História Fica Comigo - Isso é tudo

Ao chegar no meu apartamento, já logo me despi e entrei no banho porque eu definitivamente estava precisando de um banho gelado naquele momento - eu tive que reunir todas as minhas forças para conseguir parar e sair do apartamento da Fernanda, mas só de ver a surpresa estampada no rosto dela sei que valeu a pena. 

No momento que acabo de vestir o pijama, ouço a campainha e já até imagino que seja a Fernanda e eu realmente não sei com que cara vou falar com ela depois do que eu fiz agora pouco. 

- Só vou falar com você amanhã, Fê. O castigo ainda está valendo... - tento disfarçar meu nervosismo e ganhar tempo. Quando a observo pelo olho mágico vejo que ela apóia as mãos no batente enquanto encara a porta. 

- Luíza - suspirou e deixou sua cabeça pender para frente, encarando o chão - Ou você abre essa porta ou eu uso a chave, mas eu vou te ver hoje de qualquer jeito. - voltou a encarar a porta e me dou conta de que não tenho escolha. 

- Você perdeu! - digo ao abrir a porta - Pode voltar pr... - antes que eu consiga completar a frase, ela me puxa para um beijo voraz que deixava transparecer todo o desejo que sentia naquele momento e me imprensa contra a parede da sala, com sua perna entre as minhas e suas mãos na minha bunda. 

Ao separarmos nossas bocas, devido à falta de ar, percebi que ela olhou de esguelha para a mesa da sala voltando a me encarar com aqueles olhos libertinos e vi um sorriso lascivo surgir em seus lábios, fazendo com que meu centro se contraísse em expectativa - "essa mulher nem se dá conta do quanto me enlouquece!". 
        Ao tomar meus lábios com os seus, deslizou as mãos até as minhas coxas e me puxou para cima, me fazendo acompanhar seu movimento e enlaçar minhas pernas em sua cintura - conforme ela andava me levando em direção à mesa eu me entretinha com o seu pescoço, mordendo-o para depois passar a língua sobre o mesmo local, me deliciando com os gemidos que ela deixava escapar.
            Me pôs sobre a mesa, se ajoelhando entre as minhas pernas e começou a beijar minha barriga, a partir do baixo ventre e ia subindo à medida que tirava a minha camiseta e a minha sanidade com um único movimento e quando se desfez da minha camiseta, pude ver um sorriso de satisfação ao perceber que eu estava sem sutiã. 

- Você nem imagina o quanto me torturou em Santos fazendo isso... - falou com uma voz carregada de desejo enquanto mordia o lábio inferior ao sorrir e me encarar. 

Antes que eu pudesse sentir vergonha ela levanta e abocanha meu seio direito, fazendo com que eu cravasse minhas unhas na pele macia de sua cintura por puro instinto - sentia sua língua ora fazendo círculos ao redor da minha aréola e ora sugando meu mamilo me provocando espasmos em resposta, enquanto com sua mão livre massageava meu seio esquerdo. 
            Após dar a mesma atenção ao meu seio esquerdo, foi seguindo com a língua o caminho inverso que momentos antes tinha feito com os beijos -  pôs as mãos no elástico do shorts do meu pijama e o puxava devagar entretida com o momento e eu sentia  meu coração acelerado e meu sexo encharcado pela cena erótica que se desenvolvia.

Assim que me viu nua, se posicionou no meio das minhas pernas e se pôs a beijar e morder a parte interna das minhas coxas com toda a calma, sem nunca desviar o seu olhar do meu e vê-la ali, ajoelhada entre minhas pernas e observando, com aqueles olhos verdes inundados de desejo, as reações que seus toques me provocavam era uma das cenas mais sensuais que eu já tinha presenciado. 
        Conseguia sentir sua respiração quente e descompassada contra meu sexo e quando achei que não fosse mais aguentar aquela sensação de expectativa senti sua língua quente que me causava espasmos conforme fazia círculos ao redor do meu clitóris e sugava a pele já sensível dos pequenos lábios me fazendo perder a noção de quem era - só conseguia sentir, pensar parecia ser impossível agora.
           Quando mordiscou meu clitóris, afastei ainda mais as pernas e enrosquei minha mão em seus cabelos a puxando mais para mim e tentando aumentar o contato da sua boca com meu sexo.

- Fer... nan... da... - gemo e sem que eu precisasse completar a frase, como se ela tivesse lido meu pensamento, introduz um dedo em mim e começa a fazer movimentos de vai e vem de modo ritmado, sem nunca afastar sua boca de mim. 

Quando começo a me acostumar com aquela avalanche de sensações, sinto um segundo dedo escorregando para o meu interior e involuntariamente começo a mexer os quadris, puxando seus cabelos ao mesmo tempo que cerrava os olhos e jogava minha cabeça pra trás, tentando obter o máximo de prazer.
         Assim que ela curva seus dedos dentro de mim, me estimulando cada vez mais, ergo minhas costas sentindo meu corpo ficar teso conforme chegava ao êxtase, para depois perder todas as forças. Após lamber toda minha excitação, enquanto tento normalizar minha respiração, ela se levanta e sem tirar seus olhos do meu passa seu dedo no queixo para limpá-lo e o leva à boca com o sorriso mais sedutor que eu já tinha visto em toda minha vida; para finalmente me puxar em um beijo, fazendo com que eu provasse meu próprio gosto. 
           Quando consegui ter algum controle sobre o meu corpo, ela resolve me arrastar para o quarto porque, segundo ela, tinha que recuperar o tempo perdido - aparentemente ela estava insaciável hoje. 

-- x -- 

Me encolhi ao sentir um calafrio e estiquei o braço instintivamente a procurando para usar seu calor para me aquecer, mas não a encontrei. Quando abri os olhos vi o lado da cama vazio, com apenas um travesseiro. Me apoiei em um dos cotovelos e olhei ao redor do quarto, até ver uma silhueta na janela usando apenas uma camisa jeans e calcinha, apoiando os antebraços no esquadro da janela observando o horizonte noturno de São Paulo.

  Na mesma hora lembrei dela falando sobre a diferença entre dormir e ir para a cama com alguém - "Não dá pra falar que ela não avisou" pensei enquanto a observava tomar um gole de algo.  Sentei na cama e senti um calafrio percorrendo meu corpo, bem diferente do que sentia a umas horas atrás, então me enrolei no lençol e caminhei para a janela. 

- Tá tomando o que? - parei ao seu lado. 

- Vodca. Quer? - me ofereceu o copo 

- Você bebe muito. - aceitei o copo e dei um gole sentindo o ardor do líquido conforme descia. 

- Nenhuma objeção sobre isso. - respondeu ao passar seus braços ao meu redor e apoiar o queixo no meu ombro, nos deixando imersas em silêncio ao fitarmos o horizonte, me deixando tensa. 

- No que você tá pensando? - joguei minha cabeça para trás para apoiar nela e conseguir ver sua expressão.  

- Hmm... Que há algumas horas eu tinha minha melhor amiga gozando na minha boca. - ria enquanto eu sentia minha cara pegar fogo. 

- Fernanda! - me virei e lhe dei um tapa, ainda mortificada. 

- Em minha defesa é uma cena muito díficil de tirar da cabeça - ela deu um sorriso safado que eu tinha aprendido a gostar. 

- Cala a boca! Você não presta, sabia?

- Não mesmo! Mas disso você já sabia... - sorriu e se inclinou para me beijar e apesar de não ser o nosso primeiro beijo ainda era tão bom e intenso quanto. 

- E agora, por que essa cara séria? - perguntei assim que nos separamos e vi ela me encarando pensativa. 

- Você sabe que é isso, né? - baixou a cabeça e fitou os pés por um segundo e depois levantou o olhar, sustentando o meu - Tudo o que eu posso te oferecer é isso que estamos tendo agora, nada mais. - suspirou desconfortavelmente. 

- Uhum. - foi o único som que consegui fazer, me sentindo mais desapontada comigo mesma por criar expectativas e pensar que algo poderia mudar do que com ela de fato. 

- Quer dizer, você é a minha melhor amiga e isso nunca vai mudar; mas não temos futuro como algo mais que isso. - prendeu a respiração inconscientemente. 

- É, uma amizade colorida... Eu também acho que algo além de melhores amigas seria um desastre, uma piada pronta. - dei uma risada tentando disfarçar o balde d' água fria que tinha tomado. 

Não era como se eu esperasse namorar com ela, afinal isso seria ridículo, não se namora com uma pessoa depois de uma transa, apesar de já nos conhecermos há algum tempo; mas ela fazer questão de deixar bem óbvio que nunca passaria disso e acabar com qualquer expectativa que eu pudesse ter foi inesperado, no mínimo. 
            Na realidade eu não sabia o que esperar daquilo tudo - a Fê definitivamente não é o tipo de pessoa que se apega, que gosta de alguém e se ela quer separar sexo de sentimentos, eu também posso fazer isso, eu acho. 

- Vou voltar para a cama, tô morta de sono e não são nem 4:00 ainda. Você vem? 

- Pode ir na frente, vou acabar aqui primeiro e já vou. - deu um gole na vodca. 

-- x -- 

Acordei mais uma vez sem ela e assim que a procurei pelo quarto, esperando ouvir um barulho de chuveiro ou algo do gênero, a encontrei dormindo totalmente torta na poltrona grande que havia no meu quarto. Não queria acreditar que a Fê que eu conhecia, que era minha melhor amiga não queria dormir na mesma cama que eu depois que passamos para o status de amizade colorida - era ridículo ter esse medo de intimidade. 

- Hey, por que você tá dormindo ai? - perguntei enquanto andava para perto dela, que por sua vez sequer se mexeu, me obrigando a sacudi-la e refazer a pergunta. 

- Oi - me olhou com os olhos semicerrados, pegando minha mão e me puxando para que sentasse em seu colo - Eu tava vendo você dormir e devo ter pego no sono... A vodca não deve ter ajudado também. - deu um sorriso torto sem graça enquanto enlaçava minha cintura ao mesmo tempo que apaziguava minha irritação.

- Hmm, achei que como você "foi para a cama" pra cama comigo, não iria mais "dormir" comigo, segundo suas palavras. - dei uma risada enquanto tentava obter uma resposta da qual eu tinha medo e a resposta dela foi rir enquanto acariciava minha cintura.