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História Fire N Gold - A Escolha


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Mais um capítulo para vocês! Precisei postar logo para vocês porque não consegui me segurar, esse capítulo é muito fofo ♡ Espero que gostem de como ficou. Não se esqueçam de me dizer o que acharam nos comentário ♡
Me desculpem por erros que passaram despercebidos.
Enjoy It!

Capítulo 14 - A Escolha


Fanfic / Fanfiction Fire N Gold - A Escolha

Havia deixado minha bicicleta no estacionamento da escola e andava rápido pelos corredores. A noite estava quente. O jogo já havia começado e eu conversava com Dinah pelo celular. Ela disse que um gol do nosso time já havia sido feito e que ela sentia que nós ganharíamos.
Eu usava uma larga camiseta azul marinho de nosso time da escola que Joe havia dado para mim, Dinah e Steve. Tinham dois Joe’s no time e eu estava torcendo para esse fazer um gol. Quando chego ao campo de futebol, procuro meus amigos pela arquibancada e peço desculpas para as pessoas enquanto passo por elas. Steve não tinha cara de quem queria estar ali, mas prestava atenção no jogo. Ele não usava nenhuma peça de roupa azul como o resto das pessoas ao seu redor. Era engraçado vê-lo todo de preto ali no meio.
Dinah usava suas lentes de contato e chacoalhava um potinho de tinta azul em sua mão, dizendo que passaria um pouco em meu rosto. Suas bochechas tinham duas linhas azuis em cada lado e ela fez o mesmo nas minhas.
Joe corria no campo de futebol e gritávamos seu nome. Era estranho fazer isso com ele. Não havia me acostumado totalmente de que ele era meu amigo. Muitas pessoas gritavam por outro jogador chamado Connor, mas continuávamos torcendo mais por nosso Joe. Quando um segundo gol foi feito, a torcida comemorou tanto que logo senti uma pontada de dor na parte de trás de minha cabeça.

- Aconteceu algo muito estranho hoje. – Digo para Dinah. – Olhe isso.

Mostro a mensagem que havia recebido mais cedo para Dinah e ela me olha confusa e um pouco assustada. Explico que havia visitado Caleb e recebido a mensagem logo depois que saí de sua casa.

- Acha que é Nate? – Pergunta.

- Não, não acho que é Nate. Ele não sabe que passei duas semanas afastado de Adam.

- Bom, alguém sabe. E você está sendo seguido.

Leio novamente a mensagem. “Que bonitinho. Ficar duas semanas sem os dois não pareceu lhe ajudar... Você é confuso. Gosto disso”. Eu realmente não consigo pensar em quem poderia ter enviado isso. Dinah parece esquecer que o jogo acontece e começa a falar sobre um programa de televisão sobre investigações de assassinatos que começaram com mensagens de celular. Eu lhe dou muita atenção e fico arrepiado com algumas coisas que ela conta. Outro gol atrapalha nossa conversa quando provoca uma comemoração. Esse gol foi do time adversário. A outra arquibancada estava lotada de pessoas que usavam roupas amarelas e pulavam enquanto reagiam ao gol do time de sua escola.
Perto do gramado e saindo do campo, vejo Caleb. Ele usava fones de ouvido e parecia entediado com aquilo. Preciso conversar com ele em algum lugar.

- Eu já volto, vou falar com ele... – Indico Caleb com a cabeça e Dinah entende. – Continue contando essas coisas para Steve. Acho que ele prefere assassinatos do que futebol.

Os deixo sozinhos e passo novamente pelas pessoas, chegando a saída do campo. Vejo uma porta que levava a escola se fechando e imagino que Caleb tenha passado por lá. Quando corro, abro a porta e o vejo encostado nos armários que se estendiam pelo corredor. Ele mexia em seu celular e me nota quando me aproximo.

- Te procurei pelas arquibancadas, mas não lhe encontrei. – Ele diz retirando os fones e os pendurando em seu pescoço.

Eu lhe dou um abraço que ele não esperava. Eu precisava daquilo agora. Precisava saber que ele estava ali comigo.

- Hey, o que houve? – Ele pergunta passando a mão por meu cabelo e me puxando para mais perto. Me lembrei de quando choramos juntos em meu sofá.

- Gosto de te abraçar, só isso.

Ele ri baixo e me aperta mais.

- Venha comigo, vamos para um lugar mais calmo.

Eu tenho noção de para onde ele está me levando quando percebo que estamos perto da biblioteca.

- Eles a trancaram. Não deixam aberta de noite.

Ele me olha como se eu fosse bobo e tira uma pequena chave de seu bolso.

- Mas eu tenho uma cópia da chave. Nunca contei que trabalhava aqui anos atrás?

Não. Ele nunca havia me contado isso. Na verdade, não sabíamos muita coisa um do outro. Nós apenas... conversávamos. Isso era maravilhosamente bom, mas agora não parecia ser o bastante. Eu não o conhecia de verdade. Eu apenas gostava dele...
Nós entramos na biblioteca. O lugar está escuro e ele ilumina o caminho até um balcão com seu celular, anda até a sua parte de trás e aperta algo que faz uma fraca luz iluminar o fim do lugar. Ele sai de trás do balcão e segura minha mão enquanto me puxa lentamente para o canto iluminado. Nos sentamos entre duas estantes e com nossas costas encostadas na parede. Me lembro da livraria, de quando trabalhava lá. Não sei se voltaria a fazer isso de novo. Ele pega o livro com contos de terror que havia me mostrado uma vez e o abre em uma página aleatória.

- Não acho que seja uma boa ideia ler contos de terror em uma biblioteca escura. Você disse que tinha medo.

- Acho que estou superando alguns medos.

O beijo. Um selinho demorado que me permite sentir como seus lábios estavam macios. Começamos a ler um conto de terror. Tenho minha cabeça encostada em seu ombro e faço carinho em seu braço. Ficamos assim por um tempo até ele dizer algo.

- Ontem eu disse para Megan que não gostava dela. Que estava apenas tentando esquecer alguém. Ela chorou um pouco, mas não foi tão ruim como eu imaginava.

- Eu ouvi quando disse no corredor de que não trabalharia hoje. Por isso passei em sua casa.

- Eu sei. Eu falei justamente quando passava para que fosse atrás de mim. Eu precisava saber que faria isso. Precisava acreditar que realmente queria isso.

- Eu quero.

- E eu quero você, Caleb. – Ele solta o livro e o som ecoa pela biblioteca. Sua mão vai até minha coxa e ele me beija.

Caleb... por que tão confuso?

Meu celular começa a tocar em meu bolso. Tenho medo de agora ser uma ligação estranha, mas vejo que é apenas Dinah.

- Onde você está?

- Na biblioteca. O que houve? – Ela parecia nervosa.

- O diretor está pedindo para que todos vão para a quadra de basquete. Aconteceu um acidente no fim do jogo. Nós ganhamos, mas acho que um jogador do outro time ficou bravo a bateu em um dos nossos. – Ela falava muito rápido e tinha muitas vozes ao seu redor. Me levanto e Caleb faz o mesmo, segurando minha mão. – Acho que foi filho de Jodie, não sei direito. Apenas vá para a quadra.

Caleb recebe uma mensagem em seu celular e então segura minha cintura.

- Diga para ela que vamos embora. Eu consigo sair daqui. Dylan me disse o que aconteceu.

Concordo com a cabeça e falo para Dinah o que eu faria. Ela concorda e pede para que eu tome cuidado.

- Eu te levo para casa. Para a minha.

Não consigo não sorrir quando ele diz isso. Tento disfarçar, mas ele vê e faz o mesmo. Saímos da biblioteca e corremos pelos corredores da escola. Acabamos em um canto da escola que eu não conhecia e andamos mais um pouco até chegar ao estacionamento. Caleb também tinha vindo de bicicleta, então pegamos as nossas e andamos para fora da escola. Ele me levará até sua casa. Isso é bom. Eu acho.

 

Ainda não eram 22:00. Estávamos no quarto de Caleb. Eu nunca havia entrado lá. Era um pouco bagunçado, mas tinha seu perfume e isso fazia meu corpo se arrepiar. Sua cama de casal estava bagunçada e tinha um grosso edredom azul escuro sobre ela. Nós nos sentamos na beirada da cama e ouvimos uma música calma que vinha de algum canal da televisão.

- Sabe, Caleb... – Ele começa segurando minha mão. – Eu fico muito confuso com isso.

- Isso o que?

- Gostar somente de você. Nenhum garoto me deixa assim, nunca. É somente você...

Ele se inclina em minha direção, me fazendo deitar em sua cama. Me beija tão intensamente enquanto segura minha camiseta e a levanta. Quando a consegue tirar, nós nos sentamos na cama e apenas nos olhamos enquanto começamos a tirar nossas roupas. O quarto estava claro, então vemos tudo. Eu nunca havia visto o corpo de Caleb como agora. Seu cabelo estava preso, mas ele o solta enquanto me deito novamente na cama e ele fica sobre mim. Já estávamos sem roupa. Sinto-o duro e quente em minha coxa. Nossas línguas estão juntas, dançando em um ritmo lento e intenso. Ele se deita na cama e fico sobre ele, sinto seu membro perto de minha bunda que ele aperta com uma das mãos. Minha mão está sobre seu peito e continuo o beijando.
Não sei quanto tempo se passa até que um barulho do lado de fora de casa interrompa nosso beijo. Era um carro estacionando. Nossos lábios se afastam e ele fecha seus olhos depois de respirar profundamente.

- Ele está aqui... – Diz com a voz baixa.

Segura meu rosto com as duas mãos enquanto estou em cima dele. Me dá um selinho e então veste sua calça.

- Fique aqui. Vou conversar um pouco com ele e depois você pode ir embora.

Confirmo com a cabeça e vejo ele sair do quarto enquanto observo suas costas. Se seu pai havia chegado em casa e interrompido isso, queria dizer algo. Eu não poderia transar com Caleb.
Então algo vem até minha cabeça, como um clique. Era isso que víamos um no outro. Apenas atração física. Nós tínhamos sentimentos um pelo outro? Claro que tínhamos. Mas não era amor. Não é o que sinto por Adam...
Penso mais sobre isso enquanto Caleb está no andar de baixo com seu pai. Visto minha roupa, mas continuo deitado sobre a cama. Era isso. Eu não ficaria com Caleb, não quando não é realmente o que precisamos. Mando uma mensagem para Dinah dizendo que acho que as coisas ficariam bem agora.
Caleb entra no quarto e tranca sua porta. Se deita em sua cama e me puxa para perto.

- Me desculpe por isso. Se quiser, nós podemos...

Ele não parecia ter certeza sobre o que dizia. Na verdade, parecia ter notado que o que aconteceu foi algo momentâneo. Me sento sobre a cama e o observo. Vejo sua pouca barba no queixo e passo meu polegar por seus lábios e depois ponho minha mão em sua bochecha. Ele fecha os olhos aproveitando aquilo.

- Você também notou, não é? – Pergunto.

Ele pega minha mão e a apoia em seu peito, fazendo carinho com seu indicador. Ele parecia pensar no que dizer. Observo sua barriga exposta, seu pescoço que sempre tinha o perfume que eu gostava e seu cabelo solto que agora o deixava como o vocalista de uma banda de rock cansado após um show. Me lembro de quando todas essas coisas começaram a chamar minha atenção nos primeiros dias de aula.

- Sim... Acho que sei porque gosto de você. – Um sorriso fraco aparece em seu rosto, mas parecia ser difícil dizer aquilo. – Não é por causa do sentimento que achei que tinha. É só você. Não é por amor.

- Não é por amor. – Repito sussurrando.

Realmente era difícil dizer aquilo, mas ao mesmo tempo me dava um alívio. E tive certeza de que ele também pensava assim quando suspirou e me olhou. Nós precisamos passar por isso para finalmente entender.

- Acho que as pessoas que realmente amaremos estão por aí. Só precisamos acha-las. – Digo me deitando e apoiando a cabeça em sua barriga enquanto ele mexe em meu cabelo. Nos olhamos e ele tem um sorriso gostoso em seu rosto.

- Talvez você já tenha achado a sua. – Ele diz e passa o polegar em minha bochecha, dando um fraco aperto.

Penso em Adam. Penso em como agora os sentimentos por ele se formavam por completo em meu coração e em como eu queria ter percebido isso antes.
Não. Eu que não queria ter percebido isso antes. Foi bom passar por isso. Foi bom conhecer melhor os sentimentos que tenho dentro de mim e saber separá-los em caixas, tirando-os da bagunça que fazem quando duas pessoas dizem que gostam de você.
Sorrio para ele. Talvez esteja certo. Talvez Adam seja minha pessoa. Só preciso descobrir.

- Nós seremos amigos. Certo? – Ele pergunta. Sinto medo em sua voz.

- É claro que seremos amigos. Não é por causa disso abandonaremos tudo. Ainda podemos ficar abraçados quando nos sentirmos sozinhos.

- Ótimo, eu não quero que você vá embora. Perder você é que seria ruim

Sinto que ele está sendo totalmente sincero e isso é maravilhoso.

- Me desculpe por contar para Nate sobre Adam. Eu não sabia que ele criaria aquela foto...

- Então ele contou que foi ele? – Pergunto ainda sentindo sua barriga quente em minha bochecha, me sentindo confortável ali.

- Sim, contou e disse que gostava de mim.

- E o que você fez?

- Disse que não gostava dele. Gostava apenas de você e continuaria assim. Disse que a atitude dele foi muito infantil e que se você não o perdoasse, eu também não perdoaria. Não sabia que ele era esse tipo de pessoa... prefiro me manter afastado. E tenho certeza de que você pensa o mesmo.

- Com certeza. Ele tentava descobrir se você gostava de mim antes... Mas acho que a ideia de criar uma confusão vinha bem antes disso. Agora sei que não é alguém que vale a pena.

- Você é alguém que vale a pena. – Ele diz isso me olhando e aperta minha bochecha novamente.

Muito tempo se passa enquanto ficamos juntos. Conversamos sobre coisas aleatórias, como nossos futuros, filmes, músicas. Ele até mesmo me prometeu um novo CD. Eu sentia que não existiria tensão entre nós. Ele continuou fazendo carinho em minha cabeça enquanto estava deitado em sua barriga. Éramos apenas nós dois. Nós dois com sentimentos esclarecidos e uma nova ideia em minha cabeça. A ideia de quem eu realmente gostava e precisava saber disso.
Caleb sai do quarto e confirma se seu pai já havia ido dormir. Mesmo agora que somos apenas amigos, não teria como explicar para aquele homem o que o garoto gay da escola de seu filho fazia em sua casa. Caleb me leva até a porta de sua casa e me abraça forte.

- Eu te amo, Caleb. – Diz sussurrando.

- Eu também te amo, Caleb. – Respondo o apertando mais, fazendo com que uma risada baixa soasse.

Nos separamos e saio de sua varanda. Pego minha bicicleta que estava escondida no meio de alguns arbustos e a levo para a rua. Aceno para Caleb antes de começar a pedalar, sentindo o vento quente em meu rosto. Eu consegui. Consegui me resolver com uma das partes que me deixava confuso. Agora eu só precisava seguir em frente com a pessoa que eu realmente tinha certeza do que sentia. Eu havia feito minha escolha. Eu escolhi Adam.

 

Eu tinha pedalado até minha casa. Era quase meia-noite quando estou em minha varanda e vejo um buquê cheio de rosas sobre o grande tapete em frente a porta. Um pequeno bilhete com meu nome escrito veio nele. Adam... ainda com seus presentes.
Entro em casa e encontro tio Jack e Kali no sofá. Um seriado de terror passava e ele bloqueava sua visão com um cobertor.

- Por que assiste se tem tanto medo? – Pergunto rindo.

- Justamente para superar os medos. Preciso entender que tudo ali é inventado.

- Mas isso é baseado em fatos reais.

Ele me olha assustado e então muda de canal, colocando em um programa de culinária.

- E essas rosas? Mais um presente do Sr. Carter?

- Pode chama-lo de Adam, e sim, é outro presente dele. – Analiso as rosas enquanto estou no sofá. Kali se aproxima de uma delas, tocando seu focinho e fechando seus olhos de um jeito fofo. – Eu conversarei com Adam amanhã, tio. Acho que talvez...

- Jura? Isso é ótimo! Diga sim se ele te pedir em casamento! Sua mãe vem em dezembro e vai querer conhece-lo. Chame-o para cá amanhã e faço um jantar, e...

- Não, tio! – Dou risada erguendo minhas mãos para que ele parasse de falar. – Calma. Uma coisa de cada vez.

Ele estava visivelmente animado com a ideia. Conversamos sobre várias coisas antes de eu ir para minha cama. Tentei ligar para Adam para adiantar um pouco do assunto que eu queria ter com ele, mas seu número estava ocupado. Durmo rápido. Aliviado.

 

 

Acordo tarde no sábado. Converso com Dinah pelo celular enquanto ando pela cozinha, procurando algo para comer no café da manhã, mesmo sendo hora de almoçar.

- E então acabamos nos resolvendo. – Concluo a história da noite passada para Dinah.

- Poxa, isso é ótimo. Bom saber que agora poderá focar em um sentimento de verdade.

Era bom poder conversar com Dinah sobre isso. Afinal, eu não tinha um amigo para desabafar. O que eu tinha me traiu e eu não o perdoaria. Mesmo que eu não tenha escolhido Caleb, ele não poderia ter feito aquilo como vingança.
Dinah havia me contado sobre o incidente no jogo da noite anterior e me preocupei um pouco com Jodie, isso queria dizer que não teríamos aula de pintura mais tarde. Desejei melhoras para seu filho. Agora eu precisava arrumar outra coisa para fazer no resto do sábado.

- Está afim de ir ao cinema? – Dinah pergunta. – Joe me chamou para ir, mas não quero ir sozinha.

- Joe te chamou? Dinah! Isso é um encontro. Você tem que ir sozinha!

- Ah meu Deus! Está falando sério?

- Claro que sim, aproveite isso. Eu acho outra coisa para fazer hoje. Não perca essa chance.

Ela encerra a ligação animada. Alguém já sabia o que fazer hoje, mas eu não tinha a mínima ideia de como aproveitar o dia. Steve havia me falado sobre o ensaio de sua banda, mas estava com preguiça para isso.
Me sento no sofá com uma tigela cheia de cereal e leite. Mais uma vez aquele seriado médico prende minha atenção e termino de comer olhando as cenas que me deixavam nervoso por parecerem tão reais. Quando o comercial chega, a campainha toca e me levanto do sofá. Vejo quem é pelo o olho mágico e meu coração acelera. Adam estava do outro lado. Eu estava uma bagunça, usava penas o short de meu pijama e meu cabelo estava desarrumado.

- Só um minuto!

Corro até a lavanderia e pego meu roupão cinza escuro que foi recém lavado e coloco ao meu redor. Mesmo que Adam tenha me visto sem nada, não me senti confortável agora para recebe-lo assim. Arrumo meu cabelo em frente a um espelho da sala e pronto. Estou mais aceitável.
Quando abro a porta, vejo adam usando uma regata branca e short de corrida. Fones de ouvido estavam pendurados em seu pescoço e ele suava. Sua regata marcava seu peito e vejo uma gota de suor correr lentamente por ele. Seguro a maçaneta da porta muito bem para não desmaiar vendo aquilo. Ele sorri para mim e me olha de cima a baixo. Como eu senti falta de vê-lo e notar o quanto ele era bonito.

- Surpresa! – Diz com sua voz grossa.

- O que faz aqui? – Pergunto e só reparo depois em como isso foi estranho. – Desculpe, quero dizer... Bom te ver!

Dou um passo para um abraço, mas ele levanta as mãos e dá um passo para trás.

- Acho melhor não, estou suado.

- Ok... – Eu queria muito abraça-lo e não ligaria para isso, mas deixo passar.

- Vim convidá-lo a um lugar.

- Ótimo, precisamos mesmo conversar.

- É algo sério? – Ele faz uma cara de quem espera notícias ruins.

- Não, na verdade é ótimo. Prometo.

- Bom... – Ele passa a mão pelo meu rosto e sorrio para ele.

O convido para entrar, mas ele diz que continuaria correndo. Havia apenas passado por minha casa para fazer um convite.

- Apareça em minha casa às 16:30. Tenho uma surpresa para você.

- Preciso me vestir formalmente?

- Não, não precisa. Se quiser, pode ir do jeito que está. – Ele indica meu roupão com a mão e damos risada. – Também poderia passar a noite lá... você que decide.

Ele segura minha mão enquanto faz o “convite”. Sorrio e balanço os ombros, como se não ligasse para aquilo.

- 16:30 estarei lá.

Adam concorda com a cabeça e então se afasta. Desce os degraus de minha varanda e atravessa o jardim. Logo está correndo pela calçada e desaparece. Fecho a porta e quando olho para trás, tio Jack está me observando da cozinha, também usando um roupão. Acho que também acordou tarde.

- Olhe só... – Ele levanta as sobrancelhas e sorri de um jeito engraçado. – Parece que nós dois temos um encontro hoje.

- Eu sabia que você estava saindo com alguém! – Digo animado.

- Não é nada demais. Estamos nos conhecendo ainda.

Eu estava tão feliz por nós dois. Tio Jack estava novamente envolvido com alguém e eu passaria um tempo com Adam. Acho que finalmente as coisas começariam a dar certo.

 

 

Eu havia caminhado até o prédio de Adam. Hoje não estava tão calor e um vento gostoso corria pela cidade. Pensei em ir de bicicleta, mas foi bom andar até chegar lá. Tinha uma mochila em minhas costas com algumas roupas, escova de dente, carregador para meu celular, um guarda-chuva e um livro. Era basicamente o que eu precisava, nunca se sabe o que pode acontecer, e se Adam me convidou para passar a noite em sua casa, acho melhor ter tudo o que posso precisar.
Me observo no lado espelhado do elevador enquanto ele sobe até o 26º andar. Usava uma camisa jeans clara, uma bermuda caramelo (Que nunca havia usado e tive que lembrar de tirar a etiqueta antes de sair de casa) e meu velho all-star preto. Sorrio para mim mesmo, lembrando de como me sinto tranquilo agora. De como fico feliz em dar um passo adiante com Adam. Respiro fundo e sinto meu perfume que ele tanto gostava. Limpo meus óculos e penso que nunca chegarei ao seu andar.
Quando chego, caminho até a porta de seu apartamento e toco a campainha. Sua voz me manda entrar e não consigo conter um sorriso.
Entro e o vejo sentado no sofá, tem o celular ao lado do rosto e conversa sobre valores com alguém. Sua voz é séria com quem fala, mas um sorriso para mim aparece em seu rosto, deixando bobo.
Ele usava uma camisa branca com os botões iniciais abertos, mostrando seu peito e um pouco de seus pelos, como aqueles noivos cansados depois do casamento. Também usava uma bermuda e chinelos pretos. Nós realmente não iríamos a um lugar formal. Logo penso em um parque ou até mesmo na praia, mas precisaríamos viajar para outra cidade e ele teria me falado se fosse isso.
Passo a mão por seu cabelo úmido, deixo minha mochila sobre o sofá e ando até a varanda do apartamento, admirando a cidade. Vejo os carros pelas ruas e os pássaros voando juntos sobre alguns prédios mais baixos. Consigo ver um cachorro latindo para mim da janela de um prédio do outro lado da rua e dou risada. Sinto os braços de Adam ao meu redor e seus lábios em minha nuca.

- Hey, não me escutou te chamando? – Pergunta apoiando o queixo em minha cabeça.

- Me desculpe, estava distraído.

Me viro para ele e o abraço. Ele também usava seu perfume e eu o adorava. Ele segura minha mão e voltamos para a sala.

- Eu preciso que confie em mim agora. Eu o vendarei.

- Você o...

Não termino minha pergunta. Adam retira uma fita de cetim preta de seu bolso e fica atrás de mim.

- O que está fazendo...?

- O levarei a um lugar. Não se preocupe, é aqui no prédio.

Em um segundo vejo a sala de Adam em minha frente e no próximo não vejo nada. Ele aperta a fita sem muita força na parte de trás de minha cabeça e beija minha nuca.

- Agora espere um segundo.

Escuto seus passos se afastando pelo apartamento. Fico parado no mesmo lugar, tentando entender porque ele fazia aquilo. Iríamos para algum lugar do prédio, mas então porque eu não poderia ver? Escuto seus passos mais uma vez e então sua mão em minha cintura, me virando devagar para o lado.

- Tudo pronto, podemos ir.

- Você não vai me matar, não é? – Pergunto segurando uma risada.

- Quem sabe...

Escuto a porta se abrir e então sua mão em minhas costas fazendo com que eu andasse. Ele tranca a porta e então segura minha mão.

- Apenas ande reto, ok?

Concordo. Estamos no corredor, então logicamente tenho que andar reto.
Andamos um pouco e então entramos no elevador. Tateio a parede com minhas mãos e então me encosto. O elevador se move um pouco e sinto uma tontura que logo passa.

- Eu adoro seu perfume. Sabe disso, não é? – Pergunta.

- Sim, por isso o coloquei.

Ele ri e então ficamos em silêncio. Não consigo não sentir minhas bochechas ficarem vermelhas porque sei que ele me observa. Depois de alguns segundos o elevador para. Ele segura minha mão e escuto a porta ranger quando ele a empurra para sairmos. Quando estamos fora, continuo parado e escuto barulho de chaves e então outra porta se abrindo.

- Falta pouco.

Ele segura minha mão e dou passos lentos pelo lugar desconhecido. Andar nessa escuridão me deixava nervoso. Começamos a andar e bato minha cintura no que imagino ser a quina de uma mesa.

- Hey! Você deveria me guiar.

- Desculpe. – Ele ri e passa sua mão onde bati na mesa. – Foi engraçado.

- Ha-Ha.

Continua me guiando e então escuto o barulho de uma porta de correr. Um vento gostoso vem em direção ao meu rosto e isso foi maravilhosamente bom.

- Chegamos.

Ele fica atrás de mim novamente e solta a fita de meu rosto, segura minha cintura com as mãos e junta meu corpo ao seu. Demora alguns segundos para que eu me acostumasse com a claridade novamente e visse para onde havia me levado.
Em minha frente estava um grande jardim. Na cobertura de um prédio. Fico boquiaberto com o que vejo. Primeiro vem um piso de madeira escura e dois degraus feito da mesma coisa que levam até o jardim de grama baixa. Era extremamente grande. Roseiras se espalhavam pelas laterias. Um arco cheio de flores ficava em um canto perto de vasos gigantes. Dois bancos brancos ficavam em cada lado e no centro de tudo estava uma manta xadrez com uma grande cesta sobre ela. Teríamos um piquenique.

- Isso é lindo! – Digo admirando tudo. O vento continuava fraco e refrescante. Os pássaros continuavam voando em grupo e um sorriso continuava em meu rosto. – Adam...

- Eu tentarei conseguir você, Caleb. – Ele me vira para ele segura meu rosto com suas duas mãos quentes. – E darei meu melhor para isso.

Eu não continuaria guardando o que tanto queria contar. Seu rosto era sério. Seus olhos estavam mais verdes do que nunca e eu poderia me perder neles para sempre.

- Você já conseguiu, Adam. – Digo com as mãos também em seu rosto.

Ele levanta suas sobrancelhas. Sua boca se abre brevemente antes que um sorriso fique no lugar. Ele me olha somente por alguns segundos antes de me beijar. Um beijo profundo e tão intenso que ele até me segura em seu colo. Deixo minhas pernas atrás de seu corpo e ele segura minhas costas. Ele é tão forte que não deve ser nada difícil para ele fazer isso. Nos beijamos enquanto o vento passa por nós. Quando ele me coloca no chão, parece não querer acabar com nosso beijo.

- Eu consegui! – Ele diz animado e rimos.

Tiro meu sapato e ele tira seu chinelo antes de subirmos os degraus de madeira e sentirmos a grama sob nossos pés. Vou até o canto da cobertura e vejo a cidade lá embaixo. É tããão linda! Não havia um prédio maior que esse por perto, somente ao longe eu avistava alguns iguais. Ver as nuvens no céu era tão bom. Me fez lembrar de quando era pequeno e acampava com minha mãe no jardim de casa, mas agora estou mais perto do céu. Agora eu estava com Adam. Alguém que me fazia tão bem e me dava presentes como esse. Quando olho para trás, Adam está sentado sobre a manta e abre uma garrafa de vinho.

- Venha. – Diz sorrindo.

Ando até lá, e me sento entre suas pernas, sentindo-o atrás de mim. Ele ri e apoia seu queixo em meu ombro enquanto tira a rolha da garrafa. Serve vinho para nós dois e bebemos. Uma de suas mãos está apoiada em meu joelho. Me aconchego perto de seu corpo, aproveitando aquilo que queria.

- Então nós continuaremos com isso? – Pergunta.

- Sim. É o que mais quero.

- Não tanto quanto eu.

- Acredite em mim. Tanto quanto você.

Ele beija minha cabeça e toma um gole de vinho. A bebida doce estava tão boa. O céu começava a ficar alaranjado e eu nunca mais queria sair de lá.

- Isso significa que já posso lhe pedir em namoro? – Diz perto de minha orelha, me fazendo rir.

- Se tiver certeza disso...

- Ah, eu tenho. Tenho muita certeza. 100% de certeza.

Ele faz cócegas em minha barriga e quase derrubo um pouco de vinho sobre ele. Não quero sujar sua linda camisa branca.

- E então... você quer namorar comigo? – Sussurra.

- Mesmo com sua irmã, nossa diferença de idade e outras coisas? – Pergunto me virando para ele.

- Mesmo com tudo isso. – Ele me dá um selinho rápido e faz uma cara engraçada. – Que parte de “100% de certeza” você não escutou?

Dou risada. Eu quero aquilo para mim. Quero Adam e um futuro ainda incerto, mas que imagino me deixar feliz.

- Quero.

- Você quer...? – E lá vem ele com seus jogos. Quer ter certeza do que digo.

- Eu quero namorar com você, Sr. Carter.

- Hey!

Eu não perderia aquela oportunidade. Nós rimos e ele me beija. O gosto de vinho estava conosco e isso era engraçado.

- Se eu soubesse que conseguiria você hoje, teria comprado as alianças.

Ele não brinca ao falar isso. Minhas bochechas ficam vermelhas e observo seus olhos verdes. Deus, ele era tão lindo! E agora era meu, essa era a melhor parte.
Continuamos conversando enquanto o Sol se põe. Adam havia levado muitas frutas para o piquenique. Eu amava uvas verdes e não descansei enquanto não comi todas. De vez em quando dava algumas para Adam que ficava esticado sobre a manta e tinha seu cotovelo apoiado para me ver melhor. Eu ficava ao seu lado com as pernas cruzadas e procurando o que comer dentro cesta. Uma garrafa de vinho havia ido embora e estávamos rindo feito bobos enquanto o vento nos envolvia.

- Onde está Grace? – Pergunto comendo uma uva que achei perdida no fundo da cesta.

- Com James. Ele adora crianças e sabia o que eu faria para você hoje, então se ofereceu para cuidar dela. Eu deixaria com Janine, mas ela viajou para a Espanha.

Me lembro do dia em que conheci James e de como ele desconfiou de mim e de Adam. Mas se agora ele sabe o que Adam fez para mim, não havia porque esconder.

- Acho que daqui a pouco eles chegam.

Bastou isso para que o celular de Adam começasse a tocar.

- Claro, já estou indo. – Diz sorridente para quem liga. Então olha para mim. – Fique aqui e aproveite seu presente.

Quando ele diz isso, me lembro de que não havia o agradecido pelas rosas que achei em minha varanda quando cheguei em casa ontem de noite. Ele coloca seu chinelo e passa pela porta de correr quando o chamo.

- Obrigado pelas rosas de ontem! – E dou um sorriso.

- Rosas? Eu não lhe mandei rosas ontem.

Ele me olha confuso e continua andando. Adam não havia me mandado as rosas. Me lembro novamente de acha-las sobre o tapete na varanda. Se não foi ele, que pode ter feito isso? Não foi Caleb, passei a noite anterior com ele no jogo de futebol...
Me lembro da mensagem que havia recebido e sinto um arrepio em meu corpo. Isso não é bom. E se for a mesma pessoa? E se a pessoa que estava me observando ontem também souber onde eu moro? Foi um buquê de rosas, nada demais. Mas... estou com medo disso.
Quando Adam volta com Grace, consigo sorrir. Não é um sorriso sincero pois ele esconde meu medo. Eu não contaria aquilo para Adam. Não quero preocupa-lo, sei pela experiência do bar como ele é com essas coisas.

- E então? – Ele brinca com Grace em seu colo, fazendo caretas e arrancando risadas da bebê. – Do que estava falando mesmo?

- Ah... nada.

O beijo rapidamente e ele sorri. Eu não contaria para ele. Eu tentaria resolver isso sozinho. Não deve ser nada demais, apenas alguém brincando comigo. Não me sinto confortável com essa brincadeira, mas a ignoraria por enquanto, torcendo para que realmente fosse apenas uma brincadeira.


Notas Finais


E então? Gostaram? Para mim, Caleb fez a escolha certa e de agora em diante o foco será mais nisso. Me digam se gostaram de como as coisas ficaram.
Uma mensagem e rosas de presente... estranho.
O momento #Cadam foi tão fofo, não é??? ♡♡♡ Espero que tenham ficado bobos como eu fiquei.
Tentarei não demorar com o próximo capítulo, mas não prometo nada. Obrigado por lerem e me desculpem por erros que passaram despercebidos.
XOXO


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