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História Fios do Destino - Rendição


Escrita por: La_Rue

Notas do Autor


Olá meus semidivos, tudo bem com vocês?
Estou aqui para explicar algumas coisinhas pq eu acho que buguei a cabeça de muita gente no capítulo anterior e então vamos com calma.

1 Realmente foi comentado, principalmente na oneshot que Annabeth do passado estava morta, porém deixem essa informação um pouco de lado, não foque nela agora… Talvez seja mentira, afinal nem mesmo os deuses sabem o que aconteceu de fato.

2 Eu citei Tróia por motivos de ter sido o embate que realmente dividiu os Olimpianos, e por conta de alguns detalhes que darei com o tempo, mas não necessariamente que a Annabeth do passado morreu nessa guerra.

3 Me perguntaram se a Clarisse do passado tinha os olhos vermelhos por causa da benção de Ares, eu não vou focar nesse detalhe agora, massssss tem um motivo para eles serem dessa cor em específico.

Agora vamos dar uma de mãe chata aqui pq tem quase 100 pessoas acompanhando a fic e acredito que informações de utilidade pública devam ser repassadas devido essa pandemia de corona vírus.
1 Lavem bem as mãos antes de manipular objetos pessoais e depois, todo cuidado é pouco principalmente se vocês tiverem crianças e idosos em casa.

2 Não saiam de casa, mas caso seja preciso levem álcool em gel em um frasquinho com vocês. Eu tenho que sair, pois sempre levo pedidos aos correios, mas estou fazendo o possível para me cuidar ao máximo e procurando reduzir minhas saídas de casa.

3 Se você não é do grupo de risco, ou seja, doente ou quem precisa estar na companhia de pessoas doentes como cuidadores, não usem máscara, pois vocês correm ainda mais risco de se contaminarem por manipularem algo no rosto de vocês.

4 Sejam conscientes aos comprarem itens de higiene e mantimentos, muitas pessoas não tem condições de ter o básico do básico e outros tantos estão agindo de má fé para vender a preços absurdos. Fora que não adianta você se cuidar se terceiros não estão conseguindo fazer o mesmo. Um vidro de álcool em gel de 500ml pode durar até 1 mês se dividido entre 3 ou 4 pessoas. Denunciem os preços abusivos ao PROCON, se cada um de nós fizer alguma coisa vamos passar por isso sem chegar ao estado que se encontra a Itália.

Bem, vamos a leitura :D

Capítulo 21 - Rendição


"Deveria eu me perder do amor,

meu fogo na luz?

Para perseguir uma pena ao vento

Dentro do brilho que tece um manto de prazer

Deixando um fio que não tem fim

De todo o meu amor, de todo meu amor

Oh, de todo o meu amor para você agora"

 

~***~

 

Abriu os olhos devagar, estava zonza, mas reconhecia o local em que se encontrava, fechou os olhos por alguns instantes repassando o que havia acontecido enquanto tentava se sentar, porém seu corpo estava dolorido demais para que correspondesse aos seus estímulos urgentes. Encontrava-se na enfermaria… Vinha visitando demais a Casa Grande, bem mais do que realmente gostaria.

 

-Você conseguiu! - a voz de Lucy adentrando o quarto como um pequeno furacão lhe tirou dos pensamentos um tanto quanto aéreos.

 

Clarisse sorriu para logo em seguida gemer de dor ao sentir a garota se jogar em cima dela. A pequena fez uma carinha de culpada, pois a irmã não aparentava estar tão machucada quanto Mark comentara, mas pela cara da líder do chalé ele tinha razão.

 

-Desculpa… - pediu sentindo o rosto corar, mas Clarisse não se importou, apenas abraçou o pequeno corpo contra o seu e lhe beijou o topo da cabeça.

 

-Está tudo bem. - tranquilizou-a enquanto acariciava as madeixas douradas da criança.

 

Passaram algum tempo apenas daquela forma, abraçadas uma à outra, rindo de forma boba, La Rue estava feliz, havia conseguido, passara pelo doloroso ritual, seu pai teria que engolir todo o discurso machista que adorava jogar sobre ela.

 

-Serviço de quarto! - a porta se escancarou novamente, desta vez com um pontapé e um sorridente Mark atravessara a entrada, trazia consigo uma bandeja com várias coisas. - não vá se acostumando com essas regalias. - brincou depositando a bandeja no móvel ao lado da maca.

 

Não sabia que estava com tanta fome até escutar de forma bem audível o seu estômago reclamar. Lucy deu uma breve gargalhada contra o seu ombro assim que escutou o som.

 

-E olha só o que temos aqui?! - ele voltou os olhos escuros para a garotinha. - se não é a irmã mais levada e bagunceira desse acampamento.

 

Lucy se encolheu já sabendo o que estava por vir, Mark começou a sua pequena tortura, distribuindo cócegas por seu corpo magricela, parando apenas quando lágrimas saíram dos olhos enquanto o local era tomado pelas risadas. Clarisse acompanhava a interação entre os dois com um pequeno sorriso enquanto comia, porém mesmo que tivesse fome o irmão mais velho notara que estava dispersa.

 

-Que tal você me esperar lá fora? - disse apertando a ponta do nariz de Lucy que fungou em seguida. - dessa vez vamos conseguir dar um susto no Quíron.

 

A loirinha queria passar mais tempo com a morena, mas pensar na possibilidade de pregar uma peça no centauro era algo extremamente tentador. Ela confirmou com os olhinhos brilhando em expectativa, deu um beijo no rosto de Clarisse e em seguida saiu correndo pela porta deixando os rastros do seu pequeno vendaval pelo caminho.

 

-Parece que ela está adivinhando, sempre fica assim quando você precisa se ausentar. - comentou Mark com a expressão um pouco mais séria que antes e dando breves tapinhas no joelho da morena. - está certa de que quer realmente fazer isso?

 

La Rue apenas confirmou de forma vaga enquanto bebia o resto do líquido em seu cálice. Sua cabeça estava perdida em pensamentos, muitos pensamentos, o ritual fora também uma prova de que ela suportaria qualquer coisa. Involuntariamente seus dedos tocaram o colar de apenas uma conta que ainda permanecia em seu pescoço desde o dia anterior, estava mais decidida que nunca… E não teria alguém que lhe fizesse mudar de opinião.

 

-Apenas cuide dela durante esse período. - respondeu firme, olhando nos olhos do mais velho.

 

Ele acenou de forma positiva, como se ali estivesse selando mais uma promessa entre ele e a irmã, cuidaria de Lucy da melhor forma possível enquanto estivesse fora.

 

~***~

 

Assim que terminou de comer e que Mark se retirou para manter o chalé 5 sob algum pulso firme, Clarisse trocou de roupa, ainda sentia suas costas doloridas e o corpo pedia por um pouco mais de descanso, como se sentisse o peso e a tensão dos últimos meses de forma dobrada, mesmo assim dirigiu-se até um local em especial, precisava colocar alguns assuntos pendentes em dia.

 

Aquele horário era reservado ao intervalo da parte da tarde, muitos campistas estavam descansando ou dispersos pelo vasto território do acampamento. Em sua caminhada foi repassando vários momentos do começo de sua vida como semideusa até chegar ao seu destino, principalmente a primeira vez que esteve naquele templo próximo ao mar. Muita coisa mudara em sua vida, Clarisse evoluira consideravelmente durante os anos que esteve no Acampamento Meio-Sangue e não se tratava apenas de mudanças físicas ou aprimoramento de habilidades.

 

Subiu os degraus de mármore já sentindo um perfume peculiar lhe invadir os sentidos, sentia-se bem e reconfortada com o aroma das rosas, não sabia se era porque se acostumara com o cheiro de Silena, ou se de alguma forma aquilo era algo mais próximo de Rachel, ou as duas coisas... Mas era bom. Seus olhos se voltaram para a estátua central, Afrodite estava sentada em uma concha e segurava uma pomba em suas mãos, seu rosto corou mesmo que não passasse de uma representação esculpida no mármore. Depositou o seu tributo no altar da deusa, a mais bela rosa que encontrara no caminho.

 

-Talvez eu ainda seja péssima com presentes quando se trata de você. - disse apoiando as mãos no altar, um sorriso tímido no rosto enquanto se lembrava da sua falta de tato em se comunicar com a deusa pela primeira vez. - talvez seja o tributo mais estúpido que alguém já tenha lhe oferecido até então, afinal você é a senhora das rosa.

 

Passou alguns segundos calada, apenas observando o presente que trouxera a deusa do amor. Respirou fundo… Voltou seus olhos ao rosto belo e sereno da deusa.

 

-Eu lhe devo um pedido de desculpas. - confessou quase que em um só suspiro, não era acostumada a fazer aquilo, nunca foi algo do seu feitio. - eu fui rude, estava com raiva, mas apenas agora eu consigo compreender de verdade. - tentou se concentrar no crepitar do braseiro enquanto continha de alguma forma a inquietação em seu peito. - eu nunca lhe pedi nada antes, mas, por favor, se for possível… Não permita que ela sofra.

 

Ficou calada novamente, cobriu o rosto com as mãos e permaneceu assim até que o peso em seu peito diminuísse. Quando abriu os olhos novamente a rosa havia desaparecido, murmurou um agradecimento antes de virar as costas e seguir seu caminho.

 

Após deixar o templo de Afrodite à semideusa dirigiu-se a passos despreocupados até a areia fofa, sentou-se ali e se pôs a observar o quebrar das ondas, a brisa e o som do mar lhe traziam algum resquício de tranquilidade que tanto desejava naquele momento.

 

Não demorou muito para que um perfume peculiar lhe chamasse a atenção, braços delicados lhe envolveram cuidadosamente por trás enquanto os lábios lhe tocaram o pescoço com um carinho já bem conhecido por ela. Entrelaçou seus dedos aos da morena enquanto a mesma se ajoelhou na areia e apoiou o queixo em seu ombro… Silena sempre sentia quando precisava dela, mesmo que sequer tivessem trocado alguma palavra naquele dia.

 

-E se eu dissesse que não quero que você vá? - sussurrou a filha de Afrodite contra o seu pescoço, a voz saiu apreensiva.

 

Clarisse apertou um pouco mais a mão que estava por baixo da sua, sabia que havia alguma sugestão no tom preocupado utilizado pela garota, no entanto, Beauregard bem sabia que era imune.

 

-Você me conhece melhor que qualquer outra pessoa. - disse deitando a cabeça no ombro de Silena, a morena ainda abraçada ao seu corpo. - sabe que preciso fazer isso, eu não conseguiria seguir com o peso de tantas questões… Eu não recusaria o pedido que ela me fez.

 

-Por favor, me leve com você. - pediu ainda naquele tom de súplica. Sabia como era La Rue, ela poderia ser forte, inteligente e por mais que tivesse melhorado muito, seu temperamento ainda não era dos melhores. - ficar aqui a mercê do seu retorno, dia após dia, você não sabe o quanto isso vai ser doloroso pra mim.

 

-Eu jamais faria isso. - retrucou respirando pausadamente, se concentrando no perfume da semideusa ao sentir novamente uma inquietude em seu peito. Ela possuía sentimentos por Silena, ela era e sempre seria especial na sua vida e iria protegê-la de qualquer coisa. - Eu não sei se isso vai dar certo, não sei o que vai acontecer. Nunca lhe colocaria em qualquer situação de risco, sabe disso.

 

Silena suspirou frustrada, mesmo sabendo desde o princípio qual seriam as palavras da outra sobre as suas inquietações. Por mais que não falasse, sabia que a conselheira do chalé 5 amava a filha de Athena e faria qualquer coisa por ela.

 

-Ajude-a quando for necessário. - comentou enquanto as duas observavam as ondas. - é o único pedido que lhe faço. Bem sabe como ela ficará cheia de questionamentos… Você também viu, não viu?

 

Tinha plena noção sobre o que Clarisse estava falando, era sobre o fio. Provavelmente às únicas pessoas ali presentes que realmente chegaram a ver o ocorrido foi ela, a filha de Ares e Annabeth Chase, finalmente a loira se dera conta da conexão e o fio estava atado em suas duas extremidades… Mesmo que não concordasse, ela faria o seu melhor, por Clarisse.

 

Silena sentou-se ali ao seu lado na areia fofa e a mais alta passou o braço por cima de seus ombros, trazendo-a novamente para perto de si. Ficaram em silêncio, cada qual imersa em seus pensamentos, mas apreciando a vista e o som das águas… Ficaram assim por um longo tempo, até que o sol se despedisse delas em um belo crepúsculo, Clarisse adorava os diversos tons que se refletiam no mar, não sabia quando apreciaria novamente tamanha beleza, mas estava agradecida pela filha de Afrodite estar ao seu lado.

 

~***~

 

Retornaram da praia quase na hora de se reunirem no pavilhão para o jantar, seus irmãos lhe receberam com gritos, arruaça e o que menos lhe agradou - tapinhas nas costas. Tudo seguiu normalmente, as oferendas aos deuses, o burburinho nas mesas antes e durante a refeição, as brincadeiras brutas… Clarisse aproveitou cada momento ao lado dos seus companheiros de chalé. Porém não os acompanhou para o momento em comum entre os semideuses, precisava se preparar, olhou ao redor, mas não viu Annabeth, suspirou pesadamente, mas afastou os pensamentos logo em seguida, seria melhor assim.

 

Dirigiu-se a passos lentos pela trilha que levava aos chalés, a noite estava fria, mas agradável, o recinto encontrava-se completamente vazio assim como esperava, correu os olhos pelo local cruzou a entrada, os passos ecoando no piso de madeira enquanto fazia automaticamente o caminho para o quarto dos fundos.

 

Recostou-se sobre a porta de madeira pesada assim que a fechou atrás de si, seus olhos correram pelo pequeno local com certa nostalgia, a mesa brevemente bagunçada, algumas pilhas de livros sobre guerras e táticas totalmente em grego - era a única língua que realmente conseguia ler e assimilar com maior eficiência - seu colar de contas que deixara no recinto no dia anterior, a lança e o escudo cuidadosamente polidos e apoiados mais ao canto.

 

-É um ótimo truque e realmente útil ter o poder de ficar invisível, só existe um problema… - comentou Clarisse enquanto dava passadas pelo quarto e depois apoiou os braços contra as costas da cadeira próxima a sua mesa. - eu conheço o seu cheiro, mesmo que eu não consiga te ver, eu sinto quando está perto de mim. Foi assim que te impedi de pegar o estandarte de Ares na minha primeira captura da bandeira.

 

Não demorou muito tempo pra que a líder do chalé 6 deixasse o seu disfarce de lado e retirasse o boné dado por sua mãe, não tinha motivos para permanecer invisível se a mais velha sabia que estava ali. Clarisse virou novamente em direção à porta e lá encontrou a loira de olhos cinzentos, a expressão indecifrável de sempre, o boné dos Yankees nas mãos, teve de se concentrar para não suspirar… Seus passos ecoaram pelo pequeno e silencioso quarto, a distância entre ela e a outra campista foi rompida, estavam frente a frente.

 

-O que você quer de mim? - perguntou a morena em tom baixo, levou a mão até o queixo de Annabeth, depositando um leve carinho.

 

A loira fechou os olhos com o toque, mas não antes de se sentir arrebatada pela pergunta, os olhos verdes lhe analisavam de uma forma tão perdida que teve suas ressalvas se a guerreira estava se reportando realmente a ela.

 

-Apenas queria saber se está bem. - mentiu desviando o olhar, também estava cheia de questionamentos e dúvidas, passara o dia inquieta sem saber realmente se deveria procurar La Rue ou não, ela estava sim preocupada, mas não era o único motivo que lhe fizera entrar no chalé rival.

 

Clarisse toca novamente o seu queixo, erguendo seu rosto para firmar os olhos nos da semideusa.

 

-Sejamos razoáveis Chase… Podemos esquecer o que aconteceu naquele dia, mas ambas sabemos que isso é impossível, você não consegue esquecer os meus toques e eu não consigo ficar longe do seu cheiro, da sua pele. - confessou invadindo o espaço pessoal da outra, a mão livre apoiada no quadril da mais jovem. - Ou você pode dizer o porquê de ter vindo aqui, sem se esconder atrás de desculpas, pois somos eu e você e não tem bebida, Silena ou qualquer outra coisa para que você possa culpar.

 

Chase continuava calada, os olhos fechados, La Rue podia sentir a confusão e a dúvida lhe consumindo em uma batalha interna. Tinha certeza que a garota de olhos tempestuosos estava lhe escondendo alguma coisa.

 

-É porque sou filha de Ares? - perguntou enquanto continuava a acariciar o rosto da loira com devoção como se quisesse memorizar cada pequeno traço característico. - ou sua mãe não me aprovaria?

 

-Eu não posso Clarisse, você não entenderia… - a voz de Annabeth saiu fraca, como se estivesse cansada demais para lutar, sentia seus olhos arderem, não queria e não poderia demonstrar fraqueza.

 

-Então me faça entender, a sabidinha aqui é você e não eu. - rebateu, travou o maxilar contendo a inquietação e frustração que vinha lhe consumindo como um lento veneno.

 

Pela primeira vez Annabeth segurou em seu rosto, estava estampado nos olhos uma da outra o medo, a confusão, as palavras não ditas até então.

 

-Eu não sei o que está acontecendo e por Athena como eu odeio isso, mas eu sei que está me escondendo alguma coisa e eu vou descobrir o que é Clarisse. - a voz da semideusa saiu firme, da forma que estava acostumada a escutar sempre.

 

-Não esperaria menos de você… - sussurrou a morena encostando a testa na da loira, um pequeno sorriso brincava em seus lábios enquanto sentia a respiração pesada da outra. - mas enquanto não descobre me deixe lhe dar o benefício da dúvida.

 

Segurou o rosto delicado em suas mãos, os polegares corriam devagar pelo maxilar, retirou uma mecha que insistia em sempre se desprender do rabo de cavalo que a loira fazia, deslizou o dedo indicador pelos traços, descendo pelo nariz e pousando sobre os lábios.

 

Annabeth acompanhava em silêncio, a respiração falha, beijou os dedos indicador e médio que desenhavam seus lábios com cuidado, sentiu os lábios da morena em seu pescoço… Arfou com a sensação de cada pequeno beijo que lhe era distribuído no local, abraçou o corpo de Clarisse contra o seu com cuidado, pois sabia que ainda estava machucada. Os beijos subiram pelo seu queixo até alcançar os lábios, ela não tinha dúvidas, mas agora possuía enfim a confirmação.

 

Naquela vez nunca foi a bebida, ou qualquer tipo de indução que duvidara muito que Silena usara, seu corpo inteiro vibrava e ao mesmo tempo sentia que as forças lhe faltavam, porém não era nada mais nada menos que Clarisse.

 

O beijo possuía um encaixe perfeito, como se estivessem separadas por muito tempo e por fim se reencontraram, era urgente, intenso, inebriante, a morena gemeu ao sentir Annabeth lhe puxar pelo quadril, prensou a garota contra a porta pesada, suas mãos subindo pela pele quente por baixo da camiseta do acampamento.

 

-Repito o mesmo que lhe disse antes. - a voz rouca chegava aos ouvidos da filha de Ares como uma música. - não vou deitar na mesma cama que você levou outras garotas.

 

Clarisse sorriu encarando os olhos cinzentos que eram sempre tão belos, mordeu-lhe o lábio inferior antes de confessar:

 

-Nenhuma garota esteve nesse quarto. - a boca novamente corria pelo pescoço da loira, com certeza ficaria alguma marca, mesmo que pequena. Annabeth lhe olhou com descrença, mas Clarisse ficou séria. - nem mesmo Silena esteve aqui antes.

 

Estava dizendo a verdade, podia sentir, não sabia como, mas tinha certeza. Puxou novamente a filha de Ares para um beijo intenso, enquanto era novamente prensada contra a porta do quarto, ofegou ao ser consumida aos poucos pelo desejo, as mãos de Clarisse correndo por suas costas por dentro da camiseta… Sentia seu corpo arrepiar por inteiro e o seu coração bater de forma acelerada.

 

Entre beijos e gemidos Annabeth conseguiu retirar a camiseta da mais alta, deixando-a em um canto qualquer, precisava sentir a pele contra a sua novamente, Clarisse também queria o mesmo que a loira e rapidamente se livrou da parte superior que a garota usava… Beijou a mão de Clarisse e guiou-a para o fecho do seu short enquanto a olhava nos olhos.

 

Clarisse encarou aquilo como um pedido mudo, sentiu seus dedos queimarem sobre o zíper frio, o sangue borbulhava com aquela súbita proximidade. Annabeth a encarava com calor e devoção, guiou a outra mão da guerreira para a sua cintura, gemeu quando a loira explorou seu pescoço com beijos vorazes.

 

Chase parou de beijá-la e afastou-se para olhá-la, a semideusa estava ofegante, os lábios entreabertos e as mãos imóveis sobre o fecho do short. Aproximou-se e brincou um pouco com o autocontrole da morena antes dela guiar as próprias mãos até a calça de Clarisse, analisava de forma astuta cada pequeno pedaço de pele que era revelado.

 

A líder do chalé sorriu e colocou a mão da loira sobre sua cintura, o contato pele e pele foi intenso. Ela não tinha porque sair dali, ela não tinha porque deixar Annabeth… Segurou a garota firmemente em seus braços, com medo de estar invadindo o espaço dela na hora errada, entretanto Chase parecia estar confortável naquela situação, suas mãos exploravam cada pedaço exposto da guerreira.

 

Clarisse desabotoou o short de Annabeth que pareceu não se importar e então, ela deixou que suas mãos explorassem o abdômen da loira. Correu a ponta dos dedos sobre a pele convidativa.

 

-Por favor… - pediu de forma baixa após morder o canto dos lábios.

 

A semideusa obedeceu prontamente, ainda segurando Annabeth pela cintura, abriu o fecho com uma das mãos e beijou-lhe o pescoço no enquanto concluía o movimento de forma lenta. A loira apertava e arranhava suas costas, apesar da dor Clarisse só conseguia se concentrar no cheiro, no toque e no sabor da pele.

 

Assim que o short caiu aos pés de Annabeth, a loira inverteu as posições com violência, pegando Clarisse de surpresa, mas correspondeu com um sorrisinho malicioso quando notou que a campista estava totalmente entregue aos seus toques. Tão antes Annabeth se afastara para respirar, ela logo tomara-lhe os lábios novamente de forma desesperada, como se temesse que aquele momento não fosse real.

 

Clarisse foi diminuindo a velocidade do beijo, a loira tentou lutar contra, mas não conseguiu. La Rue foi descendo os beijos pelo pescoço e quando chegou ao colo, desabotoou o sutiã.

 

-Você tem certeza que quer isso? - perguntou com a respiração pesada e o tom rouco que fez a pele da menor se arrepiar.

 

Annabeth respondeu arrancando a própria peça, não queria perder tempo com qualquer tipo de argumento, não agora. Clarisse deu um sorriso ainda mais safado ao admirar os seios bonitos, beijou e chupou sem qualquer pudor, deixando um caminho de beijos quentes pela barriga da loira. Annabeth sentiu suas pernas tremerem, apoiou as mãos contra a porta para conseguir se manter de pé.

 

Clarisse mordeu a pele do abdômen da loira de leve parando ao chegar à peça íntima. Annabeth olhou para baixo confusa por não saber o porquê da outra parar, mas bastou que elas trocassem um olhar para saber o que realmente queriam. A intensidade dos sentimentos expostos naqueles olhos tempestuosos fora o suficiente para que ela sanasse qualquer tipo de dúvida, a morena posicionou os dedos na lateral da peça e desceu-a vagarosamente, apenas para torturar a mais nova:

 

-Você realmente quer isso, Chase? - perguntou em tom maldoso. - Nem mesmo Athena vai ser capaz de lhe tirar daqui.

 

-Por que você insiste em me perg... – Annabeth mordeu o lábio quando viu a peça na mão de Clarisse e quase desabou quando sentiu a língua da morena brincando em um ponto extremamente sensível. – Apenas... Faça!

 

Clarisse sorriu contra o sexo de Annabeth e abocanhou-o em um beijo. A loira estava tendo dificuldades para se segurar na porta, suas pernas trêmulas pelas diversas sensações que lhe tomavam a sanidade, a forma que a língua da mais velha lhe invadia tornava sua mente desapropriada de qualquer controle motor sobre seu corpo… Para sua sorte as mãos firmes da outra semideusa vagando por suas pernas e quadril lhe garantia algum equilíbrio a mais.

 

O coração acelerou, os dedos se entrelaçaram aos fios escuros com tanta força que chegaram a ficar dormentes, um gemido alto saiu pela boca de Annabeth, sua mente estava em branco, não conseguiria sustentar o próprio corpo que cedera aquela sensação absurda de prazer, Clarisse lhe amparou, acariciou os fios escuros rente a nuca enquanto sentia o sorriso da filha de Ares contra o seu ventre.

 

Abraçaram-se como se temessem ficar uma sem a outra, trocaram beijos delicados, até que o corpo de Annabeth ficou tenso em seus braços… Podiam escutar vozes distantes, eram os ocupantes do chalé 5. Sabia o que significa a tensão da garota, era o momento que teriam de se afastar.

 

-Não vai… Por favor, fica. – murmurou ao pé do ouvido da loira, se antecipando ao que ela iria lhe dizer, antes de morder o lóbulo da orelha dela e suspirar contra a pele de aroma inconfundível. – não foge de mim novamente.

 

Annabeth estava confusa, sem saber se aquilo realmente seria o certo a se fazer, mas seu peito era quem ditava as regras naquele momento, a forma que Clarisse fez o pedido lhe trouxe quase uma sensação de dor… Não precisavam de palavras, guiou a morena até a cama segurando em sua cintura enquanto Clarisse lhe beijava o ombro e o pescoço.

 

Acariciou o rosto da morena assim que a mesma lhe deitou na cama com cuidado, puxou o corpo de Clarisse contra o seu, precisava do calor que emanava da filha de Ares. Annabeth mal teve tempo de se recuperar, sentiu o dedo de Clarisse invadir sua intimidade… Não precisava de mais nada.


Notas Finais


Ok eu não comentei nada antes, mas esse é o tipo de capítulo que eu posto e me escondo em um buraco depois pq neh… A criatura quer escrever certas coisas, mas é tímida kkkkk… Vai entender. Nem me recuperei direito do último capítulo de O Convite aproveito e já fico aqui no meu "buraco da vergonha" mesmo.

Dois pontos que quero salientar principalmente para quem acompanha a spin-off e é mais perspicaz. Eu citei um momento de Afrodite e Clarisse que não foi postado ainda, bem como a tal captura de bandeira entre os chalés de Athena e Ares. Esses capítulos vão ser postados na spin-off

Obrigada por acompanharem e até o próximo!


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