História Fifty Shades of Stark (Starker) - Descobertas

Abri meus olhos devagar sentindo o sono e o cansaço deixarem meu corpo, conseguia ouvir o barulho da chuva e alguém falando um tanto alto no andar de baixo. Respiro fundo, me levanto e olho ao meu redor. Onde estou?

Lembrei. A dor que sinto em minhas pernas e braços me ajudaram a lembrar como vim parar aqui, que loucura. Esfrego os olhos e procuro pelo meu celular, está na mesa de cabeceira ao lado da cama. Pego ele e ligo para ver as horas, cinco e cinquenta…

Dezoito mensagens de Michelle preenchem minha tela de bloqueio, as notificações não param de chegar. É engraçado, eu sumo por horar e ela já ameaça chamar a polícia. Sinto um desconforto quando me sento na cama, droga!

Olho ao redor do quarto à procura das minhas roupas, elas estão no sofá branco neve que fica de frente para a janela. A cortina bege esconde as gotas d' água caindo sobre o vidro, a previsão do tempo não disse que ia chover hoje. 

Visto-me e desço em passos lentos para o andar de baixo, conforme vou me aproximando da sala de estar consigo ouvir a voz de Tony ficando cada vez mais alta e nítida. Paro um instante no alto da escada e me sento no primeiro degrau, sei que é errado ouvir a conversa dos outros mas tenho quase certeza de que ouvi ele mencionando meu nome.

— Não, Riri. Ele não quer ir, e eu também. — Tony diz com certa raiva na voz, está falando com alguém no telefone. Reconheço o nome da irmã dele, sobre o que estão discutindo? — Peter trabalhou o dia todo hoje, não vai querer ir. 

Estranho, por que ele está mentindo para a irmã? Como ela sabe de mim? 

— Eu sei disso, posso ir te ver amanhã cedo. 

Me levanto e vou descendo de forma silenciosa, não quero interromper a conversa. 

— Não me estresse, Riri. 

Tony passa a mão no cabelo e se senta no sofá, ele está claramente irritado, não sei com o quê. Consigo observá-lo resmungar enquanto me escondo na cozinha, ele está usando uma blusa branca de mangas longas e calça comprida. 

— Eu vou pensar, tchau. — Ele diz e então desliga a chamada. Tony joga o celular no sofá e fecha os olhos, está realmente estressado. Adoraria saber o motivo…

— Qual o problema? — Pergunto enquanto saio da cozinha, ele se assusta mas logo volta a sua expressão nervosa de segundos atrás. 

— Que bom que acordou. Minha irmã está de volta a cidade, e vai fazer um jantar na casa dos meus pais hoje. Ela quer que eu vá, e que leve você comigo. 

— Isso é algo ruim? Você parecia bem estressado no telefone. — Murmuro e cruzo os braços, tenho uma leve impressão que ele não quer me apresentar a sua família. 

Dou uma risada interna, é lógico que ele não quer me apresentar a sua família. Sou só a pessoa que ele fode, nada além disso… Às vezes gostaria de poder acreditar que isso é uma grande mentira, gostaria de poder viver um relacionamento de verdade com ele nem que fosse por algumas horas.

— É que ela é exagerada demais, puxou minha mãe nisso. Tenho certeza de que se formos a esse jantar as perguntas vão correr soltas por toda a noite. — Tony desvia o olhar, não vejo problema nisso. Está claro para mim que ele vê um problema nisso, tem algo que ele está escondendo e não quer me falar.

— Tudo bem, não tem nenhum problema nisso. Que horas nós vamos? — Sorrio amarelo para ele, não posso perder essa oportunidade de conhecer a família de Tony. 

— Quer mesmo ir? — Ele me olha desejando que eu diga que não, mas não é isso que eu faço. Concordo com a cabeça e ele revira os olhos. 

— Você não quer que eu vá? — Pergunto, ele me olha e tenta formular uma resposta rápida. 

— Não é isso. — Ele se levanta e vem até mim, passa seus braços em volta da minha cintura e me puxa para ele. — Só não quero que você se sinta desconfortável. 

— Não vou, prometo. Sua irmã sabe de nós? 

— Sabe apenas o que eu contei. — Ele responde e dá um sorriso de canto. O que será que ele contou? 

— Vou para casa me arrumar, você passa lá quando estiver pronto? 

— Tudo bem.

***

Estou no carro de Tony, com ele ao meu lado analisando a própria face pelo vidro da porta. Quando cheguei em casa fui direto ao meu guarda-roupas, encontrar algo que combinasse com essa ocasião foi difícil. Não entendo muito disso, nunca precisei me arrumar para encontrar os pais de um namorado. 

Acabei vestindo uma calça de moletom cinza, um tênis e uma blusa preta. A chuva agora caia lentamente, não está mais tão forte como quando acordei, o clima frio ainda predomina Seattle. Peguei uma blusa de frio marrom, o carro está com o ar condicionado ligado então não tem necessidade de eu usá-la agora.

Demora meia hora até chegarmos na casa dos pais de Tony, consigo ver três carros estacionados na frente da casa. O lugar é simples se comparado com o apartamento do Stark, uma grande porta marrom indica a entrada da casa, do lado esquerdo a garagem aberta e do direito uma enorme janela coberta interiormente por uma cortina de cor bege.

Duas palmeiras pequenas preenchem a frente da casa, uma pequena escadaria de pedras brancas levam até a porta. A casa é de dois andares, uma grande sacada preenche o segundo andar, a mesma está decorada com inúmeras plantas. 

Sigo em frente em direção a porta, consigo observar uma porta pequena ao lado da garagem que provavelmente deve levar ao fundo da casa. Tony me segue, está do meu lado e parece um tanto nervoso. Engraçado, era eu quem deveria estar nervoso. 

Começo a pensar, o que os pais dele vão achar de mim? Espero que não se importem muito com a minha condição financeira, nem com o que eu faço da vida. Será que vão me achar pouca coisa? Torço para gostarem do meu visual, honestamente não me acho muito bonito. 

— Por favor, não leve a sério nada do que a minha irmã te disser. — Ele para de andar e então olha para mim, observo ele mexer os lábios com desconforto. Uau, ele realmente não queria estar aqui. 

— Relaxa um pouco, é só um jantar. — Digo a ele e dou um rápido beijo em seus lábios. Tony concorda indiferente e nós continuamos andando. 

Ele aperta a campainha assim que estamos na entrada, ouço passos do lado de dentro da casa. Rapidamente, a maçaneta se mexe e a porta abre, revelando uma moça que eu chuto ser a irmã de Tony. 

— Oiê, Tô! Que saudade de você. — A morena pulou nos braços de Tony com um sorriso enorme no rosto, no começo ele ficou sem graça mas depois retribuiu o abraço. — Você tá com a mesma cara de cansado de sempre, continua acordando cedo e dormindo tarde? 

Nesse momento, Riri estava com as mãos no rosto de Tony, observando cada detalhe e rindo da expressão de indignado que ele fazia. 

— Tudo bem, pode parar. — Tony murmurou segurando um sorriso, céus, nunca tinha visto ele ficar sem jeito. Fica tão bonito desse jeito. — Riri, esse é o Peter. Peter, essa é Riri, a minha irmã. 

A morena olha para mim e consigo ver seus olhos, eles são castanhos assim como os de Tony, estão brilhando de animação. Riri joga o cabelo para trás do ombro e me puxa para um abraço, retribuo e Tony pisca para mim. 

— Não sabe o quanto estou feliz por te conhecer. — Ela fala abrindo um sorriso de orelha a orelha, sua alegria logo me contagia e todas as minhas inseguranças são jogadas de lado. — Vem, entrem. 

A sala de estar era como a frente da casa, simples mas bem decorada. Um sofá branco de três lugares ocupava a maior parte do espaço, ao lado dele uma mesinha de madeira também branca com um vaso de flores em cima. A parede de frente para o sofá era ocupada por uma televisão de tela plana. 

— Que bom que vieram. — Uma mulher disse aparecendo na sala, estava vestindo um vestido florido com um avental por cima. Reconheci ela na hora, é Maria Stark. 

Ela veio até Tony e o abraçou como se não o visse a meses, analisou o rosto do filho e fez um carinho em seu cabelo. Era visível o afeto que Tony sentia por ela, dava para ver em seu olhar. Maria se virou para mim e abriu um sorriso igual ao de Riri, retribui. 

— E você deve ser o Peter. — Ela falou enquanto me abraçava. — Tony falou muito de você, dá pra ver que é tão bonito quanto ele descreveu. — Maria murmurou me olhando e fiquei vermelho, então ele disse coisas de mim para ela? 

Olho de relance para Tony e ele está vermelho como eu, que ilário, está envergonhado. Então era por isso que ele não queria vir? 

— Vamos para a sala de jantar, a comida está quase pronta. 

Segui a mãe de Tony que a sala de jantar, estou surpreso com o quanto a casa é simples. Não tem móveis de luxo, louças caríssimas nem objetos de grande valor. 

No caminho para a sala de jantar passamos por um corredor com alguns quadros da família, consigo notar um com Tony, Maria, Riri e mais um homem. Deve ser Howard, o pai de Tony. Me pergunto por que ele não está aqui… 

— Querem beber alguma coisa? Um vinho? — Maria oferece e concordo com a cabeça, sento-me na mesa em frente a Riri e ao lado de Tony. A sala de jantar é composta por uma mesa de mármore escuro e seis cadeiras, alguns vasos de plantas preenchem o local. 

— E então, Peter. Soube que se formou recentemente na universidade, sabe o que vai fazer agora que já tem seu diploma? — A morena pergunta com um sorriso de canto.

— Eu estava planejando procurar por um emprego, mas eu consegui uma vaga em uma editora hoje mesmo. 

— Nossa, não vai nem tirar umas férias antes?

— Vou visitar minha tia em Tacoma amanhã. — Respondo para Riri, nesse momento consigo notar Tony se virando para mim. Esqueci de mencionar esse detalhe para ele, será que vai se importar?

— Quando ia me contar isso? — Ele sussurrou para mim, seu tom de voz sério e autoritário. 

— Talvez amanhã quando eu estivesse de saída. — Dou de ombros e sinto ele me fuzilando com os olhos, achei que tinha sido claro quando disse que não pretendia avisá-lo ou pedir permissão para sair. — Está bravo comigo?

Ele sorriu falsamente, aquilo me deu medo. Seus olhos não desgrudaram dos meus, ele comprimiu os lábios e colocou a mão sobe a minha perna. Olho de relance para Riri, ela está ocupada mexendo no celular.

— Muito. — Tony responde e desvia o olhar, que babaquice. Ele não tem que me avisar quando vai sair para algum lugar ou fazer alguma coisa, por que eu tenho? 

Você é o submisso dele, idiota. Penso e ajeito minha postura na cadeira, me sinto desconfortável em pensar nisso. 

Para meu alívio, Maria volta e trás em suas mãos uma garrafa de vinho, olho para a garrafa e me lembro que tem uma igual na geladeira de Tony. Ela coloca um pouco em uma taça e me entrega, dou um gole no líquido roxo e sinto seu gosto doce e suave. 

Maria sumiu logo depois de servir Riri, a morena apreciava o vinho da mesma forma que eu. Tony apertou minha coxa, olhei para ele e novamente ele me fuzilou com o olhar. Ele tá de brincadeira?

— Pode parar, por favor. — Sussurrei para ele, tentando não chamar a atenção de sua irmã. Ele não vai me fazer passar por isso aqui.

— Não posso, você me estressou. — Ele rebate e dá outro sorriso forçado, parece um psicopata quando sorri dessa forma. Está tentando pôr medo em mim? 

Logo Maria estava de volta, trazendo com sigo dessa vez uma enorme panela. O jantar então foi servido, risoto de camarão. Confesso que estava esperando um prato muito mais sofisticado, agradeci aos céus por não ter sido assim. A simplicidade deles me cativou, é estranho saber que Tony foi criado de forma simples e prefere viver em um apartamento luxuoso.

Se bem que ele não deve ter sido criado de forma simples, a Indústria Stark sempre rendeu milhões de dólares desde que o pai de Tony a assumiu. A casa é simples, mas a forma como ele deve ter sido criado não. Foi uma maravilha conversar com Riri e Maria, ambas são muito extrovertidas e falantes. 

Tony com toda certeza não puxou a mãe, mal falou durante todo o jantar, estava ocupado me apertando por debaixo da mesa. Maria disse que ele e Howard são iguais, ambos começaram a trabalhar cedo e sempre foram muito inteligentes e exigentes. 

Quando questionei o por que de Howard não estar presente o clima pesou, Tony desviou o olhar, Riri deu um sorriso amarelo e Maria pareceu envergonhada. 

— Está viajando a negócios. — A mulher respondeu, mas eu não acreditei naquilo. Estava claro que era mentira, só não entendi o motivo. 

— Quer conhecer a casa? — Tony perguntou para mim, mudando de assunto. Assenti indiferente e nos levantamos, ele pegou na minha mão e me levou até um corredor que dava para uma escadaria, a mesma levava até o segundo andar. 

Subimos e me deparei com outra sala de estar, esta tinha um sofá de três lugares que ficava de frente a uma lareira de tijolos. Uma mesa de centro com algumas revistas, um tapete branco que cobria metade do piso. 

Tony seguiu em frente e eu acompanhei ele, entramos em outro corredor e ele parou em frente a primeira porta. Ele girou a maçaneta e abriu, entrou primeiro e eu fui logo em seguida. 

— Este era meu quarto. 

As paredes eram de cor cinza, uma cama estava no meio do quarto. Um guarda-roupa ocupava metade da parede direita, dando espaço apenas para uma porta que levava ao banheiro. Na parede esquerda estava uma escrivaninha com vários porta-retratos em cima, me aproximei para ver melhor as fotos.

Uma continha Tony sozinho, ainda era adolescente, estava de pé e com um sorriso enorme no rosto. A barba estava começando a crescer, tinha o mesmo corte de cabelo de atualmente. Outro continha ele com uma chave nas mãos e um carro vermelho-cereja no fundo, parecia tão animado.

— Foi quando ganhei meu primeiro carro, um Opala. 

Sorri para ele e fui para a próxima foto… Era Tony, estava de terno preto e aparentemente já tinha passado da adolescência. Tinham várias pessoas no fundo, deveria ser uma festa, na imagem ele está dançando com uma mulher. Ela tem cabelos loiros, está com um vestido lilás, Tony está sorrindo para ela na foto.

Quem é essa moça? 

— Sua amiga? — Pergunto para Tony, ele ainda estava encarando sua foto com o Opala. Ele pega o porta-retrato e arregala os olhos, sua boca treme e então suas mãos também. — O que foi?

Ele está imóvel, suas sobrancelhas estão arregaladas e agora seus olhos não saem da imagem. Tony parece espantado com o que está vendo, vejo lágrimas descendo de seu rosto enquanto ele aperta a moldura com raiva. 

— Isso não deveria estar aqui. — Ele diz seco, não há nenhuma emoção em suas palavras mas inúmeras em seu olhar. Penso em tocar nele, mas quando levanto minha mão ele atira o porta-retrato contra a parede.

O vidro quebra e vários cacos se espalham pelo chão, a moldura cai no piso e a foto também. Tony estica a mão e pega ela, rasga a mesma em pedaços e depois as joga no chão novamente. 

— Vamos embora. — Ele ordena e sai do quarto, ouço seus passos firmes descendo as escadas. Não consigo me mexer, ainda estou tentando processar o que acabou de acontecer.

O que foi isso? Quem era aquela mulher? Por que ele ficou assim? 

Pisco algumas vezes e dou uns passos para trás, saio do quarto e fecho a porta. Quando olho para trás, encontro Riri me olhando confusa. 

— O que aconteceu? — Ela me pergunta, não sei te responder, estou questionando a mesma coisa nesse momento. 

— Tinha uma foto lá. — Aponto para o quarto. — Tony e uma mulher. 

— Merda. — Riri murmura e passa a mão pelos cabelos, parece preocupada. Por que ela está preocupada? Eu deveria estar também? — Ele não te falou. 

No andar de baixo, consigo ouvir Tony gritando alguma coisa com a mãe. Não dá pra ouvir muito bem o que é, mas dá pra notar que ele não está nada contente. 

— Quem era aquela mulher? 

— Eu realmente não sei se deveria te falar sobre isso, mas provavelmente ele vai te contar quando forem embora. — Riri veio até mim e pegou na minha mão, ela abriu a porta do quarto de Tony e me puxou para dentro junto com ela. — Se caso ele não te conte, não diga que eu te falei, por favor. 

Ela fecha a porta e me sento na cama, começo a pensar que realmente era melhor eu ter ficado em casa. 

— Quando Tony se tornou presidente da Indústria Stark ele conheceu uma mulher, a Pepper. Ela era secretária do meu pai e então passou a ser a de Tony. Eles se envolveram depois disso, ele disse que estava apaixonado por ela e então eles começaram a namorar. Meses depois se casaram, o papai e a mamãe acharam estranho mas não falaram nada, nunca tínhamos visto o Tony tão feliz.

"Depois do casamento nós notamos umas mudanças neles, Tony começou a ficar mais autoritário, mais sério e reservado. Pepper também, mas ela ficou muito mais estranha do que ele. Você tinha que ver, ela não podia falar sem a permissão dele, não podia fazer nada sem dizer a ele antes. Era como se ela precisasse da permissão dele para funcionar, super esquisito. Também teve uma vez em que eu fui visitá-los e acabei encontrando a Pepper saindo de um quarto todo estranho, ele sempre ficava trancado quando íamos visitá-los. Não deu pra ver muita coisa, mas deu pra notar que as paredes e o chão eram todos vermelhos. Tinha também algumas coisas na parede. Você já entrou lá?"

Ela está falando do quarto de jogos, então ele existe a muito tempo. Caramba, Tony já foi casado! Como eu nunca soube disso!?

— Não fazia ideia que Tony já foi casado. — Foi a única coisa que consegui dizer. Eu não deveria estar tão surpreso, ele já mencionou que teve outros submissos. 

Mas ele se casou com ela antes, por qual motivo? 

— É porque o casamento não terminou bem, por favor não diga a ele que eu te contei. Pepper sofreu um acidente uma vez, não me lembro o dia, mas foi grave. Ela quebrou a perna e o braço, nunca soubemos ao certo o que aconteceu. Tony se divorciou dela depois disso, também nunca entendemos o motivo. Pepper sumiu do mapa depois que se recuperou, e Tony nunca mais se envolveu com ninguém. Ninguém até você.

Puta merda! 

— Mas não tem nenhuma foto do casamento deles juntos. Absolutamente nada? — Questiono confuso, Michelle foi fundo na internet para encontrar todas as informações possíveis dele para o artigo, e nunca achou nada sobre ele ser casado. Nunca vi nenhuma foto em uma revista…

— Foi uma cerimônia apenas para a família, Tony não queria expor a Pepper para a mídia pois sabia que a privacidade deles seria invadida por paparazzis e jornalistas. Eles nunca iam a eventos juntos, e quando iam falavam que eram apenas amigos. Minha mãe guardou algumas fotos deles juntos e do casamento, mas depois que eles se divorciaram Tony fez ela queimar todas. Minha mãe mencionou para mim que tinha colocado uma foto aqui, mas isso foi há uns sete meses. Ele só deve ter visto hoje.

Essa mulher deve ter mexido com ele, por qual outro motivo ele se casaria com uma submissa? Mas Riri disse que ele não era assim antes de conhecê-la, então foi ela quem apresentou esse "mundo" para ele? Foi ela quem fez dele um sadomasoquista? 

E por que eles terminaram? O que ele fez com ela? 

— Eu preciso ir. — Murmuro para a morena e me levanto, Riri diz alguma coisa mas eu não presto atenção. Quando volto ao andar de baixo, Tony está no sofá com o rosto escondido nas mãos. — Podemos ir? — Pergunto, ele não olha para mim, apenas se levanta e vai até a porta. 

Deveria ter me despedido de Maria, ela foi tão doce e gentil comigo, mas quando penso nisso já estou dentro do carro seguindo de volta para casa. Tony não fala nada durante o caminho, olho para ele algumas vezes mas ele não dá atenção.

Seus olhos estão marejados, ele parece perdido nos próprios pensamentos. Queria poder perguntar o que aconteceu com ele e aquela mulher, mas acho que não é o melhor momento para isso. 

O Audi para em frente ao meu apartamento, me despeço de Tony mas ele parece não me ouvir. Salto de carro e fecho a porta, assisto o veículo desaparecer enquanto avança na rua. Que maravilha, não poderia ter sido um jantar normal? 

Entro em casa, deixo minha blusa sobre o sofá e fui direto para meu quarto. Minha nossa, tenho tanta coisa para pensar. Não sabia por onde começar, se era pelo novo contrato ou pela ex esposa de Tony. Queria muito saber o que aconteceu entre eles para ele ter ficado tão estranho ao ver aquela foto.

Pesquisar "Pepper" no Google não ajudou muito, pelo menos não no começo, depois tentei por "Pepper Indústria Stark". Não encontrei muita coisa interessante, apenas fotos dela em alguns eventos da Indústria. Nenhuma foto dela com Tony, nenhuma reportagem, nenhum site de fofoca mencionava o relacionamento deles. 

Desisti daquilo, pelo menos por enquanto. Nem me dei ao trabalho de mexer no contrato, não queria ler regras e analisar coisas hoje. Dormir foi a minha melhor opção. 

Continua...