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História Finding Pieces - Epílogo 2 - Polnareff e Avdol (parte 1)


Escrita por: Tsuki_Luana

Notas do Autor


Boa leitura! ^^

Capítulo 52 - Epílogo 2 - Polnareff e Avdol (parte 1)


Já fazia algumas semanas que havíamos retornado à minha terra natal. O tempo que passamos com nossa "família" no Japão foi cheio de surpresas. Jotaro e Nori pareciam mais felizes por terem conseguido resolver a maioria de seus problemas com o passado e eu... me sinto ainda mais próximo de Muhammad.

Mon amour voltou a falar sobre filhos logo depois de chegarmos em casa. O susto que Iggy nos deu acabou mexendo com ele de alguma forma e meio que conversamos de novo sobre o assunto enquanto fazíamos uma faxina de ano-novo e deixávamos o ar entrar nos cômodos, já que nossa casa ficara quase um mês fechada.

Iggy se dirigiu para sua caminha e deitou ali, observando a faxina sem se envolver. Ele parecia bem depois da intervenção de Giorno e em meu infinito egoísmo desejei que ele vivesse tanto quanto todos nós. Eu não estava pronto para perder nenhum dos companheiros que fiz naquela jornada já distante no tempo, mesmo que se tratasse de um cachorro mal-educado e folgado.

- Jean... Antes de voltarmos para casa, eu conversei com Jotaro e Kakyoin sobre aquele assunto. Não sei se estou pronto para ser pai... Você precisava de mim naquela hora e eu...

Aquilo não combinava com o homem que eu tanto amava. Perdi a conta de quantas vezes Muhammad esteve lá quando precisei, quase perdendo a vida no processo. Cada vez que eu olhava para aquelas próteses, apitava dentro de mim o lembrete de que eu faria de tudo para que mon amour fosse feliz. Eu prometi isso a ele quando Muhammad aceitou se casar comigo e não sou de quebrar promessas.

- Mon amour, ne dis pas ça ¹. Eu realmente acredito que se estiver no nosso destino, seremos pais de uma criança. Não vou dizer que não exagerei com o veterinário, mas acho que não devemos usar isso como parâmetro. Nem sempre dizer algo conta como apoio, você estava ao meu lado e é o que importa.

Lembro que Muhammad sorriu triste e depois encarou Iggy, já roncando de barriga pra cima, com as patas desalinhadas sem a menor classe. Encorajei-o com o olhar e continuamos a faxina, imersos em pensamentos e determinados em acabar logo com aquilo.

Naquele dia, o sol aparecia tímido no céu e mon amour tinha saído cedo. Como ambos continuávamos meio preocupados com Iggy, resolvemos revezar para ficar de olho nele. Hoje era o dia de mon amour ficar na loja, então passei o tempo todo procurando algo para fazer, como pequenos consertos ou uma refeição diferente, para sairmos um pouco da rotina. Parei um pouco para descansar quando o telefone tocou. Atendi, sem imaginar quem poderia ser.

- Alou?

- Jean? É Kakyoin, tudo bem?

- Ah, mon ami! Estamos bem, e vocês? E as crianças? Aconteceu alguma coisa?

- Não, estamos todos bem, acalme-se. É que Jotaro recebeu um alerta da Fundação Speedwagon sobre um incidente ocorrido aí na França.

- Incidente? Algum usuário de stand?

- Sim e não. O incidente não foi obra de um stand, mas definitivamente uma das vítimas é usuária de stand. Parece que houve um assalto a mão armada em um banco que terminou em tragédia, um dos bandidos se assustou e acabou atirando. A bala atingiu uma moça que segurava no colo uma criança de quatro anos. Infelizmente, a moça não sobreviveu ao ferimento, mas a criança está ilesa.

- E onde entra o usuário nisso?

- Parece que ele ativou uma barreira inconscientemente quando ouviu o disparo, mas como ainda é criança, não conseguiu estendê-la na direção de sua mãe. Todos se assustaram porque as balas pareciam estar flutuando, mas na verdade era a barreira de stand impedindo que elas o acertassem.

Respirei fundo, uma criança de quatro anos... Sozinha no mundo assim tão nova... Que tipo de gente atira em pessoas indefesas?

- E... essa criança não tem família?

- Pelo que soubemos, o pai morreu antes de ele nascer. A mãe criava a criança sozinha, ela também não tinha parentes. E é aí que você entra.

- E-eu? Como assim?

Nori suspirou fundo, como se estivesse entediado por ter que explicar algo óbvio.

- Jean, Jotaro e eu achamos que você e Avdol deveriam dar uma olhada na criança. Ela está sob custódia da filial francesa da Fundação e podemos... mexer uns pauzinhos para vocês se quiserem entrar com o processo de adoção.

-
O-o quê?

- Jean... Você também perdeu sua mãe quando era pequeno e sabe como é difícil se sentir sozinho no mundo. Imagino que Avdol sinta o mesmo, ele também não tem mais parentes. Pense no tamanho do trauma, ver sua mãe morrer na sua frente sem poder fazer nada. Mesmo só tendo quatro anos, é algo que fica gravado na nossa memória.

- Espera um pouco... Você tinha dito... ele?

- Ah, sim... É um menino.

Um menino... Um filho... Será que o destino mexeu seus pauzinhos para nos fazer responsáveis pela vida de uma criança?

- Jean? Ainda está aí?

- Ah, pardon, mon ami... Só estava pensando... Avise ao Jotaro que vou falar com mon amour, mas que a princípio nós vamos ver o menino.

Ouvi algo que parecia o som de um sorriso do outro lado da linha.

- Aviso, sim... Jolyne! Não pode comer chocolate antes da refeição! Ah, Jean, me desculpe, preciso...

- Hu, hu, já sei! Mande um beijo para ma chérie e abraços para Jouta e Jotaro.

- Mandarei. Até logo!

-
À bientôt!

XxX

- Um menino?

- Oui, mon amour! Nori parecia empolgado, parece até que ele acha que seremos os pais ideais para o menino...

- Hmmm... Mas acha que vamos conseguir lidar com uma criança com um trauma desses? Talvez ele nunca se abra pra nós...

- Não diga isso, mon amour... Se Nori ligou pra nos dar a dica, é porque ele acredita na gente, n'est-ce pas?

Muhammad me olhava indeciso. Talvez seu excesso de prudência em praticamente todas as situações decisivas fossem um empecilho para essa adoção, mas eu tinha que fazer alguma coisa. Depois de tudo o que aconteceu conosco, eu me recusava a acreditar que não existisse um motivo para essa criança ter aparecido nas nossas vidas.

- Je t'en prie, mon amour...² Vamos lá dar uma olhadinha nele... OK?

- Tudo bem, Jean... Agora venha cá, estou com saudades, não te vi o dia todo...

Mon amour me abraçou apertado, como se quisesse me manter por perto. Beijou meu pescoço e meus lábios com calma, sem a urgência habitual. Devolvi o abraço, envolvendo aquele homem forte e cheiroso em meus braços, que já não conheciam outra forma de se sentirem em casa.

Depois do beijo, Muhammad desmanchou meu penteado com seus dedos. Meus cabelos caíam devagar sobre meus ombros e eu me via refletido naqueles olhos castanhos, que também me diziam o quanto eu era amado. Sorri e me deitei, trazendo-o junto e deixando que ele deitasse por cima de mim. Eu sabia que mon amour não era muito de preliminares e não me importava. Tudo o que eu queria era senti-lo dentro de mim, tão ardente quanto as chamas de seu stand.

- Jean... Vou acabar te machucando assim...

- Não me importo... Já fizemos isso em condições bem piores, lembra?

- Bom... É verdade que eu preferia ter esperado chegarmos ao hotel, mas... Não vou negar que não teve um gosto bem especial fazer amor com você no meio daquele mato todo depois de quase termos perdido a vida. Sua imprudência... às vezes rende bons frutos...

Só o timbre de sua voz sussurrada já era o suficiente para me arrepiar por inteiro. Senti minha ereção dar sinal de vida, assim como algo bem rígido cutucando minha barriga. Mandando a paciência pro espaço, fiz Chariot tirar a roupa dele com a espada tomando cuidado para não rasgá-la, um truquezinho que aprendi com o maldito Anubis. Surpreso, Muhammad arrancou de vez minhas roupas e, depois de ter me preparado o mínimo necessário para podermos aproveitar sem maiores problemas, enfiou seu membro em minha entrada com força, me arrancando um gemido de dor que logo se converteu em prazer, já que ele não me dera tempo para processá-la.

Com movimentos rápidos e intensos, mon amour me estocou várias e várias vezes, esfregando seu corpo no meu e mal me dando espaço para sentir qualquer outra coisa que não fosse um prazer absoluto. Ele gemia cada vez que atingia meu ponto especial, colocando mais força quando me ouvia gritar.

- Você gosta quando eu faço assim, Jean?

- O-o-oui... plus fort, mon amour...

- Ah, você quer mais forte? E que tal assim?

Muhammad impulsionou seu membro com o dobro de força e senti meu gozo jorrar de uma vez, respondendo à excitação provocada por aquele gesto bruto. Trêmulo por conta do orgasmo, mal consegui me mexer quando ele abriu ainda mais minhas pernas e começou a se mover rápido, como se também procurasse um alívio que não vinha nunca. Depois de alguns minutos preciosos, me senti preenchido por aquele líquido espesso e quente e vi seu olhar ainda embaçado de prazer me encarando.

Mon amour se moveu mais algumas vezes, deslizando fácil devido à lubrificação de seu próprio sêmen. Logo ele se retirou de mim e me senti solitário, mas foi apenas o tempo de ele me erguer e me colocar sentado sobre seu colo, me ajudando a montar em seu membro e começar tudo outra vez, até perdermos a consciência.

XxX

Chegamos cedinho à filial da Fundação Speedwagon e fomos conversar direto com o responsável. Michael Savoir era um homem de meia-idade, com uma expressão bondosa e paciente.

- Sejam bem-vindos, monsieur Avdol e monsieur Polnareff. Conversei ontem pelo telefone com monsieur Kujo e ele disse que vocês seriam as pessoas mais adequadas para ficar com o menino.

- Jotaro disse isso? - Fiquei espantado, realmente Nori era uma ótima influência na vida dele.

- Oui. O nome do garoto é Thierry. Ele não sofreu ferimentos físicos, mas acredito que vocês precisem de um pouco de paciência para lidar com ele.

- Bom, nós viemos preparados para qualquer eventualidade, mas qual seria o problema dele?

- Acredito que o choque por ter visto a mãe ser morta em sua frente tenha sido o responsável pelo que vou lhes relatar agora, mas... O garoto não fala.

- Não... fala? - O timbre da voz de mon amour não trazia apenas espanto, mas também... uma nota de tristeza.

- Non, e é por isso que vocês precisam ter paciência. Acredito que ele vá se abrir aos poucos, então basta esperar. Venham, vou levá-los até lá.

Muhammad e eu nos entreolhamos, assentindo em seguida. Ele estendeu sua mão para mim e caminhamos de mãos dadas até o quarto onde haviam instalado o menino. Abrimos a porta e ele se virou assustado, a barreira de stand protegendo-o por completo, mas sem escondê-lo de nós.

Thierry era um menino lindo. Sua pele era negra, assim como a de mon amour, e seus olhos, azuis como os meus. De alguma forma, ele parecia ter saído de nós e meu coração se encheu de amor instantaneamente. Olhei para Muhammad e ele também parecia ter percebido as semelhanças entre nós, já que sua expressão era um misto de espanto e admiração.

Apertei a mão de mon amour e a soltei, indo devagar na direção de nosso futuro filho. Ele parecia prestes a chorar, então tive uma ideia. Invoquei Chariot para chamar sua atenção e deu certo; meu stand não demonstrava intenção maligna e o garoto pareceu entender, apesar de não desfazer a barreira.

- Olá, Thierry. Meu nome é Jean-Pierre Polnareff e este é Muhammad Avdol. Esse mocinho de armadura que você vê é o Silver Chariot, meu stand. Ele é parecido com essa barreira que está ao seu redor e também me protege das pessoas más. Pode desmanchar sua barreira? Prometo que não te farei mal.

Ainda com um pouco de medo, Thierry recolheu seu stand e abaixou a cabeça. Aos poucos, venci a distância entre nós e voltei a falar, confiante de que ele entenderia que não faríamos mal a ele.

- Thierry, sei que você está com medo, mas não precisa. Nós vamos cuidar de você agora. Muhammad e eu seremos seus papais, entende?

Ele parecia confuso, mas mesmo assim assentiu. Depois de recolher Chariot, estendi minha mão e, para minha alegria, ele a pegou.

Muhammad sorriu para a cena e acompanhou Savoir até o escritório, deixei por conta dele a parte burocrática. Peguei os brinquedos e roupas que nosso "filho" havia ganho e saí, prometendo que faria de tudo para que ele se sentisse protegido e seguro conosco.

XxX

Chegamos em casa e Thierry parecia curioso, explorando o local apenas com o olhar. Iggy veio nos receber e pensei que poderia ser um problema, mas tudo o que ele fez foi cheirar o novo membro da família e sentar na frente dele, como se esperasse por algo. A expressão do garoto se desanuviou e ele sentou em frente a Iggy, acariciando cuidadosamente sua cabeça.

Iggy pareceu aprovar o carinho e logo se deitou, virando a barriga para receber mais afagos. Thierry sorriu e mon amour e eu suspiramos de alívio, nos abraçando e observando os dois se conhecerem melhor.

O dia transcorreu normalmente, enquanto tentávamos fazer com que ele se sentisse à vontade. No dia anterior, já prevendo que traríamos o garoto para casa, arrumei o quarto de hóspedes da melhor forma possível, desejando que Nori estivesse ali para me ajudar, já que ele era muito melhor do que eu no quesito decoração. Depois de ajudá-lo no banho, escolhi um livro de histórias e mon amour e eu o lemos para ele, sob o olhar atento de Iggy, que trouxe sua caminha para fazer companhia ao seu novo amigo.

Não demorou muito para que ele começasse a lutar contra o sono e logo ele dormia tranquilo em meus braços. Com cuidado, Deitei-o na cama que eu havia adaptado e deixei apenas o abajur ligado, saindo pé ante pé do quarto ao lado de Muhammad.

- Acha que ele vai ficar bem, Jean?

- Espero que sim... Ele parece tranquilo e Iggy está com ele.

Como estávamos muito ansiosos para dormir e com medo de que ele pudesse precisar de nós, ficamos apenas deitados de conchinha, ouvindo os batimentos de nossos corações. Quando menos esperávamos, ouvimos um grito e corremos para o quarto. Assim que entramos, vimos Iggy tentando distrair seu amigo com brinquedos feitos da areia de The Fool enquanto nosso filho chorava, talvez por causa de um pesadelo. Ao nos ver entrando, o garoto correu em nossa direção e se jogou em meus braços, ainda chorando e tremendo.

- Shh, shh... Calme-toi, mon enfant...³ Papa está aqui...

- ...

- Ninguém vai fazer mal a você, Thierry. Jean e eu não vamos deixar.

- ...

Iggy ficou de pé se escorando em nossas pernas, demonstrando que também estaria ali por ele. Ficamos um tempão ali, em silêncio, tentando acalmar o novo integrante de nossa família e pensando se um dia ele venceria esse trauma.

(¹) não diga isso
(²) por favor, meu amor
(³) acalme-se, meu filho 


Notas Finais


Força, Thierry-chan!

Até a próxima atualização! ^^


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