu me importava com o que ela pensava de mim.

Os meninos estavam com todo o último andar reservado para eles pela quantidade de pessoas da banda resolvemos reservar o andar todo pela quantidade de quartos, fui direto para lá e bati na porta do quarto do Phil, na mesma hora a maioria dos meninos saíram de seus quartos e suspiraram aliviados ao me ver.

-Sim, eu estou vivo. –falei bufando, eu odiava superproteção.

-Você sumiu desde que brigou com a Sammantha, o barman disse que viu você podre de bêbado e você não atendia o celular, pensamos que podia ter acontecido alguma coisa, algum acidente sei lá, você é louco? Você tem problemas? Nos deixou preocupados, agradeça por não termos contado nada a seu pai se não você era um homem morto agora. Seu idiota, inconsequente, imbecil; sem contar o papelão ontem com a Sammantha, que merda você tem na sua cabeça em? –o Phil gritava comigo.

-Olha eu não sei ainda qual era a sua intenção em fazer o que fez com aquela menina, mais você não é o meu irmão, não o que eu conheço, o que era todo educado, todo fofo com as mulheres, o que sabia tratar uma mulher bem como a mamãe ensinou, o cara que respeitava as pessoas, eu não sou irmã desse babaca ai. –o Eric falou irritado.

-Mais alguém pra me dar um sermão hoje? –gritei nervoso.

-Você não tem o direito de gritar ou se sentir irritado, tem noção de como aquela garota ficou? Bruno ela saiu daqui chorando, e o porque você fez isso? Você quem quis se aproximar dela desde que viu ela a primeira vez no show, você quem pediu para o Conner e o Ryan apresentarem ela para você, era você quem falava o tempo todo que queria conquistar aquela garota, que ela era diferente, que ela era linda e blá blá, ai do nada você humilha a garota na frente de todo mundo e se diverte com isso, depois some, enche a cara e só aparece no outro dia. –o Eric falou sério.

-Ela me deu um fora, ELA ME DEU UM FORA. –gritei inconformado. –Eu fiquei bravo, eu queria mostrar pra ela que as coisas não eram bem assim... –falei bufando.

-VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA? –gritou o Phil. –Eu não acredito que você fez toda aquela merda só porque ela não quis transar com você, ela não quis porque é diferente de você e de todas as vadias com quem você sair, ela é especial sim, porque não caiu na sua ladainha de que ela era uma garota linda e que você estava interessado nela porque ela era especial para você só para você levar ela para cama e depois esquecer que aquela garota existe que nem você já fez com tantas outras garotas, não é porque ela é sua fã que você pode manipulá-la assim, suas fãs são pessoas Bruno, não objetos de prazer, o que aconteceu com você? Que monstro de merda foi esse que você se tornou? –o Phil falava indignado e eu desmontei, desabei ali na frente dos meus amigos ao ouvir tudo aquilo, ao ouvir a Sammantha me julgando, o Eric, o Phil, meus amigos, e o pior é que todos eles estavam certos, eu tinha me tornado um cara mesquinho, idiota, sem valores e que tentava não ser eu mesmo desde que a minha mãe morreu porque eu achava que aquele cara que era feliz antes não merecia tudo o que sentia, eu achava que se eu era famoso eu tinha que aproveitar todas as vantagens ao máximo sem me importar com as consequências, já que Deus leva as pessoas boas embora, então não faria diferença se eu fosse ruim, eu morreria de qualquer jeito, e eu me afundei.

-Eu me arrependi de ter feito tudo o que fiz com ela quando vi que ela me olhava decepcionada, eu vi que eu tinha sido um merda quando eu ouvi tudo o que ela falava para mim e percebi que ela tinha razão, ela não merecia tudo aquilo e eu queria poder pedir desculpas, sei lá, fazer algo para compensar aquilo tudo, porque eu gostei daquela garota, ela não puxava meu saco e nem fazia tudo o que eu queria só porque eu sou o Bruno Mars, ela era apenas ela e me tratava como um cara normal e eu gostava disso, mais quando ela me deu um fora, eu não sei, todo aquele cara bom que eu estava sendo com ela foi embora e eu fiz tudo aquilo, mais eu não queria, eu me arrependi, e quando eu percebi isso eu enchi a cara e sumi porque eu não sabia mais o que fazer, caiu a ficha do merda que eu tinha me tornado e eu não sei mais o que fazer para concertar, eu magoei gente demais nessa vida, gente que eu nem lembro o nome, e eu não consigo mais concertar isso, não dá mais tempo, é tarde demais. –falei bufando.

-Nunca é tarde demais para concertas as burradas da vida, pode ser que você não peça desculpas para todo mundo que já magoou mais peça para as que pode, seja uma pessoa melhor para os seus fãs, para as pessoas a sua volta, para seu pai, e vai atrás da Sammantha, ela é uma garota legal e mesmo que você não queira nada com ela, ela não merece ser tratada mal. –o Phil aconselhou.

-O pior é que eu ainda quero ficar com ela, sei lá, eu quero conhecer aquela menina melhor, ela realmente é diferente, mais ela nunca mais vai olhar para a minha cara. –falei sincero, a Sammantha realmente despertou algo em mim que no começo eu não sabia o que era mais depois de todos os sermões e verdades na cara eu percebi, ela era aquela garota que eu sempre procurei em alguém, mais eu me perdi tanto na vida que eu nem sabia mais o que eu procurava em alguém além de corpo, e enfim, eu não passo de um cantor hipócrita e ela agora, é a fã que me odeia, o que é que eu vou conseguir com isso?

-Você não tem como saber se não correr atrás dela. –falou o Ryan que até então não tinha falado nada, é claro ele também deve estar me odiando já que ele está ficando com a melhor amiga da Sammantha. –A Ali e o Brian estão com ela lá no hotel, desde tudo o que você fez. Você sabe onde fica, vai lá, ainda temos umas duas horas até o show e o hotel deles é aqui perto, faça alguma coisa que presta nessa sua vida.

-Eu não sei se devo perguntar isso mais a Ali e o Brian estão me odiando também né? –perguntei o óbvio.

-Garanto que não mais que a Sammantha. –comentou o Kam.

-Obrigado pela ajuda. –falei irônico.

-Eles ficaram sem entender quando ela saiu correndo daqui e pegou um táxi, mais antes de outras explicações a Ali resolveu ir atrás dela e o Brian e o Conner foram juntos no carro do Conner, a Ali só falou comigo hoje cedo que eu liguei para saber como eles estavam e ela bom... esquece. –ele enrolou. –Mais sim eles sabem de tudo o que aconteceu e devem estar te odiando agora, ela disse que não esperava que o ídolo dela fosse uma pessoa tão má, avalie como quiser. –falou indiferente.

-E a Sammantha? O que ela falou da Sam? –perguntei.

-Pra que quer saber? –o Ryan perguntou irritado, ele realmente estava bravo comigo.

-Porque eu me arrependi do que fiz e não queria que ela estivesse sofrendo, eu quero saber como ela está para pensar em como eu posso tentar concertar tudo o que eu fiz, eu não quero ser a pessoa má que a Alisson falou, eu não quero ser o cara sem coração que eu ando sendo a anos, e isso tudo é porque eu me arrependi de fazer a Sam sofrer, eu não sei o porque mais aquela garota virou a minha cabeça, a minha forma de agir, de pensar, e eu quero ela de volta, eu quero concertar isso porque eu me importo ENTÃO POR FAVOR ME FALA COMO ELA ESTÁ. –desabafei com sinceridade e ao me exaltar o Ryan e os caras perceberam que eu estava falando sério, que alguma coisa dentro de mim tinha mudado, pode até parecer loucura que em quatro dias eu conheci alguém e comecei a pensar e agir diferente, eu comecei a mudar, mais aquela garota fez aquilo comigo, é como se ela tivesse um efeito instantâneo em melhorar as pessoas e isso estava começando a acontecer comigo.

-Ainda não me desse o fato de que se você se importa tanto com ela fez toda aquela merda ontem, mais se você diz e se isso vai fazer de você uma pessoa melhor ela está péssima, ela diz que não mais a Ali a conhece melhor do que ela mesma, ela se sente mal porque ela idealizava um Bruno perfeito, ela te conheceu e viu que você era uma pessoa normal, como qualquer outra e isso a deixou empolgada em saber disso e então quando ela te diz um não, você a humilha como se fosse superior a ela e não a pessoa normal e igual a qualquer outra que ela imaginava que você era, sinceramente não tem como estar bem depois disso. –o Ryan falou.

-Peter você vai pegar o resto de orgulho que sobrou, a educação que a mamãe te deu e vai lá agora, você é homem ou o que? Pelo amor de Deus, você é o único que com o seu ego inflado não percebeu que aquela garota mexeu com você, mais do que qualquer outra, ela mexeu com você porque ela realmente é diferente, ela não te bajula, ela não se joga aos seus pés, ela não muda quem é por você ser quem você é e isso fez você se interessar por ela, é o que você sempre procurou em uma garota, sinceridade, educação, simpatia, sem contar que ela é linda e tem todo aquele jeitinho meigo que é diferente demais com o que você sempre lidou, as garotas atiradas e vulgares que fingiam ser quem não eram para te agradar, ela nunca tentou te agradar e isso fez você achar que era uma questão de honra ter aquela garota para você mais não é honra, é sentimento de verdade, você gosta dela de verdade mais ainda não percebeu, você pode achar loucura  gostar de alguém que mal se conhece e em tão pouco tempo mais é assim que acontece, você tem que ir lá e falar que foi um merda quando fez aquilo com ela, tem que pedir desculpas e ser sincero e pronto, você passará o resto do festival e da viagem dela aqui para o Hawaii com a garota que laçou o seu coração. –o Eric aconselhou.

-Laçou meu coração? –falei rindo. –Eric eu acho que quem bebeu foi você, não eu. –falei ainda rindo.

-Isso ai, ri mesmo, você não é o único cara desse festival e pode até ser o ídolo dela, mais depois do que você fez se não se desculpar acho difícil ela querer olhar na sua cara de novo e eu não quero ser você quando ver ela beijando outro, você pode achar que não vai sentir nada mais eu te conheço Bruno, você é lerdo para perceber sentimentos mais pelo amor de Deus não demora com ela não, você vai sofrer e eu não quero ser você quando isso acontecer. –o Eric falou sincero.

-Que loucura. –falei sem saber o que fazer, o que falar, como agir e até mesmo o que pensar.

[...]

“Toc, toc, toc” –bati na porta do quarto de hotel depois de criar muita coragem para olhar na cara de qualquer um dos que estavam lá dentro, novamente. A porta se abriu rapidamente e eu ainda não estava preparado para sentir a expressão de desprezo no rosto do Brian ao me olhar.

-Até que você demorou, eu estava esperando você. –ele falou ainda na frente da porta como se não estivesse com a mínima intenção de me deixar entrar.

-Me esperando? –perguntei confuso.

-Eu sabia que você ia vir atrás dela e implorar por perdão. –ele falou seguro do que dizia e isso lembrou as palavras do meu irmão lá no hotel dizendo que o que eu tinha era sentimentos pela Sammantha, que eu gostava dela de verdade. –Ninguém faz todo aquele esquema de vingança se não se importasse com o não que ela te deu e se você se importa é porque você gosta dela, só é um babaca. –ele falou convicto.

-Eu achei que fosse o meu fã, me admirasse sei lá, babaca não é algo bom sabia?! –falei irônico.

-O Bruno Mars ainda é o cara que eu admiro, eu só me decepcionei com o Peter Gene. Olha ela não quer te ver, mais eu vou deixar você entrar porque eu sei o que você sente por ela, mesmo que negue, no fundo você também sabe, mais não se sinta mal pelas coisas que vai ouvir da Alisson. –completou.

-Da Alisson? Achei que a Sammantha que estava me odiando. –falei confuso.

-E está, mais ela não vai mais te atacar, te ofender ou qualquer outra coisa, minha amiga é assim, ela vai somente tentar esquecer que aquilo existiu, ela não quer nenhuma vingança e muito menos te deixar magoado, mesmo que você tenha a feito mal, enfim, já a Alisson vai falar muita merda para você porque ela não sente nada por você, então ela não se importa de te magoar, já a Sam sente. –ele continuou falando seguro de si.

-Desde quando você sei lá, lê mentes e tudo mais? –perguntei bufando.

-Eu não leio mentes nem sou um mago, Bruno, eu só conheço as pessoas, ainda mais as minhas amigas, e você, bom é fácil te desvendar, você é um grande livro aberto, só não percebe isso; agora vai lá tentar concertar a merda que você fez porque você gosta dela e esse sentimento não vai ser tão fácil de esquecer. –falou agora saindo da frente da porta e a abrindo mais me deixando entrar.

Não precisou andar muito para encontrar a Alisson e a Sammantha, o quarto de hotel não era muito grande, um quarto médio com três camas de solteiro enfileiradas, com mesinhas de abajures as separando, uma suíte com banheiro, frigobar, TV, e uma varanda com uma vista para a praia, não era tão grande mais era confortável para três amigos que vieram para curtir um festival.

A Sammantha estava na última cama, encostada na parede, virada de costas para mim e coberta. A Alisson estava sentada na ponta da cama do meio, olhando para a direção da Sam quando cheguei, provavelmente elas estavam conversando mas foram interrompidas por mim.

-O que é que você está fazendo aqui? –a Alisson falou ao se virar e ver quem é que tinha entrado no quarto delas.

-Eu preciso falar com você Sammantha. –falei diretamente, mas ela continuou de costas e não me respondeu.

-Ela não quer falar com ninguém e muito menos com você agora dá o fora, seu riquinho de merda. –a Ali falou irritada e eu respirei fundo, o Brian estava certo. –Você acha que pode fazer o que quiser com as pessoas que vai ficar tudo bem depois? Olha Bruno não é porque todos aqui somos seus fãs que isso muda as coisas, somos seus fãs, não seus fantoches, você não pode fazer o que fez com ninguém.

-Eu sei, eu errei, eu fui mal, eu fui idiota, mais eu vim aqui tentar concertar as coisas e é por isso que eu preciso conversar com a Sammantha. –falei com calma.

-Eu não vou arredar o pé daqui. –a Alisson falou cruzando os braços e me olhando com uma cara desafiadora.

-Ali, por favor, vamos deixar eles conversarem. –o Brian tentou intervir.

-Eu não vou deixar a minha amiga aqui com esse cara que já a magoou uma vez. –a Alisson falou séria e desde então a Sam não tinha falado nada e muito menos se virado para olhar pra mim.

-Me deixe conversar com ele, por favor, Ali. –a Sam falou ainda virada de costas e eu senti algo estranho ao ouvir sua voz, uma dor misturada com saudade que eu ainda não sabia identificar o que era.

-Tem certeza amiga? –a Alisson ainda relutava.

-Por favor. –a Sam pediu finalmente se virando e a dor que eu sentia aumentou ao ver seus olhos inchados de chorar.

-Vem Alisson, vamos esperar lá embaixo, dar um tempo para eles conversarem, ele deve isso a ela. –o Brian falou e finalmente a Alisson concordou mais não saiu antes de deixar o seu último recado.

-Eu espero que você seja breve, porque eu vou estar lá embaixo contando o tempo e se você demorar muito eu vou subir aqui e se eu ver a minha amiga chorando por você novamente eu juro que quebro a sua cara e juro que ainda deixo de ser sua fã. –falou com rancor e saiu com a cara fechada, o Brian se desculpou pela amiga antes de fechar a porta e então eu fiquei a sós com ela.

-O que você quer? –a Sam falou me olhando séria, e eu confesso que preferia mil vezes aquele sorriso tímido que ela carregava no rosto quando nos conhecemos.

-Eu vim em desculpar Sammantha, foi um erro enorme tudo o que eu fiz e eu me arrependi, eu quero que você saiba disso, saiba que eu me arrependo e que aceite as minha desculpas, eu quero uma forma de recompensar o que eu fiz, eu não sei, eu só não vou conseguir conviver com essa situação de arrependimento, de dor porque eu fiz uma pessoa inocente sofrer, porque eu fui egoísta demais para admitir que eu não aceitava um não, egoísta demais para não deixar o Peter normal superar o famoso mesquinho que eu me tornei. –falei sincero.

-Você veio aqui se desculpar porque realmente acha que eu não mereci aquilo ou só porque quer ficar bem com a sua consciência Bruno? –ela falou séria e parecia irredutível de que independente do que eu falasse ali naquela manhã, ela nunca me perdoaria e eu nunca teria mais uma chance com ela, mas, bom, eu queria mais uma chance? Eu estava ali pra isso? Para reconquistá-la? Eu realmente não sabia o que fazer e sentir sobre isso.

-Por ambos, porque você não merece o que eu fiz e porque eu tenho que ser uma pessoa mais humilde e boa, e desde que você entrou na minha vida a quatro dias atrás você está fazendo isso comigo, me transformando, me fazendo ver que eu não sou superior e que as pessoas não tem que fazer tudo o que eu quero, que eu tenho que lutar pelas coisas e principalmente pedir desculpas e admitir os meus erros; eu tenho que honrar toda a educação que a minha mãe me deu um dia e eu estava esquecendo tudo isso e deixando a fama subir para a minha cabeça. –falei tudo o que estava entalado na minha garganta. –Ontem quando eu vi o seu olhar de decepção, eu senti uma dor tão horrível que eu não sentia desde a morte da minha mãe, e eu me lembrei que eu era humano, eu ainda era uma pessoa com sentimentos e quando eu vi que eu tinha ferido os seus, eu me desesperei, e é por isso que eu estou aqui. –completei.

-Bruno eu quero que saiba que eu nunca vou deixar de ser sua fã, de admirar o seu trabalho, a sua luta para conseguir tudo o que você tem hoje, mas eu me decepcionei tanto com o homem que eu conheci, não com o famoso mesquinho, Bruno eu conheci o cara normal, o que ri, brinca, o que joga as piores cantadas, que é legal, simpático, generoso, foi esse cara que eu conheci, e ai você me mostra o seu outro lado e eu fiquei sem saber o que pensar, você me humilhou aquele dia, e eu me senti um lixo, me senti usada e jogada fora, como se você não se importasse com ninguém além de você, e por mais que você tenha se arrependido é difícil agora saber se você está falando a verdade mesmo, é difícil acreditar que não é só mais uma jogada sua para eu acreditar na sua bondade e depois você vir e me humilhar de novo, me usar, eu não sei mais o que pensar de você, dessa história, só tem mais dois dias de festivais e eu quero esquecer tudo de ruim que aconteceu e aproveitar esses dias como nunca, na segunda-feira eu volto para Los Angeles e bom, nós nunca mais vamos nos ver, então se isso vai fazer de você uma pessoa melhor eu te desculpo, mais por favor, me deixa em paz. –ela falou com uma amargura e sinceridade que me desarmou, primeiro por ela ter me desculpado, o que eu não esperava; segundo por ela dizer que não nos veríamos mais, afinal, eu também morava em Los Angeles, e terceiro porque isso significava que ela não me queria mais na vida dela, ou seja, eu não teria mais chances com ela, e mesmo não sabendo o que eu sentia, eu sabia que doía pensar que ela não me queria mais por perto, ela me faz tão bem e me transforma tanto que pensar que eu não vou mais tê-la por perto por um erro meu me deixa com raiva de mim mesmo.

-Então quer dizer que não vamos nos ver mais? –falei sem pensar.

-O que é que você ainda quer de mim Bruno? Quem sou eu perto das mulheres que você tem ao seu redor? Eu só sou uma publicitária classe média, sua fã, que nem é tão bonita assim, que não transa com qualquer um no primeiro encontro, que é toda pé no chão, que é complicada e cheia de manias, o que você viu em mim? O que é que você ainda quer? –ela perguntou exaltando a voz e com lágrimas nos olhos.

-Sam não fala isso, por favor, não fala assim, você não percebe o quanto você é especial, você é linda, educada, simpática, você mexeu comigo de um jeito louco que nunca aconteceu, eu gosto de estar com você sabe, você é inteligente, tímida, e todo esse seu jeitinho é o que faz a diferença. Eu quero é que você me perdoe e que me dê uma chance para mostrar que eu posso ser diferente, eu quero te conhecer melhor, dar a você o que você merece de um homem, nós moramos na mesma cidade e isso não impede que continuamos a nos ver. –falei desesperado, eu não sabia o porquê do meu pânico mais eu não podia deixar ela sair assim da minha vida, tão rápido.

-É isso o que eu não entendo o porquê você me quer na sua vida? Bruno você é o cantor famoso e eu sou só a publicitária que cumpre horas, que tem que dar satisfação da minha vida para os meus pais, que tem contas para pagar, eu sou só a garota simples de LA, que não tem nada haver com o seu estilo de vida e seu círculo de amizades, não faz sentido eu não consigo entender o que você viu em mim e o porquê você ainda me quer na sua vida, é orgulho? –ela perguntava inconformada.

-Não é orgulho, não é, eu não sei o que é, EU NÃO SEI, eu só sei que sinto uma coisa forte por você e eu não posso deixar você ir, é como se você fosse a salvação dessa carcaça aqui, você não pode me deixar, não tem nada haver com a nossa diferença de estilo de vida e círculos de amizade, nós somos pessoas, que tem sentimentos e eu sinto uma coisa forte por você, você não pode ignorar isso Sammantha, por favor, não pode. –falei em desespero.

-E o que você quer que eu faça Bruno, ME FALA. –ela perguntou chorando.

-Não chora Sam, por favor, não chora. –falei me aproximando dela e limpando uma lágrima que escorria em seu rosto. –Só me deixa cuidar de você e mostrar que eu não sou essa pessoa ruim, só me da uma chance. –pedi suplicante.

-Eu não sei, eu não estou preparada para isso de novo. –ela falou virando o rosto para o meu lado nos deixando bem próximos já que eu estava colado ao seu corpo, eu sentia sua respiração e isso fez meu coração acelerar.

-Me deixa tentar. –falei colando nossas testas e sentindo seu cheiro.

-Não faz isso comigo e nem com você. –ela pediu se afastando de mim. –Olha, vai para casa, daqui a pouco é o festival e você tem que estar lá e arrasar, você deve isso aos seus fãs. –ela falava como se me quisesse longe dali o mais rápido possível.

-Eu vou, mais só se você prometer que vamos nos ver lá no festival. –supliquei.

-Eu odeio esses olhos de cachorrinho pidão. –ela falou bufando e sorriu de lado, e foi à primeira vez no dia que eu a vi sorrir. –Está bom, prometo, agora vai. –ela falou e eu assenti.

Mesmo relutante sai do quarto de hotel, fechei a porta e fiquei parado no corredor sem saber o que fazer, será que eu tinha conseguido sucesso no que eu vim fazer ali? Ela me desculpou afinal mais no fundo eu ainda não me sentia satisfeito, essa garota estava me deixando louco, isso sim.

[...]

Durante o show inteiro eu me esforcei para me concentrar, tentava brincar com os fãs e recebi muito a ajuda dos meninos o show inteiro para não perder o fio da meada mais foi complicado, eu ficava olhando para a área vip o tempo inteiro para ter certeza de que ela estava ali, eu ficava a vigiando e com a minha cabeça na nossa conversa e não conseguia me concentrar tanto, quando o show terminou eu queria ir logo atrás dela mais como eu tinha que seguir toda a rotina de compromissos eu tive que dar autógrafos, entrevistas, tirar fotos com fãs e tive que esperar seguir todos esses protocolos para falar com ela. Quando eu voltei do hotel dela eu conversei muito com o Phil, o Ryan e o meu irmão e eles gostaram do que eu contei e da minha coragem em admitir meus erros e pedir perdão, mais meu irmão estava com a ideia fixa na cabeça de que essa menina ia me salvar, que eu gostava dela de verdade e que ela seria a minha salvação mais isso eu já achava demais, talvez eu gostasse dela sim mais porque ela me impressionou, afinal eu nunca fui esse tipo de cara que acredita em destino, salvação, alma gêmea e toda essa baboseira, a única coisa que eu sabia era que eu não queria que ela saísse da minha vida assim tão cedo e que eu gostava dela, de uma forma que eu não gostei de outras garotas por muito tempo.

Ao sair do meu camarim eu fui para a área vip juntamente com o meu segurança, Dre, e encontrei o Conner e o Brian no bar.

-Oi meninos. –falei me aproximando.

-Oi Bruno. –o Brian me cumprimentou.

-Achei que vocês estavam brigados. –o Conner comentou sem entender.

-Bom, eu deixei de lado o rancor depois que ele engoliu o orgulho e foi lá no hotel falar dos sentimentos dele pela Sam. –o Brian falou.

-Uau, então você contou para ela que está apaixonado? –o Conner me perguntou.

-Apaixonado? Você está louco? Eu não estou apaixonado, eu só fui lá pedir desculpas. –falei assustado com o rumo da conversa.

-Aff, fraco. –o Conner reclamou e o Brian riu.

-Deixa ele, logo ele vai aprender a enxergar esse tipo de coisa sozinho. –o Brian falou ao Conner e eu fiquei incomodado com esse assunto todo que eu não entendia.

-Olha eu não sei do que vocês estão falando mais, cadê a Sammantha? –perguntei.

-Ela terminou de ver os shows que queria e disse que ia curtir a praia e dar uma volta no Hawaii para aproveitar o sol. –o Brian falou.

-Que praia? –perguntei.

-Eu não sei, existem várias praias aqui. –ele falou indiferente e eu bufei.

-Me ajuda cara, pelo amor de Deus. –falei nervoso.

-Eu acho que ela deve estar na praia na frente do nosso hotel, ela não deve ter ido longe afinal ela não conhece a cidade, vai logo atrás dela. –o Brian falou rindo do meu desespero e antes dele terminar de falar eu peguei a chave do meu carro e sai em direção a praia do hotel da Sam.

Era fim de tarde e o sol começava a se por, não foi difícil acha-la já que a praia estava vazia, mais de metade da cidade comemorava o festival portanto ela era uma das poucas pessoas na praia naquele horário, tirei meu sapato e andando na areia fui na direção dela.

-Você não desiste mesmo né? –ela falou rindo antes que eu chegasse perto.

-Como sabia que era eu? –perguntei me sentando do lado dela.

-Por incrível que pareça, eu senti o seu perfume. –ela falou rindo.

-Eu disse que não ia desistir, você já me desculpou agora eu quero recompensar tudo o que eu fiz.

-Isso não vai dar certo. –ela falou me olhando, linda, com o vento batendo nos seus cabelos e aquele rostinho angelical que eu não cansava de olhar.

-Não tem como você saber se não me der uma chance. –insisti.

-Eu ainda não sei o que você quer com isso e nem sei até onde isso vai levar, mais eu andei pensando em toda essa coisa de aproveitar a vida e bom, eu vim aqui nesse festival para isso.

-Então me deixa te ajudar a aproveitar, deixa eu te mostrar os melhores lugares, te levar para sair, te conhecer melhor, é só isso que eu quero, nada demais, só se deixa levar. –pedi sério e ela ainda me olhava como se considerasse a minha pergunta.

-Você não pretende mais me magoar, pretende? –ela perguntou temerosa.

-Eu não faria isso novamente, confia em mim. –pedi e então, ela assentiu, e antes que ela falasse alguma coisa, e mudasse de ideia, eu preferi me aproximar dela devagar, sentindo seu cheiro, vendo aquele sorriso no canto do rosto, os cabelos ao vento e eu me aproximei, colando as nossas testas, e encostei meus lábios no dela, sentindo seu gosto, e ela se deixou entregar ao beijo, e eu me senti feliz como não me sentia a muito tempo em estar ali com ela naquele lugar que eu amava, beijando uma garota tão especial. Ela afastou o beijo e sorriu tímida para mim e então disse o que me fez cair na gargalhada.

-Você beija bem seu canalha. –falou sorrindo e eu a beijei novamente.