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História Fetish - Chapter 11


Escrita por: MillyFerreira

Notas do Autor


Olá, meninas, eu tenho alguns avisos pra dar.

→ Primeiramente, quero pedir desculpas por não ter respondido seus comentários nos últimos dois capítulos; eu tive que viajar, então fiquei completamente sem tempo, e o outro motivo é que essa nova atualização do Spirit tá uma merda e tenho que esperar 1 minutos para responder comentário por comentário, e eu sou uma pessoa muito impaciente, acreditem.

→ Segundo: eu estou pensando em passar a postar duas vezes por semana. Segunda e sexta. Mas preciso saber da opinião de vocês. O que acham?

→ E terceiro: uma das leitoras me pediu para fazer um grupo onde possamos interagir sobre a fanfic e tal. Se vocês tiverem de acordo, posso sim criar um grupo, então, me digam o que acham da ideia.

Capítulo 11 - Chapter 11


Fanfic / Fanfiction Fetish - Chapter 11

Bato levemente na porta, três vezes, pra chamar sua atenção.

— Jake, podemos conversar?

— Mas é claro. — Ele exibe aquele sorriso grande e branco.

Droga.

Odeio partir corações.

Aproximo-me de mansinho e me sento na cadeira à sua frente.

— Algum problema com o trabalho? Precisa de algo? — questiona ele.

— Não. Na verdade, queria falar sobre a gente — sou direta.

Uma luz se acende em seus olhos. Putz.

— Mas agora? Aqui? Podemos ir para um local mais reservado depois do expediente e…

— Pelo amor de Deus, Jake, já transamos em cima dessa mesa — reviro os olhos.

Ele sorri.

— Então diga. Estou ouvindo. — Incentiva.

Limpo a garganta e acomodo-me melhor sobre a cadeira. Eu queria sentir alguma coisa além de culpa, mas aqui, olhando pra ele, eu não consigo pensar em mais nada além de “obrigada, transar com você foi ótimo’’.

— Então, Jake, estamos transando há um tempinho…

— Um ano. — Diz ele.

Uau, isso tudo?!

— Um ano. — Repito. — Todas essas noites roubadas têm sido muito legais, não me arrependo de nenhuma delas.

— Eu sinto o mesmo — ele se apressa em dizer, um tom meio esperançoso, e isso me deixa mais desesperada para chegar direto ao ponto.

— Eu quero dar um ponto final nisso. Não quero mais transar com você. — Solto de uma vez, não sou boa com enrolação e vejo, meio sem graça, o sorriso dele sumir devagarinho.

— Como assim, Luara? — Ele parece desacreditado.

— Jake, olha, eu sei que você gosta de mim mais do que deveria, mas eu sempre deixei claro que não queria nada sentimental com você, eu nunca te enganei em relação as minhas intenções — tento me explicar.

— Sabe o que é engraçado? — Ah, não, ele vai começar a me atacar. — Tudo estava indo bem, tudo estava em perfeito equilíbrio, então você sai no jornal com aquele riquinho mimado que dizia odiar, vem trabalhar com um dos carros dele e tudo muda — acusa. — Que foi? É por que ele tem mais dinheiro que eu?

— Você tem noção da babaquice que está falando? Eu nunca ficaria com alguém por dinheiro! Eu só… me apaixonei. — E agora estou mentindo. Que ótimo. — Não mandamos em nossos corações, Jake. Você sabe disso.

Ele levanta e começa a andar de um lado pro outro, nervoso.

— Por favor, me dá uma chance, eu posso ser tudo o que você precisa — ele implora.

Levanto-me, querendo escapar pela saída mais próxima.

— Eu agradeço muito todos os momentos juntos, Jake, mas eu… Realmente preciso dar um basta nisso. Sinto muito. — Quando penso em fugir, ele bloqueia a passagem.

Oh, céus… Por que essas coisas são tão difíceis?

— Eu amo você, Lu.

Ai não…

— Você só está confuso… — tento aliviar.

— Não, não — ele chega mais perto. — Eu sei o que eu sinto, e é com você que eu sonho todas as noites, Lu. Me dá só uma chance de tentar. — Ele suplica.

— Jake, eu… — antes que eu possa finalizar, sinto sua boca cobrindo a minha.

Droga, eu deveria me afastar agora mesmo, mas seu beijo tem um gosto tão bom de avelã… Eu sou uma mulher egoísta, eu nunca consigo abrir mão daquilo que me dá prazer, e Jake, nossa, ele extrapola no quesito tesão.

Quando me dou conta, nossas roupas estão amassadas e Jake está entre minhas pernas enquanto estou sentada em sua mesa — como fui parar aqui? Boa pergunta. Seu beijo é tão quente e desesperado, acho que ele quer me provar alguma coisa, mas por mais que eu tente, não consigo sentir nada além do carnal. Queria que fosse diferente, mas não é. Jake é um cara legal, juro, e ele merece uma mulher que ame intensamente cada pedacinho dele. Infelizmente, essa pessoa não sou eu.

A consciência pesa em minha cabeça, não posso levar isso adiante. Minha vida se tornou uma mentira, não posso sustentar mais uma. Mas quando penso em me afastar, um pigarro vindo da porta é mais rápido e nos afasta abruptamente. Quando olho em direção a mesma, arregalo os olhos e sinto que todo o sangue do meu rosto desce para os pés ao ver Justin escorado no batente com uma cara bem debochada.

Como ele entrou aqui?!

Quando ele chegou?!

— J-Justin? — gaguejo, alternando o olhar entre ele e Jake que tem uma expressão de raiva. — Como você…?

Mas Justin olha diretamente para Jake quando diz:

— Já terminou? Acho que agora é a minha vez. — Fico boquiaberta. E então, ele olha pra mim. — Estou esperando no carro, não demore.

E se retira.

Simples assim.

— O que ele quis dizer com “agora é a minha vez”? — Jake pede explicações, enfurecido, enquanto ajeito a roupa, rápido. — Você está transando com esse cara, Luara?

— Tenho que ir, até mais — beijo sua bochecha e corro para longe de explicações.

Consigo alcançar Justin no elevador, e quase sou esmagada pelas portas metálicas que estão se fechando. Estou completamente desajeitada e descabelada, tenho quase certeza disso, e ainda por cima, ofegante.

Ele aperta o botão do térreo e diz, indiferente:

— Foi rápido.

— O que você veio fazer aqui? Por que não me avisou que viria? — questiono, irritada.

— O quê? Não queria que eu ficasse sabendo do seu casinho de amor proíbido? — debocha.

— Isso não é da sua conta, Bieber — digo entredentes.

— Jura? Porque você adora me taxar como o pior cretino do mundo porque dou uns amassos em algumas garotas por aí, sendo que você faz o mesmo — acusa.

— É diferente! — eu elevo o tom de voz, sentindo a pele do meu rosto esquentar.

— Diferente? — solta uma risada sarcástica. — Diferente como? Porque pra mim, somos iguais.

Balanço a cabeça, inconformada.

— Não somos iguais.

— Claro que não, até porque, colocar os seus erros em outra pessoa é muito fácil.

Cruzo os braços e viro o rosto para o outro lado, emburrada. Sei que ele tem uma pitada de razão, mas… Argh! Isso é tão complicado…

Uma vez dentro do carro, parece que demora uma eternidade para chegarmos na mansão; o silêncio é insuportável. Para me distrair um pouco, pego o meu celular — pois é, depois de uma semana do acontecimento que resultou em um assalto, Justin recuperou o carro e, graças à Deus, todos os nossos pertences em perfeito estado — e começo a reclamar o quanto o loiro ao meu lado é um babaca para a minha melhor amiga por mensagem que só sabe debochar da situação e dizer: “Não desanime, ainda vai piorar!”

Bufo de raiva e jogo o celular dentro da bolsa. Meus amigos não servem nem pra me consolar, muito pelo contrário.

Vou direto pro quarto quando chegamos, e não saio de lá até a hora do jantar. Mais tarde, desço pra comer alguma coisa usando o pijama mais grotesco que tenho, e que se foda a opinião do Bieber!

— Você nem imagina o quanto está sexy — Abigail debocha assim que apareço.

Apenas reviro os olhos.

— O que tem pra comer? — pergunto.

— Paella. — Ela responde.

Meus olhos brilham.

— Não brinca! Eu amo paella! — vou toda saltitante para a cadeira.

Ela arqueia a sobrancelha.

— Achei que não saberia do que se trata — desdenha.

— Tá louca?! Minha família é descendente de espanhol, minha mãe faz uma paella que, hummmm… — gemo de satisfação.

Ela dá risada.

— Como diria o Justin, você é cheia de surpresas — brinca, e olho para os lados.

— Em falar no diabo, cadê ele?

— Saiu.

Não faço mais perguntas.

Abigail monta a mesa e meu estômago pede por misericórdia quando sinto o cheiro da comida.

— Eu amo paella. — Digo, colocando um pouco no meu prato.

A ruiva revira os olhos.

— E você já disse isso.

— É sempre bom repetir. — Dou de ombros. — Por que não me acompanha?

— Eu adoraria, mas o meu marido está me esperando — ela sorri embasbacada.

— Noite romântica? — sugiro.

— É só um jantar — ela tenta explicar.

— Jantar em um lugar com luz baixa, uma música tranquila, toques na mão durante a comida, talvez uma dança, e depois, sexo a noite toda — suspiro dramaticamente.

— Ei, isso não é da sua conta — ela aponta um garfo para mim. — Não te devo explicações da minha vida sexual, mocinha. — Diz enquanto vai pegar a bolsa em cima do balcão. — Estou indo, boa noite.

— Espero que esteja usando algo sensual por baixo! Ou para o bem do seu marido, que não esteja usando nada — grito para que ela possa ouvir.

— Vai se ferrar! — Ela devolve da sala, e sorrio em resposta.

A casa fica muito silenciosa depois que escuto o clique da porta. Solto um longo suspiro e começo a comer sozinha, encarando as cadeiras vazias que me cercam. Envio uma mensagem à Chelsea, perguntando se ela não quer fazer uma daquelas noites de garotas, vestir um pijama velho, assistir filme na Netflix e comer besteira a noite toda. Mas ela não responde. Um tempo depois, mando uma mensagem para James perguntando se ele quer sair pra algum lugar, e adivinha? Mais um vácuo. Além de todo estresse com o Justin, ainda sou uma mulher abandonada pelos amigos.

Que ótimo.

Então decido me divertir sozinha. Depois do jantar e um descanso, faço alguns poucos exercícios na academia e me jogo na piscina logo depois. Vou para o quarto, seco-me, deixo o cabelo solto para poder enxugar naturalmente e visto um baby doll. Encontro o caminho para a sala de jogos e acabo me interessando por um game de realidade virtual — sinceramente, não sirvo para essas coisas, morri nos primeiros minutos de todas as partidas em combate.

Um tempo depois, volto para o quarto e caio no sono antes que eu possa perceber.



— Oi…

Abigail, que está de costas, vira-se e dá um enorme sorriso. Quem tem um humor tão doce logo pela manhã?

— Oi! Dormiu bem?

Pelo visto, alguém transou com o marido…

— Não muito, ouvi ruídos indesejados à noite — faço uma careta enojada.

— Justin está com uma garota lá fora — ela explica.

— Achei que ele as dispensasse logo quando acorda — digo.

— Geralmente, ele tira mais uma casquinha antes de chutá-las pra longe.

Reviro os olhos.

— Acho que vou lá acabar com a festa… — ideias maquiavélicas surgem na minha cabeça.

— O que vai fazer, garota? — pergunta com um ar divertido.

— Deixa comigo — vou em direção a saída, dando uma piscadinha.

— Luara? — Ela me chama e eu paro na porta da cozinha, virando-me novamente. — Hoje é o último dia útil do mês, você já tomou sua decisão?

Aperto os lábios e digo antes de sair:

— Sim.

O dia amanheceu ensolarado, apesar da brisa fria, e os raios de sol iluminam as flores do jardim que exibem suas pétalas com toda graça e delicadeza. Aprecio a beleza desse lugar por um tempo, mas acabo me lembrando o que vim fazer aqui quando, em meio a paisagem natural, enxergo Justin encostado em um de seus carros caro, com uma loira peituda entre suas pernas enquanto ela praticamente engole a cabeça dele. Eca.

Penso por alguns segundos no que eu posso fazer para irritá-lo, talvez eu só devesse ir lá e falar alguma coisa, mas quando começo a andar, acabo tropeçando em alguma coisa. Olho pra baixo e encontro uma mangueira que é usada para os cuidados do jardim, suponho. E se…? Ah, isso vai ser ótimo!

Agacho-me para pegar a mangueira e, depois de direcioná-la no lugar certo, giro a trava e a água voa em direção ao casalzinho que dá um sobressalto na primeira reação. Começo a rir da reação de ambos, principalmente da loira aguada que começa a fazer birra como uma criança mimada. Ouço suas reclamações com Justin antes de agarrar sua bolsa e sair pisando duro.

Desligo a água para me divertir com a expressão frustrada de Justin enquanto vê a sua conquista ir embora. Ele vira-se para mim e consigo prender a risada, mas não consigo disfarçar o semblante de quem está adorando tudo isso. Ele estreita os olhos e vem na minha direção.

Quando abre a boca, ligo a torneira novamente e ele fecha os olhos com uma expressão de “respira, tenha calma” enquanto a água massageia seu rosto com toda potência. E eu? Bem, eu apenas rio.

— Há-há, você se acha muito engraçadinha, não é? — ele debocha depois que desligo a torneira.

— Olhando daqui, parecia que tinha acabado de acordar, achei que despertar com um pouco de água gelada seria uma boa — faço-me de inocente, e ele torna a estreitar os olhos.

Ele passa a mão no cabelo molhado, a água escorrendo pelo seu rosto, pescoço e cola sua camisa de manga curta que desenha bem os músculos do abdômen, tão convidativos, tão… suculentos…

Foco, Luara. Foco!

— Gosta do que vê? — ele provoca com um sorrisinho.

Arqueio a sobrancelha.

— Até que é bonitinho.

— Bonitinho? — Justin se aproxima, sorrateiro.

— Eu já disse o que acho de você, o que está tentando provar? — questiono.

Como resposta, ele me puxa pela cintura e cola o meu corpo no seu, molhado, definido, gostoso… Odeio quando meu sentido primitivo fala mais alto.

— Acho que podemos melhorar essa primeira impressão sobre mim — aproxima o seu rosto do meu, e acho que estou começando a entender o que ele tem, além do corpo gostoso, que todas as mulheres querem.

— Ah, é? Como? — Entro no seu jogo.

— Na minha cama. Agora. — Ele sugere.

— Mesmo? Vai me fazer todinha sua? — sussurro perto demais da sua boca, o que é um perigo.

— Só minha — devolve no mesmo tom.

Perto o suficiente para tocar os seus lábios, deixo-o com um gostinho de quero mais antes de ligar a torneira que está posicionada bem debaixo do seu queixo, fazendo-o dar um sobressalto pelo susto.

Gargalho.

— Porra, Luara! — Ele rosna.

— Você é muito presunçoso se acha que vai me levar pra cama desse jeito. Mas valeu a tentativa — dou uma piscadinha e largo a mangueira antes de sair andando com um ar de vitória. — Entre logo, precisamos conversar — aviso sem olhar pra trás e entro novamente em casa.

Abigail já montou a mesa do café da manhã, então apenas me sento e começo a comer. Justin entra em casa um momento depois, molhado e sem camisa.

— O que aconteceu, menino? — exclama a ruiva, e permaneço tomando meu café como se nada tivesse acontecido, como se não soubesse de nada.

Tenho certeza que ele está me encarando pelas costas, pois Abigail desce o olhar pra mim com os olhos estreitos.

— O quê? — Faço-me de desentendida.

— Vou tomar um banho. E você — ele aponta para mim e olho para ele, batendo os cílios inocentemente. — Passe no meu escritório em 15 minutos.

Dou de ombros e volto a comer tranquilamente.

Antes de ir ao escritório, como ele pediu, vou até o quarto e pego a pequena caixa quadrada toda em veludo. Quando chego ao escritório, ele está mexendo em uma das maquetes prontas, concentrado.

— Isso é um prédio comercial? — pergunto enquanto me aproximo.

Ele me olha por breves segundos e volta sua atenção para a maquete.

— Será um centro de pesquisa da nossa empresa — ele explica.

— Sério? Isso parece legal — digo com sinceridade.

— A empresa fornece cursos técnicos tanto na área de arquitetura quanto em outras áreas, temos parceria com várias instituições — informa.

— E quando vai ficar pronto? — Olho mais de perto, curiosa.

— Está quase pronto, na verdade. Falta apenas alguns retoques, para ser mais exato… É um projeto que está em andamento desde 2017.

— É um projeto seu?

— É. É, sim.

— Isso o torna especial, porque você pensou nas pessoas quando estava o desenvolvendo — aperto os lábios e ele parece um pouco agradecido pelas minhas palavras, mas não diz nada a respeito.

— Então… Acho que precisamos conversar — indica a cadeira em frente a sua mesa, e depois que me sento, toma seu lugar à minha frente.

Limpo a garganta e acomodo-me melhor no assento.

— Sim, precisamos.

— Bem, hoje é o último dia útil do mês — começa ele, precavido — e eu disse que te daria esses 30 dias como um bônus antes de você tomar qualquer decisão sobre o contrato. Bom, você se hospedou aqui durante esse tempo, acho que tem uma noção de como eu sou, do que eu faço, como eu ajo… Você sabe que eu sou um cara cheio de defeitos, não posso garantir que eu vou mudar, mas posso prometer que eu posso tentar me comportar, porque eu estaria mentindo se dissesse que a sua presença nesse pouco tempo aqui não mudou alguma coisa nos meus objetivos. Enfim. É isso — dá de ombros. — Você sabe de todos os benefícios, o contrato está em suas mãos, a decisão é sua.

— A minha resposta é sim. — Respondo, simples assim.

Ele ergue o olhar, surpreso. Abro um sorriso forçado que mostra todos os meus dentes brancos.

— Sim? — Testa.

— Mas… — começo com um ar de suspense. — Eu assino o contrato com uma condição.

Ele arqueia a sobrancelha.

— Qual condição?

— Quero que renuncie todas as outras mulheres da sua vida — exijo.

— Laura, você sabe que não posso fazer isso — balança a cabeça.

— Luara. — Corrijo. Não sei porque ainda faço isso. — E claro que pode, é só sexo.

— Mas eu preciso de sexo — diz como se fosse óbvio.

— E você espera que isso dê certo? Que saia por aí acompanhado em eventos comigo, enquanto todos sabem que você dorme com qualquer uma? — retruco, fazendo-o coçar a nuca. — Você sabe que isso não dará certo.

— Eu posso ser discreto — tenta argumentar.

— É a minha condição — concretizo.

Ela solta um longo suspiro, tão longo que o ar dentro da sala parece ficar rarefeito.

— Bem, sendo assim, acho justo que você renuncie o seu casinho de amor também, certo? Direitos iguais. — Ele se refere ao Jake.

— Já renunciei. — Dou de ombros. — Você promete que vai fazer isso?

— Não estou em posição para exigir nada, então… — concorda.

— Onde é que eu assino?

Ele puxa um contrato da gaveta sob a mesa e coloca na minha frente com uma caneta ao lado do papel.

— Quer conferir? — Sugere ele.

Eu apenas assino, ignorando-o.

— Preciso dos 200 mil que você me prometeu como um bônus — sou direta.

Ele solta um muxoxo, pega o celular em cima da mesa, mexe por alguns pouquíssimos minutos antes de deixá-lo sobre a mesa novamente, dizendo:

— Já está na sua conta.

Eu tento, mas não consigo evitar o suspiro de alívio.

— Ah, e mais uma coisa — coloco a caixinha de veludo em cima da mesa. — Acho que estou te devendo isso.

— O que é isso? — pergunta, desconfiado.

— Abre — incentivo.

Ainda me olhando desconfiado, ele puxa a caixa e abre, encontrando um relógio dourado com algumas pedras de diamante no bisel.

Ele ergue o olhar para mim, esperando uma explicação.

— Você deu o seu relógio para pagar a hospedagem no hotel aquele dia que fomos roubados… — explico, meio sem jeito. — Sei que não é igual aquele, mas tem o mesmo valor, eu usei o cartão dourado que você me deu.

— Você não precisava fazer isso, era só um relógio — diz ele.

— Eu quis comprar mesmo assim — dou de ombros. — Bem — levanto-me —, se vamos morar juntos durante 11 meses, acho que seja plausível tentarmos ser amigos. Temos um acordo? — Estendo a mão.

Ele se levanta e aperta a minha mão.

— Amigos. — Concorda.

Sorrio brevemente e recolho a minha mão.

— Vou deixar você trabalhar.

Giro-me sobre o próprio eixo e ando em direção a porta, mas antes que eu possa sair totalmente, ele me chama, fazendo-me parar e virar para ele.

— Sim? — pergunto.

Ele abre um sorriso e diz:

— Obrigado, eu gostei muito. — Agradece, referindo-se ao relógio.

Aperto os lábios e aceno uma vez com a cabeça antes de fechar a porta do escritório.

Agora que já tenho a grana, o próximo passo é pagar a dívida do meu irmão.

Em relação ao contrato… Bem, agora é só esperar o que está por vir e torcer para que tudo dê certo e que nenhum dos dois definhe antes disso tudo acabar.



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