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História Fixed - 10


Escrita por: ALouise

Notas do Autor


Demorei, mas voltei!

Agora está tudo entrando nos eixos, gente.
E minhas férias literalmente acabaram.
Desculpem demorar tanto para postar, mas foi para cuidar da minha mãe.
Espero que gostem desse cap.

Bjão e muito obrigada por estarem aqui <3

=*

P.S: Músicas listadas nas notas finais! <3

Capítulo 11 - 10


Fanfic / Fanfiction Fixed - 10

 

Mirrors - Niall Horan

 

Despertei com o celular as 8h30.

Eu sabia que não poderia acordar a hora que bem entendesse na casa dos outros, por isso achei melhor prevenir. Tomei banho e coloquei uma roupa mais quente. Me olhando no espelho relembrei que devo ir mais uma vez ao brechó e a loja que Mike me recomendou. Eu fui apenas duas vezes e comprei o total de seis peças, três em um dia e três em outro dia. No brechó comprei duas camisas e duas calças para trabalhar, as revezo com a outra calça e as duas blusas que trouxe comigo. São de segunda mão, mas estavam em perfeito estado. Estou tentando mantê-las assim. E comprei um casaco mais grosso e dois suéteres, que é como eles falam blusas aqui, de lã. O frio não está gritante, então estou comprando o que preciso aos poucos.

Fiz minhas contas e consigo mandar um pouco de dinheiro para os meus pais; não que eles necessitem tanto. Eles são aposentados e graças a Deus conseguem se virar bem, mas sinto que é meu dever, já que me ajudaram a vir para cá. Confesso que não me sobra tanto, mas não me importo. Estou feliz em ajudá-los e com o que me resta, consigo me manter.

- Bom dia. – Desejei a Anne e a Gem quando cheguei à cozinha.

- Bom dia, querida. Sente-se. – Puxou a cadeira para mim – Dormiu bem?

- Sim, Anne. Obrigada.

- Eu quis ver você ontem à noite, mas minha mãe não deixou. Ela me contou que meu irmão aprontou de novo. – Suspirou chateada.

- Relaxa, Gem. Já passou.

- Não passou. Esse moleque vai me ouvir. Espere ele acordar.

- O que eu vou ouvir? – Falou a voz grossa vinda do corredor, se aproximando da cozinha – Bom dia. – Nos desejou. Pela primeira vez desde que nos conhecemos eu estava realmente nervosa. Entrelacei uma mão na outra embaixo da mesa e prendi a respiração ao vê-lo. Ele fica muito bonito com roupas comuns. Soltei o ar aos poucos, aliviando a tensão e tentando parecer o mais casual possível.

- Você a destratou, Edward. De novo.

- Uh! Meu nome do meio. Devo ficar preocupado? – Ironizou subindo as sobrancelhas para dar ênfase ao que falava. E antes da irmã voltar a falar, ele interrompeu – Nós já conversamos ontem, Gem. Depois que vocês foram dormir. Está tudo ok. Não é, Meow? – Deu um sorrisinho enviesado. Seria assim sempre, pelo jeito.

- Sim. Tudo ok... Gucci. – Harry torceu os lábios e fez uma careta de desaprovação enquanto se sentava a mesa. Ele não gostou do apelido... Bom saber!

- Meow? Gucci? O que eu perdi em algumas horas de sono? – Perguntou Gem – Mãe?

- Eu não sei, mas também não vou discutir. – Anne olhou para o filho com um largo sorriso no rosto. Ela parecia gostar do que via, apesar de eu não entender – Pode se servir do que mais gostar, Aria. Gem me falou sobre suas restrições, então pode comer tranquilamente.

- Restrições? – Perguntou Harry, me olhando com mais atenção.

- Sim. Ela não pode comer camarão e nada que contenha cacau. – Explicou Gem antes de mim – Foi assim que descobri que ela faz aniversário junto com a mamãe.

- Mas nenhum pedacinho de bolo de chocolate? – Ele perguntou. Neguei com a cabeça enquanto me servia de café – Nossa! Deve ser difícil.

- No começo foi, porque era louca por chocolate. Eu comecei a ter intolerância com 16 anos. Depois me acostumei. Não houve outro jeito. – Dei de ombro – Só preciso ficar mais atenta com rótulos.

- Eu preciso de chocolates. Principalmente na TPM. Minha mãe também. – Anne concordou com a filha.

- Oh, sim. Eu realmente sei que isso é fato. – Harry balançou a cabeça enquanto ríamos.

- E o que você faz nessa época, Aria? – Fiquei um pouco sem jeito com a pergunta de Anne.

- Mãe, ela ficou com vergonha. – Gem disse, indicando Harry com a cabeça. Mas ele percebeu.

- Ah, não se preocupe comigo. Sou praticamente uma mulher. – Piscou com graça. Sua mãe e sua irmã riram, mas apenas dei um sorriso sem jeito.

- Ahm... Açúcar resolve. Qualquer coisa doce que não tenha chocolate. Torta de limão ou morango e sorvete geralmente são minhas opções.

- São ótimas opções mesmo. Mas coma alguma coisa, querida. – Me servi de um pedaço de pão recheado.

- O que vai fazer no Ano Novo, Aria?

- Ainda não sei, Gem. Mas Ryan e Mike me disseram que estavam planejando algo para fazermos. E você?

- Vou viajar com Michal e minha mãe para a Austrália. Tem praias lindas por lá.

- Eu disse que ficaria bem aqui, mas ela quer que eu vá com eles. – Comentou Anne, balançando a cabeça em negação.

- Não quero te deixar aqui. H já vai se enfurnar em Los Angeles de novo e sabe-se lá quando volta.

- Eu ainda estou aqui, sabia? – Reclamou o mais novo, se levantando e lavando sua louça suja.

- Verdade?!

- Não seja irônica com seu irmão, Gem.

- Mãe, ele é o Senhor Ironia! Não tem como ganhar dele.

- Pode ir tentando, Gem. Quem sabe, um dia?! – Enxugou as mãos em um guardanapo – Agora me deem licença. Vou depilar as pernas. – Nós rimos enquanto ele saía.

- Vou ver por onde andam esses gatinhos danados. Com licença, meninas. – Ficamos apenas Gem e eu na cozinha. Ela me olhou desconfiada.

- Harry realmente te pediu desculpas?

- Sim. Está tudo bem agora. Ele me disse que estava incomodado por eu estar aqui, com medo de algo ser publicado. Também disse que não queria atuar em sua própria casa. – Gem ficou sem jeito, olhou para o lado do corredor o qual ele entrou e me disse em voz mais baixa.

- Não está sendo fácil para ele. É muita pressão, muitas ameaças veladas... Tenho medo que ele não aguente tudo isso e acabe fazendo alguma besteira.

- Ele tem você e Anne, Gem. Tem uma estrutura bem forte.

- Mas não sei até que ponto minha mãe e eu somos o suficiente, entende? Meu pai também está preocupado, mesmo estando mais distante. Robin também estava... E antes de partir nos falou para ficarmos de olho em H. Meu irmão parece cuidar de nós, mas é o contrário. Ele não é a fortaleza que aparenta ser, Aria. E isso me preocupa. – Ela parecia muito angustiada.

- Eu não sei o que dizer para que possa se sentir melhor. Mas, quero que saiba que sempre que quiser conversar, pode me chamar. Nunca vou expor nada disso em rede ou algo do tipo. Sei que família é algo precioso e o quanto queremos proteger de todos os jeitos possíveis.

- Sim. – Estendeu a mão pedindo a minha e eu a dei – Eu já agradeço por seu apoio, minha amiga. – Sorri.

- Sempre!

- Agora, me fale. Conversou com sua família antes de dormir? – E contei a ela sobre a ligação, meus pais, minha sobrinha e sobre minha irmã dizer que quer vir para cá assim que possível. Gem ficou feliz e emocionada com tudo o que contei, junto comigo.

 

 

O dia passou tranquilamente. Michal chegou um pouco depois das 10hs e almoçou conosco.

Ele é uma ótima pessoa, gosta muito de Gem e de sua família. Disse que foi difícil conquistar a confiança de Harry, mas que agora se dão bem.

Michal, Gem e eu demos uma volta pela propriedade enquanto conversávamos sobre o clima. Me perguntavam sobre a diferença que sentia entre o Brasil e a Inglaterra em todos os âmbitos. Hoje o dia estava melhor, a pouca neve havia derretido e frio era mais tolerável. Gem disse que eu ainda não havia realmente sentido o frio que se costuma fazer aqui. Fiquei aliviada, pois não tinha cobertores o suficiente em casa. Essa era minha próxima providência, além de meias e luvas grossas.

Depois do passeio, Michal levou Gem para a sua casa. Ele e a família moram por perto. Ela disse que retornaria amanhã para voltarmos a Londres e para abrir os presentes de Natal. Achei estranha essa tradição de abrirem os presentes na manhã do dia 26, é até feriado aqui. Geralmente no Brasil nós abrimos os presentes depois da meia-noite do dia 25... Isso quando não abrimos horas ou dias antes.

Sem Gem, Anne me tomou pela mão e me levou a lugares da propriedade que ainda não tinha visto, assistimos filme e brincamos com seus gatos. Olivia já parecia gostar de mim, Evie também. Dusty ficou o tempo todo com Harry em seu quarto desde que ele chegou.

 

High Above The Ground – Daughtry

 

Após o jantar, fui até a mesa de madeira do lado de fora para olhar o tempo e o céu. Não nevava, apesar do frio retornar. O céu estava limpo e com muitas estrelas. A lua crescente não tinha tanto destaque, mas confesso que é a fase lunar que mais gosto.

- Procurando estrelas cadentes? – Dei um salto com a intervenção inesperada – Estava mesmo distraída, hu?

- Estava sim. E não, não procuro estrelas cadentes. Estou apenas olhando a lua e as estrelas.

- Ah. – Harry olhou para cima e eu voltei aos meus pensamentos, até ele os cortar – Eu gosto mais da lua cheia. A gente consegue ver melhor o formato. – Eu ri.

- O formato que ela nos deixa ver.

- Como assim? – O olhei e ele estava me encarando.

- Nunca ouviu falar sobre o lado oculto da lua?

- Já, mas... Sei lá. Nunca parei realmente para pensar sobre isso.

- Bom, a lua é um corpo celeste sem luz própria. O lado que aparece para nós é o que está recebendo a luz do sol, e o que não aparece é conhecido como lado oculto. – Concordou com a cabeça – Esse lado oculto tem muitas crateras. É uma imagem bem diferente do que a que vemos em toda lua cheia.

- Ah. – Olhou para o céu novamente e murmurou – Então, a lua é como nós.

- Como assim? – Agora foi a minha vez de encará-lo sem entender.

- Todos nós temos uma parte oculta. Uma parte que não é tão bonita quanto a primeira parte aparenta. Todo mundo tem algo que deseja esconder. – Respondeu sem olhar para mim. E eu me perguntei se ele falava das pessoas em geral ou se estava falando de si mesmo. Me olhou novamente e continuou a conversa como se não tivesse falado nada – Conhece muito sobre a lua. – Neguei.

- Não conheço quase nada sobre ela. Sei sobre o lado oculto apenas por curiosidade.

- E você gosta de constelações?

- Gosto sim. Mas não sei nada sobre elas.

- Eu não sei quase nada sobre elas. Mas quando estou aqui em casa, gosto de procurar pela Constelação de Aquário. Não só por ser meu signo, mas pela lenda. – Eu nem sabia que constelações tinham lendas.

- Você pode me contar sobre a lenda? – Voltou a olhar para as estrelas, um pouco mais sério.

- Dizem que há muitos e muitos anos atrás, existia um jovem pastor e vendedor de água chamado Ganimedes. Era muito educado, gentil e tão bonito que os próprios deuses o admiravam. Por essa admiração dos céus lhe foi dada a ambrósia, o néctar dos deuses para torná-lo imortal. Um dia, enquanto guardava o rebanho e brincava com o seu cachorro, Ganimedes foi raptado por uma águia gigante que o levou para o templo dos deuses, onde se tornou o aguadeiro favorito de todos eles. A sensibilidade do jovem ficou evidente quando ele pediu a Zeus que o deixasse ajudar as pessoas da Terra, durante um passeio com a águia. Falam que Zeus não era muito generoso, mas aceitou o seu pedido. Porém, o jovem notou que enviar uma grande quantidade de água de uma vez para a Terra poderia ser perigoso; por isso decidiu enviá-la em forma de chuva. E desde então o jovem pastor ficou conhecido como o deus da chuva. – Sorri. Que incrível! – Mas o pai de Ganimedes sentia muitas saudades do filho; nem mesmo os valiosos presentes enviados por Zeus o faziam se sentir melhor. Por isso, Zeus colocou Ganimedes no céu para que seu pai pudesse vê-lo todas as noites. A Constelação de Aquário. – Uau!

- Essa lenda é muito linda! – Ele me olhou com demora e depois sorriu.

- Achei que você fosse rir.

- É uma piada? – Perguntei sem entender.

- Não. A lenda é verdadeira. Mas... Não sei. Todos para quem contei acham isso uma bobagem. – Deu de ombro com o rosto fechado.

- Não é bobagem. Quem a contou para você?

- Minha avó, Nanny. – Suspirou – É uma das melhores lembranças que tenho dela.

- É mais do que uma lenda.

- Sempre foi mais do que isso.

- Então nunca será uma bobagem. – Nos olhamos sem dizer nada por um tempo. Meu corpo parecia elétrico, ansioso. Ele se parecia com o cara que sempre achei que fosse... E isso me deixava com medo, muito medo – Ahm... Pode me mostrar onde está a constelação? – Pedi.

- Ali. – Apontou para o céu – É formada por 13 ou 15 estrelas, não me lembro direito.

- As maiores são bem brilhantes.

- Sim. Ficar aqui e procurar por ela me reconforta muito. É como se minha avó fosse Ganimedes e eu o pai.

- Ela está lá e está olhando por você.

- Eu sei que sim... E é muito bom saber disso. – Sorriu – Ela me ensinou a procurar formatos nas estrelas como as pessoas fazem com as nuvens. Como um jogo de ligar os pontos. – Apontou para o céu – Aquelas parecem um arco com uma flecha. – Eu ri com ele.

- Verdade. Aquela parece um triângulo. – E ficamos por um tempo falando sobre os desenhos que víamos no céu. Eu não senti o tempo passar, estava agradável, mesmo com o frio. Mas Harry parecia não querer sair dali para buscar uma blusa, estando apenas de camiseta. Só despertei de nosso devaneio quando ouvi On The Loose tocar. Era hora de tomar minha pílula. Desliguei o alarme.

- Niall? Sério? – Questionou entre risos.

- É sério. Você sabe que sou fã de vocês, não é nenhuma surpresa.

- Isso é verdade. – Assentiu – E... Não vai atender?

- Ah, não. Era só o despertador.

- Ah.

- Ahm... Eu... Preciso entrar.

- Eu também já vou. – Quando entramos em casa, Anne estava dormindo no sofá com os gatos em volta de si. Harry sorriu com adoração. É gritante o amor que sente por sua mãe – Acho que vou precisar acordar alguém. – Rimos mais contidos.

- Pelo visto, sim.

- Então, boa noite. – Assentiu com a cabeça e foi até a mãe.

- Boa noite. – Mesmo obedecendo meu corpo, me virando e indo para o quarto, minha mente não queria ir.


Notas Finais




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