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História First Time - Primeira mentira


Escrita por: sugatears

Notas do Autor


Sim, eu voltei. E nós somos 600+

E vocês podem ler as notas finais? tenho uma porrada de coisas pra explicar. Espero que entendam ♡

Capítulo 14 - Primeira mentira


Fanfic / Fanfiction First Time - Primeira mentira

— O que diabos você 'tá fazendo? — resmungo irritada.

O filme não havia começado ainda, mas Taehyung continuava teclando irritantemente naquele celular.

— Estou, huh... averiguando se está tudo bem com o Jungkook.

— Ele voltou com os garotos, deve estar tudo bem. Largue o celular agora, sim? 

— Só um pouco. — Seus olhos nem sequer me encaram quando ele diz, e continua teclando.

Suspiro, tentando manter o autocontrole que eu não tenho. Me ajeito no meu lugar, tentando olhar para as propagandas na tela, mas é impossível. A luz acesa do celular de Taehyung e o barulho que o aparelho emite a cada vez que ele digita tira minha concentração.

— Ok, chega — dito.

— Só um pouquinho — pede, e sua outra mão faz um sinal para que eu espere.

— Ou você para com essa porcaria agora, ou eu vou tirar esse celular de você a força!

Ele me encara, nada abalado com a minha ameaça. Seus lábios se curvam em um sorriso provocativo, e ele deixa um risinho baixo escapar antes de arquear a sobrancelha de forma sugestiva.

— Eu gostaria de ver você tentar.

— Ah, Taehyung.

E, de repente, dane-se a descrição. Entramos em uma briguinha ridícula no meio do cinema. Ele tentava desviar de minhas mãos, movendo o celular para todos os lados para que eu não o alcançasse. Taehyung leva uma das mãos para o colo, e eu, por reflexo, deixo um tapa na sua mão. Ou pelo menos, o que eu achava que era sua mão...

É, eu dei um tapa no pinto do Taehyung.

É, eu chamei de pinto.

— Oh, meu Deus! — exclamo aterrorizada, levando as mãos pra boca e logo depois tirando, porque né...

Taehyung não parece constrangido, pelo contrário. Ele deixa seu corpo cair contra o assento, cobrindo o rosto com as mãos e abafando um riso descontrolado. Eu conseguia ver seu rosto pela luz que o telão transmitia, e ele parecia estar prestes a ficar vermelho.

Ok, é agora que eu fico sem saber o que fazer? É! O que eu faço, Deus? Me dá uma luz, porque a minha está piscando e prestes a queimar.

Agarro o balde de pipoca, enfiando um punhado na minha boca e me concentrando na tela. Taehyung  continua rindo, mas pra piorar toda a situação, ele leva sua mão para o colo outra vez, descansando lá enquanto suspirava baixo.

— Achei que você tivesse dito que só podia comer a pipoca depois que o filme começasse — ele diz, com um tom controlado na voz.

— Eu digo muitas coisas. — Dou os ombros, enfiando mais um punhado na boca.

Antes que Tae pudesse falar, o filme começa. Me sinto aliviada e ansiosa, deixando o balde de pipoca entre e a gente e com os olhos vidrados na tela. O filme teria praticamente três horas pela frente e eu estava tentando focar em tudo que não fosse Taehyung, ou o fato de que eu encostei lá. E, droga, eu não acho que vou ser capaz de encará-lo por um bom tempo. Então decido que encarar o Thor é bem melhor. Sim, o Thor é muito melhor.

Minha paciência com Taehyung se esgota nos primeiros trinta minutos. Eu sei, eu pensei que não conseguiria mais olhar na cara dele depois dessa noite, mas agora eu não quero só olhar... Eu quero segurar seu rosto com carinho, passar meus dedos por seus lábios para acalmá-lo antes de grudar uma fita lacre na sua boca enorme.

Descobri que ele era um total leigo no universo da Marvel. Ele não entende coisa nenhuma, e decidiu ficar me fazendo perguntas de cinco em cinco minutos. E depois de me ver suspirando pelo Tom Holland, ele descobriu que era legal vaiar o Homem-Aranha toda vez que ele aparecia. Fala sério, quem vaia o amigo da vizinhança? É oficial, eu o odeio!

Passar as próximas horas com Taehyung, mesmo assistindo um filme, não era fácil. Ele tinha algum problema que o impedia de ficar parado, e perdi as contas de quantas vezes ele se revirou em seu assento, fazendo barulhos e estalando a língua dentro da boca. Quando eu penso que não pode ficar pior, ele lembra do copo cheio de refrigerante que tinha, e decide tomá-lo e fazer um som irritante enquanto chupava o conteúdo pelo canudo.

— Ei, bonitinha.

— O que é? — Minha voz sai entediada.

— Estou me sentindo naqueles filmes antigos. Será que se eu fingir um bocejo e passar o braço pelo seu ombro o seu pai vai aparecer do nada aqui e separar a gente?

Mesmo com os olhos vidrados na tela, não pude deixar de rir.

— Garoto, vai assistir o filme!

Ele não responde, mas se aproxima e passa o braço por meus ombros. O encaro incrédula, vendo que ele está com os olhos no telão agora e um sorriso no rosto.

— O que está fazendo? — sussurro, tentando voltar meu olhar para a tela com a mesma concentração de antes. Mas era impossível, claro.

— Shhh... Isso é um teste. Agora preste atenção no filme.

É difícil me concentrar com o cheiro de Taehyung tão perto de mim. E também tem sua mão, que sobe e desce pela minha pele, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Estoy à beira de um colapso, e a culpa é inteiramente dele, e de sua mania de provocar. Ele está se mostrando um verdadeiro rei nisso.

...

— Meu Deus do céu, vamos embora! — Taehyung bate os pés, parecendo uma criança birrenta quando não ganha o que quer.

Rolo os olhos, mas continuo sentada, assim como boa parte das pessoas no cinema. Não bastou falar durante o filme todo, ele ainda tem que dar chilique por ficar mais alguns minutinhos no cinema.

— Só saio daqui depois da cena pós-crédito. Se você quiser ir embora pode ir, agora se você quiser sentar sua bunda aí e esperar vai ser ótimo.

— Fácil pra você falar, não foi você quem pagou tudo — resmunga, sentando-se ao meu lado outra vez.

Apenas finjo não ouvir, porque ele se ofereceu pra pagar de bom grado e agora estava agindo feito uma criança chorona. Fico em silêncio, assim como boa parte das pessoas, esperando a cena pós-créditos passar.

— Já estamos aqui a quase cinco minutos — Taehyung comenta, num tom estranho.

— E...?

— E aí que talvez não vá passar a cena, e todos vocês estejam sendo feito de idiotas

— A cena vai passar — afirmo, convicta.

— E se não passar? — rebate, num tom provocativo.

— Vai passar. Continue sentado e cale a boca.

— Você sabe, se não passar, eu quero algo — ele se aproxima, sussurrando no meu ouvido.

— Vai passar.

— Mas se não pass...

Eu o calo no segundo seguinte com um beijo. Na verdade, era pra ser um selinho, mas quando eu faço a menção de me afastar, as mãos de Taehyung me seguram e aprofundam o beijo. Não tenho como não retribuir com vigor e vontade, porque ele beija maravilhosamente bem. Sua língua se move sobre a minha com tanta calma, e suas mãos seguram no meu cabelo como se não quisesse me soltar nunca, daquele jeito forte e primitivo que eu adoro.

— Sai! — Empurro seu corpo quando percebo um som diferente vindo do telão.

Estou sem fôlego, mas mesmo assim eu abro meus olhos e tento gravar o máximo possível da cena pós-crédito em minha mente. Ela é rápida, e logo Taehyung está levantando satisfeito.

— Finalmente. Vamos embora logo. — Ele leva uma mão para minha cintura quando eu me levanto.

— Eu devia fazer você se engasgar com suas palavras, porque teve cena pós-crédito sim.

— Eu sabia que ia ter, só disse aquilo pra te testar. — Pisca, com um sorrisinho espertinho no rosto.

— Aham.

— É sério!

— ‘Tá bom.

Uma sensação de dejavú toma conta de mim quando pego o celular para ver a hora e me deparo com várias chamadas de Luke. Decido caminhar rápido para fora da sala, mas com o lugar escuro e cheio de gente, fica impossível não tropeçar e quase cair de joelhos.

— Merda! — resmungo, me levantando e limpando as mãos. Taehyung não se presta nem para me ajudar a levantar, continua rindo como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo. — Dá pra calar essa boca?

— Mas eu nem estava falando. — Levanta os braços, em sinal de defesa.

— Mesmo assim, para de rir! Não é engraçado.

Bem, não é engraçado porque aconteceu comigo. Eu sei que se isso tivesse acontecido com ele eu me sentaria no chão pra rir. 

— Ok, ok. — Ele se aproxima, tomando minha mão. O encaro confusa. — Vem cá, vamos evitar possíveis quedas.

Em outras situações, eu com certeza reclamaria. Em outros tempos. Seus dedos se entrelaçando com os meus agora parece irritantemente bom, e sei que seria um crime hediondo me opor a isso. Me deixo ser conduzida para fora, com sua mão firme ainda segurando a minha.

— O Luke me ligou várias vezes, eu preciso ligar de novo e saber o que aconteceu. — Eu dolorosamente separo minha mão da sua, alcançando meu celular outra vez.

— Hm, é melhor ver mesmo, da última vez era desgraça — diz e eu o encaro confusa.

— Da última vez eram meus pais — digo, e ele dá os ombros com um ar de riso.

— Pois é! Vai que dessa vez é pior? Não que eu ache que possa existir algo pior que o seu pai, mas é melhor prevenir.

— Taehyung!

— ‘Tá bom, parei.

Dou alguns passos para longe e disco o número de Luke. Ele atende nos primeiros toques.

— Cadê você?

— Estou no cinema. Saí da sessão agora, por quê?

— A bolsa da nossa cunhada estourou. Em algumas horas Jack vai ser papai.

— Meu Deus! Jura?

Fico animada com a notícia, e percebo que Luke também está. Posso ouvir sua voz misturada com as vozes dos meus pais, todos afobados. Papai resmunga alguma coisa para Luke, que nega, mas um barulho estalado do outro lado da linha me faz concluir que meu irmão tomou um peteleco.

— Malia, em que diabos você se meteu? Já são quase onze horas da noite!

— Oi pai, eu ‘tô bem, obrigada. Estou no cinema, já estou voltando pra casa.

— Hmm, cinema com aquele seu namorado?

— Sim, cinema com o Taehyung. — Rolo os olhos, querendo rir de seu tom ciumento.

— Quero que você venha pra casa agora. Jack vai ganhar bebê e eu e sua mãe conseguimos um vôo de última hora. Queremos conhecer nosso netinho.

— Vocês vão embora?!

— Isso foi um tom de felicidade na sua voz?

— Não... — minha voz baixa uma oitava, e eu finjo uma tosse pra disfarçar a felicidade. — Nossa, é mesmo uma pena, papai. Mas pelo menos é por uma boa razão, né?

— É, vai ser. — Sua voz desconfiada atravessa a linha. Seguro o riso. — Vem pra casa, e  não traga esse insolente junto.

Antes que eu possa dizer algo, ele desliga na minha cara. Eu mal contenho o sorriso na minha face, mas ele some quando eu vejo que Taehyung não está mais onde eu o deixei. Ansiosa para ir pra casa, me disponho a procurá-lo, e o encontro segundos depois conversando com duas garotinhas pequenas perto de uma loja de doces. Mesmo com tempo contado, eu paro para observar a cena.

Ele está abaixado, conversando alegre e gesticulando para as garotas, que o correspondem com a mesma felicidade. Caminho com passos receosos até os três, parando atrás de Taehyung, que nem parece perceber minha presença.

— É a sua namorada, tio? — Uma das garotas aponta, me fazendo rir.

Taehyung finalmente percebe minha presença, se levantando e agarrando novamente minha mão. Eu nem me importo quando ele me traz para perto, abraçando minha cintura com aquele sorriso peculiar no rosto.

— Essa aqui é a minha gatinha — responde, num tom brincalhão.

— Mas ela não é uma gata, tio. Ela é uma mulher, olha. — A outra aponta na minha direção, inocentemente.

— Mas ela adora gatinhos, só veste roupa com estampa de gatos. — Ele me joga um breve olhar, me fazendo bufar. Semicerro meus olhos, levemente irritada, e lhe acerto uma cotovelada.

— Taehyung!

— Eu também adoro gatos, então eu sou uma gatinha? — uma das pequenas pergunta, abrindo um sorriso banguela que faz meu coração derreter.

— Sim, você é uma gatinha muito linda — eu respondo a pergunta inocente, me abaixando um pouco para ficar de seu tamanho. — Mas você é uma daquelas gatinhas filhotinhas, aquelas que precisam da mamãe por perto ainda. Cadê sua mamãe?

— Mamãe entrou ali para comprar um MC Lanche Feliz. — Ela aponta para o MC Donald’s, e eu me viro, vendo uma mulher nos observar de longe enquanto espera o pedido.

— Então vocês deveriam ir até lá, não é legal para gatinhas como vocês ficarem sozinhas por aqui, ok? — As duas concordam rapidamente. — Eu e o ‘titio’ temos que ir. Voltem pra mamãe, garotas.

— Tchau, gatinhas — Tae acena.

— Taehyung — chamo, ganhando sua atenção. — Meus pais estão indo embora. Temos que ir.

— Sério?! — pergunta rapidamente, e eu concordo, vendo-o sorrir.

— Isso é um tom de felicidade na sua voz? — imito meu pai, fazendo com que ele arrume sua postura imediatamente.

— Não, claro que não! Foi um tom de... Surpresa, é! Estou muito surpreso, e triste também. — Ele leva uma das mãos ao coração, teatralmente.

— Que seja. Vamos logo, eu quero chegar antes deles pegarem o vôo. 

...

— Minha filha!

Assim que eu abro a porta do meu apartamento, com Taehyung em meu encalço, meu pai corre para me encontrar. Claro, para no meio do caminho quando percebe que eu trouxe Taehyung comigo.

— E aí, sogrão? Soube que está de partida...

Respiro fundo, me segurando para não acertar uma cotovelada no folgado e botando um sorriso no rosto.

— Oi, pai. Eles já entraram na sala de parto?

— Já estão no hospital, ela está se preparando — mamãe quem responde, parecendo ansiosa. — Mas ela ainda não tem dilatação suficiente, parece que vai demorar.

— Então... Vocês já estão de saída? — Eu mordo a bochecha, tentando conter o sorriso. Ah, qual é? Eu amo meus pais, mas essa estadia dos dois já me esgotou demais.

— Sim, daqui a pouco nós temos que estar no aeroporto. Já deveríamos ter saído, mas estávamos esperando você voltar — papai diz, carrancudo. — E olha a hora que já é, isso não é hora de estar na rua!

— De fato, não se você for menor de idade. Ainda bem que já sou de maior, independente e pago minhas contas — respondo meu pai, fazendo Taehyung gargalhar alto atrás de mim.

— E não se preocupe, sogrão, eu sou o homem da vida dela agora. — Tae passa o braço por meus ombros, com um tom provocante na voz. — Vou cuidar muito bem da sua filha.

Meu pai estreita o olhar para o meu falso namorado, e eu me limito a rolar os olhos e empurrar Taehyung pra longe.

— Vocês já arrumaram tudo? — Desvio o assunto, vendo as malas espalhadas pela sala.

— Arrumamos sim, querida. Andrew, já pegou tudo, certo? — Dona Liz o olha daquele jeito atravessado, fazendo papai hesitar e mudar a carranca.

— Sim.

— Ah, dona Liz, é melhor verificar. Meu pai sempre diz que nessa idade os homens tendem a esquecer as coisas mais simples. — Taehyung arqueia uma sobrancelha, e eu piso em seu pé. — AI!

— O que foi, querido? Está com dor? — Mamãe o encara preocupada.

— A-Ah, foi uma pontada, nada demais.

— Pontada? Jovem desse jeito e já está descadeirado? — papai alfineta,  fazendo meu falso namorado bufar. 

— Andrew! Taehyung tem razão, vá checar se não esqueceu nada.

— Eu devo ter me esquecido mesmo... — Ele faz uma expressão pensativa, levando a mão no rosto. — Devo ter me esquecido da minha tesoura de poda, eu tenho mesmo que cortar umas asinhas. — Ele encara Taehyung diretamente, fazendo o mesmo engolir seco.

— Já chega! Papai, vai mesmo checar se você esqueceu algo. Cadê o Luke?

— ‘Tá no quarto, se arrumando pra levar a gente no aeroporto.

— Todo esse tempo? — pergunto, recebendo um aceno positivo. Puxo Taehyung pela mão, arrastando-o em seguida. — Vem Tae, vamos lá tirar o garoto do quarto.

Taehyung não questiona, sei que ficar fazendo sala para os meus pais e recebendo olhares mortíferos não é o item número um da sua lista de prioridades, por isso ele se deixa conduzir até o quarto de Luke comigo.

A primeira coisa que vejo é meu irmão de costas, sem camisa. E a segunda, mas que me deixa mais animada, é ver Calum ali, sentado em meio a várias peças de roupas espalhadas pela cama de Luke.

— Calum!

— Ah, oi, Malia. — A euforia não parece recíproca quando ele mal desvia o olhar do celular para me cumprimentar.

Ouço Taehyung e Luke conversando sobre o filme que fomos assistir, mas ao invés de participar, escalo a montanha de roupas da cama para me jogar sobre Calum, que está com fones de ouvido e parece muito concentrado em seu celular.

— O que está fazendo? — Retiro um fone de seu ouvido, e ele me joga um olhar irritado.

— Chamada de vídeo com o Ashton e o Michael.

E nos próximos segundos, me arrependo imensamente de ter perguntado. Ver meu ex-namorado-entupidor-de-vasos-sanitários na tela me faz entrar em pânico imediatamente. Os segundos que passo encarando a tela boquiaberta são o suficiente para que eu seja vista por Ashton, que abre aquele sorriso de oitenta e quatro dentes e grita meu nome de maneira escandalosa. Tanto que eu chego a ouvir, mesmo que Calum esteja usando fones — e ele resmunga irritado quando a voz estridente de Ashton alcança seu ouvido.

— Malia!

— Oi meninos.

Meus lábios formam um sorriso que faz as maçãs do meu rosto doerem, tamanho o desconforto que sinto. Calum põe a chamada no viva-voz, tirando os fones e os jogando para o lado.

Não é como se eu odiasse ou guardasse rancor, mas não tenho como ficar a vontade. Michael também está sem graça, e nós sabemos porquê: porque fomos os primeiros. Porque descobrimos certas coisas juntos, e mesmo que tenhamos seguido em frente, não tem como olhar um para o outro e não lembrar disso.

Deito minha cabeça no ombro de Calum, ouvindo sua conversa com Ashton e Michael sobre coisas que não entendo. Eles tentam me incluir, mas prefiro ficar em silêncio.

— Tem mais gente aí? Estou ouvindo a voz do Luke e de outra pessoa — Michael comenta, e antes que Calum abra a boca, eu respondo.

— Sim, o Luke e meu namorado.

E assim, todos, todos mesmo, olham para mim. Luke vira seu rosto, confuso. Calum me encara como se soubesse exatamente tudo que se passa em minha mente. Michael e Ashton parecem surpresos na tela do celular e Taehyung… Taehyung parece incrédulo.

Bem, eu não sei porque fiz isso. Não sei mesmo. O meu melhor palpite é que andar demais com Taehyung tem me feito agir sem pensar, e esse momento foi um deles.

— Namorado?! Mas eu nem sabia disso — Ashton quebra o silêncio com um riso descontraído.

— Tae, vem cá, meu anjo — chamo, e o mesmo caminha em passos rápidos para a cama. Logo em seguida ele se senta ao meu lado, e eu puxo seu rosto para que apareça junto ao meu na tela. — Esse aqui é o Taehyung, o meu amorzinho. — Agarro seu rosto, achatando o mesmo e deixando um beijo na sua bochecha. Ele parece muito engraçado dessa forma, e confuso. — Taehyung, estes são meus amigos da Austrália, Ashton e Michael.

— Ah, oi — ele murmura.

É a primeira vez que eu o vejo sem graça, mas não dura muito, porque Ashton lhe abre outro de seus sorrisos enormes. Michael apenas acena, provavelmente incomodado com a situação.

— Olá, eu sou o Ashton. Prazer em te conhecer. Bem, conhecer virtualmente, mas quem sabe um dia você não vem com a Lia nos visitar na Austrália?

Pobre Ashton. Isso nunca vai acontecer.

— Prazer em te conhecer também! E, sim, quem sabe um dia, né? — Ele sorri de canto, parecendo tímido.

— Gente, não quero atrapalhar esse reencontro virtual ou coisa assim, mas... ‘Tô pronto! — Luke exclama, arrumando o colarinho da camisa de botões.

— Grande bosta — Calum o corta, nos fazendo rir.

— Cara, por que você me odeia?

— Você me irrita.

— Vocês vão acabar namorando. — Dou risada, fazendo os outros concordarem, exceto por Michael.

— Só porque você ‘tá em outro país, não significa que pode me trair, ok Luke? — Michael grita, e Luke se enfia no meio de nós para aparecer na cama.

— Nunca! Meu amor é todo seu!

— Tudo bem, reencontro muito lindo, mas agora a gente precisa desligar porque vamos levar os tios no aeroporto — Calum diz. — Tchau, tchau, gente! A gente se fala depois.

Quando ele desliga a chamada, não perco tempo.

— Vamos? — Eu o encaro. — Você vai junto?

— Sim, ele vai — Luke diz. — Mamãe comprou trezentas coisas enquanto estava aqui, tem muita bagagem pra carregar, tanto que não coube no porta-malas. Calum vai me ajudar a levar, e você vai ficar aqui.

— Eu vou? — pergunto surpresa.

— Sim. Não tem espaço pra você no carro. Por isso que você veio se despedir aqui, porque não vai junto no aeroporto.

— Nem queria mesmo — resmungo, dando os ombros.

Papai aparece na porta do quarto para nos apressar e acaba dando um sermão em Luke. Os dois discutem e até mamãe aparece no quarto para gritar, mandando todos nós ficarmos quietos.

— Assim que eu chegar vou mandar fotos dele. É melhor você atender esse telefone! — Dona Liz me alerta. Concordo, prendendo o riso diante de sua expressão chorosa. — E se alimente direitinho, ok? Ah, e nada de se atrasar pro trabalho! Ou se atrase sim, então é demitida e nós te buscamos de volta pra morar com a gente.

— Mãe...

— Ah, vocês são os meus bebês, acha que eu fico bem em deixá-los assim? — Ela me agarra, afagando meus cabelos. — O Luke não sabe nem lavar as próprias cuecas, como vocês querem que eu acredite que estão bem?

— Mãe! — é a vez de Luke protestar.

— Calum, querido, tome conta do meu filho, ok? E o mesmo vale pra você, Taehyung — ela me solta apenas para agarrar o garoto ao meu lado, que retribui o abraço. — Eu adorei te conhecer, querido.

— Minha esposa sempre foi uma mulher de gostos peculiares, Malia puxou por ela — meu pai alfineta. Rolo os olhos, impressionada com a capacidade do meu pai de brigar até o último segundo.

— Eu vejo mesmo que ela é uma mulher de gostos peculiares, é só olhar pro marido del... AI! — Eu piso no pé dele antes que ele complete a frase.

— O que disse, garoto? — meu pai pergunta, desconfiado.

Jogo um olhar mortal para Taehyung, e ele parece perceber que estou prestes a matá-lo. Bota um sorriso doce no rosto, fazendo seus olhos virarem dois risquinhos adoráveis.

— Eu disse que desejo que façam uma ótima viagem.

— Hm, obrigado. 

Alguns minutos, chororô e abraços depois, mamãe e papai estão finalmente partindo para o aeroporto. Não sei se fico feliz ou triste, porque apesar de serem chatos eles ainda são meus pais, e eu os amo mais que tudo.

— Então... namorado? — Taehyung quebra minha linha de raciocínio.

— Não enche, vai. Não é você que adora se apresentar assim aos outros? Então, eu poupei seu trabalho de mentir. Mas não se acostume, essa foi a primeira e última mentira.

— Não vou argumentar, apenas porque hoje eu tive um dia extremamente agradável.  E ele acabou de melhorar.

— Por que meu pai foi embora? — pergunto, entediada.

— Também... Caso não tenha percebido, estamos sozinhos agora. — Ele sorri sacana, se aproximando de mim. — Eu tenho uma ótima ideia do que a gente pode fazer agora.


Notas Finais


Primeiro, por favor me deem um feedback. Não cai o dedo, e se vocês soubessem O QUÃO importante é pra um autor esse tipo de coisa. Isso motiva a gente de verdade! Não sejam leitoras fantasma, sério. Se vocês não me dizem que gostam, como eu vou saber disso e continuar?

Como vocês devem ter percebido, fiquei um mês e alguns dias sem atualizar first time. Gente, eu estou passando por problemas envolvendo minha saúde mental. Tá difícil mesmo de atualizar, sabe? Eu tô me sentindo extremamente insuficiente, inútil, mal. Já procurei ajuda profissional e tô até tomando remédios, e se Deus quiser, eu vou superar essa fase.

Quero que vocês saibam que eu posso demorar, mas finalizar First Time é minha prioridade. Obrigada por tudo

E TEMOS CAPA NOVA. GOSTARAMMM???

Minhas outras fics

Com o JK: https://www.spiritfanfiction.com/historia/eighteen-12339514

Com o Jimin: https://www.spiritfanfiction.com/historia/coffee-midnight-and-you-12664330


Meu perfil: @sugatears


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