pov Marie Bauer
"Tem certeza Sarah?" - Perguntei enquanto Sarah e eu decidíamos que caminho tomar no meio de uma floresta.
Alguns dias atrás ela havia lido uma carta que Martin recebeu, dizendo que haveria uma reunião de comensais em breve e que sua presença era requisitada, eu não sabia se Snape recebia essas cartas também, mas eu sabia que ele também havia sido intimado a estar lá. A final de contas, ninguém deixa de ser um comensal a não ser que esteja morto.
"Ali, olha." - Disse Sarah apontando para uma casa enquanto nos escondíamos nos arbustos.
"Está bem, e agora? O que fazemos?" - Perguntei e Sarah me olhou.
"Eu não sei Marie, não sei. Entramos lá?" - Perguntou.
"Sim - Concordei balançando a cabeça positivamente. - "Vamos dar a volta ao redor da casa, em algum lugar deve ter uma janela aberta que conseguimos pular.
"Está bem." - Disse Sarah concordando e saímos do arbusto escondidas. - "Seria maravilhoso a capa da invisibilidade pertencer a nós nesse momento." - Dei uma risada baixa, ela estava certa, era tudo que precisávamos. - "Não existe nenhum feitiço para isso?" - Perguntou e eu balancei a cabeça negativamente.
"Não que eu saiba." - Completei. - "Vem, ali, vamos pular aquela." - Disse apontando para uma janela que parecia de fácil acesso. - "Esteja com a varinha empunhada." - Disse, eu pulei a janela primeiro, em seguida ajudei Sarah, mas assim que nós nos viramos para sair da sala a qual nos encontrávamos vimos que lá havia um comensal, sem que pudéssemos exercer qualquer feitiço ele nos desarmou pegou pela gola de nossas vestes e nos levou até um grande salão onde uma mesa ficava localizada ao centro, e existiam diversos comensais ali sentados, eu pude localizar Severo.
"Olha o que eu encontrei." - Disse o comensal nos empurrando ao chão. Todos viraram seus olhares a nós.
"Estamos ferradas." - Sussurrei. - "Sinto muito Sarah." - Falei baixinho, e Sarah apenas segurou minha mão, então nós levantamos.
"Não mandei nenhuma das garotas levantar." - Disse o comensal nos empurrando ao chão novamente, e nós permanecemos lá.
pov Severo Snape
Quando vi que era Marie e sua amiga que estavam ao chão meu corpo gelou, eu não podia tomar atitude alguma porque entregaria meu disfarce, mas eu estava irritado porque ela tinha que continuar a mexer com isso. Eu precisa urgentemente contar a Dumbledore, sem criar suspeitas é claro.
"Tranquem-nas em um quarto, e depois elas se tornarão útil para alguém." - Falei, tentando conseguir algum tempo. - "Temos assuntos mais importantes a resolver." - Completei, vi os olhos de Marie se encherem de lágrimas pelas minhas palavras duras, acreditava que ela fosse mais esperta do que isso e compreendesse os meus pensamentos. Porém agora, não me importava, estava apenas preocupado em salvar sua vida e não seus sentimentos.
"Não, espere." - Disse o garoto insolente, amigo do garoto que quase matou Marie. - "Não sabem quem ela é?" - Perguntou ele irônico. - "Ela é a nova namoradinha de Snape." - Disse ele apontando para Marie.
"Levante-se garota." - Lúcio falou, Marie se fez de desentendida e o comensal que as havia achado a chutou.
"Ah, sou eu?" - Perguntou irônica, e se levantou.
"Não acredito que palavras de um garoto iniciante que nem é possuidor da marca ainda valem mais que as minhas." - Falei rude e autoritário. - "Acho que quando milorde voltar teremos muitos assuntos a serem resolvidos com ele, não é mesmo Lúcio?" - Falei e Lúcio suspirou e andou até a garota.
"Sabe Severo, ela não é de se jogar fora." - Disse passando a varinha no rosto de Marie que estava com a respiração ofegante e com medo. - "Tenho certeza aqui que muitos de nós poderiam aproveita-la." - Concluiu. - "Você é virgem meu amor?" - Perguntou a Marie.
"Não sou seu amor." - Respondeu ela grossa e Lúcio soltou uma risada.
"Fascinante." - Disse. - "A sua petulância me lembra tanto uma pessoa. Que assim como você era uma garota forte que fazia tudo para proteger os que ama, até que custou a sua vida." - Lúcio disse, eu sabia a quem ele estava se referindo, Lilian. Maria estava visivelmente abalada, mas mantinha sua postura e não desviava o olhar nem um segundo sequer de Lúcio. - "Assim, como se você se continuar dessa forma. Vai ter problemas, ou... Vai acabar morta." - Disse ele. - "Não é Severo?" - Perguntou gargalhando.
"Não sei Lúcio, a quem se refere?" - Perguntei.
"A Lilian, claro. Lilian Potter." - Eu sabia porque ele estava fazendo isso, queria me desestabilizar e claro que não conseguiria, mas talvez conseguisse com Marie o que me preocupava.
"Dispensem a outra garota, deixem que ela volte e conte a Dumbledore que sua amiga está aqui, enquanto isso podemos nos divertir." - Disse Lúcio, o outro comensal levou a amiga de Marie até a porta, e eu pude ver quando a garota aparatou. Dumbledore logo estaria aqui para pega-las, e isso com certeza seria avisado aos aurores, porém quando Dumbledore chegasse, nenhum comensal se encontraria aqui, e sabíamos disso.
"Já disse, a tranquem ela em um quarto, vamos resolver nossas questões, temos pouco tempo." - Repeti, mas Lúcio teve o prazer de me ignorar.
"Como é seu nome meu doce?" - Lúcio perguntou a ela.
"Não é da sua conta." - Então um tapa na cara foi dado em Marie, eu me contorcia por dentro para não me meter, mas minha vontade era matar Lúcio.
"Vou repetir novamente, espero ouvir uma resposta." - Disse Lúcio e Marie se manteve o encarando. - "Qual seu nome?" - Ela respirou fundo.
"Marie Bauer." - Disse.
"Olha só, até que ela é domesticável." - Lúcio falou e vi o rosto de Marie passar de sua cor morena porém pálida, a um vermelho evidente.
"Nem todas as mulheres são como a sua Malfoy." - Disse ela visivelmente irritada. - "Cachorrinhas a serem domesticadas." - Falou, e Lúcio bateu novamente nela honrando Narcisa.
"Você não é mulher. É só uma garota tola que quer defender quem ama, mas não sabe nada sobre a vida, nem as consequências que isso a trará." - Disse Lúcio, e suas palavras pareceram piores que um tapa no rosto de Marie, ela desviou seu olhar para mim por alguns segundos e suspirou.
"Eu conheço a história de Lilian Potter, mãe do garoto da profecia. E ser corajosa como ela, seria uma honra, apesar de ouvir algumas coisas sobre suas atitudes egoístas." - Falou Marie. - "Mas não sou ela Malfoy, eu aceito quantos tapas me der, porque eu não temo a dor!" - Disse ela firme, meu peito se enchia de orgulho. - "Mas eu não faço as escolhas fáceis, eu faço as certas. Isso que nos diferencia." - Falou, mas Lúcio não teve tempo de resposta, a porta foi aberta e lá se via Dumbledore com alguns aurores, todos os comensais assim como eu aparataram.
pov Marie Bauer
"Você está bem minha querida?" - Balancei a cabeça positivamente.
"Você acha que teria algo importante a nos dizer?" - Perguntou o auror ao lado de Dumbledore e eu balancei a cabeça negativamente.
"Apenas o de sempre, comensais tentando trazer você-sabe-quem de volta." - Ele balançou a cabeça positivamente, e Dumbledore saiu me puxando, então aparatou comigo e quando vi estávamos em Hogwarts.
"Vamos comigo até minha sala, certo querida?" - Balancei a cabeça positivamente. - "Depois sugiro que vá ver Severo." - Meu coração doeu quando ele falou o nome de Severo, ele havia me tratado como um nada, e deixaria que os comensais fizessem o que bem entendessem comigo, todas as vezes que abriu a boca foi para me humilhar ou desprezar, eu queria falar com Severo apenas para jogar tudo que estava guardado no meu peito a muito tempo em cima dele, todas as minhas dores. - "Sente-se." - Falou, me sentei. - "Você precisa tomar mais cuidado. Se você tem tanta certeza de que eles irão trazer Voldemort de volta, e ele irá matar Severo, por que você apenas não aguarda?" - Perguntou, meu coração doeu.
"Não posso." - Dumbledore olhou para mim.
"Minha querida, existem coisas na vida que não podem ser impedidas." - Falou. - "Apenas tenha em mente que no momento certo de defende-lo você saberá." - Falou.
"Severo não faz ideia dos meus planos, e pretendo não conta-los, porém ele sabe que irá morrer." - Falei, eu estava desabafando?
"Diga logo o que a angústia minha querida." - Suspirei.
"Acha que se eu lhe contasse ele me ajudaria?" - Dumbledore sorriu.
"Severo sabe assim como eu, que existem coisas na vida que não podem ser impedidas." - Meu coração doía, então Severo realmente irá morrer, Dumbledore está me afirmando isso? Estou tão confusa, cansada e abalada emocionalmente. Apenas assenti com a cabeça. - "Vá vê-lo agora, vocês precisam conversar." - Assenti novamente e fiz uma leve reverência me retirando da sala de Dumbledore e indo até às masmorras. Tudo estava aberto, então assim que entrei tranquei as portas.
"Estava te esperando." - Falou Severo sentado no sofá com um copo de whisky de fogo em sua mão quando passei pela porta.
"Para que?" - Disse, era isso que rondava minha cabeça. Para que? Para que serve tudo que estou a fazer? O destino seria assim tão desgostoso comigo?
"Para esclarecermos coisas, creio que está magoada." - Eu apenas me sentei ao seu lado, apoiei as mãos aos joelhos e deixei as lágrimas saírem. Eu chorei, chorei, passaram se minutos e eu me mantinha chorando e Severo se mantinha quieto, então ele se aproximou para me abraçar.
"Não toque em mim." - Falei, o toque dele me distrairia, mesmo que eu quisesse ser aparada e os melhores braços para se estar fossem os de Severo, eu não poderia cair assim.
"Marie, me escute." - Pediu.
"Não, me escute você Severo!" - Disse levantando e limpando as lágrimas. - "Eu poderia ter morrido! E você se manteve impassível pelo seu disfarce que pelo visto é mais importante que minha vida. Enquanto isso eu ponho sua vida a frente de todas as minhas prioridades." - Falei, Severo se manteve calado. - "Eu amo e sofro por alguém que não me ama, eu luto por você Severo, mas eu estou cansada." - Isso me lembrava a última vez que eu disse que queria terminar o que quer que fosse que tínhamos. Mas agora era diferente, eu estava cansada, eu estava sendo fraca e escolhendo o fácil. - "Eu sei que disse a Malfoy que escolheria o certo, mas fica difícil dessa forma." - Lágrimas rolaram por meus olhos. - "Me dê um tempo Severo." - Disse e sai, Severo fez menção de vir atrás de mim mas percebeu que era melhor apenas me deixar partir, eu saí correndo até a torre de astronomia, me sentando e chorando todas as minhas dores.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.