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História Fire Memories - Términos e Recomeços


Escrita por: KanaBelikov

Notas do Autor


Oi turu pão?

Capítulo 9 - Términos e Recomeços


Shin estivera procurando Kai desde que chegou, para cumprimentá-lo. Era uma das coisas que dissera a si mesmo que faria assim que conseguisse a vaga na cidade. Fora pura coincidência sua vaga ter surgido primeiro naquele hospital. Ele tinha entrado em contato com todos os cinco hospitais da cidade. Seu pai tinha aceitado numa boa quando ele mostrou sua intenção de voltar, mas seu avô, que Shin sabia ter esperanças para que ele assumisse o negócio, tinha ficado com raiva. No final, ele tinha acalmado o avô e voltado para sua casa.

Ele percebera que Kai parecia muito surpreso quando fora conversar com ele. Shin também notara que ele era muito bonito, mesmo que tivesse leves rugas nos olhos. Provavelmente de tanto sorrir. Ambas as observações tinha guardado para si mesmo. Shin tinha vagas lembranças do tempo que tinha passado no hospital, já que ficara apenas alguns minutos acordado, mas lembrava daqueles cabelos ruivos. Seu pai tinha comentado apenas que o doutor parecia um bom homem e tinha cuidado de Shin com muito zelo. Por alguma razão desconhecida por Shin, as palavras nunca tinham sido esquecidas.

Shin observou da mesa, em que estava sozinho, o lugar em que tinha visto Kai sentado junto com dois outros médicos. Estes continuavam lá, conversando sobre alguma coisa que parecia séria. De repente o moreno de olhos azuis se virou para Shin, como se tivesse sentido o olhar dele. Shin assentiu e sorriu para ele antes de olhar de volta para a comida na sua frente. Ele terminou de comer e se levantou para sair. Seus olhos ardiam de sono, já que tinha ficado na emergência pelas últimas trinta e seis horas. Ele os esfregou levemente com os dedos e foi até o vestiário recolher suas coisas. Ele bocejou o caminho inteiro para casa, dirigindo devagar, e entrou em casa, indo direto pra cama.

Ele acordou com o toque do celular. Semicerrou os olhos para a tela brilhante. Era Eiji ligando. Ele atendeu.

- O que? – murmurou.

- Você estava dormindo? Desculpe. – Eiji disse com uma voz alegre.

- Você não parece arrependido. – Shin observou. Eiji riu.

- Ainda bem que você me conhece. Vai trabalhar hoje?

- Não.

- Ótimo, então venha comigo ao casamento de um colega de escritório. – Eiji disse. Não parecia um pedido.

- Por que você quer me enfiar no meio de um bando de advogados? Eu odeio gente que gosta de ouvir a própria voz. – Shin suspirou.

- Você está dizendo que eu falo demais? – Eiji perguntou com falso horror.

- Sim. – Shin respondeu. Ele ouviu a risada de Eiji de novo e sorriu.

- Não custa nada. Você chegou tem mais de uma semana e eu ainda não te vi. – ele disse.

- Muito bem. – Shin respondeu relutante. – Mas eu não vou ficar até muito tarde. – acrescentou.

- Oh, não se preocupe. Eu também sairei na primeira oportunidade que tiver. Passarei pra te buscar às seis.

- Tudo bem. – ele disse e desligou. Shin enfiou o rosto no travesseiro e tentou dormir outra vez, sem sucesso. Ele grunhiu e olhou as horas. Duas e quinze da tarde. Tinha dormido o suficiente. Ele levantou e foi para a cozinha preparar um café.

Ele passou o tempo ocioso lendo um livro. Meia hora antes de Eiji passar lá, ele tomou um banho e vestiu um terno. Ele se amaldiçoou uma vez por ter concordado e esperou Eiji, que buzinou às seis em ponto. Shin trancou a casa e entrou no carro do amigo, olhando para aquela cara sorridente pela primeira vez em vários anos. Eiji tinha perdido os trejeitos de adolescente, assim como ele, e parecia muito bem.

- Você continua bonito demais. – Shin disse. Eiji riu.

- Obrigado. Você também está lindo. – ele disse com um sorriso sarcástico. Shin bufou.

- Me lembre de te dar um soco mais tarde.

- Claro. – o sorriso dele cresceu e Shin se viu retribuindo. – Agora vamos, ou Shimura me enforcará. – ele disse começando a dirigir. Eles trocaram algumas poucas histórias no caminho. Shin tinha mantido contato com Eiji durante todos esses anos e era o único amigo que ainda tinha aqui.

Eiji o conduziu até o salão da cerimônia, que estava belamente decorado em tons de branco e dourado, e eles sentaram em uma das mesas ao fundo do salão. Shin ficou agradecido com a sorte disso. Não estava a fim de ficar no meio de um monte de gente desconhecida. Para crédito dos noivos, foi uma cerimônia linda, mas Shin não prestou atenção na maior parte do tempo. Eiji parecia tão concentrado quanto ele e Shin se perguntou se ele não teria vindo só por educação e o arrastado para fazer companhia no tédio. Na recepção não melhorou muito. Algumas pessoas vieram cumprimentar Eiji, e Shin por extensão, mas fora isso eles ficaram conversando entre si a maior parte do tempo.

- Misato! Ai está você! – uma voz disse atrás de Shin antes do noivo aparecer com a noiva em seu encalço.

- Foi uma bela cerimônia, Shimura! – Eiji disse apertando a mão dele.

- Parabéns aos dois. – Shin disse quando eles olharam para ele. – Eu sou Ishikawa Shin, amigo de Eiji.

- Oh, é um prazer! Misato fala de você às vezes. – Shimura disse. A esposa dele sorriu para Shin e ele retribuiu o sorriso educadamente. – Vou deixar vocês aproveitarem. Se me derem licença. – e ele saiu para cumprimentar outra pessoa.

- Agora que cumprimentamos o casal, podemos ir embora? – Eiji perguntou calmamente para Shin, que riu.

- Espere mais uma meia hora e então vamos. – ele disse para Eiji, que resmungou e pegou outra taça de champagne. Ele já tinha bebido várias daquelas. Shin nem tocou. – Eu já volto. – ele disse para Eiji, costurando a multidão de pessoas até uma varanda, e puxando um cigarro do bolso. Ele acendeu e ficou ali nas sombras, fumando tranquilamente, até que dois caras entraram no lugar e começaram a discutir baixo. A varanda era grande o suficiente para não notarem Shin ali a não ser que observassem bem.

- Olha, Himuro, eu não aguento mais. – uma voz levemente familiar estava dizendo. Shin não se virou para ver quem era.

- Você está terminando comigo? – outra voz perguntou. Opa, briga de casal. Shin tragou seu cigarro, ainda na metade e reprimiu um suspiro.

- Sim, eu estou fazendo isso. Nunca pareceu um relacionamento de verdade, de qualquer forma. – a voz familiar suspirou.

- Que merda, Kai! Eu nem sequer sei o que isso quer dizer. – a voz disse com raiva. Shin se tocou de onde conhecia a voz.

- Quer dizer que eu não quero continuar a ser apenas alguém que você procura pra transar. – Araki Kai disse. Uou, isso está ficando ruim, eu deveria ter saído daqui. – Então você pode voltar pra droga dos seus amigos e me deixar em paz. Não. Tente. Argumentar. – ele falou pausadamente. – Eu não quero ouvir mais nada de você.

- Tudo bem. – Shin quase conseguia ver a imagem do homem jogando os braços pra cima em frustração antes de sair pisando duro. Kai suspirou e continuou ali. Shin se perguntou se conseguiria sair sem ser notado.

- Malditos adoradores da própria voz. – Kai murmurou. Shin conteve o riso. Não era o único a achar isso. Ele deve ter feito algum barulho porque a voz de Kai preencheu o silêncio mal estabelecido. – Tem alguém ai? – ele perguntou.

- Desculpe, eu estava aqui primeiro. – ele disse balançando o cigarro para que Kai visse o rastro de faíscas.

- Tudo bem. – Kai suspirou. Shin percebeu que talvez ele não tivesse reconhecido sua voz e resolveu deixar por isso mesmo. – Quando você começou a fumar, Shin? – ele perguntou de repente. A familiaridade na voz de Kai fez Shin levantar as sobrancelhas.

- Fui pego. Pensei que não me reconheceria. – Shin disse se virando para ele com um sorriso. Na penumbra era difícil distinguir mais que o contorno de Kai. – Tem um pouco mais de quatro anos. – ele respondeu.

- É claro que eu reconheceria você. – Kai riu e não explicou o motivo, o que deixou Shin mais curioso ainda. Ele terminou de fumar e pôs as mãos nos bolsos, apenas respirando o ar da noite por um momento.

- Eu não sei o que isso quer dizer. – ele disse olhando para Kai, que apenas balançou a cabeça. Shin deu de ombros e saiu da varanda. Ele notou que Kai o seguiu, mas não disse nada.

- Ai está você. – Eiji apareceu na frente dele. – Vamos... – ele parou e olhou para trás de Shin, surpreso. – Eu pensei que você não tivesse recuperado a memória. – ele disse. Shin franziu as sobrancelhas confuso e se virou para Kai, que observava os dois calmamente. Shin viu o leve rubor nas bochechas dele e percebeu que ele estava bêbado.

- Eu não recuperei. – ele disse ainda olhando para Kai. – Ele trabalha no hospital em que eu entrei. – acrescentou se virando para Eiji, que o olhou surpreso.

- Oh, desculpe. – ele pausou e olhou para Kai brevemente. – Não é nada. – ele disse desviando os olhos. Shin franziu a testa para Eiji, mas ele não disse mais nada. Shin virou para olhar para Kai, mas ele já tinha sumido no meio da multidão.

- Você está me escondendo alguma coisa. – ele disse. – Seja o que for, apenas vamos pra casa. – completou. Eiji assentiu e eles foram embora em silêncio.

- Hey, Shin. Você o conheceu naquele mês. – Eiji disse quando ele estava saindo do carro. – Isso é tudo que eu sei. – ele acrescentou quando Shin abriu a boca para fazer uma pergunta.

- Tudo bem. – ele acenou em despedida para Eiji e entrou em casa, tirando a roupa e caindo direto na cama.


Kai estava com dor de cabeça no dia seguinte. Nunca deveria ter ido para aquele casamento. Ele suspirou e deu de ombros. Pelo menos tinha terminado com Himuro. O que várias taças de champagne não fazem, pensou amargamente. Ele pensou em Shin e no amigo que tinha encontrado por pura coincidência e bufou. Claro que tinha que ser Shin para vê-lo naquele momento.

- Quanto tempo até você parar de debater consigo mesmo? – Masamune perguntou ao seu lado. Kai se assustou com a voz.

- Desde quando você está aqui? – perguntou. Masamune riu.

- Uns cinco minutos. – ele disse com um sorriso. – O que está fazendo seu cérebro fritar, onii-san?

- Eu terminei com Himuro ontem. – Kai respondeu. Masamune levantou uma sobrancelha.

- O quê mais? Não pode ser só isso. – Kai o lançou um olhar cortante, mas Masamune apenas sorriu.

- Eu estou com dor de cabeça. – ele disse se afastando.

- Tem remédio no armário da emergência. E ela fica pro outro lado. – Masamune o agarrou pelo ombro e o puxou o caminho inteiro até a emergência, rindo enquanto Kai o xingava.

- Me solta. – Kai grunhiu quando eles chegaram perto do armário.

- Não rosne, onii-san. – Masamune disse sorrindo largamente. – Você não fica bonito assim. – Kai revirou os olhos para ele e se virou para o armário, dando de cara com Shin. Ele reprimiu a surpresa, mas não deve ter escondido completamente do seu rosto, porque Shin deu um sorriso divertido.

- Desculpe, eu estava aqui primeiro. – ele disse com sarcasmo. Kai sorriu com a ironia.

- Tudo bem. – ele disse. Shin bufou e riu.

- Oh, o médico novo. – Masamune disse. Kai revirou os olhos outra vez. – Eu sou Araki Masamune, irmão gêmeo dele. – ele apontou com o polegar para Kai enquanto estendia a outra mão para Shin

- É um prazer. Meu nome é Ishikawa Shin. – ele pegou a mão de Masamune. Kai aproveitou para pegar um comprimido para dor de cabeça no armário. – Ressaca, Araki-san? – Shin disse com um sorriso provocante. Kai tentou não olhar muito para aquela boca.

- Eu bebi um pouco demais. – ele deu de ombros.

- O seu parceiro que o diga. – Shin comentou. Masamune riu baixo. – Bem, com licença, eu tenho que ir. – ele acenou em despedida para os dois e começou a se afastar antes de parar. – Ah, sim. – ele se virou para Kai. – Podemos ter uma conversa depois? Eiji me contou algo interessante ontem e minha memória não funciona. – ele bateu com o indicador na têmpora pra dar ênfase.

- Ok, se estiver tudo bem pra você pode ser na hora do almoço. – Kai disse, tentando esconder a relutância da voz. Shin assentiu e voltou para o que quer que estivesse fazendo antes. Kai pegou água e engoliu o remédio, suspirando.

- Vocês tiveram um programa em comum ontem? – Masamune perguntou. Kai olhou para ele e encolheu os ombros outra vez.

- Eu o encontrei ontem no casamento do amigo de Himuro. – ele disse com a voz plana. Masamune ergueu as sobrancelhas.

- Vocês têm um imã ou algo assim pra se encontrarem em todo lugar? – ele perguntou com escárnio.

- Não me pergunte. Eu também não faço ideia. – Kai murmurou bagunçando o cabelo.

- Você gosta dele, Kai? – Masamune perguntou sério. Kai o olhou surpreso. – O quê? É uma pergunta óbvia de se fazer.

- Eu não acho que seja isso. – Kai respondeu por fim. – Mas eu nem mesmo sei o que é, também.

- Você é muito confuso, onii-san. – Masamune riu. Kai apenas suspirou outra vez.

Sim, eu sei disso.

Ele encontrou Shin o esperando em uma mesa no refeitório e se perguntava o que exatamente ele tinha ouvido do amigo loiro. Não podia ser grande coisa, já que Shin parecia apenas levemente curioso. Ele não sabia se estava aliviado ou decepcionado. E essa incerteza toda era uma merda, pra dizer o mínimo. Ele não a porra de um adolescente. Tinha quase quarenta anos.

- Obrigado, Araki-san. – Shin disse quando ele sentou.

- Por que você está me agradecendo? – Kai perguntou divertido.

- Eu não sei. – Shin disse e riu baixo. – Então, Eiji me disse que você me conheceu entre o período que eu passei o apagador mental, mas ele disse que não sabia mais que isso. – Shin fez uma pausa e Kai assentiu, mais para si mesmo que para ele. Então ele não sabia muita coisa. – Você pode me contar? – Shin pediu ansioso. Kai o olhou longamente e suspirou internamente.

- Claro. Mas não é muita coisa. – Ele não diria aqueles detalhes nem morto. – Você só passou alguns dias na minha casa. – Shin arqueou as sobrancelhas diante disso, mas não interrompeu e Kai contou sobre o breve período dos dois. Shin ouviu maior parte com o cenho franzido e alguns sorriso de canto. – Então, você vê, não foi nada demais. Eu fiquei surpreso quando você acordou no hospital sem memória, mas não foi algo realmente tão importante que merecesse ser contado. – Mentiroso.

- Isso não é verdade. – Shin disse sério. Kai se viu preso por aqueles olhos, afundando lentamente na escuridão. Ele piscou e a ilusão passou. – Mesmo que eu não consiga lembrar, sei que foi algo realmente importante pra mim. – ele sorriu tristemente. – Até porque eu esqueci de algumas coisas muito importantes. Então, Araki Kai, o salvador da minha vida por duas vezes, eu sou muito grato à você. – ele disse com um sorriso. Kai quase riu do título. – E eu não tenho como te agradecer o suficiente.

- Eu já te disse isso mais de uma vez, mas como você não lembra não custa nada dizer de novo: Se eu quisesse uma medalha, teria virado escoteiro. – ele sorriu. Shin jogou a cabeça pra trás e riu e então piscou, como se algo tivesse atrapalhado sua concentração. Ele olhou para Kai e franziu a testa. – Tudo bem ai? – Kai perguntou preocupado.

- Ah, sim. Foi apenas uma leve tontura. – Shin disse levantando. – Eu vou deixar você terminar isso. Tenho que voltar para o meu turno daqui a pouco. Obrigado mais uma vez, Araki-san. Talvez eu consiga te retribuir de alguma forma. – ele disse antes de se afastar.

- Você já o fez. – Kai murmurou sob a respiração.


Notas Finais


Eu queria ser um lixeiro na Dinamarca, ele ganha 10k por mês


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