1. Spirit Fanfics >
  2. FitzSimmons Tales >
  3. 2 Natal

História FitzSimmons Tales - 2 Natal


Escrita por: DrixySB

Notas do Autor


Uma data comemorativa, quatro momentos diferentes.

Os natais de FitzSimmons ao longo dos anos.

Capítulo 2 - 2 Natal


Fanfic / Fanfiction FitzSimmons Tales - 2 Natal

Natal de 2004

Eles eram amigos há pouco tempo, depois de primeiras impressões desastrosas, certo grau de rivalidade e até mesmo trocas de palavras hostis, mas revestidas de alguns eufemismos.

Naquele ano, antes de deixarem a Academia para passar as festas com suas respectivas famílias, eles se aproximaram meio sem jeito para se despedir. Era a primeira vez que trocavam um longo e terno abraço.

— Isso é pra você – ela estendeu a ele um pote com pudim de ameixa – é feito com groselha, frutas secas, açúcar, manteiga e temperos – completou com um sorriso que foi imediatamente retribuído por Fitz.

— Obrigado. E isso... – ele começou a falar, tirando algo de dentro de sua mochila que Jemma não demorou a identificar como sendo um porta-lápis em formato de Tardis – é para você.

O sorriso de Jemma ampliou-se instantaneamente, iluminando seu rosto, e ela adiantou-se para tomar a Tardis em suas mãos.

— E que o Eccleston não nos decepcione – disse Fitz, referindo-se à escolha do protagonista da nova série de Doctor Who, que retornaria em 2005, após um hiatus de 16 anos.

Após um último abraço, eles se afastaram um do outro.  

Natal de 2012

Já fazia um tempo que ambos haviam se formado na Academia e agora atuavam na divisão de ciência e tecnologia da SHIELD. Naquele ano, o dever falou mais alto e ambos tiveram de passar a véspera e o Natal trabalhando.

Fizeram uma pausa pouco antes da meia-noite para brindarem com wassail. Uma bebida quente e tipicamente britânica feita à base de mistura de cerejas, maçãs assadas, ovos, açúcar, noz-moscada, cravo-da-índia e gengibre. Sentados em um canto do laboratório, eles aguardaram a chegada da meia-noite para brindar com suas taças.

Era o primeiro natal que passavam juntos. Mesmo longe de suas famílias – ainda que a de Fitz fosse composta apenas de sua mãe, a quem ele imediatamente mandou uma mensagem de celular após o brinde – ambos não poderiam negar que estavam tendo um natal feliz. Sua parceria e amizade perduravam há sete anos e eles estavam fazendo o que mais amavam. Ambos atuando em suas áreas de especialização. Seus sorrisos eram plenos, poucas palavras foram ditas. Eles degustaram a wassail desejando um 2013 ainda mais repleto de desafios.

Natal de 2015

A cada ano, os desafios se tornavam maiores. Principalmente depois que passaram a integrar a divisão especial da SHIELD liderada por Philip Coulson. Ambos sequer poderiam imaginar que iriam não apenas enfrentar o desconhecido constantemente, tendo um trabalho árduo para explicar tudo por um viés científico, como seriam física e emocionalmente desafiados e teriam sua relação testada – posta a prova com tamanha frequência.

Naquele natal, ambos estavam feridos e profundamente traumatizados.

Dentre viagens não planejadas e, tampouco, desejadas para um planeta inóspito habitado por uma vil e perigosa criatura; tortura psicológica e física pelas mãos de um ex-amigo traidor; perdas irreparáveis e mortes dolorosas, ambos agradeceram apenas pelo fato de estarem vivos.

Foi Jemma quem se aproximou de Fitz para dividir uma nova taça de wassail, sentando-se ao seu lado no sofá da sala comunal, enquanto ele observava – sem de fato estar prestando atenção – a árvore de natal improvisada que Daisy e Hunter cismaram de fazer com algumas latas e garrafas vazias de Heineken ingeridas no decorrer da véspera. Eles até mesmo a decoraram com um pisca-pisca.

— Criativo – ela murmurou, lhe entregando a taça e se referindo à árvore natalina.

Fitz a aceitou, sem cerimônias.

— Pensei que iria querer passar o natal com sua família depois de... Bem – ele tropeçou um pouco nas palavras – depois de todos aqueles meses pensando que não iria mais vê-los...

O olhar de Fitz era distante e profundo. Ele não a encarava. Jemma, por sua vez, o fitou penetrantemente por um longo segundo antes de responder.

— Estou com a minha família – ela disse simplesmente.

Fitz imediatamente tornou o rosto em sua direção a fim de encará-la. Jemma deu um sorriso contido. O engenheiro desviou o olhar novamente, e degustou o conteúdo da taça com calma, apreciando solenemente o sabor.

Nada mais foi dito. Eles não estavam se falando muito. A bioquímica ficou até mesmo surpresa com o fato de ele aceitar a taça de wassail, visto que vinha mantendo uma distância segura dela.

O natal sempre fora uma das celebrações favoritas de Jemma. Ela nunca entendia o motivo de seus irmãos, uma vez crescidos, dizerem se tratar de uma data triste, que trazia uma nostalgia extrema e não mais aquele espírito contagiante de alegria de outrora, especialmente de suas infâncias. Jemma ainda adorava a noite de natal e acreditava que ela simbolizava esperança, felicidade e paz.

Mas não naquele ano. Havia pouco a se comemorar além do fato de estarem sãos e salvos.

Aquele natal fora melancólico para ela.

Natal de 2016

Era o primeiro natal que eles passavam em seu recém-adquirido apartamento. Jemma fez questão de decorar todo o ambiente com enfeites natalinos e se mostrava entusiasmada com a enorme árvore de Natal. Fitz revirou um pouco os olhos, mas não se negou a ajudá-la.

Para variar, ela estava obcecada. Tudo tinha de estar perfeito até a hora da ceia.

Fitz tentou argumentar que o apartamento era pequeno demais para receber sua mãe, a família dela e seus colegas de SHIELD. Mas Jemma repetia a ele cálculos e cálculos que comprovavam que o local era espaçoso o suficiente para receber todos eles.

— Francamente, Fitz. Você é o engenheiro, você é o especialista em cálculos e deveria saber que há metros quadrados suficientes para...

— Blá blá blá, já entendi essa parte. A questão é: todos conseguirão entrar, todos caberão. Mas alguém vai mesmo conseguir se mover?

— Ugh, Fitz! – ela revirou os olhos e continuou arrumando a mesa em sua copa-cozinha dos sonhos.

Havia espaço para todos.

— Um a zero pra mim – disse Jemma com os braços cruzados em frente ao corpo, lançando-lhe um olhar orgulhoso e altivo.

Mas todos precisavam ter extrema cautela na hora de se locomover. Era comum ouvir um “desculpe” sempre que um esbarrava no outro ou quase derramava o conteúdo de uma taça na roupa de alguém.

— Parece que é “um a um” – Replicou Fitz com um semblante vitorioso e um sorriso astuto.

Jemma se aproximou com puro veneno no olhar. Fitz pressentiu o perigo de imediato.

— Continue com isso e não vai ganhar seu presente de natal.

— Espertinha – ele tornou, dando mais gravidade ao seu tom de voz – já me deu meus presentes. Lembra-se?

— Não estou falando da estúpida chave sônica. E nem do perfume idiota.

— O perfume idiota que você adora... – ele a cortou.

— Eu estou falando – ela alteou o tom de voz consideravelmente, o interrompendo também – de outro presente. Algo que eu ia lhe dar assim que todos fossem embora – ela ergueu as sobrancelhas com um ar de malícia e desafio.

— Oh! – Fitz levou um segundo para entender, sentindo-se preterido – Isso é injusto. Eu lhe dei um champanhe caríssimo...

— Com duas taças. Isso significa que é presente para você também.

— E a caixa de chocolates finíssimos e sofisticados? – tornou, enfático.

— Que eu também dividiria com você – Jemma devolveu com um ar de cinismo.

— Você é muito ingrata.

— Oh, Fitz...

— Mas vocês nem se casaram ainda e já estão brigando? – gracejou o pai de Jemma, entrando na cozinha aonde eles discutiam. Ele se aproximou para tocar o ombro de Fitz – é um belo lugar que arranjaram. É pequeno, as pessoas estão se esbarrando constantemente – ele riu um pouco – mas é uma graça. Adorei as pessoas com quem você trabalha. Aquele sujeito grandão, Mack, é muito simpático. E Coulson tem um timing excelente para piadas. Espero que vocês os convidem para o casamento – com um último sorriso sorrateiro, ele deixou a cozinha.

Fitz olhou para Jemma com uma expressão sagaz se desenhando em sua face.

— Ganhei!

— Ao contrário, Fitz. Perdeu – ela disse, irritada e rumou para a sala.

Aquilo não durou muito. Quando foi o momento de eles brindarem com wassail— enquanto Daisy fazia uma careta após ingerir um gole da bebida – Fitz se aproximou dela por trás e encostou seus lábios no  ombro direito dela. Ele a sentiu se retesar em seus braços por um momento, tentando resistir a ele.

— É natal, Jemma... Ano passado foi um dia tão triste. Por que mesmo vamos brigar por algo tão pequeno – Fitz sussurrou em seu ouvido.

Após um breve momento refletindo acerca das palavras proferidas por seu noivo, ela suspirou, dando razão a ele e relaxou em seus braços.

— Okay.

— Eu amo você – ele disse, ainda em um tom sussurrado de voz.

— Eu também te amo – ela tornou, aproximando seus lábios dos dele para lhe dar um beijo no exato momento em que o relógio anunciava meia-noite.


Notas Finais


Essa é uma pequena one-shot que escrevi correndo, ontem. Devo ter levado uma meia hora para terminá-la.

Desejo um feliz natal a todas as FitzSimmons shippers e que na volta da temporada tenhamos mais beijos e mais razões para sair pulando pela casa de felicidade graças a esses dois. Primeiro natal em que nosso ship é canon *o/*

Bjos!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...