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História Flor de Lótus - Capítulo IV


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


► cнαρρү ◄
Ano novo, capítulo novo! FL está de volta, e queremos agradecer imenso o vosso carinho em comentar cada capítulo, agradecer cada favorito… e bem-vindo se você é um leitor novo!
Como eu e a Water vos amamos muito, demos início à treta a sério! Até agora a fanfic tem sido apresentação do enredo, estado das personagens, e coisas mais do pano de fundo do enredo em si. A partir daqui as coisas mudam um pouco. Que tal darem palpites no final sobre o que pode vir a acontecer? Nós já decidimos, mas gostamos de conhecer vossas ideias que com certeza nos ajudarão a perceber até que ponto vos iremos surpreender. Gostaram? Digam! Mesmo que não, vosso contributo é impagável.
Obrigada por lerem e acompanharem até aqui.
Para o mês, no mesmo dia, haverá mais!
FL não será mais uma fanfic abandonada ou esquecida, podem confiar. Muitos beijinhos. E boa leitura!

Capítulo 6 - Capítulo IV


“Construí minha armadura para proteger-me de todo mal, mas ela não me protegeu do amor.”

— Amandha Gomes Vasconcello.

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som da caneta deslizando pelo papel já era tão habitual para Toushirou que ele chegava até a mergulhar no suave ruído que a ponta metálica criava. Estava sozinho em seu escritório, como de praxe, já que Matsumoto não cumpria com seus deveres nem por decreto.

Estava um dia agradável, embora uma pequena parte das ruas ainda estivesse meio alagada pelas decorrentes chuvas que vieram a acometer a Soul Society. De longe ele conseguia ouvir os shinigami treinando no 11º Bantai, seu esquadrão estava em ordem e a guerra que eles estavam enfrentando havia recuado um pouco.

O rosto cansado do capitão de gelo franziu-se numa carranca, enquanto pensava na situação atual da Seireitei. Logo após o término da Guerra Sangrenta dos Mil Anos tudo estava indo bem — de certa forma.

As baixas foram terríveis, a Seireitei estava destruída, três postos de capitães — 8º, 4º e 3º — estavam em vacância e dois postos de tenente estavam vazios. Isto é, sem contar com a morte do comandante Genryuusai Yamamoto. Eles tiveram de destruir o que havia sobrado de Silbern, se livrar dos corpos e começar a reconstruir os quartéis.

Tudo teria ocorrido perfeitamente bem, se a rebelião não tivesse começado. Um par de almas em Rukongai completamente descontentes com a situação dos distritos começou a incitar uma chama que antes não existia, e, que por fim, acabou atingindo alguns shinigami. Por mais que não tivessem muitos shinigami, eles tinham condições favoráveis e membros poderosos.

Dominodaoshi kouka. Efeito dominó.

E, mesmo com a rebelião acontecendo, a mente de Hitsugaya nunca saía dela. Nem da promessa… Era tão frustrante!

— Shirou-chan? — Uma voz feminina chamou-o.

As íris turquesa desviaram-se para a jovem que estava ao seu lado. Momo encarava-o com as grandes orbes chocolate, obviamente questionadora.

— Hinamori, o que faz aqui? — Perguntou sério.

— Você anda tão distraído e distante, Shirou-chan. — Ela ignorou-o. — O que está acontecendo?

— A rebelião está acontecendo. — Respondeu curto e direto.

— A rebelião começou há alguns meses, Shirou-chan. Você está assim há anos! — Momo contestou, franzindo o cenho.

Toushirou sentiu um frio dominar seu corpo. Realmente… Fazia anos que não via Kurosaki… Será que ainda jogava futebol? Ou tinha os cabelos curtos?

Será que havia esquecido-o?

“Mestre, de novo estes questionamentos?”, a voz de Hyourinmaru interrompeu a maré de questões no âmago do albino.

Já se passaram sete anos, Hyourinmaru. Estou sendo realista, afinal, Kurosaki é humana.”, rebateu.

— Shirou? — Momo se fez presente novamente.

— É capitão Hitsugaya, Hinamori! — Repreendeu-a, não respondendo à tenente.

De fato, estava distante há muito. Karin, a promessa, a rebelião, seu posto, a papelada. Nunca parou um segundo para se envolver nas coisas que aconteciam ao seu redor que não fossem estritamente ligadas ao seu ofício. Hinamori não mentira quando dissera que estava completamente absorto em seu próprio mundo.

A morena suspirou, com tamanha indiferença. Não lhe custava nada tentar descobrir o que estava acontecendo dentro do coração do capitão, entretanto, este em nada facilitava sua tarefa — muito pelo contrário! Dificultava-a com tamanha resiliência.

Ela só queria que o albino se livrasse do peso que estava em suas costas, que o matava pouco a pouco, mesmo que ele fingisse que as toneladas de responsabilidade em suas costas fossem asas e não correntes.

Ela só queria que o Shirou-chan fosse feliz.

Antes que pudesse abrir a boca de novo, uma pequena borboleta infernal pousou no ombro do albino, tão confuso quanto sua amiga de infância. Momo assistiu abismada o semblante antes abatido de Hitsugaya iluminar-se numa faceta austera e vigorosa, como se ele fosse uma estátua feita de seu próprio gelo.

— Hinamori, volte ao seu trabalho e se prepare para qualquer coisa. — O albino se levantou e passou por ela, saindo do escritório rapidamente. — Temos um intruso na Seireitei.

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A passada rápida convertera-se numa corrida manuseada pelo shunpo, no instante em que pressentiu a parede atrás de si começar a desmoronar. O caminho atrás de si estava a ser completamente desfeito por essa, não havendo qualquer rasto que ela pisara o Senkaimon.

 Não suga suas energias olhando para trás, Karin. Concentre-se em alcançar a saída. Se for sugada pela parede, é o fim.”

— Droga, podia ter avisado antes, Toyotama!

— Arrependida?”

— Eu disse que ia encontrar o Toushirou. Não vou voltar atrás com a minha decisão, nem que o tenha de o arrastar até a Haru-baa-chan.

Observava atentamente uma borboleta negra esvoaçar lentamente junto de si, um vôo tão tranquilo e lento, como se dançasse no ar. Ainda assim, era uma aparência. Mesmo ela estando a correr veloz não conseguia alcançar aquele ser misterioso que a acompanhava em seu trajeto.

Notou que o ar pesado se torna mais fácil de respirar, perante a aproximação da saída retangular reluzente. Instintivamente, forçou a perna direita sob a superfície rochosa, quebrando-a parcialmente com a força exercida. Tomando o impulso necessário, quase sendo sugada durante esse processo, conseguiu saltar para fora do portal que unia os dois mundos.

Quente. Espesso e tórrido, eram essas as características principais daqueles ventos que sacudiam seu corpo numa queda alta. Karin assistiu a sua aproximação das casas rudimentares. Ficou levemente distraída com aquela visão, era como se tivesse recuado no tempo da história.

“— Karin, feche os olhos e deixe seu poder fluir.”

— Como? Toyotama, você me contou que os shinigamis poderiam sentir meu poder e vir atrás de mim! Qual a sua ideia?

Não teve resposta.

A base da relação entre um shinigami e uma zanpakutou era a confiança. O poder dos dois, tornava-se um só, um equilíbrio de reaitsu.

Com um borbulhar de incógnitas, obedeceu a Toyotama e relembrou-se da agonia de não conseguir respirar, dentro do lago. Transportou-se para o momento que a corrente arrastava seu corpo, até sentir algo enroscar-se em sua cintura.

Naquele instante ela compreendeu como ele a salvara. Por ainda não se conhecerem, ela não sentiu o dragão a proteger da água gelada com seu próprio corpo. Porém, naquele instante, sentiu. Não se sentiu intrigada para abrir os olhos e vê-lo. Ela sabia que ele a pousaria em segurança.

— Karin.”— As pálpebras ao abrirem, revelaram os olhos ónix que encaravam a sua zanpakutou na forma de dragão. Ela não o questionara. Não entendia o motivo de ele ainda esconder seu poder real dela, de ela não o poder conhecer completamente…, no entanto, ele teria seus motivos. Na altura certa, ela iria ver Toyotama plenamente.

— Que lugar é esse?

 Seja bem-vinda à Soul Society, criança. E ao início dos problemas.”

— Eles descobriram minha presença.

Não esperou por uma resposta, na verdade, não fora uma pergunta.

Com o indicador enrolou algumas das madeixas soltas pela extensão de seu dedo, pensativa. Era estranho e suspeito como o contacto de sua zanpakutou modificou até sua apresentação.

Constatou que algumas almas tremiam ao encará-la, pelo poder espiritual que emanava. Suspirou fundo, não escondendo sua presença. Ela procurava um capitão, a melhor forma de o atrair seria causar alguma confusão.

Uma intrusa.

— Foi assim que Ichi-nii entrou?

“— De certa forma. Karin, está pensando atraí-los? Isso será considerado invasão, com ordens directas para matar.”

— Só tenho de vencer até encontrar o Toushirou.

“— Da maneira que fala, parece ser algo fácil. Há treze capitães e tenentes, qualquer um pode vir atrás de você, e pode não ser aquele que procura.”

— Pare de tentar me fazer desistir, Toyo-kun. Nós vamos conseguir!

Durante dias treinou seu corpo a resistir à dor, durante semanas escondera sua mudança dos que a rodeavam, durante anos colocou máscaras para nunca enxergarem suas lágrimas… A imagem da menina chorona converteu-se numa muralha sentimental, fingindo e escondendo, protegendo os outros de si mesma.

Porventura, bastou ele surgir como um acaso, que a máscara caiu. Revelando as lágrimas límpidas que fluíam, por anos, em sua face coberta.



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