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História Flechazo - Prólogo - Sasuke


Escrita por: Hiyouka

Notas do Autor


Oie, leitores <3
Essa é a minha primeira long fic, veio de uma ideia que tenho há MUITO tempo, mas resolvi colocar em prática só agora. É uma releitura do famoso conto de Hades e Perséfone, mas na visão do meu casal mais favorito do mundo, espero realmente que vocês gostem.

Capítulo 1 - Prólogo - Sasuke


 

Uma semana antes da "Captura"

“Irritante”

 

Era com essa palavra que Sasuke descreveria aquela reunião, caso perguntassem. Entediante, chata, desagradável, incômoda... Ele poderia escrever um pergaminho inteiro só com adjetivos horríveis, esses dos quais todos se encaixariam perfeitamente com aquele ambiente.

 

Ele batia com a mão em seu trono num ritmo frenético que deixava mais do que claro sua impaciência e desconforto para com aquele lugar, desconforto esse que ele não fazia a menor questão de esconder, era notório pra qualquer um dos doze deuses presentes que o Deus dos Mortos não estava contente com aquela reunião. Ele nunca estava.

 

Não era algo realmente pessoal, acontece que Sasuke nunca foi acostumado com toda aquela falaria e debate, tudo acabava se tornando um importuno para ele. Mas quem podia culpá-lo?! Katsuro, o Deus dos Deuses, também conhecido como Deus dos Céus e seu irmão mais novo, nunca fez questão de tê-lo tão presente Olimpo, na verdade, depois da fatídica divisão do mundo e ele ter, por uma tremenda falta de sorte, ficado com o Submundo, a grande maioria dos deuses não fazia questão de mantê-lo por perto. E ele aprendeu a retribuir a esse sentimento. Eram raríssimas as vezes as quais Sasuke foi chamado para uma reunião no Olimpo, ele acreditava que Katsuro o chama periodicamente para manter a fachada de "boa relação" que irmãos deveriam ter, mas não se importava o suficiente para perguntar.

- Acredito que todas as questões foram debatidas - Katsuro falou alto acabando com alguns burburinhos, principalmente entre Tenten e Temari, que não pareceram felizes com isso, mas se calaram diante da ordem do mais velho. Elas provavelmente não concordaram com a finalização da questão, mas Sasuke não sabia qual era, pois seus pensamentos estavam longe, mais especificamente em "o quão grande deveria estar a fila de julgamento no Submundo por conta de sua ausência por quase um dia inteiro".

- Katsuro! - a voz alta e poderosa de Tsunade pôde ser ouvida por todo salão - Você está esquecendo dos aposentos de nossa filha!

Pela primeira vez naquele dia, Sasuke demonstrou algum sentimento: um sorriso ladino que demonstrava sua diversão com a possível discussão que aconteceria. A causa? A tensão que aquela simples frase provocou no Deus dos Deuses e na sua esposa, esposa essa que não era Tsunade. Katsuro mudou de posição rapidamente no trono, desconfortável, sabia o quanto aquela questão já havia sido debatida (ou discutida, com direito a gritos e choros). Sua esposa, Mamoru, a Deusa do Casamento, ao seu lado, lançou um olhar rápido e assassino para Tsunade, que não se importou e continuou olhando para Katsuro como se tivesse posto em debate "A" questão do dia.

- Não me esqueci, Tsunade - respondeu o Deus dos Céus com um cansaço audível - Apenas não acho que seja algo de grande importância. Temari já está cuidando do projeto, é apenas o templo de uma deusa menor.

A irritação de Tsunade com as palavras do deus foi visível, ela claramente não gostava quando rebaixavam sua querida filha para uma mera "deusa menor", ela era sua joia mais preciosa e merecia um templo grandioso, que se equiparasse ao seu próprio.

- A reunião se encerra aqui - Katsuro bradou e logo se levantou, sendo acompanhado de uma Mamoru nada feliz com aquele espetáculo. Sasuke compreendia seus sentimentos, ela era a esposa traída, todos sabiam e ninguém fazia questão de sequer abaixar a voz ou parar as fofocas quando ela passava. Ele também entendia os outros deuses, seus criados fofocavam muito sobre isso quando Lee descia ao Submundo lhe levar notícias, não era a primeira vez que o Deus dos Deuses traía sua esposa, nem a segunda, nem terceira e, Sasuke sinceramente achava, não seria a última.

Os deuses começaram a descer cansados de seus tronos, foram mais de três horas de discussão. Sasuke estava de saco cheio daquilo, mas não gostava de chamar atenção, então, esperou alguns descerem e desceu devagar de seu trono negro, indo em direção a porta gigantesca de mármore que seria o caminho de sua libertação.

Estava quase passando sorrateiramente por ela quando sentiu um braço circundar seus ombros. O cheiro de maresia encheu suas narinas e de imediato ele soube quem era, se não soubesse, ia descobrir com a voz esganiçada e feliz que falou alto segundos depois.

- Sasuke, como assim você já estava indo?! Não ia nem cumprimentar e nem se despedir do seu irmãozinho?! - Naruto falou relativamente alto, o que fez Sasuke se virar rapidamente - Não me olhe com essa cara, faz anos que não nos vemos, estava com saudades do seu grande mal-humor, Shikamaru pode ser chato, mas não assim como você.

O Deus dos Mortos entendeu aquilo mais como uma crítica do que como um elogio, por mais que Naruto realmente estivesse falando com a melhor das intenções, ele não estava com vontade de matar as saudades e eles nunca realmente foram próximos. Naruto deveria estar querendo alguma coisa, provavelmente alguma joia preciosa, como todos que vinham falar gratuitamente com ele queriam. Sasuke era o Deus do Submundo, portanto, tinha certo controle sobre o ouro, prata, diamante e todas as pedras preciosas encontradas abaixo da terra, e isso era o único motivo pelo qual os deuses, normalmente, deixavam seus medos pelo deus de lado e iniciavam uma conversa.

- O que você quer, Naruto? - apesar de estar cansado e com muita vontade de ir embora, sua voz monótona não deixa isso claro, ele raramente deixava algum sentimento explícito.

- Por que você acha que eu quero algo? Não posso mais tentar ter uma conversa amigável com o meu irmão após tantos anos separados? - a voz dele era sincera, mas Sasuke, como um deus que já ouviu inúmeras lamúrias e mentiras de almas que tentavam se safar dos campos de punição, sabia que aquilo não era tudo. 

Teve mais certeza ainda quando Ino apareceu repentinamente entre os dois. A Deusa do Amor era sempre alguém que Sasuke tentava ao máximo evitar, ela estava sempre falando sobre como ele deveria "ter uma companheira para deixar o Submundo mais belo" ou o bombardeava de perguntas que, para ela, eram o ápice da sutileza e o fariam falar sobre sua vida amorosa sem que ele percebesse, mas para qualquer um de fora, as perguntas eram óbvias e descaradas, inclusive para Sasuke.

- Sobre o que os meus deuses favoritos estão conversando? - ela era descarada para literalmente tudo, inclusive mentir. 

- Eu estava começando a falar com Sasuke, mas ele parece não querer conversar comigo - "quanto drama" pensou Sasuke.

- Aah, mesmo após tantos anos, seu coração continua duro - o Deus revirou os olhos, já se endireitando em direção a porta de saída, sabia o que viria em seguida - Hey, calma, eu só ia falar que talvez precise espairecer a mente, descansar um pouco, sabe?! O trabalho no Submundo parece ser tão desgastante...

- Sim, mas estou bem - apesar de Sasuke concordar, ele sabia muito bem que Ino não era uma alma piedosa que ajudava a todos gratuitamente - Agradeço a preocupação, mas tenho que ir.

Os dois deuses estavam levemente frustrados. Naruto queria mesmo uma troca de favores, precisava presentear uma amiga, mas também queria conversar e saber mais sobre Sasuke, eles eram irmãos, afinal, eles e Katsuro, mas a relação entre os três parecia não ter mais chances e ele era o único que se importava com isso.

Já Ino estava cansada, ela já havia tentado inúmeras vezes tirar algo do deus, nada nunca deu certo. Tudo bem ele ser quieto e reservado, seu marido, Sai, também era, mas aí que estava, Sai era seu marido, ele havia encontrado o amor, assim como todos em algum momento da vida, com exceção daquele deus que fazia a mente dela queimar toda vez que o via. Em milhares de anos de existência, se passaram inúmeras teorias na cabeça da deusa, ele podia ser gay, mas isso não explicava o fato dela nunca ter visto ele com ninguém, sendo homem ou mulher. Ele poderia ser assexual, mas ela já tinha ouvido boatos entre as ninfas sobre ele se relacionar com outras pessoas, mas esses boatos nunca foram grandes e ela nunca teve uma prova de que eram verdadeiros. Pelos deuses, ela já até fez seu filho, Inojin, um ótimo cúpido treinado pessoalmente por ela, flechar o deus e ele simplesmente não teve reação alguma. Aliás, nunca existiu um momento tão humilhante para ela quanto foi o momento em que ele coçou o lugar em que a flecha baterá como se fosse uma picada de mosquito. Talvez esse momento só perca pra vez que ela foi preparada para oferecer seus dotes para Tenten e ela lhe mostrou sua marca de deusa virgem, mas Tenten era outro problema que ela não gostava de pensar.

Sasuke foi em direção a porta, deixando os dois para trás. Naruto bufou e foi conversar com Lee e Chouji. Mas Ino estava com raiva, para ela, era impossível alguém viver sem amor, Sasuke não poderia ser uma exceção à esta regra. 

A Deusa do Amor saiu rápido, desceu as escadas de mármore em direção ao pátio, esperava encontrar seu filho por lá. Quando avistou um menino alto, pálido e louro de costas e longe, sorriu, indo correndo em sua direção. Inojin estava no canto mais a direita, ele gostava de ficar ao ar livre em companhia das flores e pequenos animais enquanto desenhava ou limpava suas flechas, como estava fazendo no momento em que sua mãe o segurou pelo ombro. Ele levou um susto e deixou algumas flechas caírem, se agachou para pegá-las, mas Ino o interrompeu.

- Inojin, não temos tempo, rápido - Ele percebeu que ela arfava, provavelmente chegou correndo até ele. Mas continuava bela, ela era a deusa do amor e da beleza, seus cabelos louros iam até a cintura e seus olhos verdes eram tão profundos e claros quanto um rio cristalino, mas claro, isso mudava de acordo com quem a olhava, era um de seus muitos poderes - Pegue uma de suas últimas flechas, vamos testá-la agora!

Inojin se surpreendeu, havia mostrado sua última invenção para sua mãe há pouco tempo e ela normalmente era muito cuidadosa com seus testes. Mas não a questionou, ela era uma deusa que ficava extremamente brava quando questionada, e se levantou rápido. Olhou para o chão tentando identificar qual delas era sua mais nova invenção, achou e se agachou para pegar, sua cor era vermelho sangue. Logo que a segurou, Ino pegou-o pelo pulso e o arrastou pelo pátio inteiro, ela andava muito rápido e seu olhar buscava em todos os lugares.

Ino pensou que Sasuke não poderia ter ido embora ainda, ele tinha que passar pelo portão e ele era relativamente longe da sala de reuniões, mas obviamente ele estava perto. Seus passos eram rápidos e faziam barulho na calçada de pedra, ela seguiu o caminho que imaginou que ele seguiria, andando rápido pelos ladrilhos. Eles passaram as residências dos deuses menores e estavam chegando aos grandes campos de Tsunade quando ela o avistou, um deus alto, com cabelos e uma capa negra tão longa que arrastava no chão, ele estava andando com passos relativamente rápidos em direção ao portão, que já podia ser visto.

Ino não precisou fazer muita coisa, apenas jogou Inojin e apontou para o deus. O cupido percebeu na hora de quem se tratava, olhou para a mãe em busca de uma confirmação, confirmação essa que veio na hora com um olhar extremamente determinado. Então, ele ergueu seu arco e apontou, era um exímio atirador e raramente errava, apesar de nunca ter contado a sua mãe as vezes que errou, sabia que essa não seria difícil porque o Deus dos Mortos estava há poucas dezenas de metros de distância.

A flecha foi rápida e certeira, acertando no canto esquerdo das costas do Deus. Ele parou na hora, não pela dor, pois não havia sentido, mas pelo sentimento estranho que o atingirá. Ele olhou ao redor, esperando ver alguém responsável por essa sensação de angústia que estava sentindo, mas ao seu lado esquerdo não havia nada, apenas uma área em construção que devia ser mais um projeto arquitetônico de Temari. Ao olhar pelo lado direito, viu um enorme e infinito campo florido, o campo da Deusa da Agricultura, Tsunade. Eles estavam cobertos de vegetais, frutas e flores. E lá também, ele avistou ela.

Ela estava agachada no chão, ele não conseguia ver exatamente o que ela fazia, seus cabelos róseos era tudo o que chamava a sua atenção, eles dançavam quando o vento batia. Sua pele era clara e, literalmente, brilhava no sol, ela estava longe demais para ele poder ver o rosto, mas não precisava, sabia exatamente quem era. 

Ele nunca havia tido essa empolgação e sensação de êxtase que estava sentindo agora, seus olhos estavam vidrados na deusa e ele não tinha a menor vontade de ir embora. Suas pernas começaram a se mover sem sua permissão, mas quando ele percebeu, não se importou para onde elas estavam o levando. A cada passo seu coração acelerava mais e mais, ele já estava no meio do caminho e sua velocidade só aumentava, parecia que o vento tinha ficado mais forte, ou talvez fossem os ouvidos dele que só escutavam os batimentos do seu coração, ele não sabia. 

Tudo se silenciou quando Sasuke parou. A deusa que, até então estava entretida com a terra, percebeu sua presença apenas quando ele estava a centímetros de distância, ainda em pé. Ele não conseguia falar nada, mas não precisava naquele momento. A deusa de cabelos rosa levantou a cabeça e, pela segunda vez, os olhos dos dois se encontraram, num sentimento tão forte que o ar acabou por se tornar magicamente palpável.


Notas Finais


Espero muito que vocês tenham gostado do prólogo, ele não é um "capítulo 1" ou algo assim (acho que pelo final é bem visível, né?), aconteceu coisas anteriormente, então, no capítulo um a história começa realmente. Quis fazer desse jeito como uma forma de teste mesmo, não sei se vão gostar da proposta e ele foi feito pra mostrar de cara como o roteiro vai ser.
Muito obrigada por ler e até mais


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