História Finalmente meu - "Pare de chamar atenção."

Eu não disse uma palavra desde que entramos no barco. Eu estava sentada e apenas olhava para o movimento suave das águas. Porém, internamente eu estava surtando. 

Sasuke tinha me beijado.

Sasuke tinha me beijado.

ELE TINHA ME BEIJADO!

Ok, se acalma. Ele te beijou, mas o que isso significa? Será que nós... vamos ter algo a mais? Por mim a gente já estava casado, o problema é que ele não colabora. Tudo bem que: ele me beijou, mas e agora?

Olho pra ele disfarçadamente. Ele parecia concentrado no caminho que estavamos percorrendo. O que era bom, pelo menos um de nós estava prestando atenção em para onde estamos indo.

Suspirei pesado. 

"Sasuke, o que esse beijo significou pra você?"

Preciso falar com ele sobre isso... ou talvez não. 

Shanaroooo!

Estou confusa. Na verdade, eu não estou. Eu quero isso. Quero beijá-lo novamente. A questão é: será que ele quer repetir o beijo? Durante todo o caminho eu fiquei pensando sobre isso. A minha cabeça estava a mil.

 Como é que um simples beijo podia mexer tanto com alguém? Simples. O beijo tinha sido com Uchiha Sasuke, vulgo amor da minha vida. O cara por quem eu sou apaixonada desde criança. Se eu pelo menos pudesse saber o que ele pensa sobre isso e o que sente em relação a mim... 

Fui acordada para a realidade ao avistar uma ilha bem a nossa frente.

Minha nossa! 

Não que a ilha fosse bonita, mas caramba! Ele tinha um ar exageradamente sério. Se fosse outras pessoas no nosso lugar eu aposto que ficariam com medo. A ilha era envolta por uma densa névoa que a deixava com um ar sombrio, mas esse era o normal das ilhas do País da Água.

Me senti empolgada. Um leve frio percorreu a minha barriga. Seria uma grande aventura andar por esses caminhos enevoados junto a Sasuke. Eu não poderia estar em melhor companhia.

- Chegamos. - Tatsuy avisa. 

Ele guiou o barco até o Cais. Desembarcamos e eu logo pude ver que havia guardas por toda a costa. Eles estavam, estrategicamente, camuflados, mas se você chegasse mais perto era possível avistar alguns deles. Logo dois deles se aproximaram de nós.

- Shiba, trouxe companhia? - pergunta o guarda com uma voz séria. 

Ele olhou desconfiado de para nós.

- São dois amigos. Vieram me acompanhar. - Tatsuy respondeu com um sorriso amigável.

- De onde os seus amigos são? - pergunta o guarda para Tatsuy, mas seu olhar não saiu de nós.

- Somos do País do Fogo. Estamos apenas de passagem. - Sasuke respondeu tranquilamente. 

- Por quanto tempo pretendem ficar? - perguntou o outro guarda que estava calado, até então.

- Como eu disse anteriormente: estamos apenas de passagem. - Sasuke repetiu. 

Eles nos encararam por mais alguns segundos, mas logo se viraram e foram embora.

- Não fiquem chateados. Eles são bem rígidos com a segurança daqui. - Tatsuya falou para nos tranquilizar.

- Não estamos. Nós já esperávamos algo assim. - eu respondo me virando para Tatsuy. - Gostaria de uma ajuda para carregar essas coisas? - pergunto.

- Claro. Tem bastante coisa e eu preciso chegar logo ao mercado. - responde indo ao seu barco e descarregando algumas coisas.

Se nós o ajudasse íamos conseguir nos misturar. O que seria bom para afastar a desconfiança dos guardas. Sasuke pareceu seguir a mesma linha de pensamento, pois não contestou e apenas ajudou a carregar as coisas. Eu peguei algumas caixas que continham verduras e temperos e segui Tatsuy.

Andamos um pouco pela areia e eu vi Sasuke se virar rapidamente e olhar em direção a uma árvore. Ele ficou olhando para ela por um tempo, mas depois desviou os olhos e continuou a andar. 

Eu não cheguei a ver nada, mas senti um chakra, e já que Sasuke olhou para lá, então é por que havia alguém ali, mas esse alguém poderia ser um guarda, por isso continuei o meu caminho. 

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Adentramos no portão que dava acesso a vila local. Ajudamos Tatsuy a organizar as coisas que ele tinha trazido e depois nos separamos dele, mas antes combinar os a data da nossa volta com ele. Em três dias ele iria voltar para a Vila Oculta da Névoa, ficou decidido que nos encontraríamos com ele no Cais, no local onde ele tinha deixado o barco.

Eu e Sasuke iniciámos uma caminhada pela Vila. Tentamos não chamar muita atenção, mas isso não deu muito certo. Por dois motivos. Primeiro, eramos estrangeiros em uma ilha onde, provavelmente, todos se conheciam. Segundo, Sasuke não estava passando despercebido pelas garotas da ilha.

Eu me perguntava por que ele tinha que ser tão bonito. 

Inner Sakura:

- Maldita genética Uchiha.

╥﹏╥

Ele bem que podia ser só o básico. Nem muito feio e nem muito bonito para não dar trabalho. 

- Não se distraia. - Sasuke disse me olhando pelo canto dos olhos. - Mantenha os olhos abertos e fique alerta. Nós já fomos notados.

Realmente! Claro que já tínhamos sido notados. Se um moreno extremamente gato e gostoso andasse por aí eu também notarial, na verdade, é muito difícil não notá-lo.

- Aish! - exclamo com claro desconforto causado pela atual situação. - Você não está ajudando. - reclamo com raiva.

- O quê? - ele indaga franzindo as sobrancelhas.

Avistei uma barraca que vendia chapéus. Andei até ela, Sasuke permaneceu no mesmo lugar. 

- Eu quero esse. - digo com um sorriso maroto nos lábios, apontando para um dos chapéus. 

O vendedor prontamente me atendeu. Quando terminei a minha compra andei até Sasuke novamente. 

- Aqui. - falei colocando o chapéu sob a cabeça dele. - Vê se agora não chama tanta atenção. 

- Eu não estava chamando atenção. - ele resmunga, levantando os olhos em uma falha tentativa de olhar para o chapéu. 

Eu revirei os olhos e ignorei o comentário dele. Nós continuamos andando em silêncio, até eu quebra-lo. 

- Já sabe como nós vamos chegar até ao clã dos líderes? - perguntei

- Não. - ele respondeu. 

- Temos que pensar em alguma coisa. - digo. 

Ouço algumas conversas atrás de mim, assim que me viro eu vejo algumas garotas aos cochichos. Elas olhavam mais especificamente para Sasuke. Sabe... isso  não me agrada em nada, mas podia ser conveniente. Por isso eu deixei o meu ciúme de lado e olhei para Sasuke. 

- Sasuke-kun, eu tive uma idéia. - disse e ele me olhou como se perguntasse "Que idéia?" - Você vai odiar. - avisei de antemão.

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Fazia algum tempo que Sasuke tinha entrado em um bar local. Eu tinha sugerido que ele fosse lá e conversasse com algumas garotas que estivessem lá com a finalidade de conseguir informações. 

Afinal, bar é sinônimo de fofoca, ou seja, todo mundo que vai lá acaba falando demais por isso seria o lugar perfeito para se conseguir informações. E usando o seu charme natural, Sasuke não precisaria fazer muita coisa para consegui-las. 

 Depois de alguns minutos vejo ele saindo do bar com uma cara de irritação. Imagino que não seja para menos, ele nunca gostou desse tipo de ambiente... e quando falo "esse tipo de ambiente" eu quero dizer um ambiente com pessoas. 

- E então? - perguntei curiosa. 

- Parece que um dos nobres usa a floresta do lado norte da ilha para treinar. - ele responde sem muita animação. 

- Podemos confiar nessa informação? - indaguei. 

- Sim, elas foram bem detalhistas. - ele respondeu com uma cara de tédio. 

- Então, vamos até lá. - falei por fim. 

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Andamos por um caminho bem longo até finalmente chegarmos a região norte da floresta. Aquela ilha parecia ser bem grande. Estávamos caminhando calmante quando ouvimos um grito. 

E não era um grito qualquer. Era um grito agonizante. Como se a pessoa estivesse morrendo. Detectei de onde vinha o grito e corri em sua direção. Sasuke veio logo atrás de mim.

Corremos um pouco até finalmente conseguirmos achar.

Parei e vi um homem caído no chão. Ele devia ser poucos anos mais velho do que eu, estava tendo uma convulsão e aparentava estar inconsciente. Me aproximei dele e o coloquei de lado para evitar que ele se engasgue com a própria língua ou com o vômito. 

Usei meu chakra para tentar fazê-lo melhorar. Aquela convulsão não me parecia normal. Alguma coisa estava errada. Após algum tempo, consegui parar a convulsão dele. Ele começou a delirar e alucinar, não me parecia estar apenas com uma convulsão, aquilo só podia ser uma coisa: veneno.

Se realmente fosse esse o caso, então...

- É veneno. - Sasuke confirma. 

Ele estava atrás de mim, a confirmação dele foi algo estranho. Como se ele pudesse ler os meus pensamentos, mas provavelmente ele só observou os sintomas assim como eu. Olhei rapidamente para ele e vi que ele está sem o chapéu que eu tinha colocado em sua cabeça. Devia ter caído quando estávamos correndo. 

- Eu também acho. - afirmo. - Vou ter que fazer uma lavagem gástrica. - informei com preocupação. 

Rasguei a camisa dele e me concentrei em sua barriga. O engraçado era que eu não estava com nenhum pouco de vergonha por ter acabado de rasgar a blusa de um homem e estar vendo ele sem camisa. Acho que apenas Sasuke pode me deixar envergonhada, mas talvez seja pelo homem na minha frente estar inconsciente é quase morrendo. Isso deve influenciar também. 

- Sasuke-kun, segure ele, por favor. - pedi. 

Sasuke fez três clones das sombras. Ele e seus clones seguraram os braços e pernas do homem. Quando ele estava totalmente imobilizado eu fiz um corte na região da sua costela esquerda e usei o meu chakra para retirar o veneno. Foi um processo demorado. Havia uma quantidade alta de veneno no corpo dele.

A extração era muito dolorosa, mesmo inconsciente, o homem gritava de dor. Quando retirei a última dose do veneno de seu corpo eu usei chakra para terminar de curá-lo. Sasuke desfez seus clones e eu continuei usando o meu chakra para tentar fazê-lo acordar.

- Sakura...

- Sim, eu sei. - respondi com a voz séria. 

 Nós estávamos sendo cercados. Eu podia sentir a presença de vários homens chegando perto de nós. Ninjas saltaram de todos os lugares e nos cercaram, apontando suas armas para nós.

- Mãos para o alto e se afastem dele! - grita um deles.

- Nós não queremos machucá-lo, eu estou tentando salvar a vida desse homem. Se eu parar de utilizar o meu chakra para curá-lo ele continuará inconsciente. - disse calmamente e não parei de usar o meu chakra. 

- Akira! - grita uma mulher, que devia ter a idade do homem deitado no chão, correndo em nossa direção. - Ah, Akira...! - grita novamente se ajoelhando e colocando as mãos no rosto do rapaz. - O que aconteceu? - pergunta olhando para mim. 

- Ele ingeriu algum tipo de veneno. Eu o encontrei convulsionando no chão. - respondi.

- Vá chamar a ninja médica! - Ela ordena a um ninja e prontamente atende o pedido dela.

- Eu sou uma ninja médica. - informo. - Já retirei o veneno do corpo dele. Eu só preciso fazê-lo acordar. - explico de modo calmo ao ver o desespero da mulher.

- Não precisa mais. - ela dita puxando o corpo do homem para si.

- Mas...! - tento contra-argumentar mas Sasuke me interrompe.

- Deixe-o com ela, Sakura. - ele pede e se coloca atrás de mim.

Ainda relutante eu atendo ao seu pedido. Não demora muito e o ninja que havia saído volta, atrás dele havia uma mulher. Ela se aproximou do inconsciente e examinou o corpo dele. Após isso ela pediu aos ninjas que o levassem até algum lugar que eu desconhecia. 

- Quem são vocês? - pergunta a mulher que havia chegado primeiro. Sua voz não parecia amigável.

- Nós somos do País do Fogo, estamos apenas de passagem. - Sasuke respondeu sem muita emoção, mas eu sei que ele teme que entremos em uma luta com eles, caso as coisas não acabem bem.

E se isso acontecesse a nossa missão estaria em risco. 

- Ah! Então era de vocês que os guardas falaram. Os visitantes do país do fogo... - diz e nos dá um sorriso, não muito agradável na minha opinião. E o sorriso dela parecia se direcionar a Sasuke.

- Provavelmente. Nós conversamos com dois guardas quando chegamos. - esclareci. 

- Bom... vocês, aparentemente, salvaram a vida do meu irmão. Não posso deixá-los ir sem antes agradecer. - diz se aproximando de nós e fazendo um movimento para que os ninjas abaixassem suas armas. 

- Eu me chamo Sasaki Akemi. - ela se apresenta e eu tento não demostrar espanto. 

Ela era do clã Sasaki. Justamente a quem nós estávamos procurando. 

 - É um prazer conhecê-los. - Complementa a fala anterior e eu sinto que essa sua última frase foi dirigida inteiramente a Sasuke, já que ela nem sequer me olhou ao pronuncia-la.

- O prazer é nosso, Akemi. - respondi e decido não usar nenhum honorífico em seu nome e isso pareceu irrita-la um pouco.

Tenho um sentimento peculiar em relação a ela. Acho que vai ser interessante conhecer melhor esse lugar e seus habitantes.