História First Sight X-Men - Dança

Finalmente, o primeiro aniversário do Magnus comigo chegou. Parece que perdi tanto dele, os primeiros passos, as primeiras palavras... Mas agora éramos amigos, aos poucos tínhamos uma relação melhor do que eu esperava.

-Eu queria todo mundo de máscara

-De máscara, filho? - Perguntei

-É, aí não íamos saber quem é quem. Ia ser legal –Ele disse enquanto guardava os brinquedos

-Então tá bom –Anne me olhou sem entender muito a ideia

-Ele gosta de Kitty –Ele disse no meu ouvido

-Todos gostamos dela, Lehnsherr.

-Não, Maximoff, ele acha que vai casar com ela

-Sério?? Erik é a primeira paixão dele, que gracinha

-Ele é mesmo meu filho, Kitty é bonita –Ele se vangloriou e eu só conseguia pensar no surto de Kitty se soubesse daquele comentário

-Como é que é? Ele tem ainda nem tem seis anos

-Ele faz amanhã, vou pedir pra Kitty se vestir de princesa, o que acha?

-NÃO. Quer dizer, ela não tem muita intimidade com você...deixa que eu falo com ela

Não foi difícil convencê-la quando mencionei que a ideia tinha sido de Erik né, e no dia seguinte estava tudo pronto. Admito que Erik ajudou a arrumar tudo, fez mais do que eu esperava.

Não foi melhor do que o aniversário de animais, mas ver alguns dos heróis mais durões usando máscaras que nem num carnaval foi divertido também. Pietro se ofereceu para ser DJ e admito que não tínhamos outras opções também então, era o que tínhamos.

Kitty usou um vestido rosa, era pra ser uma princesa mas ela parecia uma fada madrinha. Bom, nenhum de nós quis estragar o momento então fingimos que estava ótimo.

-Mãe, ela já chegou?

-Não, filho, vamos esperar

-E agora?

-Magnus, não se passaram nem 20 segundos que você perguntou.

Quando ela chegou, ele foi correndo e fez uma reverência que ficou ensaiando com Erik durante horas.

-Olá meu príncipe, vamos? –Ela perguntou guiando ele pela mão.

Para ficar ainda mais bizarro, Bob quis ir vestido de príncipe também para competir com ele mas achamos que seria estranho demais e James o obrigou a trocar de roupa. Ele era um cara muito grande, podia obrigar qualquer um a qualquer coisa.

James conversava com Tempestade sobre alguma coisa enquanto o resto ajudava revezando entre as tarefas. Enquanto a maioria estava dançando e se divertindo, eu, Erik, Logan e Vampira ficávamos na mesa observando os outros.

-Foi uma boa ideia até, olha lá, Kitty e Magnus se divertindo juntos –Mencionei olhando os dois brincando

-MINHA ideia –Erik não deixou passar enquanto mexia no celular

-E você, Anne, por que não está lá dançando? –Vampira perguntou – Eu, Logan e Erik somos muito góticos para isso, mas você não.

Erik deixou escapar uma risadinha de deboche enquanto mexia no celular

-Ela é péssima, por isso não dança.

-COMO É QUE É? – Ela questionou e eu larguei o celular para ver onde a discussão iria –Eu danço muito melhor do que você, sempre dancei.

-Isso não é nem um pouco verdade, Maximoff –Ele revidou com superioridade

-Agora você trate de levantar, vou ter que fazer melhor do que você para evitar que me envergonhe na frente da minha família. –Ela levantou e me olhou como se me desafiasse

-Quanto tempo acha que conseguem ficar separados? –Logan provocou a aposta com Vampira quando saímos de perto.

-Duas semanas –Ela respondeu

-Tudo isso? Uma semana no máximo.

-Fechado. –Ela apertou a mão dele

Depois de dançarmos uma música animada e certamente infantil, Pietro mudou para uma mais lenta a pedido de Akirah. Admito que não tinha um momento de diversão há muito tempo, e foi estranho viver aquilo ao lado dele. Como se o tempo não tivesse passado e, ao mesmo, tivéssemos mudado o suficiente para conseguirmos nos suportar novamente.

Nos entreolhamos como se perguntássemos um ao outro se dançaríamos aquilo juntos.

-Vamos ver se ainda pisa no meu pé –Certamente ele disse isso para me convencer a dançar, mas eu fui

-Por que contratamos ele para ser DJ mesmo? Quem toca música lenta num aniversario de criança

-Porque ele é seu irmão e era o único que queria fazer essa parte.

-Não foi minha melhor escolha -Admiti

-Não mesmo. Sua melhor escolha foi pôr meu nome no nosso filho –Ele respondeu enquanto olhávamos Magnus brincando com os amiguinhos –Eu descobri que ele dorme exatamente como você

-Ainda bem que a única coisa que tem em comum é o nome.

-Olha só, não pisa mais no meu pé como antes –Ele provocou enquanto dançávamos

-Tenho treinado com James. – Admito que gostei do atrevimento da resposta dela, mas odiei que me lembrou da existência dele.

-Então cadê seu namorado índio?

-Erik, ele não é meu namorado e eu não entendo sua implicância

-Se não é seu namorado porque ele age como se fosse?

-Porque eu gosto dele, Erik, eu sei que é muito difícil pra você pensar que mais alguém no mundo pode ser legal e “gostável” além de você.

Ele fez o passo de dança em que me gira e me abraça por trás

-Mas e você, magneto, quantas namoradinhas já teve nesse tempo todo? Aposto que muitas –Ela continuou

-Bom, algumas boas pessoas tentaram. Elas até que eram bonitas e atraentes, mas... - ele segurou minha mão, esticou o braço e ficamos distantes -elas não eram você -Ele me puxou de volta pra perto

Errei o passo da dança impactada pelo que ele disse.

-E eventualmente, Anne, você vai perceber duas coisas – Ele continuou enquanto e foi enumerando os argumentos sincronizando-os com os passos da dança - 1- eu ainda danço melhor - Eu ri debochando - e 2: ninguém é tão bom quanto a gente junto. Elas eram boas pessoas, mas tinham o defeito irreparável de não serem você... E você vai descobrir que ele não sou eu. –Ele falou baixo num tom que só eu pude ouvir

Era verdade.

-Você continua extremamente prepotente, sabia disso? Eu odeio isso, Erik - Falei séria

-Mentira -Ele disse no meu ouvido- é o que você mais gosta em mim. Isso e esse novo corte de cabelo

-Isso não é um corte de cabelo –Ri do comentário dele - você simplesmente não corta o cabelo há séculos, assim como não faz a barba

-Quer que eu tire? -Fiquei surpresa com a resposta e por 30 segundos eu esqueci de todas as coisas nele que eu odiava

-Não. Você fica lindo com ela, eu gosto da cor. É a mesma cor que o cabelo de Magnus, pena que agora está escurecendo com a idade.

-Ficou decepcionada quando olhou e viu que ele era a minha cara? –Foi a primeira vez que conversamos sobre o tempo separados

-Metade de mim odiou. Mas a outra pensou que pelo menos ele seria bonito.

-Senti sua falta, An, todos os dias.

-Erik...

-Anne -James me chamou de longe -Hora do bolo

Sai da pose de dança em que estávamos e fui em direção à mesa deixando o assunto inacabado. Erik trouxe Magnus no colo para cantarmos parabéns.

Percebi que a festa também era pra Erik por nunca ter estado em nenhuma outra com o filho.

-De quem vai ser o primeiro pedaço de bolo? –Xavier perguntou assim que Magnus segurou o bolo cortado.

-Nada de princesa hein, todo mundo sabe que o primeiro é sempre da mamãe –An brincou mas sei que tinha um fundo de verdade no ciúme dela do filho.

Erik tinha ido buscar mais refrigerantes e voltava na hora em que Magnus tomava a decisão e todos ficavam em silencio querendo saber de quem seria.

Ele andou até mim com o bolo na mão enquanto eu estava com as mãos ocupadas.

-O que foi filho? –Me abaixei para ver o que ele queria

-É o primeiro pedaço de bolo –Ela disse e pareceu feliz por ele ter me escolhido

-Toma pai –Ele me deu o bolo e sussurrou– Eu sei que você que pediu para ela ser a princesa

Ele nunca tinha chamado Erik de pai.

Ele nunca tinha me chamado assim.

Professor Xavier puxou uma comemoração e palmas enquanto Pietro recomeçava as comemorações.

Foi uma noite ocupada, acabei não ficando muito com James naquele dia, mas ele era uma pessoa incrível, sabia que ele entenderia.

-Então, já se beijaram? –Tempestade relembrou o assunto da noite das meninas

-Não. Achei que você pensasse que nunca ia acontecer. –Respondi enquanto retirava as decorações da parede

-Não, Anne, estava falando do vilão ali –Ela fez um gesto com a cabeça se referindo a Erik que agora brincava ensinando Magnus a usar os poderes.

-Erik –Ela me chamou quando já estava indo embora

-Eu queria que ficasse com isso –Ela me entregou uma caixa fechada –São todos os registros dos primeiros 5 anos dele. Tem fotos, vídeos e o que mais quiser.

Eu entendi que era como ela me pediu desculpa por ter escondido aquilo de mim.

Agradeci com a cabeça e dei um beijo na cabeça dela, claro que eu queria ter ido além disso, mas ela não me dava mais essa abertura. Acho que realmente queria ficar com o tal James.

Chegando em casa, uma das minhas vizinhas veio falar comigo.

-Sr. Lehnsherr, chegou essa carta para você hoje. Fiquei com ela até voltasse.

-Obrigada, Frida – Agradeci enquanto pegava o papel com ela.

Ela uma senhora que morava sozinha, era única na vizinhança que não tinha medo de mim então eventualmente nos ajudávamos.

Deixei a caixa que Anne me deu em cima da mesa da sala e fui ver de quem era a carta.

“Para:Erik Lehnsherr

De: Mikaella”