História Filha dos deuses. - Vivendo

Magnolia, 07h40minh da manhã...

Quando você chega ao colégio você não espera nada mais do que ser recebido pelo vento fresco da manhã, enquanto anda pelo pátio relativamente cheio, e pelo murmurinho das ‘panelinhas’ espalhadas pelo local enquanto espera o bater do sinal avisando sobre a entrada para as salas de aula. Mas nunca se espera ouvir seu nome ser berrado para que o mundo todo, até mesmo todo o espaço, possa ouvir.  Ser recebida dessa maneira é algo absurdamente vergonhoso e desagradável, primeiro porque todos te olham te tornando assim o centro das atenções e segundo:  você passa a ser o assunto do dia.

Não reclamando da vida nem nada parecido, ou talvez um pouco, mas ela já era o centro da atenção só pelo fato de ser a aluna nova “estranha mais gata” do colégio. Por que raios ela teria que passar por situações desse tipo? O que ela fizera de ruim para que nenhum deus permitisse sua sorte por um único dia sequer?!

Ela não sabia mas tinha certeza que não fez nada, absolutamente nada.

“Talvez só o fato de você ter nascido já os revolta  – a voz em sua cabeça soou risonha.

Ela estava a debochar de si.

‘ Se eu pedisse para sumir... você sumiria? ‘ – perguntou amigavelmente falsa.

“Mas é claro – Lucy sorriu com a ideia do silencio de sua consciência – que  NÃO! – gargalhou. Enquanto isso o sorriso da Heartfilia diminuía gradativamente.

Iria responder sua “eu” se não tivesse sido interrompida por outro escandaloso berro por seu nome.

Atraindo novamente a atenção de todos aqueles que não a olharam de primeira vez.

Ela só queria no momento ser um avestruz, ou pelo menos ter magia de transformação, para que pudesse enfiar sua cabeça em um buraco. Ahh, como ela queria ser capaz disso.

– Tsc.

O barulho fez com que a loira lembrasse da pessoa ao seu lado. Minerva estava a sua direita com uma feição enfezada. Ela não gostava de barulhos, principalmente pessoas barulhentas.

Jurava que se o estúpido rosado não parasse de gritar ela mesmo daria um jeito ao qual o Dragneel não conseguiria abrir a boca nem para comer. Sorriu só de imaginar.

Um arrepio passou pelo corpo da loira que olhava a Orleand com medo. A morena estava com uma aura assustadora a sua volta.

– LUCEEEEEeeeee – o terceiro berro ecoou pelo local; na testa da loira como na da morena uma veia saltou.

Natsu que vinha em direção da loira ainda gritando, ao ver as feições a sua frente, foi diminuído o volume até que mais nenhum som saia de sua boca.

Ele olhava Lucy duvidoso. Não sabia qual seria a reação da loira consigo, mas sabia que pelo modo como a Heartfilia o encarava não seria uma coisa boa.

Minerva se recusou a continuar ali. Sabia que não tardaria para que o rosado de orbes escuras voltasse a fazer escândalos.  Ela não o conhecia direito mas os poucos momentos que passou com ele já era o suficiente para saber que silêncio e Natsu Dragneel nunca estariam no mesmo local. Ou era o silêncio ou o rosado mas nunca os dois juntos. E ela, bom ela preferia o silêncio calmo e suave que descansava sua cabeça ao berros e barulhos que o filho do dragão do fogo trazia  com sua presença. Então não pensou duas vezes antes de virar de costas para os dois e seguir caminho para sua sala de aula a qual se encontraria vazia por conta do horário.

–  Na-tsu – Lucy chamou pelo rosado pausadamente o fitando enraivecida.

O rosado um pouco lerdo deixou escapar a raiva por parte da loira e sorriu se aproximando.

Quando percebera fora tarde. A Heartfilia já estava a sua frente segurando entre o polegar e o indicador sua língua. Natsu Dragneel a olhava surpreso e temeroso. Sentia a unha afiada da loira a lhe ferir. – Natsu meu queridinho mago vermelho eu tenho que lhe dar algo em troca por seu incrível trabalho – falou cínica, o rosado a olhou sem entender – Aquele de fazer com que todos do planeta e até do universo saiba meu nome. – explicou – Você merece um presente – falou malignamente dando certo medo ao mago do fogo.

– Talvez arrancar essa sua língua demoradamente e depois embrulhar em um papel de presente seria um belo presente para lhe dar! – falou pensativa, por fim olhando sugestivamente o rosado. Este já suava só de imaginar alguém lhe arrancando a língua.

– A mama é tao axustadora! – a vozinha infantil soou pelo local fazendo com que Lucy parace de fitar Natsu e começasse a procurar de onde veio o som.

Ainda segurando a língua do Dragneel em mãos olhou por todos os lados parando por fim na bola de pelo azul que se encontrava somente com a cabeça para fora da mochila.

A Heartfilia olhou incerta para Happy e depois para o dono do azulado. Natsu tentava sorrir, gesto que não estava a dar certo já que sua língua se encontrava para fora de sua boca.

– Por que a mana esta a xegular o papa decha manera? – perguntou o pequenino passando a pequena pata felpuda em seus olhinhos.

– NATSU! Ele fala! – falou com espanto soltando a língua do mago.

Natsu sorriu descontraído enquanto acenava que sim com a cabeça.

Como era possível?  Essa era a pergunta que se fazia.

Como?

O bichano por acaso seria um ser mágico? Ahh sim ele com certeza deveria ser. Porquê se ele fosse um gato normal ele não falaria ou falaria? Afinal gatos poderiam falar ou não? Se Happy podia falar e entendê-los isso podia significar que Mel também poderia entendê-la e falar com ela? Ahhhhh! Ela não  sabia a resposta de nenhuma pergunta.

E Natsu não a estava a ajudando entender.

Em alguma floresta de Magnólia ...

O quarteto  estava a acordar. Depois de terem ajeitado a esverdeada e visto sua saúde uma ultima vez naquela noite, eles jantaram algumas frutas e se arrumaram para dormir.

A noite foi tranquila e Jade não tivera nenhum problema. O que foi um alivio para todos que cuidavam dela.

Por volta das nove da manhã  Toshiro acordou, primeiro que todos. Seguiu para a cama velha onde a esverdeava se encontrava. Seu corpo se retesou, seus olhos se arregalaram ao ver em sua frente a garota ainda deitada dormindo profundamente como se nem sentisse seu corpo ser envolto de raízes. 

Naquela manhã mas um grito por parte de Toshiro foi ouvido.

Os outros três que ainda dormiam acordaram assustados já se pondo em pose de luta.

Ayla foi a primeira a se situar e seguir para perto da Azulada que ainda se encontrava assustada. Quando a ruiva chegou próxima o bastante para ver o porque do susto da menor, percebeu do que se tratava e também se pegou surpresa.

Os meninos que estavam por trás também se assustaram com o que viram.

– Mas que merda é essa? – perguntou Hiroi para Ayla que se aproximara mais uma pouco da cama.

Em suas mãos uma luz alaranjada apareceu, era um  feitiço simples que a ruiva estava a utilizar. Com a palma da mão aberta Ayla passava por cima do corpo da esverdeada  coberto de raízes. O feitiço era o mesmo que usará na noite passada para ver a saúde da garota.

Quando por fim terminou, olhou para as três pessoas que a encaravam curiosos. Queriam saber como a garota de madeixas verdes estava e o que era aquelas coisas  e o que estava a causar na pequena desconhecida.  A resposta para a segunda pergunta era simples era só olhar atenciosamente para se reconhecer como a “raízes da vida”.

– Primeiro ela está bem. Segundo isso que vocês veem são sim raízes, caso estejam com duvidas. São chamadas de raízes da vida. Há muito tempo pessoas antigas criam que uma certa deusa criara uma magia que cuidava da vida daqueles que estavam morrendo. Era um povo antigo que já se foi extinto. Eles não estavam errados. Essa magia realmente foi criada mas ninguém sabe de fato se fora a própria natureza e sua vontade de proteger ou se foi uma deusa que criou. A raiz da vida só protege a vida daquele que tem um destino importante para a historia do universo e que não pode morrer sem vivê-lo.

– Isso significa – começou a azulada.

– Que a bela adormecida não e uma mera pessoa e sim alguém muito importante. – terminou Hiroi pensativo.

– A raiz está a mantendo viva! – afirmou para si mesmo , Jhon, que observava a esverdeada dormindo tranquila.

– Não esta só a mantendo viva como também está a curar seus ferimentos. – respondeu Ayla.

A missão que está garota carrega em suas mãos deve ser importante demais para que o próprio universo a deixasse morrer. Pensou a ruiva enquanto caminha para fora da cabana. Precisava  respirar.

Magnólia 10h05min...

Estavam em seu horário de intervalo, tempo livre antes que voltassem para o inferno.

Natsu estava a brigar com Lucy por conta da missão que a loira iria fazer com o grupo de Minerva. Este se resumia em Sting, Rogue, Yukino. Havia outro dois membros do grupo mas este estavam em missão. É claro que o rosado não gostou da ideia da amiga ir em missão com antigos membros da sabertooth – outro colégio e guilda mágico. Ela não entendia qual o motivo da rixa entre os dois grupos – não era só Natsu revoltado com a idéia, Erza, Gray, Levy e Juvia também estavam de cara fechada com ela.
Mesmo que perguntasse o porque de não gostarem do grupo de amigos de sua guardiã mil vezes, mil vezes eles não responderiam. Parecia se tratar de um assunto tabu. Assunto qual ninguém quer ser o culpado por o trazer a tona. E isso a revoltava.

Mas ela os entendiam, afinal ela também tinha mais segredos escondidos do que verdades ditas para eles.

Então para mudar o assunto e não os colocarem em uma situação chata e para que  também poupasse seus ouvidos de tantos falatórios, ela sorriu e perguntou ao rosado por Happy fazendo assim todos começarem a falar sobre a bola de pelo e seu dom em falar.

Mais a noite casa dos Strauss.

Mirajane a albina gentil, ajudante do mestre e maga classe S, de olhos azuis e face angelical, estava a fitar seu irmão esperando a resposta do mesmo. Havia lhe contado que a albina menor estaria voltando dentro de dois meses.

A princípio o homem alto não sabia que reação ter a não ser ficar parado surpreso sem conseguir pronunciar uma palavra se quer, mas depois que o choque da surpresa passara o único sentimento que restara era a preocupação.

Sua irmãzinha estava  voltando para casa, isso era ótimo mas, como as coisas ficariam depois de sua volta?
Como ele reagiria com a sua volta? Ela o tratou tão mal da ultima vez, antes de sua partida. Os amigos queria a cabeça albina como enfeite. Ok isso era naquela época, mas e agora? Ele a aceitaria de volta em sua vida?

Uma coisa Elfman esperava com todas as suas vontades: que tudo ficasse bem com a volta da Strsuss menor.