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História Finding Pieces - Capítulo 21


Escrita por: Tsuki_Luana

Notas do Autor


Me deu vontade de atualizar de novo hoje, então fiquem com um capítulo no ponto de vista do nosso francês inconveniente favorito ❤️

Boa leitura! ^^

Capítulo 22 - Capítulo 21


Acordei mais cedo do que pretendia e vi Muhammad dormindo tranquilamente, me amparando em seu peito enquanto ressonava baixinho. Ainda não acredito que estamos juntos por tanto tempo e confesso que não sei por que ele me escolheu.

Mon cher mari (¹) é uma pessoa calma, mas severa a seu modo. Quando nos conhecemos, passamos mais tempo discutindo do que conversando e assim como Jotaro, por duas vezes quase perdi a pessoa por quem me apaixonei. Da primeira vez, passei dias atormentado por ter sido tão egoísta e inconsequente. Senti como se eu tivesse recebido uma segunda chance ao vê-lo diante de mim bem na hora em que quase morri ao cair na armadilha de um stand inimigo. Ele não tinha obrigação alguma de me salvar e apesar de eu ter ficado chateado com todos por não terem me contado que ele estava vivo, pensando melhor eu não tinha direito algum de reclamar.

Na segunda vez foi mais difícil e achei que não teria jeito. Foram semanas terríveis em que pensei que perderia o amor de minha vida e meu melhor amigo ao mesmo tempo. Quando me disseram que mon amour estava fora de perigo, senti como se não pudesse pedir mais nada aos céus, mas meu coração ainda estava infeliz. Ver Nori daquele jeito minava minha alegria e Jotaro simplesmente se fechou para nós, mal permitindo que revezássemos com ele a vigília diante da cama de nosso amigo.

Cheguei a perder a esperança por completo até o dia em que o milagre aconteceu. Nem percebi que Star Platinum tinha me arremessado pra longe, mas quando finalmente consegui voltar para o quarto e vi aqueles dois, senti que tudo ficaria bem.

Afastei as lembranças tristes de minha cabeça e me levantei com cuidado para não despertar Avdol, já que perdi completamente o sono. Embora ainda fosse muito cedo, resolvi fazer uma surpresa e preparar o café da manhã para todos, já que teríamos que sair em algumas horas. Fui até o banheiro e arrumei meu cabelo do jeito de sempre, embora eu saiba que meu amado os prefere penteados para baixo. Voltei para o quarto uns 20 minutos depois e, para a minha surpresa, mon mari já estava arrumado e sorria para mim sentado na cama.

- Acordou cedo, Jean. Que milagre é esse?

- Pardon, mon amour. Eu pensei em descer e fazer o café da manhã, queria deixar vocês dormirem um pouco mais...

De repente, Avdol me abraçou, me jogando de volta na cama e me senti invadido por uma paz imensa. Não havia lugar mais seguro no mundo do que aqueles braços. Eu amava seu cheiro, seu gosto e tudo o que dizia respeito àquele homem tão belo que eu não merecia. 


- O-o-o que foi?

- Nada, só me deu vontade de te abraçar.

Meu coração bateu descompassado. Nunca duvidei do amor que ele sente por mim, mas demonstrações assim são raras e mon amour sempre me pega de surpresa com elas. Me aconchego um pouco mais e o beijo, não tem problema se demorarmos um pouco mais na cama, temos tempo suficiente...

XxX

Avdol é sempre intenso quando fazemos amor. Ser envolvido por aquele homem me provoca sensações impossíveis de descrever com palavras. Ainda me sentia um pouco mole depois de recebê-lo tantas vezes dentro de mim e de ser completamente preenchido pelo seu sêmen. Acabei conseguindo sair da cama mais ou menos uma hora depois e mon mari já havia me deixado para trás. Ele adorava cozinhar e imaginei que não deixaria ninguém sair sem comer alguma coisa. Logo ouvi mais barulhos e imaginei que o outro casal também tivesse se levantado. Segui para a cozinha enfeitiçado pelo cheiro de pão caseiro e vi que mon amour tinha acabado de preparar uma fornada de pães e ainda havia uma garrafa daquele chocolate quente dos deuses à mesa.

Jotaro e Nori já estavam acomodados e comiam com gosto, especialmente Noriaki, que amava comida caseira e sofria com um marido que mal sabia fazer macarrão instantâneo. Tomamos o café da manhã sem pressa e logo nos arrumamos para sair. Para minha surpresa, o velho Iggy não reclamou muito quando o peguei no colo, ele iria conosco para o Japão e parecia saber, pois estava mais animado do que todas as manhãs em que simplesmente acordava rabugento e implicava com o meu cabelo. Ele sempre gostou muito mais de Avdol do que de mim, mas não me importo, também não imagino mais nossas vidas sem esse malditinho.

Com tudo arrumado, trancamos bem a casa e pedimos dois táxis para irmos até o aeroporto. Algumas horas depois voávamos em direção ao Japão, acompanhados daqueles que nos eram caros.

XxX

- Yare yare, parece que não vejo essa casa há séculos...

- Que exagero, Jojo. Mal ficamos um mês fora...

A casa de meus amigos era muito bonita e espaçosa, um lar ideal para a linda família que criaram juntos. Acompanhei cada passo daquela linda história de amor e vibrei quando eles nos brindaram com Jouta, embora fique triste ao me lembrar daquela garota doida que o gerou, uma menina tão jovem e alegre. Às vezes a vida era injusta, e eu me sentia péssimo cada vez que pensava isso, já que essa mesma vida injusta que me tirou a Sherry e levou a mãe de Jouta também me concedeu alguns milagres, como a vida de Avdol.

Quando Jolyne nasceu anos depois, senti como se eu tivesse ganho novamente a oportunidade de mimar uma menina e não medi esforços para vê-la sempre sorrindo. É difícil morar longe dela, mas ma petite é esperta e me liga escondido várias vezes. Desconfio que Nori saiba mas nada diz, porque também é incapaz de negar à menina certas coisas.

- Jojo, vamos arrumar o quarto de hóspedes para eles, ainda precisamos ir buscar as crianças.

- Ah, Nori! Se você quiser, eu mesmo vou lá buscá-los! Quero fazer uma surpresa e também estou com saudades da sra. Holy e do sr. Joestar.

Meu amigo me olhou intrigado mas concordou, entregando-me a chave de seu carro.

- Obrigado, Jean. Vamos arrumar aqui rapidinho e deixar algo pronto para eles jantarem, embora eu desconfie que a sra. Holy não vá deixá-los sair sem comer...

Arrastei mon amour comigo e fomos até a antiga casa de Jotaro. Nori já havia ligado avisando que iríamos buscar as crianças, mas sua sogra não disse nada aos netos, participando da surpresa.

Ao chegarmos ao portão eu buzinei. Ouvi ma petite gritando um "Papai chegou!" e sorri sem perceber. Descemos do carro e quando a sra. Holy abriu a porta para nós, fui atacado por uma garotinha de cabelos negros com mechas verdes, vestindo uma fantasia de borboleta e toda enrolada em Charmy Green, com quem parecia estar brincando de alguma coisa.

- Tio Jeaaaaaaan! Vovó, é o tio Jean! O tio Avdol também veio, ele é tão quentinho!

- Estou vendo, minha querida! Fizeram boa viagem, garotos?

Cumprimentamos a mãe de Jotaro com um abraço e não pudemos recusar seu convite para entrar. Jouta também veio nos receber e o sr. Joestar sorria sentado à mesa, com várias cartas de baralho espalhadas.

- Ora se não é o meu outro casal favorito! Como vão, rapazes?

- Há quanto tempo, sr. Joestar! O que estavam fazendo?

- Estava ensinando Jouta a jogar pôquer, mas ele é péssimo!

Jouta revirou os olhos e sorriu, recolhendo seu stand.

- Ora, vovô, todos sabemos que o senhor estava roubando...

- Esse moleque está ficando igual ao Jotaro, vou ter que falar com o Kakyoin, não é possível.

Todos rimos e Jolyne me contou que Jouta a estava ensinando a voar com a ajuda de Charmy Green, porque já estava na hora de uma borboleta como ela aprender o truque. Concordei prontamente e dentre todas as novidades que me contou, a última me deixou um pouco ansioso, já que o assunto tinha sumido da minha mente por completo.

- Vovó me disse que papai Jotaro me contaria sobre minha mãe quando eles voltassem, cadê ele?

Percebi que o sr. Joestar se mexeu inquieto na cadeira e achei aquilo meio estranho. Ao longo desses anos, ele sempre se esquivou do assunto com maestria, mas aparentemente a idade o deixou meio relapso.

- Ma chérie, seus pais estão cansados da viagem, vamos conversar sobre isso outro dia, d'accord?

- Mas você e o tio Avdol também viajaram e estão aqui. E eles podem ficar sentados enquanto me contam tudo, ninguém precisa andar enquanto conversa.

Jolyne era realmente muito esperta e logo olhei para mon amour pedindo socorro. Tudo o que recebi foi um meio sorriso diabólico que me gelou a alma, então percebi que estava sozinho na empreitada.

- Escute, ma chérie, Nori teve uns... probleminhas à noite e Jotaro mal dormiu porque ficou de olho nele. Ele já está bem, mas poderíamos deixar isso de lado por hoje? - Mon Dieu, perdão por mentir para este anjinho, mas não posso dizer o que os pais dela REALMENTE ficaram fazendo à noite. Quando ela for mais velha, vai entender e tenho certeza de que todos queremos que isso só aconteça quando ela tiver uns 50 anos.

Pedi que Jolyne e Jouta arrumassem suas coisas para irmos embora e me dirigi à sala de jantar para me juntar a mon amour. Ele parecia sério demais e estranhei, já que eu parecia ser o único a conhecer o lado brigão dele.

- Isso foi irresponsável, sr. Joestar. O senhor pretendia esconder isso dos dois até quando? Não acho que vão se importar, mas o senhor deveria ter dado a eles o direito de recusar.

- Você falando assim agora parece óbvio, mas eu estava desesperado! Pelo menos assim eu também posso ter um pedaço dele comigo...

- Por que o senhor simplesmente não vai até lá e conversa com ele? Tenho certeza de que se ele ainda sente o mesmo, vocês poderão recomeçar. Nunca é tarde para viver um grande amor e a história do Josuke colocou uma pá de cal no seu casamento.

- Acha que eu não tentei? Ele não lembra, Avdol. Já foi um milagre ele ter sobrevivido e constituído família... E isso é o que mais me dói.

O quê? De quem eles estão falando?

- O senhor também constituiu uma família linda, sr. Joestar. Não fale desse jeito, a sra. Holy vai ficar triste.

- Avdol, eu só me casei porque achei que ele tinha morrido. Não me entenda mal, eu amo minha família, mas acho que minha mãe não deveria ter escondido isso de mim.

Não pude mais me conter e me intrometi na história.

- Do que vocês estão falando?

Avdol engoliu em seco e olhou para o sr. Joestar, que baixou a cabeça. Vi meu marido respirar fundo e me encarar enquanto fazia a revelação.

- Na verdade, a mãe de Jolyne não se chama Marina. O nome verdadeiro dela é Elizabeth Zeppeli e ela é neta de Caesar, o amigo do sr. Joestar que achávamos que tinha morrido. Um ano antes de Jotaro e Kakyoin decidirem ter outro filho, o sr. Joestar descobriu que Caesar estava vivo e tinha se casado. Ele tentou contatá-lo mas sua esposa disse que o homem não se lembrava de nada, apenas de alguns flashes do passado, de onde ele tirou o nome da garota. Aparentemente a senhora Lisa Lisa descobriu e não contou nada por não querer que sua amiga Suzi Q sofresse.

- Então toda aquela história de que ela devia um favor...

- Era tudo mentira. Contrariando tudo e todos, ele foi para a Itália e pediu ajuda de Giorno para localizar a família e teve êxito, mas Caesar não se lembrava de nada. A neta dele ficou com pena e perguntou se podia fazer alguma coisa e então ele sugeriu isso sem muita esperança, mas ela topou, desde que ninguém soubesse de nada. É por isso que ela não queria falar com ninguém, temia acabar se dedurando. Só que agora não é só uma questão de contar a verdade para Jolyne, mas sim, para os pais dela.

Definitivamente eu não queria estar na pele do sr. Joestar quando Jotaro descobrir. Tenho certeza de que Nori vai perdoá-lo e entender, mas não sei se Jotaro fará o mesmo. Parece que foi mesmo bom termos vindo, Nori vai precisar de toda a ajuda que puder para acalmar aquele esquentadinho.


(¹) Meu querido marido 


Notas Finais


Ariariari e agora?

Até a próxima! ^^


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