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História Five songs, five love stories. - Trouble


Escrita por: Nick_Raven

Notas do Autor


Oiiiiii, voltei depois de muuuito tempo com bloqueio criativo e preguiça literária kkkk
Estamos aqui com o ultimo capitulo dessa fic que tem um valor sentimental muito grande para mim pois foi a primeira, dentre várias tentativas, que eu realmente gostei de escrever e me empenhei.
Enfim, agradeço por cada favorito e cada comentário, por cada um que dedicou seu tempinho para ler isso aqui ;)

Este capitulo é SEROMINA em foco, a música é "Trouble" (disponibilizo o link nas notas finais), a história se passa durante a primavera (decidi dar um ar mais pesado pra essa daqui pq eu sempre gostei de pensar no Sero vilão, é isto bejo).

Capítulo 5 - Trouble


Fanfic / Fanfiction Five songs, five love stories. - Trouble

Mina estava sentada no banco da pequena praça que adornava o conjunto de prédios alaranjados, ela mexia em seu celular sem se importar com a vizinhança perigosa que estava e por já passarem das onze da noite: estava segura, todos ali a conheciam e ela não tinha medo de batedores de carteira, conseguia cuidar deles sozinha. Mascava o chiclete tediosamente, fazendo bolhas aqui e acolá para passar o tempo enquanto o rapaz não aparecia. A umidade do ar, devido ao fato de estarem no meio da primavera, fazia seu cabelo cacheado arrepiar; ela teve de sentar em cima da sua jaqueta para não molhar seus shorts jeans por conta da chuva que assolou a cidade e deixou poças d’água em todos os lugares, inclusive no banco de madeira que ela estava.

- Mina - era a voz de Sero, a chamando pela pequena abertura da porta de metal que ficava ao lado do banco. A garota se levantou, pegou sua jaqueta e foi em direção a voz.

- Posso entrar? - ela perguntou, e logo o rapaz abriu a porta. Sero, agora com vinte e cinco anos, estava bem mais alto que ela e com os cabelos curtos, com pequenas linhas nas laterais raspadas (onde o cabelo já crescia). Nas orelhas os típicos brincos pretos, frutos de uma aposta entre ela e Jirou contra seus quatro amigos, que perderam e tiveram que furar as orelhas em conjunto; porém agora ele tinha duas argolas na ponta de cada uma das orelhas. Ele usava uma camiseta laranja, calças moletom pretas e chinelos pretos, de certa forma todo o conjunto lhe dava um charme que só Mina conseguia compreender. O moreno foi na frente, subindo os degraus da escada de metal com as mãos nos bolsos da calça, Mina o seguia avaliando cada um de seus movimentos e em alerta, mas resolveu puxar assunto para deixar as coisas mais tranquilas - Como vai sua mãe?

- Não sei - ele disse, sem emoção na voz - Não falo com ela fazem anos. 

- Ah, sei - ela disse, constrangida de ter perguntado aquilo - E seus irmãos?

- Os que estão vivos estão bem - o moreno falou, parando na frente de uma porta de madeira escura, de onde Mina podia ouvir uma música soando, e a abrindo - Não importa, pararam de falar comigo.

Sero entrou no pequeno apartamento e Mina o seguiu, triste pelo tom de voz do rapaz que não apresentava emoção alguma. Ele disse para ela se sentar no sofá que logo voltaria com as bebidas, e assim ela fez, se sentando timidamente naquele sofá que conhecia como a palma da mão. Ele parou na frente das caixas de som da onde ecoava uma música alta e abaixou o volume, deixando-as soar um pouco mais baixo.

-Como vão os outros? - ele perguntou, lhe entregando uma garrafa de cerveja e sentando na poltrona na frente dela. Ashido suspirou.

- Bem, Katsuki e Eijirou se mudaram para Kyoto na última semana - ele tomou um gole da cerveja, atento a ela - Kyouka começou a lecionar na UA na última semana e o Denki não parava de falar sobre como estava feliz de ver a ela o dia todo, já que ela estava em missão no norte e ele no sul até um mês atrás. 

- Hm - ele disse, simplesmente - E você? 

- E-eu? - ela falou - O que tem eu?

- Faz um tempo desde a última vez - ele falou, um sorriso malicioso surgiu em seu rosto - Não nos falamos desde então. 

- É verdade - ela disse - Faz o que? Quatro meses?

- Um ano, na verdade - ele tomou mais um gole da bebida; Mina estava suando frio, era difícil para ela se controlar perto dele, mas não estava lá para brincadeiras.

- E-estou bem, Sero - ela disse, provavelmente enrubescida. Respirou fundo antes de continuar - Vim aqui pois tenho assuntos importantes para tratar com você.

- Quem te mandou? - ele perguntou, um sorriso de lado em seu rosto e uma das sobrancelhas arqueadas - A polícia? A Jirou te pressionou até você vir? Ou foi nosso todo poderoso Deku?

- Pare de debochar, eu vim por conta própria e em paz - ela disse, ele riu sarcasticamente. 

- Ninguém vem atrás de mim em paz, Ashido - ele disse, encarando Mina seriamente, o que fez a rosada se arrepiar - Diga o que quer de uma vez.

- V-você não p-precisa s-ser grosso c-comigo, Hanta - ela falou, ele apenas riu debochadamente e se curvou, pegando um maço de cigarros que estava na mesinha de centro e acendendo um cigarro, dando uma longa tragada em seguida - Eu vim lhe fazer uma proposta.

- Proposta? - ele arqueou a sobrancelha enquanto soltava a fumaça, lhe lançando um olhar malicioso - Que tipo de proposta?

- Nada que envolva sexo, seu tarado - ela disse, irritada - Vou te explicar da maneira mais simples que eu posso: volte para o lado do bem e nós retiraremos todas as queixas contra você.

Sero a encarou, parecendo desacreditado e logo dando uma longa e sonora risada, curvando sua cabeça para trás na poltrona marrom. Assim que ele se voltou para ela novamente, Mina o encarava séria e um tanto irritada. Ela se endireitou no sofá, cruzando as pernas descobertas: céus, como aquelas coxas enlouqueciam Sero. Ele pigarreou e tomou mais um pouco da bebida.

- Tá falando sério? - ele perguntou, ela cruzou os braços e assentiu - Ah não Mina, já conversamos sobre isso. Achei que você tinha vindo aqui pra gente transar, sabe, como nos velhos tempos - ele disse, estressado - Mas você vem aqui com essa baboseira e-

- Hanta - a garota o interrompeu- Eu não aguento mais te ver assim, se afundando num buraco de escuridão e problemas - ela disse tristemente - Por favor…

- Se eu pudesse voltar, eu voltaria - ele respondeu, e ela o encarou surpresa - Mas a vida, ou melhor, a minha vida não é tão fácil assim, docinho.

- Claro que é! - a menor disse - Largue isso tudo e volte! 

- Benzinho, presta atenção que eu vou te falar só mais uma vez - ele falou, se endireitando na poltrona - Eu herdei a porra do trabalho do meu pai, eu sou um desgraçado de um chefe de tráfico. Se eu saio de tudo isso da noite pro dia com certeza minha cabeça vai estar em jogo - ele olhou para a parede, desviando daqueles olhos dourados que lhe fitavam - Não só a minha, a sua e a de todo mundo que eu amo também. 

- P-por que? - Mina disse, tristemente. Ela já havia cogitado a possibilidade do moreno acabar perdendo a vida se saísse da vida do tráfico, mas nunca achou que fosse se tornar realidade: afinal, Sero era o filho do maior traficante do Japão e parecia não sentir medo de tudo isso. O rapaz apenas suspirou.

- Por que eu sou um Sero - ele disse, tragando mais um pouco do cigarro - Minha família está fodida até o pescoço, as coisas nunca foram e nem serão fáceis para nós.

Ele parecia mais triste do que o normal, e isso cortou o coração de Mina em milhões de pedacinhos; ela sabia como as coisas eram difíceis para ele. Sem perceber, lágrimas começaram a rolar pela sua face rosada.

-Eu sinto sua falta - ela disse. Hanta a encarou, notando o tom triste na sua voz - Sinto falta de andarmos de mãos dadas por aí, de sairmos para fazer qualquer coisa, de quando dávamos uns amassos escondidos nos dormitórios da academia, do seu cabelo, do seu corpo - ela chorava cada vez mais, fazendo o moreno ficar em choque - Sinto sua falta mais do que eu gostaria ou do que eu pensaria - ela o encarou - Nada de ruim vai acontecer se você voltar, eu juro. A gente vai perdoar suas dívidas, vamos proteger sua família, seus crimes serão esquecidos - Sero notou que uma pequena lágrima escorria de seus olhos e tratou de enxuga-la o mais rápido que pode - Você vai ser o herói que nasceu para nascer, e eu vou ter você comigo de novo. Eu estou te implorando, Hanta: volte, por favor.

O rapaz estava aturdido, sem conseguir esboçar reação alguma além da inegável surpresa por conta daquelas palavras. Um silêncio desconfortável se fez, sendo cortado pelo início de uma música na caixa de som. Mina se levantou e foi até ele, sentando em seu colo sem o menor pudor: Sero a deixava sem vergonha nenhuma, e ela sabia que precisava usar de tudo que tinha para fazê-lo repensar suas ações.

 

“We were at the table by the window in the view

Casting shadows, the sun was pushing through

Spoke a lot of words, I don't know if I spoke the truth”

 

- M-Mina o que…- ele ia continuar, mas foi interrompido por um beijo da menor. Um beijo carinhoso, de saudades e cheio de sentimentos, não como aqueles beijos que eles se deram em tantas outras ocasiões. Quando o ar lhes faltou nos pulmões e eles se separaram, Ashido segurou o rosto do rapaz e fez-lhe carinhos com as pontas dos dedos. 

 

“Got so much to lose

Got so much to prove

God, don't let me lose my mind”


 

- O que aconteceu naquela noite não foi culpa sua, Hanta - ela disse, fazendo-o lembrar daquele fatídico dia, onde a Liga dos Vilões, após o sequestrarem e ameaçarem sua família, o obrigou a cometer crimes e fazer o jovem Sero se tornar um vilão - Eles te obrigaram a fazer aquilo, todos nós sempre soubemos que você nunca quis essa vida.

- É um pouco tarde para eu tentar me redimir, docinho - ele disse, acariciando a cintura dela.

- Nunca é tarde para nos arrependermos e seguirmos em frente - ela disse, o que o fez sorrir tristemente - Ainda mais quando temos pessoas para apoiar o melhor de nós.

- Eu to com problemas até o talo, Mina - ele disse, rindo um pouco - Não quero meter mais gente nisso, nos meus problemas - ele olhou para o chão, triste. Mina puxou o rosto dele e lhe deu mais um beijo, fazendo com que seus lábios se encaixassem no ritmo lento e melódico da música. 

 

“Trouble on my left, trouble on my right

I been facing trouble almost all my life

My sweet love, won't you pull me through?

Everywhere I look I catch a glimpse of you

I said it was love and I did it for life

Did-did it for you”

 

- Eu vou te ajudar - ela disse, após se separarem devido a falta de ar novamente - Você não tá sozinho nessa, sabia? Não guarde tudo para você, a dor só vai te fazer ficar pior - ela sorriu gentilmente para ele, sabia que as próximas palavras poderiam doer um pouco mais nele - Não se culpe pela morte de seu pai, não foi culpa sua: a cabeça dele já estava sendo pedida antes de você nos contar a localização dele - ele a olhou, mais triste do que nunca, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa ela continuou - Você não falhou em proteger sua família, nem seus amigos, nem eu - ela deu um selinho nele antes de continuar - Eu amo o herói que você é. 

 

“Will it come to pass, or will I pass the test?

You know what they say, yeah

The wicked get no rest

You can have my heart, any place, any time”

 

- E-eu - ele disse, claramente prestes a chorar - E-eu… eu quero voltar Mina, quero mesmo - ele a encarou com os olhos marejados - Mas se eu abdicar ao cartel eles irão atrás de vocês - uma lágrima solitária rolou pelo rosto do moreno - Eu já perdi meu pai, não posso permitir perder você também. 

- Sero… - ela ia continuar, mas o maior a interrompeu.

- Se eu voltar - sua feição se tornou séria - Me prometa que vão tentar ao menos proteger minha família - ele segurou a mão dela e lhe deu um beijo casto - E que você será minha - ele deu um sorriso malicioso - Só minha - ela o encarou - Afinal de contas meu coração já é seu; sempre foi.

 

Trouble on my left, trouble on my right

I been facing trouble almost all my life

My sweet love, won't you pull me through?

Everywhere I look I catch a glimpse of you

I said it was love and I did it for life

Did-did it for you”

 

- Eu prometo - ela disse, sorrindo. Ele a olhou um pouco mais feliz e lhe puxou para um beijo, dessa vez um pouco mais ardente e carregado de desejo. Ela o interrompeu, se afastando - Só que você vai ter que parar de fumar!

- Pff - ele disse, rindo - Isso ai vai demorar um pouco gata - ele a beijou novamente, e dessa vez o coração de Ashido estava mais leve. Ela conhecia Sero melhor do que ninguém, afinal foi com ele que ela dividiu grandes momentos de sua vida: seu primeiro beijo, sua primeira bebida alcoólica, sua primeira vez. Ela sabia quando ele estava mentindo, quando ele estava triste e quando estava feliz; e naquele momento Mina sabia muito bem que ele estava sendo sincero e puramente verdadeiro. Quando ela olhou naqueles olhos ônix dele ela teve a certeza que tudo ficaria bem, e que independente dos problemas que ele tivesse, ela era totalmente dele e ele era totalmente dela.

- Eu te amo, Ashido - ele disse, sorrindo docemente.

- Também te amo, Hanta - ela disse, o puxando novamente para um beijo, com seu coração em paz pois sabia que tudo iria ficar bem e as coisas finalmente se acertariam. Ele estava cheio de problemas e Mina sabia disso. Apesar de tudo, quando olhou no fundo dos olhos de Sero e o ouviu dizendo aquelas doces palavras, ela sabia que era inteiramente dele

 


Notas Finais




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