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História Flor de Porcelana - Tadaima, papa


Escrita por: Aniverse e Eustakiah

Notas do Autor


"ただいま !" (tadaima!)
"Estou de volta", em tradução livre


ALO, ALOOOO
Antes de tudo, queria agradecer todo o carinho que essa fic tem recebido. Sério, eu AMO esse projeto de coração, e saber que as pessoas estão gostando me deixa muito feliz!!
Então muito obrigada aos 137 serzinhos que favoritaram até aqui, e um abraÇO MUITO APERTADO aos comentaristas de plantão!! Vcs sempre fazem meu dia @Marhux maravilhosa betou novamente esse capitulozinho (que é mais uma finalização do último, por isso é mais curtin) e, depois de tanta enrolação, aqui está ele!

Agora, sem mais prolongamentos, vamos à história, shall we?

Capítulo 7 - Tadaima, papa


Kanae seguiu pela floresta escura a caminho de casa, vestindo alegria no rosto enfeitado por aquelas bochechas coradas. 

Saltitante, a menina ia pela esquerda, depois pela direita e seguia em frente por longos metros. Contudo, em certo momento, todas as árvores pareciam as mesmas, todos os galhos eram tão semelhantes e todos os caminhos pareciam dar em lugar nenhum. Kanae, olhando ao seu redor, percebeu que não sabia como tinha chegado até ali — e de fato, nem onde estava — e desconhecia como voltar para casa. Questionou-se como foi se meter em tamanha situação inconveniente.

E num choque de realidade, lembrou-se do motivo de ter fugido naquela madrugada, e hesitou em continuar rumando. Ela engoliu seco. Suas pernas tremeram da súbita culpa que lhe tomou novamente, e pouco a pouco não sabia se estava pronta para chegar em casa e encarar seu pai.

Kanae era uma menina perdida, todavia não somente no mundo físico, outrossim nos próprios abstratos sentimentos. Desesperava-se no medo de nunca mais se encontrar. 

Se voltasse para casa, seria a mesma de quando saiu?

Uma garota covarde. Frágil, que fugiu na primeira oportunidade que teve.

Mas aquele lugar que chamava de casa talvez nem fosse seu lar. Talvez sequer houvesse um lugar para ela agora, e talvez as coisas devessem acabar assim. Afinal, não há quem sinta falta de uma menina perdida se ela sequer tem lugar para onde voltar.

Quem sabe a floresta fosse onde devesse estar; onde não há direção e, por consequência, não há culpa por não saber como se salvar.

Apenas uma garota-flor.

Apenas uma garota que não tinha coragem de encarar seus sentimentos.

Apenas uma flor que estava murchando por falta do clarão do sol que um dia iluminou sua pele.

Era tudo tão escuro.

Os pés quase não sentiam mais o solo.

Foi como se o penhasco estivesse ali outra vez, agora sob a sola de seus sapatos desgastados.

E o escuro a envolveu.

Cruelmente.

Friamente…

Mas...

— Kanae?!

Mas aquela voz foi como a luz que lhe guiou de volta à vida.

— Papai? — Olhou para trás, encontrando com o semblante emocionado de Kochō, iluminado apenas pelo lampião que ele erguia com a mão direita. Kagaya correu até sua filha, derrubando a lanterna que segurava e abrindo os braços para envolver a menina. 

— Eu estava tão preocupado… — Ele disse, apertando-a com carinho. —  Eu acordei e vi que tu não dormias, procurei por todos os lados — falava tão depressa que suas frases quase não tinham sentido. — Onde você estava, Kanae? Kanae?! — Ele chacoalha a menor, buscando nem que fosse a mais singela resposta.

Kanae não foi capaz de reagir, não tinha como. Quem era esse que lhe abraçava, quem era esse que chorava feliz de tê-la achado? Não era mais o homem taciturno com quem convivia, de jeito nenhum.

Então percebeu, e não pode deixar de ficar emotiva — foi nostálgico rever a figura de que sentiu falta todos esses meses. Aquele que se preocupava com tanta intensidade era quem sempre cuidou dela, aquele que lhe fazia rir quando triste, aquele que lhe ajudava a levantar quando caía. 

Na verdade, nunca foi outro homem senão seu pai. Sim, era ele e sempre seria ele, assim como Kanae sempre seria a filha dele. Perceber isso… foi o que fez seu peito realmente doer de modo que há tempos não doía; foi o que converteu aquela respiração, já fora de ritmo, em soluços intensos.

— Papai, eu… — Kanae falou de voz fraca, sem mexer nenhum músculo senão os que foram usados para conter as lágrimas que rapidamente escorreram. — Eu sinto muito! Eu achei que poderia resolver as coisas se eu sumisse de vez! Eu pensei que o papai ficaria melhor sem mim…!

— O quê? Claro que não! — Assustou-se com a fragilidade em que a rosa se encontrava. Abraçou-a novamente. — Sumir jamais resolveria alguma coisa, Kanae. Eu não sei o que eu faria se eu te perdesse também. — Ele passou a mão pela cabeça da filha, descendo pelo rosto onde limpou uma lágrima com o polegar. — Você é uma menina especial, Kanae. E mesmo com tudo acontecendo, quero que saiba que… 

Ele vacilou em completar a frase de uma vez, não só pois ficou emotivo, mas também pois se lembrou das flores que nasciam na menina. Qual era o preço pelo retardo da maldição, a infelicidade de sua filha? Ser indiferente não levou a nada a não ser mais sofrimento. Kagaya percebeu que bastava sua filha ter um fim inevitável, não tinha o direito de impedi-la de ser feliz, mesmo que só tivesse ele consigo.

 — ...você  ainda é muito amada, Kanae. E sempre será, nunca duvide disso.

O peito da garota flor se refrescou em alívio, e o choro proveniente de seus olhos não era mais de desalento. Kanae lembrou das palavras daquele jovem esquisito. 

De fato, fases difíceis não duram para sempre.

 


Notas Finais


Off
ai que odio eu fui toda boiola e dramatica pelo fim do @Aniverse no ultimo cap e tempo dps que o cap lançou foi declarado que o proj vai voltar AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA odio e felicidade tho, grande dia!!

Enfim, obrigada por ler e nos vemos nos comentários ou no próximo capitulo, "O Desabrochar de uma amizade"!


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