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História Filho da Lua - Prologue


Escrita por: WHYVVMIN

Notas do Autor


[graças a deus voltando com mais vmin pra esse site]
Então gente, queria dizer que tô muito animada pois vmin + supernatural = eu apaixonada
foi inspirada em várias lendas, não somente uma, então não estranhem se ficar tudo misturado (?)
queria agradecer a capa para a sextop, não a conheço, a capa foi pedida por uma amiga minha, mas MUITO OBRIGADA!!
E a Lia também, pois foi ela que pediu a capa por mim rs
E Bianca minha namorada por SEMPRE me apoiar, independente de tudo, e também pela sinopse. Você sabe que essa fanfic é pra você, huh?
**A fanfic está marcada como +18 pelo yaoi, NÃO tenho planos para colocar lemon, ok?

Tenham todos uma boa leitura!

Capítulo 1 - Prologue


O olhar distante do loiro analisava as ondas revoltas do mar a sua frente. Pelo horário, a maré já estava alta o suficiente para acertar com força as rochas altas, e espalhando a água salgada para todos os lados. O vento forte de fim de tarde acertava em rajadas constantes o corpo desprotegido do jovem – mas já estava acostumado com o clima da cidade, portanto não via necessidade alguma de mudar os trajes. A camiseta branca de tecido fino e a bermuda jeans lhe bastavam.

Os dedos dos pés estavam enterrados na areia fofinha e gélida, lhe causando uma sensação boa pelo contato – mesmo que depois fosse ter muito trabalho para limpar as unhas cheias de terra. Os cabelos descoloridos tinham os fios embaraçados pela ventania praxe de fim de tarde, e o cheiro da maresia ficava cada vez mais impregnado em seu corpo. As mãos estavam apoiadas atrás do corpo, sustentando o peso de forma desleixada, enquanto bem sentado sobre o tronco de madeira do que já foi uma bela árvore um dia.

Os orbes castanhos analisavam o movimentar das ondas, indo e vindo, trazendo consigo alguns peixes desorientados – pela claridade da água, conseguia praticamente ver o fundo. Sentia-se realizado quando conseguia um tempo apenas para apreciar a imensidão de águas cristalinos – raras as oportunidades visto que estudar e trabalhar não lhe davam tempo livre. Fechou os olhos com uma nova rajada de ar contra o rosto, sentindo alguns grãos de terra se espalharem sobre a tez de seu rosto, e quis rir pelo gosto estranho que ficara na boca.

Limpou a palma das mãos na bermuda jeans e logo ajeitara os fios bagunçados, encarando o relógio de pulso que usava – analisando que já estava mais que na hora de voltar para casa. Seu pai – provavelmente – já estava a preparar a janta, e o Kim mais novo não queria deixar tudo nas costas do velho Junsu. Respirou fundo uma última vez – sentindo o cheiro gostoso da maresia – fechando os olhos para apreciar daquele momento único.

Estava prestes a abrir os olhos e caminhar até a casa pequena que dividia com o pai, quando escutou o canto doce lhe preencher os ouvidos. A voz cantarolava algo baixinho – mas o timbre doce e melodioso o inebriava. Abriu os olhos exasperado, procurando o dono da voz que lhe adentrava aos ouvidos, mas no momento em que os abriu, o canto cessou, e novamente a única coisa a ser ouvida era o barulho das águas remotas. Analisou toda a praia – notando que estava praticamente sozinho ali – e por um momento se sentiu até idiota em cogitar a ideia de que alguém estava cantando para si.

Levou-se do tronco seco, dando palmadinhas nas roupas para retirar o excesso de areia, e passou a caminhar em direção a casa – a poucos metros da orla. Encarava o mar a seu lado – a medida que se afastava das águas cristalinas – perguntando-se caso seu amor pela música estava a lhe deixar louco.

As praias de Busan não eram muito movimentadas durante as tardes – apenas finais de semana em família – portanto estava quase vazio. Apenas alguns pescadores – amigos de profissão de seu pai – que atracavam os barcos pequenos no caís, retirando as caixas de isopor com o sustento de dentro das embarcações. Acenava para um ou outro que conhecia, ouvindo um ‘hey, marujo’, sorrindo amigavelmente para os tios pescadores.

Taehyung fora criado apenas pelo pai, e desde que se entendia por gente, o velho Kim era pescador. Adorava a profissão – que inicialmente fora apenas um hobby de fim de semana – e arrastara o filho para Busan – visto que a cidade natal dos dois era Daegu – afim de dedicar sua vida a pescaria. O loiro perdera a mãe muito cedo, por isso não tinha muita ideia de como a jovem Mirae era, mas admirava a forma boba com a que seu pai falava da mulher. Assim como contava das inúmeras experiencias com pescador.

Hoseok – seu melhor amigo – que adorava escutar todas as lorotas do velho Kim, deliciando-se com as estórias sobre sereias e lulas gigantes que o tio Kim havia encontrado em suas várias viagens. Mesmo sendo filho de pescador, Taehyung nunca acreditara em nenhuma das estórias contadas pelo pai, sempre se deliciando em ver a empolgação de Junsu, mas não colocando fé em nenhuma das palavras que escutava. Não acreditava ser rude ou esnobe, apenas uma pessoa muito centrada; Hoseok o achava chato.

Adentrou a casa modesta, sentindo o cheiro delicioso da comida do pai logo na porta de entrada. Limpou os pés no tapete de entrada, tomando cuidado para não espalhar areia pela casa impecavelmente limpa – o complexo de limpeza de seu pai as vezes era surpreendente até para si mesmo. Caminhou em direção a dispensa, lavando os pés com a pequena torneira que continha ali, pulando pela cerâmica bege até chegar a cozinha.

Kim Junsu era um homem na casa dos seus cinquenta e cinco anos – possuía os cabelos grisalhos e corpo um pouco forte para a idade, devido a mão de obra de seu trabalho. Com as mesmas características faciais de Taehyung, porém afetadas pelo tempo; barba por fazer e altura media – sendo menor que o filho uns bons centímetros. Quando jovem, administrava uma empresa em Daegu – sendo essa de posse dos avós de Taehyung – mas sabia que não era isso que queria, principalmente depois da morte da esposa, então resolveu seguir seu sonho, mesmo com as dificuldades em cuidar de um filho sozinho.

Taehyung sentia-se grato em ter um pai tão bom e dedicado quanto o senhor Kim, e seguia à risca os conselhos do velho; nunca desistir dos sonhos. Na flor da sua juventude – com seus dezesseis anos recém completados – Taehyung estudava na escola local, e trabalhava de meio período na loja de conveniência do posto de gasolina, não muito longe de casa. Às vezes, quando tinha os dias de folga, ajudava o pai na pesca – adorava passar um tempo no mar, e compartilhar da emoção com o pai era melhor ainda.

Deixara um beijo estalado na bochecha do pai – a pele tão bronzeada que o mais novo mal se lembrava qual o tom natural da tez alheia – e ouviu a risada rouca do grisalho, recebendo uma cotovelada nas costelas. No fogão, era preparado a janta dos dois – uma receita nova que seu pai tinha achado na internet, tudo com muito legumes e carne.

“Você estava na praia com essa roupa?”. – Ouviu a reclamação do progenitor enquanto revirava os olhos, sabendo que receberia um sermão pelo uso de poucas vestimentas. Ofereceu um sorriso sacana para o pai, encarando o ensopado que fervia dentro da panela. Enquanto o mais velho tomava conta da comida, Taehyung buscou os pratos e talheres, colocando tudo sobre a mesa.

“Não fiquei muito tempo lá”. – Justificou-se para o pai, colando todos os utensílios sobre a madeira – inclusive algumas panelas cheias de comida, que esfriavam sobre a pia. Junsu riu com a explicação do filho, tendo ciência que o rapaz tentava achar alguma desculpa para não seguir seus conselhos – ouviria ‘pai coruja’ até desistir de colocar juízo na cabeça do filho. Após desligar o fogo, pegou as luvas e caminhou com a panela até a mesa de jantar, depositando-a ali, ainda fervendo.

Taehyung adorava a comida feita pelo pai, poderia passar dias comendo na casa dos Jung, ou comprando refeições prontas na mercearia do bairro, mas o tempero de seu pai era único. Lavou as mãos antes de voltar a seu assento, pegando os hashis e provando de todos as receitas recém preparadas.

A ventania acertava em cheio as janelas de casa, e o som era gratificando para os dois homens naquela casa. Acostumados com o barulho do mar enquanto comiam, conversavam sobre as banalidades do dia. Como sempre, o senhor Kim contava as piadas sobre seus colegas de trabalho, e também as novidades sobre o Jung – pai de Hoseok – que trabalhava com o mesmo.

“Hoseok foi pescar hoje. Só que ele acabou prendendo a isca errada, e quase pesca um tubarão”. – Junsu contava em meio a gargalhadas, e Taehyung praticamente rolava de rir enquanto mastigava. O melhor amigo era um desastrado nato, e por mais que adorasse a ideia de desbravar o oceano – fosse velejando ou pescando – o rapaz sempre acabava em confusão.

“Ele deve ter pirado”. – Taehyung bebia de seu suco – tentando normalizar a respiração depois de tantas risadas – e seu pai o acompanhava, visto que já tinham terminado de jantar. Junsu rira ladino, travesso assim como o filho, encarando o jovem Kim com um ar de malícia.

“Pra ele não ficar traumatizado, contei que tinha sido uma sereia”. – O pescador apoiou os cotovelos na mesa, descansando os braços enquanto conversava com o maior. Taehyung gargalhara de novo, já sabendo que no dia seguinte seu melhor amigo iria lhe encher o saco – tagarelando durante toda a manhã que havia pescado uma sereia.

“Isso não se faz, senhor Kim. Hoseok acredita fielmente nisso, huh?”. – O loiro acabou entrando na brincadeira, levantando-se da mesa e retirando os pratos dali. O Kim mais velho sabia perfeitamente da obsessão que o amigo do filho nutria sobre os seres mitológicos das águas – e fazia questão de alimentar a cabeça avoada do Jung. Ajudou Taehyung a retirar todos os utensílios usados, e encostou-se a mesa, esperando o filho terminar de lavar para, enfim, secar a louça.

“E você sabe perfeitamente que é isso que adoro nele!”. – Alfinetou o filho, recebendo um revirar de olhos em resposta. Enrolou as mangas da camisa até os cotovelos e pôs-se a lavar a louça, ouvindo a risada do mais velho.

“Pare de pôr minhocas na cabeça de Hoseok. Amanhã ele não vai largar do meu pé”. – Chiou baixinho, como se de fato estivesse chateado com o acontecimento, mas adorava o Jung demais, não se importava muito com o modo avoado do ruivo. Sentiu os dedos cumpridos – e calejados – de Junsu contra as suas costelas, contorcendo-se pelo contato – e logo a gargalhada rouca ecoar pela cozinha pequena.

“Você é cético igualzinho sua mãe”. – O olhar cansado do senhor analisavam as expressões do loiro – o Kim mais velho detestava aquele cabelo desbotado – reconhecendo os traços da falecida esposa no rosto jovem de Taehyung. O mais novo encarou o pai por um curto período de tempo – notando a expressão cansada – e tratou de desconversar, pois sabia o quão sensível seu velho era em relação a esposa.

“Vai dormir, velho. Eu termino por aqui”. – Com a mão molhada, jogou um pouco de água sobre o rosto do menor, rindo de forma sapeca com a atitude infantil – o sorriso do filho era idêntico ao da esposa. Junsu acompanhou o jovem na risada, concordando que estava cansado demais para ajuda-lo naquela tarefa. Aproximou-se um pouco do filho, afastando os fios descoloridos e deixando um beijo na testa do rapaz.

“Eu te amo”.  – Murmurou ainda de frente com o rapaz, e o Kim sussurrou a resposta para o pai. Mesmo se passado anos, Junsu ainda o tratava como o garotinho de quatro anos que tinha problemas para dormir – ainda tinha, mas tentava não preocupar o progenitor.

Após se ver sozinho no cômodo, tratou de agilizar o serviço. Sempre dividiam as tarefas de casa, e tentava deixar o mínimo de trabalho doméstico para seu pai – sabendo que o mesmo já se cansava o suficiente no trabalho. Por isso tratara de secar e guardar toda a louça, para não ter mais trabalho posteriormente.

Concentrado nas tarefas, mal se dera conta que chovia o lado de fora. O inverno se aproximava, e as chuvas noturnas ficavam cada vez mais frequentes. O mar agitado e os animais nervosos em meio as ondas fortes. Taehyung admitia para si mesmo que odiava as chuvas de inverno, pois com elas vinham os trovões – o Kim não se orgulhava nenhum pouco da astrofobia.

Terminou o serviço na cozinha e tratou de fechar as portas – passando a tranca em todas as janelas – aproveitando para deixar o material de trabalho do pai já separado, para poupar esforços do mais velho. A brisa gélida já chegava dentro de casa, e pelos pés descalços o loiro podia sentir que a manhã seria nublada. Desligou todas as luzes da casa e caminhou para o quarto, onde repousaria um pouco mais de seis horas para então começar toda sua rotina mais uma vez.

Tomou um banho demorado – aproveitando-se do chuveiro elétrico. Vestiu a calça moletom surrada e a camiseta do nirvana, jogando-se contra seu colchão de forma despojada – ainda com os fios loiros molhados. Tentara distrair da chuva que engrossava cada vez mais do lado de fora. Lembrava-se vagamente que quando mais novo, o pai costumava cantar uma música de ninar para que ficasse calmo e conseguisse pegar no sono – mas não perturbaria o mais velho, respeitava o descanso do mesmo.

Fechou os olhos com força, já com a respiração desregulada pelo medo de a qualquer momento escutar o barulho que, para si, era tão pavoroso. Enfiou o corpo embaixo do grosso edredom – mesmo que o tempo estivesse seco – e tentou dormir daquela forma. Quando o primeiro raio cortou o céu, acabou dando um pulo da cama, assustado com o estrondo. Os fios já lhe grudavam a testa e a nuca perante a quantidade excessiva de suor que seus poros expeliam, e o coração martelava desesperado dentro da caixa torácica.

Enrolou-se mais uma vez no embrulho de cobertores, tentando distrair sua mente com qualquer coisa que fosse. Em outros dias, teria ligado para Hoseok, mas sabia que o amigo estaria dormindo àquela hora – principalmente por ter ido pescar durante a tarde. Concentrou-se em um ponto específico no chão, e logo seus ouvidos captaram o som calmo da voz que escutara mais cedo – doce e límpida, num acústico perfeito.

Taehyung já estava cansado o bastante para tentar decifrar de onde diabos a voz clara surgia, mas não iria negar a sensação de conforto que dominou seu corpo ao escutá-la. O desespero de antes fora tomado pela calmaria, e seus olhos pesaram de forma instantânea enquanto a música – desconhecida – lhe adentrava os ouvidos.

Era – obviamente – uma voz masculina, mas lhe era tão calma e doce que poderia jurar ser apenas um delírio; nunca havia escutado algo tão limpo antes. Já calmo e completamente sonolento, apenas aproveitava da combinação harmoniosa que lhe preenchia.

“O som do seu canto adentrando a profunda noite”. – Por alguma razão acabara sorrindo com as palavras doces – que pareciam ser proferidas ao pé de seu ouvido, mesmo que um tanto distante. Já estava satisfeito com a canção – seu corpo calmo e sua mente límpida como nunca antes – até que a voz se calou, lhe dando os sons apenas das ondas – um pouco mais calmas que antes. – “Durma bem, filho de Afrodite”. 


Notas Finais


joguei e saí correndo rs
peguem minha refência de 4 o'clock aí, beijinhos :*
Espero que tenham gostado e nos vemos no próximo!


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