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História Flechazo - Capítulo VII


Escrita por: Hiyouka

Notas do Autor


Oieee, galera, cá estou de volta
Bem, esse é "O" capítulo, fiz com mto amor e levei um tempinho a mais nele, espero que tenha ficado bom..
Hoje temos bastantees citações, criaturas e locais gregos, mas nada que vocês precisem saber! É só pra dar uma imersão maior pra quem gosta da mitologia ^^
Aproveitemm

Capítulo 8 - Capítulo VII


 

Dia do rapto

 

Sakura quase não dormiu naquela noite. Ficou tão ansiosa com o que havia decidido no dia anterior que não conseguia descansar sua mente. Sua noite foi ficar na cama num estado de semi-acordada que lhe rendeu apenas uns poucos cochilos durante a madrugada.

A deusa estava sentada na cama com as pernas dobradas tomando um chá gelado enquanto esperava o sol raiar. Acreditava que deveria estar tomando um café para aguentar o dia depois da noite mal dormida, mas não era uma de suas bebidas favoritas.

Todo o Olimpo tinha uma vista privilegiada do nascer do sol, vista esta que Sakura não aproveitava muito, pois odiava acordar cedo. Mas, naquele dia, ela estava alegre por poder ver Neji abrindo o dia em sua carruagem, estava tão empolgada que estar de pé antes do dia clarear se tornou divertido.

Como a grande janela ficava em frente à sua cama, Sakura não precisou fazer esforço algum para ver os primeiros raios de sol do dia saindo por entre as nuvens que iam se dissipando. Era lindo. Queria ver esse nascer do sol da Terra, e iria.

A deusa se levantou animada e saltitante da cama. Por quê? Ela iria para a Terra pela primeira vez e veria os mortais pela primeira vez, esperava encontrar alguns filósofos dos quais já havia lido alguns livros, Temari falava muito bem deles. 

Este era o segundo dia mais esperado de sua imortal vida, ficando atrás somente do dia de sua coroação, que já havia ocorrido. Foi a primeira coisa que se imaginou fazendo depois de se tornar uma deusa: conhecer outro mundo além do Olimpo, era seu sonho e sabia que nunca colocaria os pés em Atlântida ou no Submundo, então, só lhe restava a Terra.

Tsunade havia relutado um pouco quando Sakura falou sobre ir à Terra, acreditava que a filha deveria ter um pouco mais de experiência como deusa. Mas daquilo Sakura não estava disposta a abrir mão. Tsunade acabou cedendo, não queria criar mais alguma desavença com a filha, mas ordenou que Shizune acompanhasse a moça.

 Sakura pensava sobre enquanto se preparava para o dia. Não tinha porque ter acordado tão cedo, iriam "viajar" apenas mais tarde, mas sabia que não conseguiria ficar na cama por mais muito tempo. 

Saiu de casa logo após terminar de trançar seu cabelo. A deusa estava tão feliz que havia até feito nascer, sem querer, algumas flores na fechadura da porta. Sakura ficava envergonhada quando isto acontecia, e estava acontecendo com mais frequência do que a deusa gostaria. Mas não tinha o que fazer, não conseguia controlar seus poderes muito bem ainda. Pelo menos, desta vez, ninguém havia visto. 

Se afastou de sua casa cumprimentando todos que apareciam em seu caminho. Ela irradiava felicidade como nunca, nada poderia estragar seu dia.

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"A grama é mais verde do que eu imaginava".

O pasto era muito maior do que a deusa imaginará também, com algumas ovelhas pastando por ele. Na cabeça de Sakura, a Terra seria um lugar pequeno, esperava se deparar com o mar logo que pisasse em terra firme. Mas não, a deusa não conseguia ver o fim do pasto.

Sakura havia chegado há poucos minutos e olhava tudo ao seu redor, afinal, era algo que vinha esperando há muito tempo. Mas, neste pequeno tempo, já havia visto tudo o que podia, só havia um grande campo com poucos animais e a caverna de onde haviam saído

- Hum, Shizune, onde estão as pessoas? - Sakura se virou para a ninfa, não conseguindo deixar de transparecer um pouco de decepção pela primeira impressão terrestre.

A ninfa soltou uma risada enquanto se aproximava da deusa.

- O caminho para o Olimpo não seria no meio da cidade, Sakura. - Shizune estendeu o braço para que Sakura o segurasse - Estamos próximas da cidade de Éfeso, podemos almoçar por lá.

"Uma caverna no meio de um campo não é menos sutil" pensou a deusa, mas nada disse, estava tão ansiosa para conhecer mais sobre esse mundo que não queria colocar defeito algum.

Não demorou muito tempo de caminhada para que a deusa começasse a ver alguma cor diferente de "verde". A primeira coisa que viu foram pequenas cabanas. Não eram de mármore como as do Olimpo, eram de madeira rústica. Ver os primeiros sinais de civilização animaram Sakura, ela começou a apressar o passo para chegar mais rápido ao vilarejo, obrigando Shizune a acompanhá-la.

- Calma, calma. - Shizune estava rindo - Aqui é o começo da cidade, tem muita coisa para ver ainda, como...

Mas Sakura não a escutava, já havia desvencilhado seu braço da ninfa e se aproximava da cidadela. Como era horário de almoço, haviam poucos mortais fora das casas. Animais passavam livremente por entre elas e pelas ruas feitas de pedras.

Sakura juntou as mãos no rosto, estava encantada. Queria falar com algum mortal, eles eram mais parecidos consigo do que imaginará. Será que eles entenderiam a língua dela? Temari havia lhe dito que haviam alguns povos que nem em deuses acreditavam, será que eles a achariam louca? Provavelmente sim.

Mesmo se Sakura quisesse, não poderia. Shizune encostou em seu braço e lhe lançou um olhar de aviso. A deusa bufou, sabia que era regra do Olimpo não se meter em "assuntos mortais", mas pensou que, como uma deusa, poderia quebrar algumas regras. E poderia, se estivesse sozinha.

Shizune voltou a caminhar, seguindo adiante no vilarejo e Sakura foi logo atrás igualando os passos.

Quanto mais andavam, mais Sakura observava. A deusa não havia olhado para frente uma única vez de tanto que seu pescoço virava. As casas estavam ficando cada vez mais próximas e humanos apareciam mais nas ruas. Sakura até havia se trombado com uma mulher sem querer por conta de sua falta de atenção, a mulher a olhou com os olhos arregalados e saiu sem dizer nada. "Constrangedor" pensou a deusa tentando prestar mais atenção no seu caminho.

O caminho havia sido tão agradável e coeso que Sakura não havia percebido que chegará ao centro da cidade até começar a ver grandes construções, cheias de colunas gregas que tinham o triplo do tamanho das primeiras casas que avistará lá atrás.

"Parece o Olimpo", a deusa estava um tanto surpresa com a semelhança que aquelas construções tinham do Olimpo. Nenhum humano pisará no Olimpo, como saberiam o que havia lá?! Era fascinante.

- Vê aquela construção ali? - Shizune apontava pra um espaço enorme, já com uma grande escadaria e com algumas colunas postas - É um templo que estão construindo para Tenten, irá ficar lindo.

Sakura olhou admirada, não podendo evitar uma faísca de inveja que lhe ascendia. Ver todo esse mundo, cheio de pessoas e cultura... Deveria ser uma honra poder ser admirada por eles e a deusa não acreditava que um dia seria...

As duas seguiram um pouco mais até chegarem a uma parte mais baixa da cidade, não haviam muitas pessoas nas ruas e tinha grandes construções. Shizune a guiou até o que parecia ser uma grande casa.

- Aqui é o que os mortais chamam de taverna, vamos parar para comer um pouco, já está na hora do almoço. - A ninfa entrou sem rodeio algum, a deusa foi logo em seguida.

O interior da taverna era iluminado e já haviam várias pessoas almoçando. Sakura logo esqueceu-se de suas frustações porque finalmente experimentaria uma comida mundana.

Sakura iria se sentar numa mesa, mas Shizune a puxou levemente pelo braço. A deusa arqueou a sobrancelha em questionamento, mas a ninfa já estava um pouco a frente subindo os primeiros degraus de uma escada ao canto, acenando para que a deusa a seguisse.

Não demorou muito para que as duas chegassem na cobertura do espaço.

- Uou... - A deusa estava um tanto boquiaberta com a visão que teve ao terminar a escadaria. A taberna ficava na parte baixa da cidade e, consequentemente, em frente ao mar. Haviam ainda algumas casas em frente, mas eram baixas e não atrapalhavam a visão. 

Sakura podia ver tudo dali, as docas, alguns pequenos barcos de pesca na água, a areia que brilhava ao sol... A deusa nunca havia visto algo tão lindo, estava completamente encantada.

- Sabia que iria gostar. - Shizune estava sentada em uma das poucos mesas que haviam ali, admirando a beleza da deusa. - Este andar não é muito frequentado por mortais, sua mãe e eu sempre ficamos aqui quando estamos na cidade, a vista é maravilhosa, não?!

- Ela é perfeita! - A deusa se dirigiu a mesa de costas, não conseguindo tirar os olhos do mar. - Não consigo ver onde acaba, não sabia que o domínio de Naruto era tão grande.

"Será que poderei ir lá algum dia? Naruto parece ser um governante melhor que meu pai", a deusa queria que a resposta fosse sim, mas sentia que nunca pisaria em Atlântida, mesmo que Naruto fosse um cara legal, não era permitido.

Não demorou muito para que uma moça se aproximasse e, logo que viu a deusa, se curvou levemente. Sakura a cumprimentou, a observando melhor, para a moça cumprimentá-la, deveria saber quem a deusa era, então, deveria ser alguma criatura mística também.

As suspeitas só se confirmaram depois de Shizune engatar uma conversa com a garçonete, pareciam ser muito amigas. Sakura sorriu com a visão, dificilmente via Shizune em seus momentos de lazer, ela estava sempre trabalhando para sua mãe, a deusa ficava feliz em vê-la tão contente como estava hoje.

A garçonete se afastou depois de pegar os pedidos, que Sakura demorou um tanto pra fazer, prometendo voltar logo. A deusa estava novamente com suas atenções para o mar, iria passear pela orla mais tarde.

- É tudo tão incrível aqui, Shizune! As pessoas, as casas, o modo de vida... Eu imaginava algo mais... Rústico, sabe?! 

Shizune riu com a frase de Sakura, era normal a surpresa pra quem nunca havia saído do Olimpo, se lembrava da primeira vez que havia descido à Terra também.

- Tem muito pra você ver ainda, Sakura. Na próxima vez que viermos, te levarei para Atenas, aí sim você verá o que é uma grande cidade.

Sakura se animou só com a perspectiva de conhecer outros lugares, agora conseguia entender porque os deuses passavam tanto tempo em terra firme, estar ali dava uma sensação de liberdade que a deusa nunca havia sentido.

Logo o prato das duas chegou e Sakura pôde experimentar sua tão aguardada comida mundana. Depois de provar uma garfada, pensou que Hinata talvez tivesse razão, a comida do Olimpo era um tanto incomparável. Mas a deusa não desanimou, talvez fosse o tempero daquele dia. Shizune pareceu se divertir com o desapontamento da deusa, a ninfa já esperava essa reação.

Logo após a refeição, Sakura não se conteve e pediu para que fossem à praia logo. Desceram da taverna e, ao passar no balcão, tiveram que insistir muito para pagarem pela comida. A cobradora recusava veementemente receber alguma moeda da deusa. Sakura resistiu a tentação de jogar as moedas na mesa e sair correndo, suspirou e agradeceu muito pela refeição.

Depois de pouca caminhada, chegaram na areia e Sakura pôde colocar os pés na água do mar pela primeira vez. Entrou ainda mais fundo até as ondas baterem em seus joelhos e a deusa se virar, rindo com Shizune, que a acompanhava mais afastada, apenas com os pés submersos. A deusa aproveitou a sensação das ondas quebrando em seus pés por algum tempo, mas poderia aproveitar por horas.

O dia passou rápido para Sakura. As duas visitaram a biblioteca, o centro de astronomia, a ágora e todos os lugares que ouviram falar e que a visita era imprescindível.

O sol estava quase se pondo quando Shizune falou que deveriam voltar. Sakura não questionou, pois havia andado tanto que suas pernas já imploravam por uma cama pra descansarem.

- Devemos apenas passar pelo campo de agricultura que é próximo da caverna. Tenho que recolher algumas mudas que sua mãe pediu. 

As duas faziam todo o trajeto de retorno calmamente. Sakura respirava profundamente enquanto observava pela última vez as ruas da cidade, agora sem o forte brilho do sol. Aquele dia havia sido maravilhoso, esperava retornar em breve.

O céu estava alaranjado quando a caverna entrou no campo de visão delas, o campo de centeio não era muito longe de onde estavam e logo chegaram. Não era um campo tão grande quanto o do Olimpo, Sakura podia ver o final sem problema algum e, ao julgar pela aparência das plantas, Sakura concluiu que estavam próximas da época de colheita. 

Havia também um lago na proximidade, onde a luz alaranjada do sol refletia. Próximo a ele, estavam algumas mulheres, ao ver uma delas pulando e sumindo no lago, Sakura concluiu que eram náiades.

 - Irei pegar o que for preciso e já partimos, não precisa me acompanhar. - Sakura concordou, não estava afim de colher centeio, haviam algumas flores ali que atraíram a atenção da deusa e tentaria colhê-las.

Tentou se aproximar do lago lentamente para não assustar as moças que ali estavam, mas, logo que as náiades avistaram a deusa, se curvaram e bateram as palmas freneticamente. Sakura riu enquanto cumprimentava uma por uma, elas pareciam tão amigáveis que a deusa logo convidou-as para que pudessem colher flores juntas. As náiades concordaram prontamente, deixando óbvia a felicidade por estarem ajudando uma deusa.

Colher flores era como uma terapia para Sakura, adorava tudo que remetia a elas. Gostaria de ter visitado uma botânica na cidade... Mas tentaria da próxima vez. Continuou sua busca enquanto conversava com suas novas amigas, a deusa amava jogar conversa fora, sua mãe a chamava de falastrona, às vezes.

A deusa não colheu nem três flores quando avisou um narciso lindo próximo ao lago. Estranhou não tê-lo visto antes, ele não era branco ou amarelo como de costume, mas sim rosa. Havia visto poucos com aquela cor na vida e aquele, em específico, era tão atraente que parecia brilhar. Era impossível não ter notado sua presença.

Pediu licença para as náiades e se ainda mais do lago, chegando em sua beirada. Ele estava calmo, as pequenas agitações notáveis eram por causa de insetos que pousavam na água.

Sakura se agachou em frente ao narciso, ele era tão lindo que a deusa temeu matá-lo caso o tirasse dali. Depois de lembrar-se que isto não seria possível, pois ela literalmente podia revivê-lo, começou a cavar com as próprias mãos para achar as raízes.

Talvez fosse o tempo sempre sabendo o que faz. Talvez fosse o carma finalmente indo cobrar Tsunade da forma mais dura que a deusa poderia imaginar. Talvez fosse alguma loucura que Ino inventou, mas sem presumir algum resultado. Talvez fosse a ingenuidade de Sakura ao acreditar que um narciso apareceria subitamente para ela ou talvez fosse o desespero contendo uma esperança ínfima do deus em acreditar que aquela ideia absurda daria certo.

Não há como saber quem fora o ponto inicial de tudo que ocorreria em seguida. As moiras haveriam de ser cruéis e astutas ao traçarem aqueles destinos, ao interligá-los para sempre de uma forma tão abrupta e dramática.

O narciso escureceu logo que a deusa alcançou suas raízes. A deusa tirou as mãos rapidamente, achando que havia feito algo de errado, mas não, não havia mais nada a se fazer.

Sakura não conseguiu ter reação alguma ao sentir o chão se abrindo abaixo de si. Fora tudo muito rápido. Num instante ela estava colhendo seu narciso e, noutro, sentia-se, literalmente, sem chão e com um braço forte a abraçando e a erguendo pela cintura. Um perfume que Sakura já havia sentido encheu suas narinas e logo a deusa o reconheceu.

Quando seu cérebro assimilou o que estava acontecendo era tarde demais, só conseguiu fincar as unhas no braço do deus enquanto tentava se debater e chamar por Shizune. Não teve resultado algum.

Sakura conseguia ouvir os gritos das náiades e, principalmente, de Shizune ao longe enquanto imergia na terra. Parou de se debater. Não havia mais o que fazer. O deus parecia uma pedra e ela estava indo cada vez mais ao fundo.

O evento que durou apenas segundos, passou na cabeça de Sakura em câmera lenta, parecia que estava afundando e afundando cada vez mais. O sol estava fraco, mas era a luz ao qual a deusa se guiava num pequeno fio de esperança de que mãos aparecessem por aquela fenda e a puxassem daqueles braços.

Isto nunca aconteceu. 

Sakura viu a terra voltar a se fechar, apagando qualquer fio de luz existente, enquanto mergulhava num breu cada vez mais fundo, sentindo que nunca mais veria algum sol novamente.


Notas Finais


Gostaram??? Esse é, sem dúvidas, um dos capítulos mais importantes da fanfic eeeee estou mto feliz que eu consegui fazer ele, mesmo <3
Obrigada a todos os comentários e até o próximo cap <33


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