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História Flashlight- Namjin, camren e jikook (ABO) - É só dopamina.


Escrita por: JennaJenna

Notas do Autor


Escutem Dive do Ed Sheeran para ler esse cap, provavelmente a música vai acabar antes de vocês lerem, então recomendo que reiniciem a música. Ela é bem importante para dar um climinha e tem super a ver com o capítulo.
Boa leitura :)

Capítulo 24 - É só dopamina.


Fanfic / Fanfiction Flashlight- Namjin, camren e jikook (ABO) - É só dopamina.

 

(Leiam as notas iniciais)

Jin

3 de Março 

Segunda

Manhã

Faz quase uma semana desde a última vez que falei com Namjoon. Acho que ele acabou percebendo que não podemos ser amigos, isso vai contra a ordem natural das coisas. Somos de mundos diferentes, não é? Não dá para simplesmente ir quebrando as regras assim.

Eu sou o inteligente, o bobinho que auge da vida vai ser aos 30. Com posses, uma casa gigantesca com vista para a natureza, pelo menos dois carros na garagem, provavelmente casado, nada de filhos e perfeitamente feliz. Os cães... Eles já estão no auge da vida deles. Bancados pelos pais, apenas indo em festas e curtindo muito. Aos 30, talvez Jungkook tenha dinheiro para comprar uma moto e talvez uma geladeira com duas portas, não não, é demais. Ele vai ter uma geladeira baixinha e velha, a mesma que seus pais usaram por quinze anos e agora, já que compraram uma nova, estará na cozinha do filho “Enquanto ele se ajeita”.

Uma parte de mim tinha certeza que Namjoon não iria desistir(de mim?), ele parece ser esse tipo cara. Eu não diria que fiquei decepcionado quando ele não apareceu do nada e insistiu como todas as outras vezes, eu não tive Uma Reação (Claro que não, você é Kim Seokjin o Sr. Emoções de parede), só achei que ele iria mais longe.

Algumas vezes nas aulas de biologia eu o via olhando para mim e mesmo após eu notar, o alfa continuava me encarando e era eu que acabava constrangido. Quando a gente cruzava o mesmo corredor –Eu com Camila e ele com os cães- ele também olhava para mim, nessas horas eu podia fingir que não o via enquanto conversava com Camila.

Namjoon até parava de falar para me espiar e ele nem disfarçava. Ou ele é péssimo sendo discreto. As vezes –quando eu não estou me sentindo invisível- eu penso que talvez as pessoas não me enxerguem como um nerd solitário e talvez, só talvez, possam me ver como um garoto mais reservado e não necessariamente excluído socialmente. Penso que, numa realidade em que eu não sou visto como um Zé Mané, Kim Namjoon poderia sim gostar de mim.

Ou não e eu estou alucinando de novo.

Subi para o telhado, como uma rotina, e tudo estava exatamente igual: Meio molhado, cheio de tralhas e silencioso. Mas havia uma coisa diferente, por conhecidência, no mesmo lugar em que eu sento normalmente. Na borda do prédio estava um pote de sorvete de baunilha, o meu favorito, junto com bilhete num post-it. Dizia:

“Queria poder tomar com você, mas pediria para eu ir embora...

                                                                                                -Namjoon.”

Isso é para mim? Não pode ser para mim. Não mesmo. De jeito nenhum.

Virei para trás no mesmo instante como se fosse vê-lo assim virasse, mas não tinha ninguém, eu estava sozinho.

Pensei em pegar o pote, mas e se não fosse para mim? O que poderia ser mais humilhante do que alguém chegando no telhado –o que nunca aconteceu desde a vez em que Namjoon derrubou meu sorvete três andares abaixo, depois de quase ter me matado de susto*-  e perguntando aonde estava o sorvete. Provavelmente uma garota loira e de cabelo liso.

-Namjoon disse que haveria uma surpresa para mim aqui, você viu, Jin?- A garota imaginária diria e aquela vontade de me enfiar num buraco viria com toda a força.

-Ah, eu achava que era para mim.

-Para você?- Ela iria rir.

Não iria existir uma noite sequer em que eu não iria lembrar disso e  me martirizar.

Sentei um pouco afastado do pote de sorvete, apenas para garantir, e liguei minha música nos fones de ouvido. As pernas balançando na borda do prédio.

-Por que você sempre tem que sentar aí? É tão perigoso!- Camila disse enquanto entrava no telhado. Já estava vendo ela mandando eu descer.

Namjoon

3 de Março 

Segunda

Manhã

Não estava tão afim de passar o intervalo em uma mesinha no refeitório, então chamei Lauren para se sentar numa mesa no jardim. Os outros não vieram, ficamos só nós dois.

- Depressivo, bipolar e agora antissocial. O que uma paixonite não faz?- Lauren falou com um sorriso sarcástico enquanto tomava a sua Coca-Cola. As palavras saíram pela minha boca antes que eu pudesse notá-las.

- Não é uma paixonite.

- Ca-ra-lho... Eu te chamei de depressivo, bipolar e antissocial e você me diz que não é uma paixonite? Você deveria pelo menos mandar eu me foder!- Ela disse ainda sarcástica. Passei a mão pela raiz do cabelo. É, Eu estou com sérios problemas. Jin está fodendo com o meu psicológico e eu não posso nem ao menos ficar com raiva dele. Isso nem iria fazer diferença! O que eu iria fazer? Ignorá-lo? A última vez que falei com ele foi na casa do Tae e aposto que ele está agradecido por isso.

- Deixei um bilhete para ele no telhado... com um sorvete.

- “Caro Jin, me deixe chegar perto de você pelo amor de Deus. Estou socando a parede e imaginando seu corpo nu na minha cama.”

- Cala boca, Lauren.- Nós rimos. Lauren faz piada da própria desgraça e ainda ri. –Eu disse “Queria poder tomar com você”.- Encarei o livro de química só para ter para onde olhar, quando Lauren tivesse uma reação negativa. E ela teve. Colocou uma mão no estomago e a outra na garganta, simulando um vômito.

- Vai me dar alguma idéia ou eu vou precisar me pendurar numa roda gigante e insistir?

- Citando Diário de Uma Paixão? Deus, em que ponto chegamos?- Lauren olhou para o céu e ergueu as mãos. Por um segundo desejei ser mais amigo de Jimin e ter ele aqui no lugar de Lauren, mas a escola toda saberia da minha ‘paixonite’ em 2 horas.- Me diz que não ficou pensando nele enquanto assistia! Eu imploro!

-Não fiquei...- É lógico que eu fiquei.

-Namjoon... tem a Yumi, a Alice. Para de ficar se corroendo pelo... –Ela fez uma cara feia- Jin! Manda uma mensagem para as duas, a que aparecer primeiro você fica.

- Você não está entendendo. Eu não quero uma pessoa. Eu quero o Jin. Só o Jin.- Isso foi tão sincero e saiu tão facilmente. Eu não quero virar esses caras dramáticos e sentimentais, mas porra... –Ele me deixou no vácuo no whats...

Ela mordeu o lábio inferior.

- Estou quase com pena de você, mas aí eu lembro que você é Kim Namjoon e passa.- Ela riu.

- Me leva a sério, por favor!

- Se você chamar ele para sair, ele vai recusar, certo?- Eu assenti e ela quase, quase mesmo, esboçou uma expressão irônica.- Sequestra ele e o leva para um lugar mega estranho, tipo um prédio abandonado ou um trem. Aí vocês conversam sobre coisas profundas, que não tem sentido algum, mas que só vocês irão entender porque estão “interligados”.

Respirei fundo, cansado.

- Não sei porquê ainda tento falar com você. – Ela riu e abriu um pirulito. De fato, não tem sentido algum. Quem diria que eu, o maior idiotas de todos, estaria apaixonado pelo garoto mais improvável. Se isso não faz sentido, o resto não deve fazer também.

Se Jin fosse uma líder de torcida, eu a levaria para o cinema. Por mais incrível que fosse, se houvesse uma história linda –Digna de fotos, anéis e tudo mais- Acabaria. Iria esfriar.

Dois anos. E tudo que aconteceu iria descer pelo ralo do mesmo jeito que começou. Do nada, por nada. Nós acabaríamos sendo infiéis ou qualquer outra merda. Isso também não tem sentido.

Então ela vai falar de mim para as amigas, dizer como eu sou idiota (sim, eu sou idiota, mas isso não deve ser uma coisa a ser comentada), elas vão concordar como se nunca tivessem gostado de mim e eu vou entrar numa lista de não beijos por ser ex de uma delas.

Todas as conversas de madrugada, os olhares perdidos que sempre acabam na mesma pessoa, os planos (Sim, muitos planos). Isso também não faz sentido.

-Terra chamando Namjoon...

-Eu e o Jin estamos mesmo interligados.-Falei depois dos meus 7 segundos de transe e ela riu.

-Não, não estão.

-Não estamos mesmo.- Ela gargalhou parecendo uma foca, isso me rendeu um sorriso.- Lembra quando você estava namorando a Lucy e vivia dizendo que eu seria o padrinho do seu casamento? Você realmente achou que isso ia acontecer?

Ela murchou. Foi de Feliz pra Caramba para Assustadoramente Mórbida num piscar de olhos. Sua postura ficou rígida e seu olhar tão perdido. Eu precisei tocar seu braço para que ela voltasse a olhar para mim e ela sorriu. Ela sorriu. Mas foi um sorriso carregado de pensamentos ruins.

-É só dopamina, Namjoon. – Ela fez uma pequena pausa.- Eu acreditei porque estava feliz e era tão bom, apesar de tudo. Se eu fosse ser realista, não iria ter aproveitado metade. Eu sabia que não iria acontecer, mas eu me iludia para ficar feliz, mesmo que temporariamente.

Uma coisa dentro de mim morreu. Lucy e Lauren se amavam.

-Talvez não acredite em mim, mas se, Se, uma hipótese, você e o Jin namorarem, vai acabar exatamente igual a todos os relacionamentos do ensino médio. Não crie expectativas do contrário, porque é bom só enquanto dura, quando acaba te deixa...

- Está errada.-Falei cético, mas cheio de dúvidas.

- Estou?- Ela forçou um sorriso. Seus olhinhos estavam quase transbordando.

-Se, um hipótese, -Fiz questão de repetir- Eu e o Jin namorarmos, vai ser pra sempre. Algo vocês fizeram errado, não é uma regra! Relacionamentos de ensino médio podem durar sim!

Sabe quando você está tentando insistir numa coisa que você não tem argumentos nenhum? Na minha cabeça era como se eu dissesse “É claro que o papai Noel existe. Não viu que os biscoitos que deixei ontem a noite amanheceram pela metade?’’

-Me dá um exemplo e eu te deixo ser otário em paz.- Ela me viu abrir a boca rápido demais e completou- Um caso real é claro, filmes não valem!

Pensei. Pensei mais. Mas nem ao menos os meus pais parecem tão felizes com o casamento e olha que o meu irmão só tem 1 ano e quatro meses.

-Desista, Namjoon. Quando mais cedo você se tocar disso, mais cedo você irá parar de ser trouxa.- Lauren se levantou e me olhou com um rosto tão triste.- Tenho aula agora, estou atrasada em 4 minutos.

-A gente se fala.- Sorri sem mostrar os dentes e ela se foi.

Jin

 3 de Março 

Segunda

Manhã

É incrível o fato de Camila e eu sermos tão amigos e ao mesmo tempo tão diferentes. Quase não temos aulas em comum, nossos interesses são tão opostos. Agora mesmo eu vou ter física e ela história.

Ao sair do telhado, minutos antes de tocar, passei na biblioteca para deixar um livro. Não um livro locado, é que eu prometi que emprestaria esse livro para a bibliotecária do colégio, já que aqui só tem livros didáticos e velhos.

Entrei na biblioteca e o rosto da mulher de uns 30 anos se iluminou de uma maneira tão simpática que eu me senti querido assim que a vi. Ela era bonita, não como uma artista ou coisa parecida, ela era bem cuidada. Vestia o uniforme dos professores –Azul marinho simples com o emblema do colégio estampado no peito- e estava com o cabelo preso num rabo de cavalo.

- A garota no trem, vou logo dizendo que é muito muito bom.- Ela sorriu ao me cumprimentar e foi logo abrindo a sinopse na orelha direita.

Já faz um bom tempo que eu empresto livros para a bibliotecária mais fofa do planeta, nossa historia começou com as minhas vindas aqui quando eu era menor. Desenhar aqui era seguro e a nossa amizade surgiu bem naturalmente.

- Você só me trás livro bom, pequeno.- Ela disse pausadamente, enquanto lia. Dei um tempo a ela, para que ela lesse a sinopse sem pressão e fui andando pela biblioteca. As seções cheias de estantes e livros até o teto. Livros didáticos de Geografia, História, Ciências; se eles querem incentivar a leitura, por que não temos livros legais aqui?

Fui andando, lembro de já ter chorado entre uma seção e outra, uma vez. É quase vazio aqui. Dá uma privacidade surpreendente.

Namjoon tinha me empurrado na educação física e eu caí de bruços, no meio da quadra. Taehyung me olhou com um sorriso tão maligno que eu decidi que nunca mais iria fazer essa aula na vida. Só para poder evitar uma situação como essa.

Namjoon disse “Não te vi, é que você é meio invisível” e isso doeu tanto. Sei que foi infantil, mas eu era infantil e coisas assim me magoavam. Se fosse hoje talvez eu dissesse “Queria mesmo ser invisível para que você não pudesse me ver, porque se Você fosse invisível, minha vida seria cem por cento melhor.”

Ou não. Talvez eu ficasse quieto e não dissesse absolutamente nada, como na época.

Um soluço.

Outro.

Prendi a respiração e olhei para a minha direita. Era Lauren. Abaixada, a cabeça próxima aos joelhos. Instintivamente me aproximei, nem me reconheci aliás; sou sempre tão tímido para falar com as pessoas, mas dessa vez agi como uma pessoa normal uma vez na vida.

-Ei...- Minha voz soou doce e ela olhou para mim.- Ta tudo bem?

-Parece tudo bem?- Embora o choro, sua fala foi clara.

-Não ta? –Eu poderia ir embora, mas seria muito hipocrisia minha criticar pessoas indiferentes e ser uma. Dei uma de sonso, ignorando seu tom grosseiro- Vai ficar tudo bem...

-Não vai não.- Ela disse abafado e eu me ajoelhei na sua frente.

-Você é uma pessoa querida para a Camila, então é para mim também. Ahn... nunca consolei ninguém. Não sei como faz. Quer um abraço?- Ela riu. Uma risada parecida com uma tosse seca.

-Isso foi estranho.

-Pelo menos você riu!- Sorri e ela sorriu também.

-Seria mais estranho ainda, se eu aceitasse.- Ela disse baixinho e eu abri os braços da forma mais simpática que eu consegui, mas ela continuou quieta, então eu a abracei por cima, quase de lado. Um tanto desajeitado, mas ela moveu a cabeça um pouco para o lado e encaixou.

Eu tentei me levantar depois de alguns segundos, mas ela segurou meu braço e eu fiquei mais.

Lembrei de algo que Camila sempre me diz quando eu estou pra baixo, ela sim parece ser profissional na arte de consolar pessoas tristes. É... a experiência leva a perfeição.

-Não precisa dizer o que houve se não quiser, quer falar de outra coisa?- Falei. Talvez essa fala só sirva para mim, já que todas as vezes que choro e Camila me abraça eu me sinto pressionado a explicar; mas pelo jeito que Lauren acabou de mexer o rosto e sua bochecha ficou exatamente em contato com a minha, me pareceu conveniente.

Nunca conversei com ela antes, mesmo tendo estudado com ela há mais de 4 anos, contudo eu sabia o que dizer para deixá-la mais animada. É como se Camila tivesse me preparado esse tempo todo para isso. As horas e horas dedicadas a ouvir Camila falar apaixonada iram me favorecer afinal.

-Ahm... Nossa turma está vencendo nos jogos? Soube que as meninas foram muito bem na natação.

-Fomos ótimas! Eu fiquei em segundo lugar! Mas tem muitos jogos ainda não dar para contar vitoria...

-Camila me disse que você é do time de vôlei e que você é incrível.- Ela sorriu e se afastou um pouco do meu rosto. Sentei ao seu lado finalmente, o abraço eterno tinha me deixado numa posição desconfortável, mas fiquei mesmo assim.

-A Camila é um amor, Jin. É esse o problema.

Esperei ela concluir.

-Nenhum namoro comigo dá certo, todos os meus relacionamentos terminam em dois meses e eu simplesmente não sei o que fazer. Eu sempre erro, Jin. Sempre. Sempre faço merda e acaba.

-Todo mundo faz merda algumas vezes, é normal.

-Já namorei 3 vezes e todas as vezes que ia completar dois meses acabou. É sempre sempre assim.-pensei por um segundo.

-Elas podem ter errado também, a culpa não é só sua.

-É sim. É sim. Sou eu que faço besteira.- Ela estava falando baixo e com o olhar longe, mas quando terminou de falar dessa vez, ela me puxou e me fez encará-la, como se eu não tivesse olhando para ela antes, mas eu estava.- Eu não quero que acabe, Jin. Não com a Camz. Não com a Camz!- Ela voltou a chorar como antes, soluçando, e eu a abracei de novo.

-Lauren, nunca imaginei que você fosse tão tão fofa. Não se preocupe com isso, ta bom? Eu conheço muito bem a Camila, pode acreditar.- Estou falando de 16 anos de amizade. Sim, eu a conheço desde que nasci. –Ela não iria deixar uma garota tão especial escapar assim!

Lauren me abraçou de volta, até agora eu só estava fazendo uma espécie de casulinho para ela.

-Você tem certeza?

-Absoluta.

-Que bom...- Ela respirou fundo. Daquele jeito entrecortado de quando se esta chorando. Alguns segundos até ela me soltar de novo e eu me afastar.

Acho que me atrasei para a aula de física.

-Obrigada...

-Tô aqui, se precisar...

-Acho que tenho que te pedir desculpa. Já falei bem mal de você e você é um anjinho!- tentei não imaginar, mas sei que iria pensar nisso mais tarde.

-Tudo bem... Acontece.


Notas Finais


Eu sempre tenho a sensação que vcs nunca nunquinha leem as notas kkkkkk
O que acharam? :)


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