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História Filhos da Maldição - Em um momento de loucura


Escrita por: moonofgold

Notas do Autor


O começo ficou meio parado, mas espero que vocês gostem!!

Capítulo 2 - Em um momento de loucura


  Eu não queria ser expulso de mais uma escola. Eu não podia ser expulso de mais uma escola.

  Ao todo eu e minha irmã já tínhamos sido “convidados a sair” de três escolas nos últimos três anos. Impressionante, não é? Geralmente eu não me importava muito com as mudanças, mas eu finalmente tinha começado a me adaptar, tinha até um amigo! Não queria perder tudo aquilo.

  Respirei fundo tentando relaxar. Eu estava sentado num banco do lado de fora do escritório do diretor. Eu me balançava de um lado e para o outro tentando não enlouquecer enquanto esperava ser chamado para uma conversa que eu sabia que terminaria comigo saindo daquela escola de vez.

  Tudo que eu conseguia pensar era a reação da minha irmã, ela adorava aquele lugar, ficaria tão decepcionada comigo.

 - O que aconteceu?

  Olhei para o lado a vi, Lily, minha irmã. Seus cabelos castanhos estavam mais despenteados que o de costume e estava ofegante, parecia que tinha vindo correndo de uma maratona. Ela tinha a expressão quase tão apavorada quanto a minha. Quase. Ela se sentou do meu lado esperando uma resposta.

- Eu não sei... – respondi.

 

  Aquilo era a verdade, eu não tinha a menor ideia do que realmente tinha acontecido.

  Tudo começou naquela manhã: eu estava esperando Tyler, meu melhor amigo,  do lado de fora do prédio da escola, para entrarmos na aula juntos. Ele estava demorando mais que o normal, então sentei nas escadas perto da porta de entrada. Olhei meu celular, tinha uma mensagem dele dizendo que ia demorar e que eu podia ir entrar sozinho na aula, então relaxei.

  Mas a minha tranquilidade durou pouco. Ela acabou quando eu os vi. Como sempre, eles estavam todos juntos, deviam ser uns oito garotos ao todo, eles gritavam e riam de tudo e todos que estavam na sua frente. Eles eram os meninos do nono ano, ou como eles gostavam de ser chamados: o Apocalipse.

  Sim, esse é o nome que eles escolheram. Só por esse fato você já pode ter uma ideia da capacidade intelectual deles, ou a falta dela. Mas, mesmo todos eles sendo acéfalos (quem não tem cérebro, para quem não sabe), eles comandavam a escola, ninguém se colocava no seu caminho, já que o grupo era formados pelos maiores e mais fortes brutamontes do ensino fundamental. E quando eu digo “maiores”, também quero dizer mais velhos, porque a grande maioria deles já tinha repetido de ano mais de uma vez.

  O líder deles, Pablo Peckens, tinha pelo menos repetido três vezes, ele era muito maior que a maioria dos professores, tinha bigode, barba e, sem exagero, ele deveria pesar uns 200 kg. Por ser gordo e ter a pele rosada, Pablo recebeu o apelido de Peppa Pig, mas ninguém o zoava se ele estivesse por perto, por que o ultimo garoto que o chamou de “porquinho”, bem, coisas ruins aconteceram com ele.

  No momento, Peppa estava zoando uma garota de maria chiquinhas que parecia estar quase chorando, a reconheci pelo penteado, era Luci Andreas, uma menina do sexto ano, que era a segunda pessoa favorita que eles gostavam de zoar. Porque, é claro que eu era o favorito.

  Vocês devem estar pensando: por que um menino tão legal e adorável como o Peter pode ser zoado?

  Bem, para começar eu sou muito, muito tímido, o que faz meu grupo de amigos serem a minha irmã e Tyler, além disso, eu sou do sétimo ano, e um menino mais novo, sem amigos, vira uma presa fácil. Mas até ai, nada demais.

  Segundamente, eu fui expulso da minha última escola porque minha mãe surtou. Literalmente. Ela achou que tinha visto os olhos do meu professor brilharem, então bateu nele, na verdade, ela deu uma surra nele e, é claro, que uma historia assim ia me seguir por onde eu fosse numa cidade pequena como a minha.

  Mas acho que a parte que faz eles amarem me zoar mais que tudo é: eu sou disfêmico, que é só um jeito mais educado de dizer que eu sou gago.

  Ou seja, eu sou um poço de diversão para o tipo de gente como Pablo Peckens.  E por esse fato, ele vinha andando na minha direção, me encarando.

 

- Bom dia, bichinha! – disse ele enquanto se aproximava.

 

  No momento em que ele começou a chegar perto de mais, o sinal bateu, mostrando que a aula ia começar. Obrigada Deus, pensei. Me virei, achando que eles me deixariam ir embora para entrar na escola.

  Ah, como eu estava errado.

  Tinha acabado de me virar quando senti um forte peso nas minhas costas, demorei para perceber que o imbecil tinha me chutado. Eu cai no chão, batendo meu braço com muita força. Me virei para conseguir vê-los, eles riam, e alguns deles me davam chutes na barriga. Olhei para os lados, procurando por ajuda, mas todos já tinham entrado na escola.

- Eu disse bom dia, gaguinho, a doida da sua mãe não te ensinou que é feio não responder? – falou Pablo.

  Uma onda de raiva subiu pelo meu corpo, me dando forças para me levantar e ficar a frente de Pablo.

- Bo, bo, bom dia! – eu tentei parecer valente, mas eu só consegui parecer mais idiota do que antes..

- Olhem só isso, apocalipse! Ele se levantou! – debochou Pablo, falando tão perto de mim que eu podia sentir seu bafo quente contra meu rosto. – Tem certeza que quer me desafiar, baixinho?

- E-eu não tenho medo de você! – menti.

- Você devia.

  Ele fechou a mão, e se afastou um pouco, eu estava preparado para receber uma surra daquelas, mas no momento em que ele ia me socar, algo o impediu. Era Tyler, que tinha entrado na minha frente e recebido o soco de Pablo por mim. Ele caiu no chão com um baque, e me abaixei para ajuda-lo.

- Tyler, voce está bem? - perguntei o ajudando a se levantar.

- Ora, ora, o aleijado defendendo o namorado! Alguém ja disse que vocês ficam lindos juntos? - debochou a Peppa. Logo em seguida deu um soco na boca do estômago de Tyler.

- Para! Deixa ele em paz!  - eu gritei,  eu não estava mais com medo, tudo que eu sentia era raiva. Não, era mais forte que isso, era ódio, como nunca tinha sentido antes. Me bater, era uma coisa, agora bater em Tyler... bater em Tyler é imperdoável.

- Como queira! - disse Pablo jogando Tyler no chão e se virando para mim.

  Naquela fração de segundo, enquanto me preparava para o impacto do soco de Pablo, pensei em todo mal que ele já tinha feito, pensei em todas as vezes que eu já tinha visto Luci Andreas chorar pelos corredores, em todas as vezes que eu me escondi no banheiro para não encontrar com eles e em todas as vezes que Tyler aparecia com um machucado novo e mentia para mim que só tinha caido.

  Tudo que eu podia pensar era em como eu odiava aqueles meninos, em como eu odiava o jeito que eles tratavam todo mundo, em como eu odiava toda aquela situação. Eu não ligava se eu apanhasse, só queria que eles sofressem o mesmo tanto que eles faziam essa escola sofrer.

Pablo vinha com o punho em minha direção quando eu gritei:

- Não! 

Bem, agora vem a parte bizarra. 

Meu grito não foi um simples berro. Quando eu gritei, senti uma explosão de energia sair de mim, me senti mais leve, não estava mais com raiva. Era como se toca raiva que eu tinha nutrido por Pablo tivesse sido liberada como meu grito.

 Mas não tinha me tocado do efeito do meu grito no outros até que, de repente, todos os menino do apocalipse cairam no chão, com as mãos tapando as orelhas. Alguns tinham sangue escorrendo do nariz ou da boca.

Dei alguns passos para trás, o que estava acontecendo?

- Por favor, para! – disse um dos meninos.

Olhei para ele, ele estava deitado no chão, se contorcendo.

- Eu, eu não estou fa-fazendo isso! - respondi, assustado.

Tyler me encarava, completamente assustado. Assustado, mas não parecia surpreso. Felizmente, ele era o único que parecia não parecia ter sido afetado. Já a situação dos meninos da Apocalipse não era nada boa.

Me virei e comecei a correr, eu precisava sair daquele lugar. Não parei de acelerar até chegar no banheiro. Me olhei no espelho, meu nariz estava sangrando, mesmo eu não tendo levado nenhum soco. Eu não podia ter feito aquilo, não é? Claro que não, como eu poderia ter feito uma coisa assim!?  Se bem que, quando eu gritei, eu senti como se eu tivesse os atacando.

Fiquei no banheiro,  encarando o meu reflexo até ser chamado pelo diretor, no auto falante.

- Peter Hayes, por favor encontre o senhor Yukimura na sua sala.

[...]

Contei todos os detalhes para minha irmã, que me encarava, perplexa.

- Não foi sua culpa, Peter. Nã tem como ter sido. Tudo isso só foi uma coincidência doida. - ela falou tentando me acalmar, mas não tinha certeza se ela acreditava que não tinha sido eu.

Naquele momento a porta do escritório se abriu e de lá saíram Pablo e dois dos seus amiguinhos junto com o diretor. Os garotos me encaravam com um certo... medo? Eles estavam com medo de mim?

- Sua vez, senhor Hayes. - falou o diretor, me convidando a entrar.


Notas Finais


E ai, gostaram?


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