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História Fique Longe Dele - Kim Taehyung - Atos inesperados.


Escrita por: Maaru

Notas do Autor


Boa Leitura! ♥️

Capítulo 11 - Atos inesperados.


Fanfic / Fanfiction Fique Longe Dele - Kim Taehyung - Atos inesperados.


Choi Yuri.


Sábado.


7:47.


Sentia uma sensação quente pairando sobre a minha tez, comecei a abrir os olhos gradativamente com um pouco de dificuldade, lentamente. Minha visão ia se adaptando aos poucos, e o sentimento de que havia algo errado começou a me tomar.


Observei ao redor, começando a perceber que aquele ambiente não era nada parecido com o meu quarto. Franzi o cenho, será que eu poderia estar sonhando? Onde estou? 


Até o cheiro do cômodo era diferente, a janela estava em uma posição diferente, a cor da parede neutra, os poucos móveis…


Que lugar é esse? De quem é esse quarto? Como vim parar aqui?


Arregalei um pouco os olhos, percebendo que metade do meu corpo subia e descia vagarosamente, um som de batimentos cardíacos soava em meu ouvido direito.


 Espera um pouco… onde eu estou deitada? Com certeza aquilo não era um travesseiro.


Ergui um pouco a cabeça, deparando-me com um homem, estava dormindo tranquilamente, com os lábios um pouco entreabertos. Olhei para baixo, encarando o seu peitoral, eu estava deitada…em cima dele?


Fechei os olhos com força, entoando um grito agudo. Ele acordou no exato instante, esboçando uma expressão de assustado.


— Pelo amor de Deus! O que foi? — Exclamou apavorado.


Afastei-me de seu corpo rapidamente, levantando-me da cama, o nervosismo tomando conta de mim, o que aconteceu comigo? Por que estou aqui?


Olhei para ele, que se sentou na cama, me encarando confuso.  


Foi então que comecei a reconhecê-lo…


— J-Jungkook? — Ergui o cenho. — O que você está fazendo aqui?


O vi erguee uma sobrancelha.


— Como assim? Aqui é a minha casa. — Riu.


Pressionei o lábio inferior com os dentes, minhas mãos começando a suar.


— E o que eu faço aqui? Na sua casa? No seu quarto, deitada em cima de você? — Perguntei de uma vez.


— Então… é uma história meio confusa… — Começou, sua voz soava sonolenta.


O olhei de cima para baixo, ele estava sem camisa, apenas com uma calça moletom cinza. Olhei para mim em seguida, ainda me mantinha vestida…


— Você fez alguma coisa comigo? O que você fez? Oh meu Deus, seu tarado! — Me aproximei dele.


Jungkook segurou os meus pulsos, impedindo-me de realizar um ato violento.


— Ei, calma ai Yuri! Eu não fiz nada com você, ainda está vestida, se eu tivesse feito algo, com certeza não estaria assim! — Se defendeu.


Arregalei os olhos, me sentindo ainda mais chateada e me debati para desvencilhar o aperto do rapaz, o que fora em vão.


— Então por que eu estava em cima de você? — Perguntei em tom alterado.


Ele bufou.


— Ouça, eu a encontrei bêbada em um bar ontem, você ficou insistindo para que eu te levasse para casa, eu até tentei, mas você dormiu enquanto eu dirigia… 


— O que? E por que não me levou para casa? — Me debati novamente.


— Céus, acabei de dizer que você dormiu, sem terminar de dizer o seu endereço. — Revirou os olhos.


— Mas… — Olhei ao redor.


Ele deve ter percebido meu olhar completamente confuso.


— Sendo assim, tive de trazê-la para cá, não ia te deixar na rua e muito menos pegar um metrô sozinha do jeito que estava em plena 23:00 da noite. — Continuou.


Então ele me trouxe para a casa dele? Minha mãe vai me degolar se souber disso…


— Então… me trouxe para a sua casa? — O encarei, aflita.


— Sim! 


Bati o pé no chão.


— Mas isso ainda não explica o fato de eu estar em cima de você! — Berrei.


Jungkook riu nasalado, olhando-me com uma expressão de tédio.


— Sobre isso… meus planos era que eu dormisse no chão e você na minha cama, porém… — Desferiu um fraco peteleco em minha testa. — Você se agarrou em mim e implorou para dormir com você! 


Como é que é? Não acredito que fiz isso, não acredito que bebi, não acredito que estou na casa de um cara, que palhaçada toda é essa?


— Não, eu não fiz isso… — Neguei em um movimento de cabeça, rindo nervosa.


— Sim, você fez! Disse até que "alienígenas te sequestrariam" se eu saísse de perto de você. — Gargalhou.


Santo Cristo, é assim que eu fico bêbada? Nunca mais eu vou beber na minha vida… 


Senti minhas bochechas esquentarem. Alienígenas? Sério Yuri?


— Que horror… — Murmurei, constrangida.


— Enfim, foi por isso que acabamos assim. — Me olhou. — Não precisa ficar tão alterada, se fosse para alguém ser assediado aqui, com certeza não seria você. — Brincou, rindo em seguida.


Bufei, retornando a me debater.


— Ora seu… — Grunhi. — E por que está sem camisa? 


— Eu só estava com calor, só isso, pare de pensar assim, eu não encostei um dedo em você, não sou um escroto que se aproveita de garotas no estado em que você estava.


Respirei profundamente, na tentativa de me acalmar, ele de fato parecia estar sendo sincero, afinal, eu saberia se tivesse sido violada. Jungkook me soltou, mas ainda me encarava desconfiado para o caso de eu ameaçar ir para cima dele de novo.


— Me desculpa… já que foi assim… — Suspirei. — Me desculpa por te incomodar e dar tanto trabalho…


Ele sorriu simpático, puxando levemente o tecido do meu moletom.


— Não deu trabalho nenhum, na verdade, fico aliviado por ter sido eu a esbarrar em você e não um homem desconhecido com más intenções. — Se levantou da cama, ficando de pé na minha frente. — Fica tranquila, tá? 


Assenti, vendo-o suspirar aliviado.


— Quer que eu te leve para casa? Ou prefere tomar café primeiro? — Caminhou até a porta de seu quarto.


— Sinceramente, eu acho que você já fez demais por mim… — Ri sem graça. — Pode me dar uma carona para casa?


Ele concordou, pegando sua camisa e as chaves do seu carro em cima da cômoda. Desta vez, expliquei meu endereço inteiro, e ele me deixou na porta de casa. Me senti um pouco sem graça, ainda sem acreditar, não me recordava de muita coisa, minha cabeça ainda girava, mas pelo pouco que lembrava, foi o suficiente para minhas bochechas queimarem.


Abri a porta, colocando minhas pernas para fora, virando-me para ele antes de sair.


— Jungkook…


— Hum?


Hesitei por um momento.


— Será que… você não se importa se isso ficar só entre a gente, não é? Eu não quero…


— Já disse mil vezes que não precisa se preocupar, isso morre com a gente, ok? — Falou, me passando confiança.


— Obrigada! — Sorri para ele, assentindo, saindo do carro e fechando a porta.


O rapaz deu partida no veículo, sumindo da minha vista.


Entrei em casa, fazendo o máximo de silêncio que conseguia, rezando em pensamento para que minha mãe ainda estivesse dormindo. Tirei os meus tênis, andando na ponta dos pés, passando pelo corredor até a sala. Notei uma claridade no cômodo, a televisão estava ligada, em um canal de desenho.


Meu irmão já está acordado?


Me inclinei na direção do sofá, vendo Yong-sun sentado, concentrado no televisor. Respirei fundo, e dei mais alguns passos, mas ele deve ter percebido a minha sombra que refletiu na parede pela claridade da tela.


Yong-sun se virou, arregalando seus pequenos olhos.


— Yu, você…


Corri até ele desesperada, pondo minha mão em sua boca para que ele cessasse as palavras.


— Shhh… — Falei. — A mamãe ainda está dormindo? — O questionei em sussurro.


Ele assentiu em um movimento de cabeça.


Talvez a minha mãe não saiba que dormi fora, espero com todas as minhas forças que ela tenha ido dormir ontem a noite achando que eu chegaria enquanto ela já estivesse dormindo.


Não posso arriscar.


— Yon, façamos o seguinte, não conte para a mamãe que cheguei agora, ok? Vamos agir como se eu tivesse chegado enquanto vocês dormiam! — Disse baixo. — Vai fazer isso por mim certo?


Retirei a mão de sua boca, esperando uma resposta do menor.


— Tá!


Beijei sua bochecha.


— Bom garoto!


O deixei, rumando rapidamente para o meu quarto, tinha de tirar essas roupas o mais rápido possível e tomar um banho.


Sai do banheiro minutos depois, trajada em uma roupa mais confortável. Isso tudo foi realmente inédito, quem diria que eu passaria por uma situação dessas um dia. São informações demais para processar em uma noite só. Primeiro vejo Taehyung com outra garota, e de repente bebo? Estou ficando louca? Com certeza, pois além disso acordei na casa de um garoto que eu só tinha trocado palavras uma vez em uma festa.


Tenho sorte por o Jungkook não ter feito nada comigo… Mas, eu não entendo, como pude me sentir desta maneira e agir assim por algo tão fútil? Será que eu…


Não! De jeito nenhum!


Meneei a cabeça, tentando espantar esses pensamentos malucos e desconfortáveis. Dei uma olhada em meu celular que estava jogado sobre a minha cama. Haviam várias notificações de mensagens, resolvi dar uma olhada, dez mensagens eram de Min-Ji.


Han Min-Ji: Yuri, você já está em casa? Por favor, eu já te liguei tanto e você não atende.


Han Min-Ji: Ei, já chegou? Me avise!


Han Min-Ji: Espero que já esteja em casa, bom dia!


Han Min-Ji: Yuri, nós precisamos conversar… eu cometi um erro terrível!


Franzi o cenho, eram muitas mensagens, ela realmente estava preocupada comigo. Comecei a digitar em resposta.


Eu: Eu estou bem, não se preocupe.


Enviei apenas, bloqueando a tela do meu celular e o deixando sobre a minha cama, estava faminta, saindo de meu quarto e rumei até a cozinha para preparar algo. Chegando ao cômodo, encontro com minha mãe, e de imediato senti minhas mãos gelarem.


— Bom dia… — Disse.


A mais velha virou-se, dando uma golada em seu copo d'água.


— Bom dia.


Sorri, indo até a geladeira.


— Ainda tem leite? — Perguntei, tentando agir normalmente.


— Sim, veja no armário. — Falou. — Aliás, que horas você chegou ontem? Eu acabei dormindo e não a vi chegar.


Engoli a seco.


— Ah eu… devo ter chegado umas onze e meia, já que a senhora não iria mais trabalhar, não se preocupe, eu vim em segurança. — Olhei para ela.


— Hum… que bom…


Tudo pareceu estar dentro dos conformes, graças a Deus ela não suspeitou, ou seria o meu fim. Ajudei-a a preparar o café da manhã, e então seguimos o dia tranquilamente, como se nada tivesse acontecido.


 

                                    [...]


 

Segunda-feira. 


7:05.


Andava pelos corredores, em direção ao banheiro.


Meu final de semana fora tão monótono, o mínimo que eu precisava para relaxar a tensão de sexta passada, porém, Min-Ji me colocou em um suspense terrível com mensagens estranhas, dizendo que havia feito alguma besteira, eu não gosto muito de falar sobre coisas assim por mensagem, então estou esperando ela chegar na escola para conversarmos melhor.


Lavei as minhas mãos, dando uma olhada em meu rosto para me certificar de que a pouca maquiagem estava "agradável". Meu cabelo mantinha-se preso em um coque frouxo, pois, resolveu amanhecer rebelde, então usá-lo solto hoje não seria a melhor das opções. Suspirei com pesar, e lá vamos nós de novo…


Deixei o banheiro, sendo repentinamente surpreendida com um braço sendo posto rapidamente à minha frente, impedindo-me de passar. Pousei a mão sobre o peito, assustada, me virando na direção do indivíduo que havia realizado o ato.


Era Kim Taehyung.


Toda aquela sensação de susto imediatamente se esvaiu, dando lugar às últimas lembranças que eu tinha dele, fazendo-me ranger os dentes.


— Me deixe passar! — Enunciei secamente.


— Por que? — Rebateu em evidente provocação.


Estreitei o olhar.


Me manti calada e tentei sair pela direção oposta, mas ele fora mais rápido e pôs seu outro braço na minha frente, ou seja, o moreno prendeu-me ali…


— Taehyung! — O encarei.


— Me diz, está tentando atrair a minha atenção? — Indagou, seu tom de voz estava levemente rouco.


Franzi o meu cenho.


— Atrair a sua atenção? Por que eu iria querer atrair a sua atenção? — Rebati.


Taehyung riu, sarcástico.


— Muito engraçado, querendo ou não, não pode fingir que não nos vimos sexta-feira! — Retrucou. — E sabe o que é mais interessante sobre este fato? 


— O que? — O maldito nervosismo começou a me consumir.


— No dia seguinte fiquei sabendo que logo depois que você saiu, foi para um bar, ficou bêbada, e olha só… foi embora com o Jeon Jungkook? — Seu tom soou debochado. — Coincidência? 


Fechei os olhos com força… Jungkook contou a ele? Não pode ser… ele prometeu!


— Aquele… eu pedi a ele para não contar a ninguém… — Murmurei acidentalmente.


— Ah não, não foi por ele que eu fiquei sabendo. — Taehyung se aproximou um pouco mais de mim. — Jimin e Yoongi estavam lá, foram eles quem me contaram.


Oh merda… 


Lembrei que Namjoon havia dito que eles não iriam com a gente pois já tinham planos, então estavam naquele bar, mas infelizmente só Jungkook foi embora naquela hora.


Entretanto, por que eles contaram ao Taehyung? 


Sinto que vou explodir de raiva, não por eles, mas da forma em que Taehyung está debochando de mim por isso.


Respirei profundamente.


— E daí? Por que se importa? Que eu lembre, você também estava acompanhado, e muito bem acompanhado pelo que eu vi. — Cruzei os braços.


Ele ergueu uma sobrancelha, sorrindo ladino.


— Ah, está falando da Chun-Hee? É verdade… nós estávamos saindo. — Admitiu, rindo.


Sentia meu sangue ferver na veias, ele está tentando me provocar?


— Ótimo, então não precisa se preocupar comigo e Jungkook! — Bufei. — Me deixe ir, Taehyung! 


Disfarçamos, quando alguns alunos passaram por nós.


— Não acredito que fez isso… — O ouvi suspirar.


— Eu é que não acredito! Você me pagou um almoço em um lugar caro, me pediu desculpas, pediu para recomeçar, e dois dias depois sai com outra garota? 


— E qual é o problema, afinal? Que eu saiba foi esse o nosso acordo naquele dia.


— Tsc...


— Então é assim que vamos garantir a nossa nota? Como vamos interagir desse jeito? Todas as duplas da sala se dão bem, menos a gente, e já faz quase um mês! — Retrucou.


— E a culpa é minha? Já parou pra pensar nas suas atitudes? — Revirei os olhos.


— Ah, o problema sou eu? Ótimo, então por que não fazemos essa redação de uma vez? Assim não precisaríamos mais ter de nos falar pelo resto dos semestres, só sentar perto até o ano acabar.


Estalei a língua.


— Finalmente disse algo de útil, acho uma ótima ideia. — Sorri cínica.


— Bom saber, e quando começamos? — Ergueu seu cenho.


— Pode ser hoje mesmo, na minha casa às duas — Segurei em seu braço, o afastando para que eu saísse. — E não se atrase! 


— Fica tranquila, meu terceiro melhor talento é ser pontual! 


Maldito Kim Taehyung!


Comecei a caminhar a passos pesados. O que deu nele? O que deu em mim? Espera… Eu o chamei para ir na minha casa? Hoje? Minhas bochechas começaram a esquentar, levei as mãos à cabeça…


Choi Yuri o que você fez!?


Tente pensar pelo lado bom, ao menos não vai ser na casa dele… aquele lugar deve ser como uma espécie de "matadouro".


Mas mesmo assim, o que aconteceu aqui? Por que ele agiu desse jeito por saber que eu estava com Jungkook? Honestamente não estava tentando chamar a atenção dele, só queria esquecer aquele sentimento incômodo que senti quando o vi com aquela patricinha.


Meneei a cabeça, é melhor eu deixar isso para lá, ou acabarei surtando.


 

                                  [...]

                                    


Entramos no vestiário, Min-Ji e eu estávamos suadas e exaustas. Jimin realmente não blefou quando disse que não pegaria leve com a gente. Contudo, não era tão ruim assim, ao menos iria melhorar um pouco meu condicionamento físico além da flexibilidade.


Começamos a nos trocar. Percebi que Min-Ji estava quieta demais, ela não era assim comumente.


— Ji… — A chamei.


— Hum? — Disse enquanto retirava suas meias.


— Você está bem? — Demonstrei estar preocupada.


— O que você acha? — Ela olhou para mim, seus olhos estavam um pouco marejados e suas bochechas muito vermelhas, e não parecia ser por causa do suor.


Fui até ela, e a abracei.


— Ei, o que houve? Você disse que queria conversar comigo, sobre o que é? — Perguntei.


Ela me olhou no fundo do olhos.


— Sexta-feira, depois que você foi embora… nós terminamos de comer, era para irmos embora ou continuar conversando mais um pouco, mas Hoseok não se aguentou e pediu umas rodadas de cerveja pra gente. — Ela começou


 — E o que tem de errado nisso? — Pus uma mecha do seu cabelo para detrás da sua orelha.


— Não tinha nada de errado nisso… até ficarmos todos bêbados! — Ela arrastou as mãos pelos cabelos. 


Pelo visto eu não tinha sido a única.


— E como foram para casa? De carro mesmo?


— É claro que sim, mas até que o Namjoon dirigiu tranquilamente, deixamos o Jin em casa e então seguimos para a nossa, e é aí que tudo se torna uma grande merda! — Ela suspirou.


— Por que? — Franzi o cenho.


— Ok, vou ser direta! Você sabe que o Namjoon é o meu vizinho e obviamente ele iria me acompanhar até a porta da minha casa como sempre faz quando voltamos juntos, o problema foi que… dessa vez… — Min-Ji respirou fundo. — Droga… estávamos tão bêbados…


O que ela queria dizer com isso, será que eles…


Oh meu Deus… eles…


— Min-Ji, você e o Namjoon…


— Sim, caramba! Sim! Quando acordei ele estava lá! — Disse chorosa.


Levei as mãos à boca, surpresa.


Por essa eu realmente não esperava, pode soar engraçado e contraditório, mas achei interessante o fato de nós duas acordamos ao lado de caras no mesmo dia e pelo mesmo motivo - estarmos bêbadas -, a diferença era que eu e Jungkook não fizemos nada a não ser dormir, quanto a ela e Namjoon, pelo seu semblante, eu acho que ocorreu diferente.


— E-Eu… uau… não sei o que dizer… — Mordisquei o lábio inferior.


— É claro que não, nem eu mesma sei o que fazer, estou evitando ele desde aquele dia, acho que nossa amizade acabou, não consigo nem olhar para a cara dele sem lembrar daquela noite, dele em cima de mim e…


— Eu entendi, Ji. Não preciso de detalhes… — A interrompi.


Ela parecia bastante desconfortável.


— E agora Yuri? O que eu faço? — Se aproximou de mim.


Hesitei.


— Como eu posso saber? Isso… — Não, eu não poderia falar desse jeito, só a deixaria pior. — Acho que vocês dois deveriam conversar.


— Conversar?


— Sim, quando se sentisse melhor e esse clima tenso entre vocês dois melhorasse, deveriam conversar sobre o que aconteceu. — Disse a ela.


Poderia não ser o melhor conselho, nem o que ela gostaria de ouvir, mas para mim, isso poderia ajudar.


— Nós somos só amigos… não era para isso ter acontecido…


— Será? Isso é o que você o considera, e se ele não pensar o mesmo em relação a você? — Minhas palavras saíram sem planejar.


Min-Ji me encarou completamente confusa.


— Yuri, qual a parte do "estávamos bêbados" que você não entendeu? — Ela segurou as minhas mãos.


— E daí? Sabia que a bebida pode revelar nosso lado mais verdadeiro? E se ele já gostasse de você? E você também? — Inclinei a cabeça para o lado.


Min-Ji respirou profundamente, terminou de se trocar e pegou seus pertences.


— Isso é loucura… e um dia quem sabe, você vai me entender… — Ela abriu a porta do vestiário. — Vamos embora.


Assenti, era melhor seguirmos caladas de agora em diante.


                                     [...]



13:45.


— Tranquem tudo e não durmam tarde, provavelmente chegarei mais cedo. — Disse a minha mãe abrindo a porta para sair.


A mais velha iria fazer hora extra para passar algumas noites em casa. E se eu contei para ela que Taehyung viria? Bom… vai ser só dessa vez, ela não vai precisar se preocupar.


Nos despedimos e ela finalmente saiu, fechando a porta.


— Vamos brincar? — Yong-sun olhou para mim.


Eu havia acabado de tomar banho, meu cabelo cheirava a shampoo de morango, enquanto me contentava em vestir uma calça moletom branca e uma camisa rosa pastel do Snoopy. Se esperava que eu me vestisse igual uma princesa para recebê-lo, pena, quero terminar essa redação o quanto antes.


— Pode ser… — Dei de ombros, acompanhando Yong-sun até seu quarto.


Ele se sentou no chão, pegando seus brinquedos, eu estava prestes a fazer o mesmo… Quando a campainha tocou. 


Uau… ele veio mesmo.


— Vou ver quem é. — Disse a Yong-sun, saindo de seu quarto.


Olhei para o relógio de parede.


Duas horas em ponto, revirei os olhos, ele é mesmo pontual. Andei até a porta, girando a maçaneta.


Lá estava ele, vestido com uma calça cor de vinho da Adidas, uma camisa branca do Buzz Lightyear e um tênis. Ótimo, me sinto melhor.


Seu cabelo parecia um pouco úmido, devia ter acabado de tomar banho.


— Vai me convidar para entrar ou vamos fazer isso ao ar livre? — Retrucou.


Nós nos olhamos de cima abaixo.


— Muito engraçado, entra… — Dei espaço para que ele passasse.


Fechei a porta assim que ele entrou. Taehyung retirou os tênis, ficando apenas de meias.


— Casa legal. — Olhou para mim.


— Jura? Obrigada, não é como o palácio que você deve morar, mas é muito confortável. — Brinquei.


Ele revirou os olhos.


— Você não dá uma trégua mesmo…


Sorri ladina.


— Yu? Quem era? — Meu irmão aparece, saindo de seu quarto e parando na nossa frente. — Quem é esse moço alto?


Hesitei por um momento…


— Yong-sun, este é o Kim Taehyung, meu amigo da escola. — O apresentei.


Na verdade nem tão amigo assim, sequer sei o que somos um para o outro, mas meu irmão é só uma criança, jamais entenderia, tudo para ele é conto de fadas ainda.


Taehyung passou por mim, indo em direção ao meu irmão, se agachando na frente dele. Aquele ato me deixou um pouco surpresa, admito.


— É um prazer. — Taehyung sorriu, estendendo a mão para Yong-sun.


Meu irmãozinho olhou para mim, demonstrando estar desconfiado. Movi a cabeça positivamente para ele, dando a entender que estava tudo bem. E então ele retribuiu o sorriso para o maior, apertando sua mão.


— Eu me chamo Choi Yong-sun! — Se apresentou.


— Ah sim, e o seu amigão aí, quem é? — Taehyung apontou para a pelúcia nos braços do pequeno.


— Esse é o Tata, o meu melhor amigo! 


— Woah, que legal! Eu também tenho um melhor amigo, sabia? Ele se chama Yeontan. — Respondeu ao meu irmão.


Yong-sun arregalou os olhos.


— Yeontan? Não é o nome do cachorrinho que você me mostra os vídeos, Yuri? — O menor se dirige a mim.


— Sim, ele é o dono do cachorro…


— Uau, isso é incrível! Pode mandar mais vídeos e fotos dele? A Yuri só me mostra os mesmos. — Yong-sun formou um biquinho nos lábios.


— É claro, assim que a sua irmã me desbloquear dos contatos dela. — Taehyung olha para mim com um sorriso aparentemente forçado.


Revirei os olhos.


— Por que ela te bloqueou? — Yong-sun pergunta.


— Ok, não se preocupe Yong-sun, você terá mídias novas do Yeontan logo logo, agora eu e o dono dele precisamos estudar. — Cortei o assunto antes tomasse um rumo ruim e eu não queria ter de xingar perto do meu irmão de cinco anos. — Pode assistir se quiser, e se precisar de mim estarei no meu quarto, é só bater na porta.


Ele assentiu, correndo até o sofá para ver desenhos, ele não costumava dar muito trabalho e era bastante "independente", e de qualquer forma eu não vou sair de casa.


Segui em direção ao meu quarto, acompanhada por Taehyung, encostando a porta assim que ele adentrou o cômodo.


— Bem vindo ao meu covil… — Falei, sentando-me na cadeira da minha escrivaninha.


— Seu quarto cheira a morango… — Esboçou uma careta.


— E isso é ruim? — Olhei para ele, enquanto colocava as mãos dentro dos bolsos.


— Não, só diferente.


— Ah é mesmo, esqueci que você já deve ter passado por vários tipos de quarto. — Soei maliciosa.


Ele me encarou, com um semblante sério.


— Vou considerar esse comentário como brincadeira.


— Que seja, vamos começar logo isso, senta aí. — Apontei para a minha cama.


Ele se sentou, enquanto eu pegava um bloco de notas e uma caneta.


— Quem será o primeiro? — Perguntou.


— Eu, depois você me pergunta, pode ser? — O moreno concordou.


— Quando quiser…


Pigarreei.


— Qual faculdade você pretende cursar? — Iniciei.


— Medicina.


— Por que? — Umedeci meus lábios.


— Sinceramente, porque meu pai quer, mas eu prefiro não discutir e sigo em frente… — Bufou.


— Ah é claro, o típico jovem formando que se vê obrigado a cursar algo contra sua vontade. — Ri.


— Não é engraçado… vou ter de sair do país para estudar. — Suspirou com pesar.


— Sério?


— Sim, querem que eu faça uma prova para uma faculdade na Califórnia, se eu passar… você já sabe...


Concordei em silêncio.


— Mas, ao menos você pode ser bem sucedido, eu particularmente nunca vi um médico pobre. — Dei de ombros.


— De que adianta tanto dinheiro e não ser feliz? Você é tão boba. 


— E você não olha o lado objetivo das coisas! — Lhe mostrei a língua.


Continuei fazendo mais algumas perguntas a ele, o mesmo me respondia objetivamente, como se já tivesse tudo planejado, ou… planejaram para ele… Por algum motivo, Taehyung demonstrou um pouco de desconforto quando perguntei algumas coisas em relação a sua família.


Havia algo diferente nele, e minha teoria só parecia se concretizar nesse momento em que estamos somente eu e ele aqui, Taehyung é instável. E o que quero dizer com isso? Bom… era como se em um momento ele estivesse totalmente autoconfiante de si, e em outro, parecia "perdido", mas não soava ser de fato isso, mas outra coisa que eu ainda não sou capaz de compreender.


Me sentia internamente assustada, nunca pensei que ele poderia vir a minha casa um dia, isso parecia ser algo impossível de acontecer, e olha só ele aqui na minha frente…


— Acho que já tem muito sobre você aqui, o que acha de…


— Aquilo é um saxofone? — Interrompeu-me ao perguntar, olhando para um canto do meu quarto.


Mirei na mesma direção que ele, para o meu saxofone no canto da parede ao lado do meu guarda-roupa.


— Sim… mas não toco faz bastante tempo. — Respondi. — Eu costumava tocar na banda da minha antiga escola.


O rapaz se levantou da minha cama, indo em direção ao instrumento. Apenas o observei, enquanto pegava o meu saxofone nas mãos, e de repente… começou a tocá-lo.


Entreabri os meus lábios ao ver aquela cena, Taehyung tocando o meu saxofone? Jamais imaginei que ele soubesse tocar um instrumento desses…


O som era agradável, não consegui reconhecer a música que ele tocava, mas era bem legal de se ouvir. Ele tinha talento para isso.


Por fim, afastou o instrumento dos lábios, parando de assoprá-lo. 


Franzi o meu cenho, ao notar que ele repentinamente parecia distante, parado de pé, olhando para o saxofone, como se estivesse pensando em algo somente para si, sério, inexpressivo. Naquele momento, ao vê-lo ali, por algum motivo, meus batimentos cardíacos começaram a se intensificar, uma sensação estranha tomava conta de mim, como se fosse… Desejo?


Não, eu não...droga…


Levantei-me da cadeira em que estava sentada em um rompante, indo em sua direção, fiquei na ponta dos pés frente a ele, segurando o seu rosto com as duas mãos e me aproximei… e então eu…


O beijei.




Notas Finais


Eu amo o final desse capítulo kkkkkkkkkkk

Até o próximo! 💜


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