História 2 sets of love - Park Jimin - Prólogo- Jimin

Ponto de vista: Park Jimin

15 de setembro- Mansão dos Park, Nova York; Estados Unidos

O verão acabou e mais um ano letivo começa.

O Summer Break iniciou dia 21 de junho, e terminou no dia 9 de setembro, mas nossas aulas começam dia 20 deste mesmo mês.

Esse período é o meu favorito, quando temos nossas férias de verão, eu e minha família vamos para a casa de praia em Honolulu no Havaí, e aproveitamos a sessão de descanso para tirar o tempo em família.

Nasci em Busan, na Coréia do Sul, mas quando eu tinha 7 anos e meu irmão 5, meus pais decidiram que seria bom para nós, vivermos nos Estados Unidos, desde então temos vivido aqui.

Lembro que nossa primeira estadia na casa de Honolulu foi simplesmente incrível, nosso primeiro contato com a capital do Havaí foi uma experiência nova e inesquecível.

Desde então mantemos a tradição de vir para cá todo ano nas férias de verão.

Quando chegamos nos Estados Unidos, moramos primeiro em San Diego, e foi lá onde conheci a família Kim.

Eles são de origem coreana como nós, mas mudaram para o território americano quando os gêmeos tinham 4 anos.

Ah, já que estamos falando dos gêmeos, devo dar mais explicações.

O garoto chamado Kim Taehyung é meu melhor amigo desde que cheguei no país, somos inseparáveis. Sua irmã gêmea se chama Kim Chinsun, mas a chamamos apenas de Sun, ela é poucos minutos mais velha que ele. Bom, sobre ela não tenho muito o que falar, namoramos no colegial, quando tínhamos 15 anos, mas o relacionamento não deu certo.

Quando tínhamos 17, nossas famílias tiveram a iniciativa de morar em Nova York, mas a gêmea de Taehyung decidiu que era a hora certa para terminar o ensino médio em Boston com a melhor amiga alemã, Lisa.

Desde então, nunca mais vi sua irmã, ela mudou para a cidade no estado de Massachusetts. Um voo até Nova York é de 5 horas, então, sempre descartei a possibilidade de acidentalmente encontrar ela por aí. 

[...]

Quando vi no relógio que já eram quase 18 horas, peguei a chave do meu carro para ir até a casa de Taehyung. Vamos sair com a galera da faculdade às 19.

Depois de dirigir por poucos minutos, já que nossas casas não tem uma longa distância, estacionei meu carro GV80 em frente a sua residência e logo depois entrei sem bater, o que já se tornou um hábito.

Enquanto encostava a porta, ouvi passos na escada, quando virei para encarar quem descia, senti meu corpo formigar e aquele frio na barriga tomar conta de mim.

— Ah, oi. — Se pronuncia e sinto um certo tom de receio na sua voz. 

— Hum, é… Oi. — respondi um pouco confuso.

Só depois de finalizar minha fala, consegui reparar no quão bonita ela estava. Sua roupa é simples mas nada desajeitada, e acho que esqueci por um tempo que ela é uma das pessoas mais estilosas que já conheci. Meu peito aperta quando lembro das coisas que aconteceram entre nós, nada agradáveis eu diria.

— Taehyung está no quintal, você parece ser um amigo dele então pode ir até lá.— Será que ela não se lembra de mim ou está só fingindo que não?

— Eu sou o Jimin, Park Jimin. Você me conhece, do colegial em San Diego.

— Oh, é verdade, conheço mesmo. Você mudou muito desde a última vez que nos vimos, desculpe por não reconhecer você.

Ela parece calma demais para quem está no mesmo cômodo de quem a 4 anos atrás ela desejava matar.

— Chegou faz tempo? — Taehyung aparece de surpresa e vai em direção a irmã, tomando das mãos dela, a caixa de papelão repleta de coisas.

— Não, na verdade acabei de chegar. — Tentei ignorar o fato de que uma garota que parece uma supermodelo está a poucos metros de distância de mim. Credo, ela é minha ex, isso torna esses pensamentos mais bizarros.

— Acho que não te contei, mas Chinsun vai morar aqui agora, fez transferência para a NYU.— Maravilha, isso era tudo que eu queria escutar Tae.

— Recebi um convite para jogar no time de vôlei da universidade, então fiz a transferência do meu curso para lá. — Completa.

— Isso é muito legal, digo, ficar próxima da família deve ser melhor do que morar em Boston.

Na realidade, isso não é nada legal, para ser sincero, é terrível. Ela poderia ficar em Boston por mais 30 anos, eu não reclamaria.

— Boston é incrível, mas Nova York deve se superar. — logo após a fala da mais velha, comecei a odiar essas duas cidades.

— Com certeza. Aliás, vamos sair daqui a pouco com uns amigos da faculdade, quer ir junto?— diz Taehyung.

— Eu marquei de conhecer a cidade com Lisa e Anna. Foi mal. — Ótimo, ela estava dispensando o convite. Eu não estou sendo irônico, realmente não quero que ela vá, não depois de ter fingido que não me conhece.

— Pode chamá-las para irem conosco, Emy, Madelyn e Jolie vão também.— Sua irmã transparece uma expressão de felicidade ao ouvir o nome de suas amigas. Não sei ao certo como essas garotas se aproximaram de Chinsun, mas Taehyung já comentou que quando sua irmã veio o visitar uma vez, conheceu as meninas e logo viraram amigas. Acho que mantém contato via internet.

— Sendo assim, então, vou dar um jeito de arrastar as outras duas até lá.— subiu correndo as escadas, provavelmente vai ligar para as garotas.

— Vamos sair em 1 hora! — O irmão gritou ainda no andar debaixo. Não recebeu resposta, então deu de ombros e se virou em minha direção.

— Porque não me disse que ela voltaria?

Pergunto tentando não demonstrar meu desconforto com o fato de sua irmã ir para a mesma faculdade que nós.

— Achei que não precisasse, afinal, vocês não têm mais vínculo nenhum. Além disso, você sabia que Lisa viria para cá e esqueceu que elas estão sempre grudadas. — Respondeu simples enquanto caminha em direção a cozinha, e eu o seguindo.

— Mas ela sabe que eu também estudo na NYU, não é?— Prefiro acreditar que ela não sabia, porque se tinha noção disso e escolheu vir mesmo assim, seria estranho.

— É claro que sabia.— Soltou a informação como se ela fosse óbvia, enquanto servia seu copo com suco de laranja natural. Segundos depois como se tivesse escutado meus pensamentos, logo completa. — Mas você melhor do que ninguém, tem total consciência de que ela jamais desistiria dos projetos de vida dela só porque você não concorda com eles. Ela tem esperado ser chamada pela NYU faz 2 anos. O vôlei é a vida dela.

Eu obviamente sei disso, quando namoravamos, eu pedi gentilmente para que ela saísse do time de vôlei do colégio porque os caras do futebol, no intervalo do treino deles, assistiam o treino dela. Se eles só assistissem, tudo estaria ok, mas não era isso que acontecia. A garota linda, talentosa, com ótimas notas e titular do time principal, sempre foi alvo de elogios, e aqueles caras nunca se importaram em falar que fariam de tudo para sair com ela, e muito menos se importavam de falar isso na minha frente, o namorado dela na época. E não era apenas nos treinos, era nos jogos competitivos, na educação física, e até mesmo quando ela jogava apenas para passar o tempo com as colegas de time.

Sei que o que fiz foi errado, deixei o ciúmes tomar conta de mim, mas aguentar aqueles comentários todo dia, me deixavam estressado.

Não posso deixar de comentar que quando pedi para ela solicitar a saída do time, ela literalmente me deu um tapa no rosto, me chamou de imbecil, terminou comigo e de bônus ainda ganhei um gelo de Taehyung por mais ou menos 3 semanas.

— Eu sei, só achei que talvez ela pensasse duas vezes antes de decidir vir. — O diálogo não prosseguiu, pois o assunto da conversa apareceu na cozinha cerca de 30 segundos depois. 

Espero que não tenha escutado a conversa.

—Estou pronta, temos que passar no apartamento de Lisa, as duas estão lá.

Enquanto ela falava com o irmão, assisti seus lábios grossos pronunciarem as palavras enquanto seu gloss brilhava e deixava sua boca ainda mais convidativa. Merda. Odeio o fato dessa garota ser a mais bonita que já vi, e odeio ainda mais o fato de admitir esse fato para mim mesmo. Maldita falsa supermodelo.

— Ok, vamos no meu carro. — diz o mais alto pegando sua chave.

O trajeto até o apartamento da alemã -melhor amiga da coreana-, foi até que razoável. Embora eu estivesse sentado no banco do carona, isso não mudou o fato de que fiquei em silêncio o caminho inteiro, apenas ouvindo-os colocar o papo em dia.

Foi assim até que Lisa e Anna entraram no carro.

Lisa Hoffmann é uma garota alemã que conhece os Kim desde que chegaram em San Diego, ela veio para cá com 3 anos de idade. Conheci a loira quando tínhamos 7 anos, foi justamente quando eu entrei na mesma escola que todos eles. Seus olhos azuis e cabelos incrivelmente loiros -naturais- sempre chamaram atenção das outras pessoas.

Ela e Jungkook namoram desde o segundo ano do ensino médio, desde então, quando ela foi para Boston e ele para Nova York, parecia que seria o fim do relacionamento, mas não foi. Se mantiveram à distância, e até que estão levando bem esse lance deles. 

Anna Georgina Ferrari é uma italiana nativa que conhecemos quando tínhamos 9 anos. Ela tem o cabelo castanho escuro e olhos verde acinzentado. 

Uma curiosidade sobre esse trio, é que além de lindas e talentosas, elas são mais grudadas que chiclete. Moravam em San Diego, e se mudaram ao mesmo tempo para Boston, e agora as duas se transferiram para a NYU simplesmente porque Chinsun decidiu ir para lá.

Elas são leais umas às outras, e se uma decidir ir para um lugar, as outras duas sempre vão ir junto, são como um ímã que se atraem.

Na minha opinião, parecem chiclete no cabelo.

[...]

Quando chegamos no restaurante, quase todos já estavam nos esperando.

Sentamos na mesa e começou todo o reencontro do trio com o restante do grupo.

— Então temos mais 3 integrantes no time NYU? Isso é ótimo. — Comentou Namjoon, sendo simpático.

— É bom ver você de novo, Namjoon. — Respondeu com um sorriso brilhante. 

Todos nós nos conhecemos em San Diego, mas quando o ensino médio acabou, curiosamente um pedaço veio para Nova York e o outro foi para Boston.

Foram alguns minutos de conversa até que Jungkook chegou acompanhado do pivô do time de basquete.

— Sun? — comenta quando percebe a presença da garota ali. 

Ele parece animado.

— Thomas? — Eles se conhecem, é óbvio. 

O sorriso que ele deu quando viu ela. O sorriso que ela deu quando disse o nome dele. Já sei que tem algo entre esses dois.

Ela levantou da mesa rapidamente e deu um abraço no mais alto. E quando eu digo mais alto, é realmente muito mais alto. Ele tem 1,87 de altura, e ela, eu diria que 1,65, então ela parece um vaso de flores do lado de um poste de luz.

— Faz tempo que eu não te vejo. — ele parece desacreditado. — Você está…—  pausa para analisá-la. — Nossa, está linda.

O rosto da garota pareceu se iluminar quando ouviu o elogio. Definitivamente algo está acontecendo entre eles.

— Eu digo o mesmo de você.

Depois desse breve diálogo, eles passaram a noite conversando, é claro que interagiam com as outras pessoas, mas na maioria das vezes o assunto era só entre eles. Foi estressante, se é pra ser assim, porque não saem sozinhos?

— Hum, vejo você na NYU então?— pergunta Thomas, na hora de irmos embora.

— Ao que tudo indica, sim. — Responde Sun com aquele famoso sorriso.

— Seria estranho se eu pedisse o seu número? Conheço esse garoto desde que entramos na faculdade e nunca o vi tão nervoso quanto agora. Esse é o efeito que Kim Chinsun causa na maioria das pessoas.

— Seria ótimo, na verdade. — Logo depois de sua resposta, ele pega o celular e entrega para ela, que anota o número e devolve o aparelho.

Nos despedimos e fomos todos embora.

Jungkook vai dormir na minha casa, e no meio do caminho decidi tirar uma dúvida.

— Você acha que está rolando algo entre Chinsun e Thomas?— pergunto com um tom inocente.

— Não sei, mas acho que não. — Depois de uma pausa rápida, ele retorna a falar. — Ela chegou na cidade faz pouco, eles mostraram que hoje foi o reencontro deles, então acho que ainda não tem nada rolando.

— Hum, acho que eles dariam um casal bonito.— Comento para ver suas opiniões.

— Porque está tão interessado nisso?— pergunta com um ar suspeito.

— Curiosidade, apenas.

— Então seria curioso se eu perguntasse para Lisa o que está rolando entre aqueles dois?

— Só caso você estivesse interessado na resposta.

— Ou caso você esteja.— Dando ênfase no "você", sinto que ele está tirando conclusões.

— Não é isso que você está imaginando.— Me justifico.

— Ela é sua ex, é normal que você possa se interessar por ela de novo. 

— Mas não estou interessado, juro.

— Tudo bem, mas vou perguntar igual.