História Festival Fera Lunar (Viego e Aphelios) - Capítulo 07 - Presentes.

9° Dia do Festival.

Hoje era o grande esperado dia de entrega de presentes, normalmente nesse dia do festival, todos trocavam presentes, era uma prática comum no Monte Targon. Foram até a árvore dos desejos, todos estavam felizes e sorridentes. Aphelios e Viego observavam tudo, até que o maior por um momento ficou pensativo.

"Droga, eu não comprei nada, ontem ele fez questão de pagar aquela bebida gelada, e em compensação, eu fui apenas um idiota."
 

Aproveitou que o outro estava distraído atirando com seu rifle em pequenas bolinhas, que ao se chocarem com as balas, explodiam em diversos fogos no céu. Ele foi até uma barraca, pareciam ter coisas simples, ele viu uma pelúcia de um dos leões, então pensou ser um bom presente.

-Quanto está esse aqui?

-Ohh, você gostou? É a última peça. -A vendedora disse sorridente. -Custa apenas 45 moedas de ouro.

-Ackam... -Ele engasgou ao ouvir o preço, seus olhos mapearam o lugar, então parou em um buquê de flores, um pouco simples. -E... Quanto está o buquê?

-Ah, são apenas dois ouros.

-Então eu vou levar. -Entregou suas duas últimas moedas. Logo voltou andando até onde estava o menor.

Aphelios se surpreendeu com Viego que surgiu de forma repentina, ele segurava um buquê de flores. Ele estendeu o buquê para Aphelios, que olhou sem entender.

-Isso é pra você, eu não tive tempo de escolher alguma coisa... Então eu comprei bem ali, e nem tinha muito dinheiro também. Não sei do que você gosta, mas... -Viego então tocou as flores, fazendo com que elas soltassem uma névoa rosada ao desabrochar, era um efeito muito bonito. Aphelios ficou receoso, mas acabou aceitando, seu rosto estava muito vermelho, Viego ao notar o que havia feito, ficou com o rosto ruborizado também.

"Não se engane, Aphelios, ele está tentando se aproximar de você, não se demonstre fraco, irmão."

Normalmente ele iria ouvir a irmã sem questionar, mas era um festival, e pela primeira vez na vida, sua dor não incomodava tanto e os dias não pareciam tão miseráveis. O moreno estava observando a troca de presentes entre alguns casais, Aphelios sabia que de novo, aquilo o afetava.

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Naquele dia, eles passaram muito mais tempo do que das últimas vezes, Viego fazia diversas perguntas de Sim ou Não, tentando adivinhar o que Aphelios gostava ou não, a fim de tentar se comunicar mais com ele

-Que tal... Huh... Você gosta de Onigiri? Eu comi alguns, são bons, mas Sushi, ugh... É algo que eu particularmente odeio.

Ele acenou com a cabeça positivamente, soltando um riso silencioso. Todo esse esforço em conversar, isso deixava o asiático feliz, já que outrora teve uma decepção muito grande, quando por exemplo, se apaixonou pela primeira vez por Sett, um chefe de arena, mas que de forma nenhuma, tentava entender ele, não tentava conversar com ele como Viego fazia. Que sorte a sua, pensou, de encontrar alguém tão agradável a esse ponto. Estavam caminhando até a entrada da floresta.

-Hoje foi um dia muito legal, Desculpe por te envergonhar com isso. -Disse ao olhar para o buquê de flores nas mãos dele.

Abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu, Viego não compreendeu o que ele havia tentado dizer.

-Eu já... Vou então. -Logo se virou e partiu floresta a dentro.
 

A dificuldade em se comunicar, querer falar e não sair absolutamente nada, fazia Aphelios se sentir um idiota. Aquilo nunca havia sido necessário, mas agora, ele queria falar, conversar, a falta disso, fez com que ele sem perceber, sentisse algumas lágrimas escorrer de seus olhos.

"Aphelios, o que é isso? Você está sentindo muita dor, irmão? Eu sinto muito, você é forte, você consegue."

Enquanto sua irmã falava, suas mãos passaram na névoa vermelha que saia das rosas de forma delicada. Mal poderia esperar pelo dia seguinte, sentir o calor daquele momento novamente.
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Durante o caminhar na floresta, Viego estaria pensativo, tentando desvendar o que Aphelios havia tentado dizer. Ele tentou imaginar então, como seria sua voz, suave, ou talvez grave, até mesmo poderia ser mais grossa que a sua.

-Se eu pudesse, apenas conversar com ele, por um momento...

Pensou outrora ter visto um frasco na cintura de Aphelios, aquele deveria ser o veneno que deveria fazer ele se comunicar com a irmã, e o que impedia ele de falar. Fechou seus olhos, adormecendo na cama, ele sabia exatamente o que deveria fazer. Uma ideia bem idiota, mas que, ele gostaria de arriscar.