Os dias que se seguiram foram um tanto desanimados, nos empenhávamos em consertar os estragos do instituto. Durante uma parte do dia e na outra treinávamos para uma eventual revanche, afinal, não estávamos dispostos a largar o problema só porque fomos atacados.
Eu ainda guardava segredos sobre o ocorrido e contava que, aos poucos, as pessoas perdessem o interesse no que aconteceu.
-Conta novamente sobre como destruiu o último sentinela.
-É verdade que eles soltavam fogo e gelo?
-Como se sentiu quando ficou sozinha de frente com ele?
- Pode nos ensinar os golpes que usou?
É, os alunos ainda não estavam prontos pra seguir em frente. E na porta, Logan observava as respostas que eu daria.
-1º: estamos chamando de sentinelas? Desde quando? 2º essa não é a matéria de hoje e 3º não me esqueci que nem todos trouxeram o que eu pedi então é melhor continuarmos de onde paramos.
Pela primeira vez eles estavam realmente interessados e dando importância à aula, mas definitivamente, foi o período mais longo do mundo.
MAIS TARDE NAQUELE MESMO DIA
Conversamos todos numa das salas enquanto alguns de nós assistiam televisão.
-Boa tarde, a divisão de defesa e estratégia do FBI decidiu hoje atualizar o status de alguns criminosos procurados. Oficializamos Erik Lehnsherr, mais conhecido como Magneto, como mais procurado dos Estados Unidos pelas mortes que causou...
O silêncio tomou conta da sala e instintivamente, abaixei a cabeça levando as mãos ao rosto lamentando e questionando o que eu estava fazendo. Logo em seguida o professor lamentou a notícia lembrando de seu passado juntos e seguimos com nossas atividades normalmente. Eu saí da sala e fui pro quarto, só não esperava estar sendo seguida.
-Eu sei sobre o que aconteceu – Logan disse tentando falar baixo
-Sabe o que do que quê?
-Você não estava em condições de vencer aquela luta. Mais tarde andei inspecionando o jardim e encontrei pegadas na lateral, muito grandes pra serem suas. – Ele continuou
-Então estamos fazendo isso agora? Inspecionando coisas procurando falhas no nosso próprio grupo? –Me irritei desaprovando a atitude dele.
-Não vem com essa Anne, achei que fossemos melhores amigos, achei que me contaria.
-O QUE? Golpe baixo e eu não sei do que você está falando.
-Mas eu sei! Eu soube desde o dia em que você chegou e eu tive que interromper a conversa de vocês para te mostrar a casa, eu soube quando ele foi embora mas foi olhando pra você. E eu sei agora quando você lamenta que ele seja procurado pelo governo. E sei principalmente que ele te salvou naquele dia. O que eu não sei é o que você está fazendo escondendo isso.
-Eu estou pensando! É isso que eu estou fazendo. Como reagiria se eu dissesse que ele me salvou? Somos amigos, ele parece se preocupar comigo e eu retribuo, você tá vendo coisa onde não tem. Ele me salvou sim, e se não fosse por ele eu estaria morta! Então eu sou grata, só isso. – Disse dando as costas a ele e o deixando na porta do meu quarto
-E não têm nenhum outro sentimento envolvido? –Ele pareceu mais calmo
-Eu...Eu não sei. Eu sei que ele tem atitudes horríveis, mas que pode ser gentil se quiser, e que ele me ajudou. Não me sinto no direito de ficar apontando, todos já cometemos erros e sempre pregamos que aqui era um lugar de recomeços. É isso que eu sei. – Respondi encerrando a conversa.
Eu percebi que tinha mais perguntas do que respostas e foi aí que me lembrei de uma pessoa.
-Pietro, ainda têm o telefone de Akirah? A mutante que se recusou a vir morar aqui
-Tenho sim, infelizmente ela nunca me ligou – Ele me respondeu
-Vai sonhando, vai – Respondi brincando com ele
EM ALGUM LUGAR DO MUNDO
-Você enviou os assassinos à casa dos X-Men e agora vai pagar por isso –Disse Erik tentando enforcar um homem com seu próprio colar do exército.
-eu...prometo... sair... da missão...por favor
-Está bem. Você vai viver mas vai abandonar a experimentação e o extermínio de mutantes, entendido?
-Sim – respondeu o homem recuperando o ar
Erik deixou o local usando seus poderes, já estava amanhecendo e havia uma rotina (honesta) a cumprir, mas algo o incomodava.
“Sei que não consegui mata-lo. Não o libertei pra chantageá-lo, mas por misericórdia. Por que já faz dias que não cumpro minhas metas? Não achei que a Maximoff causaria isso, não foi a primeira pessoa que beijei na vida. Já tive outras pessoas. Por que isso foi diferente? ”
NO INSTITUTO XAVIER
Saí de fininho para encontrar Akirah, se tem alguém que pode ajudar, é ela.
-Não acredito que ainda mora aqui, sabe que as portas do Instituto estão sempre abertas
-Eu gosto da minha casa, Anne, e tenho certeza que você não veio aqui falar sobre o meu estilo de vida.
Há dois anos resgatamos alguns mutantes que iriam pro sistema de adoção, nesse dia, conhecemos Akirah. Os poderes dela eram únicos, tinha a capacidade de rastrear pessoas usando seus sentidos superdesenvolvidos, claro que ela aproveitou pra se tornar uma detetive particular. Com seus olhos negros como a pele e o cabelo black power, ela era com certeza a pessoa mais estilosa que eu conhecia, Pietro não tinha nenhuma chance. Ela se recusava a vir morar conosco, escolhia viver em sua casa mesmo velha e simples.
-Eu preciso achar uma pessoa, Akirah... e preciso que isso fique entre a gente –Iniciei – sei que você precisa de que eu ofereça algo então pode escolher.
-Na verdade, já que mencionou, você tem algo que me interessa... Ororo Munroe. Desde que nos conhecemos, percebi alguns detalhes familiares nela, fiz meu trabalho e descobri que somos meio irmãs. Ela é uma pessoa fechada então não poderia só me aproximar, por isso, você vai me colocar com ela e em troca, eu acho quem você procura.
-TEMPESTADE?! Sem chance isso vai ser muito complicado... – o olhar dela me interrompeu e me lembrou dos motivos que eu tinha. – Ok. Fechado. Eu procuro Erik Lehnsherr ou...Magneto
-Você precisa saber que algumas descobertas podem ser dolorosas, ainda mais se tratando de alguém como Magneto.
-Vou estar preparada. Me avise sobre QUALQUER informação. Vou começar a sondar Tempestade. – Eu disse já indo embora
-Ok Maximoff, temos um trato. Ah e ... como está o Pietro?
-Sério, Akirah? Como pode ... Liga pra ele, ele vai gostar.
Durante duas semanas não tive nenhum sinal de Akirah, mas fiquei sabendo que ela e Pietro conversaram. Ok ele é bonito e divertido, mas eles não tinham nada a ver. Assim que concluí esse pensamento percebi a hipocrisia de EU estar falando sobre estar com alguém com ideias diferentes.
Meu telefone tocou.
-Maximoff –atendi
-Tenho novidades, mas você não vai gostar muito. Pra começo de conversa, ainda não o encontrei, ele é bom em se esconder...
“Não é só nisso que ele é bom” pensei
- ... tô te enviando os documentos pra você dar uma olhada. Mas, Anne, eu sinto muito, aparentemente ele matou os assassinos dos pais, e ... se não fosse por ele, Xavier não estaria numa cadeira de rodas. Eu te avisei que algumas informações poderiam ser decepcionantes...
-Anne?
-Anne??
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