1. Spirit Fanfics >
  2. Flechazo >
  3. Capítulo VIII

História Flechazo - Capítulo VIII


Escrita por: Hiyouka

Notas do Autor


Oieee, gente
Gostaria de pedir desculpas pelo atraso, mas nessa última semana de fim de ano foi uma bagunça só aqui, não moro com meus pais, mas tive que acompanhá-los e sabem com é
Bom capítulo ^^

Capítulo 9 - Capítulo VIII


 

Primeiro dia no Submundo

 

O sono de Sakura havia sido tranquilo. Comparando ao que havia acabado de acontecer, havia sido o momento mais tranquilo do seu dia.

A deusa havia sonhado com sua vida cotidiana, seu sol, suas flores, sua família. Havia sido tão real que imaginou que ficaria nele para sempre. Doce sonho. Morfeu deveria estar brincando com ela ao transformar a vida real num pesadelo.

Sakura acordou lentamente, acreditando veementemente estar em sua própria cama. Abriu os olhos e não conseguiu enxergar nada. O quarto se encontrava num breu absurdo. A deusa se apoiou nos cotovelos enquanto forçava seus olhos para identificar alguma coisa.

Depois de algum tempo se acostumando com a falta de luz, seus olhos perceberam o contorno de alguns objetos desconhecido, não havia nada de semelhante com seu quarto.

Sakura pulou para fora da cama rapidamente, indo com velocidade para a primeira porta que encontrou. A cabeça da deusa estava uma bagunça e seu coração batia rápido como nunca antes. A última lembrança que tinha era de estar sendo arrastada terra abaixo, depois disso, não se lembrava de mais nada, além de sua própria mente lhe mandando sonhos inúteis.

Puxou a maçaneta com força e a porta se abriu com tudo. A deusa não esperava por isso. O corredor com que deu de cara estava bem iluminado e era claro, mas não lhe remetia a lugar algum.

Sakura colocou apenas a cabeça para fora da porta e encontrou o corredor vazio, não havia sinal algum de que alguém estivera próximo dali. A deusa colocou um pé para fora, a fim de escapar daquele quarto, andou até o fim do corredor e se deparou com outro exatamente igual. Estava muito confusa e tentou imaginar o que Temari faria em sua situação. "Ela nunca estaria numa situação como a minha", mas não custava imaginar.

A deusa não sabia onde estava nem para onde o corredor a levaria, então, voltou ao quarto querendo buscar uma janela por onde poderia escapar mais facilmente.

Seus olhos já haviam se acostumado e agora Sakura podia reconhecer a arquitetura do quarto. Não era de se surpreender que ele fosse tão escuro, tudo era revestido com cores escuras. As paredes eram pretas e foscas, Sakura voltou seus olhos para o chão e o preto dele quase brilhava de tão limpo que se encontrava.

Aquele lugar era estranho, dava a ela uma sensação de déjà-vu absurda. A deusa andou até a outra porta que havia no quarto, sendo vencida pela curiosidade, que abriu sem esforço algum. Aquele cômodo era mais claro, feito completamente de mármore cinza. A deusa não demorou para perceber que era o banheiro, um grande banheiro. 

Sakura entrou e subiu o olhar para as paredes, buscando por alguma janela, mas não havia nada. Ao fundo tinha o que parecia ser uma piscina no chão, provavelmente, uma banheira interna, mas muito grande. Voltando, Sakura se deparou com um espelho. A deusa não havia se preocupado com suas roupas, mas agora estava aliviada, continuava com a mesma túnica branca que havia colocado pra ir à Terra. Pelo menos isto não haviam lhe tirado.

Voltou à imensidão do quarto, procurando alguma outra rota de fuga. Esperava que todos os quartos tivessem uma janela, era o mínimo, mas não havia nenhuma naquele. Era estranho, pois o cômodo não era abafado e parecia ter uma ótima ventilação.

Se jogou na cama colocando as mãos sobre o rosto. Sakura havia reconhecido o perfume dele enquanto afundava cada vez mais, imaginava onde estava, mas torcia para estar errada. Por que ela estaria ali? O que fariam com ela? Quando ela iria embora?

Sakura não estava entendendo nada. Não havia motivo algum para que tivesse sido levada daquela forma. Ela se lembrava em flashes do que tinha acontecido, sua cabeça latejava um pouco. A deusa estava segurando a vontade de chorar, não podia negar. Estava assustada e sozinha num lugar muito... Sakura nem sabia o que descrever. 

"Chorar não vai adiantar de nada" pensou Sakura enquanto tentava se recompor, se esforçando para pensar racionalmente, mas era difícil quando nada fazia sentido. Por que Sasuke, que era o dono do perfume que reconheceu, faria aquilo com ela? E daquela forma?

Lembrou-se da proposta de visitação ao Submundo que ele havia lhe feito, talvez tenha levado Sakura ao local... A deusa ainda torcia para não estar naquele lugar, havia ouvido histórias horrendas suficientes para ter um ano de pesadelos com aquele, literal, Inferno.

A deusa levou as mão a cabeça novamente. Não sabia o que era capaz de fazer com o deus caso o visse, exigiria que a tirasse dali imediatamente! Sakura estava o amaldiçoando de todas as formas quando ouviu batidas na porta do quarto. A deusa se assustou, encolhendo seu corpo instintivamente. Não sabia o que fazer, só poderia ser Sasuke e ela percebeu que talvez não estivesse tão preparada para encará-lo ainda.

A batida voltou a se repetir um pouco mais forte. A porta não estava trancada e a deusa estranhou tanto cuidado com privacidade  para alguém que havia acabo de... Levá-la até o local. Sakura se aproximou da porta, ainda indecisa sobre o que faria. Quando a batida veio pela terceira vez, Sakura girou a maçaneta levemente e abriu uma pequena fresta que iluminou uma parte do quarto.

Mas, para a surpresa de Sakura, não foi Sasuke quem apareceu na porta, e sim um rosto feminino. A moça percebeu a deusa logo após colocar a cabeça pela fresta, abriu um pequeno sorriso e abriu o que restou da porta para que pudesse entrar.

A mulher estava com uma espécie de carrinho que Sakura virá pela primeira vez ali. Haviam tecidos grandes sobre ele. A deusa deu espaço para a moça entrar, as duas não haviam trocado uma palavra sequer.

Sakura olhou para o corredor e para a mulher. A deusa manteve os olhos na moça enquanto a mesma realocava os tecidos que trouxera na cômoda que havia no quarto. Sakura estava tentando detectar o que havia visto de diferente na mulher que estava quase na sua frente. Os cabelos castanhos iam até metade das costas, soltos, ela usava uma túnica parecida com a da deusa e estava de costas, mas havia uma áurea diferente nela.

A deusa pensou que talvez ela soubesse o que estava acontecendo. A deusa torcia para que ela soubesse.

- Olá.

Sakura percebeu que a moça havia dado uma mínima pausa no que estava fazendo, mas retornou a guardar os tecidos sem responder à deusa.

- Eu sou Sakura e... Bem, não sei o que estou fazendo aqui. - A deusa tentou mais uma vez sendo sincera, esperava comover a mulher para que ela ao menos lhe respondesse. - Qual o seu nome?

Mas não funcionou. A mulher continuou arrumando a cômoda sem dizer nada. Sakura começou a ficar nervosa, olhou mais uma vez para o corredor vazio. Se voltou e cruzou o quarto, virando-se novamente na direção da mulher que, aparentemente, não podia falar.

Sakura não percebeu que a mulher estava ainda mais nervosa que ela. Vivia no Submundo há anos, esperando sua chance de renascer, mas virá Sasuke apenas umas duas vezes, pelo menos até o deus chegar a ela com uma proposta irrecusável... Não queria estragar tudo.

A mulher suspirou enquanto fechava a última gaveta. Agora só tinha que falar uma frase à deusa e poderia sair correndo dali.

Sakura observava com atenção enquanto a moça se virava em sua direção. Arregalou levemente os olhos quando percebeu o que havia de diferente nela. A moça não tinha um corpo normal, era translúcido, Sakura conseguia enxergar a parede por trás dele, ela era uma alma.

A deusa abriu a boca e voltou a fechá-la, era a primeira vez que via uma alma. Aquilo não era um bom sinal, se havia uma alma ali, só podia significar que estavam em um lugar. Sakura nem conseguiu formular os pensamentos direitos, pois a alma foi mais rápida.

- O Senhor Sasuke estava esperando você acordar para que pudessem jantar. Têm vestidos no armário, você pode vesti-los e descer para encontrar com o Senhor. Por favor, não se atrase.

A moça repetiu a última frase quase como uma súplica. Sakura abriu a boca para responder, mas a alma tentou sair do quarto tão rápido quanto havia entrado. Para a infelicidade dela, tinha um carrinho consigo.

- Como eu saio daqui? - A voz de Sakura era quase como um súplica, a mão da deusa segurava o carrinho com força, não sabia se conseguia tocar uma alma.

- Vá até o fim do corredor e vire à direita. O saguão do andar é logo à frente, desça todas as escadas e a sala da jantar estará próxima.

A voz da alma saiu fraca, ela estava tão assustada quanto Sakura. A deusa soltou o carrinho e franziu a sobrancelha, não era sobre sair do quarto que ela estava perguntando... A moça não esperou para ver se a deusa mudaria de opinião e saiu como um raio do quarto.

Sakura ponderou rapidamente sobre o que podia fazer, mas não tinha outra alternativa. Queria conversar com Sasuke e era inevitável o frio na barriga e a sensação ruim que lhe perseguiam. 

Não iria trocar de roupa, pois pretendia sair dali logo, então, saiu pela porta num ritmo acelerado. Seguiu as instruções da alma e terminou num grande saguão no térreo. A sala em que estava era muito grande, olhando para o teto, a deusa notava que deveria ter a altura do palácio, com todos os andares tendo visão dela. 

A deusa seguiu até uma mesa que havia no centro e percebeu um bilhete. "Fica na porta da esquerda" estava escrito. "Ele tá brincando comigo?", a deusa amassou o bilhete e o deixou na mesa, se dirigindo rapidamente para a porta indicada, queria voltar para casa logo.

A sala era grande e iluminada por vários lustres, com uma grande mesa no centro. Sakura duvidava que existissem pessoas suficientes naquele lugar para precisar de uma mesa daquele tamanho. 

A deusa observou a sala enquanto se aproximava, não vendo outra alternativa, sentou-se. Sentiu o estômago roncando logo em seguida, não comia nada desde o almoço e ainda não sabia por quanto tempo havia ficado desacordada, nem percebeu que estava com fome.

Por alguns minutos, Sakura teve que esperar diante da mesa vazia, mas logo a porta por onde ela havia entrado abriu e Sasuke entrou no cômodo. A deusa ficou tensa na hora, Sasuke já tinha uma aura imponente, mas, naquele local, esta aura parecia triplicar de tamanho.

Sakura apertou as mãos na cadeira sentindo um arrepio subir na espinha, desviando o rosto rapidamente. O deus passou por ela sem cumprimento algum e Sakura, que queria resolver seja lá o que fosse aquilo, não teve reação.

Sasuke se sentou na ponta da mesa ficando a a duas cadeiras de distância. A deusa franziu as sobrancelhas estranhando a recepção do deus, não que ele parecer lhe ignorar tivesse sido a coisa mais estranha.

- Olá. - A deusa começou, queria se bater por perceber que a voz havia saído um pouco trêmula.

- Olá. - Sasuke voltou sua cabeça na direção de Sakura e a deusa sentiu um nervoso na hora, só queria sair dali logo.

- Não quero que isso pareça uma afronta, mas o que vim fazer aq... - A deusa teve sua frase interrompida pela porta do fundo que se abriu, saindo por ela duas almas com bandejas em mãos.

Elas colocaram uma dessas bandejas na frente da deusa e a abriram. A comida estava linda e suculenta, mas o estômago de Sakura embrulhou na hora. Nada daquilo parecia certo, ela deveria estar comendo em sua casa.

- Jantar. - Sasuke começou lentamente. - Você está aqui para jantar.

A deusa levantou os olhos enquanto tensionava os ombros. Ela não queria jantar ali, mas o que poderia fazer? Não tinha para onde correr.

- E quando poderei ir embora? - A deusa proferiu a frase muito baixo, parecia que sua voz havia perdido a força.

Sasuke não respondeu, apenas começou seu jantar como se não tivesse ouvido nada, mas Sakura sabia que ele tinha.

A deusa olhou para a comida, ela não parecia mais apetitosa. Mexeu com os talheres por alguns segundos, mas logo os largou na mesa. Não queria comer nada, seu estômago estava embrulhado e mil coisas se passavam pela sua cabeça naquele segundo.

Ela fora forçada a estar ali e Sasuke não lhe deu nenhum motivo concreto. Muito menos uma previsão de volta. Sakura sentia seu mundo desabar, mais uma vez, e ver o deus jantando lentamente, como se não tivesse nada acontecendo, deixava seus nervos à flor da pele.

"Não, não, não" era a única palavra que a deusa conseguia repetir em sua mente claramente. Não. Não conseguiu se conter e levantou rápido da cadeira em que estava sentada.

Sakura, em momento algum, olhou para trás enquanto corria para fora da sala de jantar. Sabia o quanto deixar um deus maior dessa forma poderia ser problemático para ela, mas, realmente?! Ela não estava ligando para mais nada.

Andou rápido pelos corredores, estava procurando a porta de entrada do castelo. Tomou todos os caminhos contrários aos da cozinha, queria se afastar ao máximo de Sasuke. Sakura perdeu a conta de em quantas portas entrou errado e de quanto tempo durou sua caminhada, mas já estava com os olhos cheios de lágrimas, talvez isto tivesse dificultado o processo.

Depois de passar pelo o que parecia ser um labirinto, entrou sem querer no que parecia ser a sala do trono. Era extremamente grande e tinha um ar muito mais denso que os outros ambientes do castelo, numa monocromia de preto. Aquele cômodo sim parecia transmitir o que Sasuke era, pelo menos para Sakura.

Os olhos da deusa não ficaram muito tempo admirando a sala, logo se voltando para a direção contrária ao trono, onde havia uma imensa porta.

"A porta de entrada". Sakura não hesitou um segundo antes de ir correndo até ela. A deusa sabia o que iria encontrar, algo dentro de si sabia que não iria gostar e que não adiantaria de nada, mas Sakura estava num estado de melancolia tão grande que não conseguia pensar em muitas coisas.

Com muito esforço, abriu uma das portas e deu um passo para trás com a visão que se estendia a sua frente. Não havia verde, não havia céu azul, não haviam árvores e brilhos, não havia nada. Tudo que Sakura podia ver era uma estrada que se estendia até além de sua visão, cercada por um imenso campo seco, num solo onde não havia nada que pudesse nascer ou crescer, a deusa imaginava.

Era tão silencioso quanto o castelo. Era muito mais amedrontador que o castelo. Era morto. Sakura se afastou rapidamente, não impedindo mais que as lágrimas se livrassem dos seus olhos.

Levou suas mãos ao rosto numa tentativa, falha, de afastar a imagem fúnebre do pátio de sua cabeça, mas não teria tanto efeito, pois ela já estava gravada em sua mente. Raiva. Era isso que Sakura sentia. Raiva, tristeza e mágoa. Odiava aquele local morto, odiava aquelas cores feias e, acima de tudo, odiava ele.

Desabou no chão com um choro incessante. Sakura não chorava com frequência, mas se permitiu expulsar todos seus fantasmas, através das lágrimas, naquele local que era tão propício a isto.


Notas Finais


O que acharam?? Uiuiui
Estou muito ansiosa pra desenvolver o relacionamento dos dois, vai ser dramático e sofridoooo, saibam que eu amo um drama kjjjjjj
Beijinhos e agradeço por todos os comentários <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...