- Vamos? - Pergunto.
- Pode ir, eu vou entregar currículo.
- Quer que eu te leve?
- Eu tenho que andar, pode ir - Me empurrou e eu ri.
- Antes eu quero um beijinho - Ela revirou os olhos.
- Vai logo - A puxei e colei nossos lábios - Abusado!
- Eu sei que você gosta - Ela corou levemente - Qualquer coisa me liga, tá bom?
- Tá - Saiu correndo e eu respirei fundo.
- Eae Vargas.
- Oi Lara - Ela sorriu - Tá indo pra sorveteria?
- Na verdade, eu vou em casa primeiro, por que?
- Quer carona? Eu te levo - Ela franziu a testa - Que foi?
- Vargas, você não tá - A Interrompi.
- Não, eu só estou te oferecendo uma carona, vai querer ou não?
- Tá bom.
Ela me seguiu e entrou em meu carro, dei partida e dirigi até sua casa com uma conversa super tranquila.
- Valeu pela carona, vou poder dormir um pouco.
- Tá parecendo a Violetta - Ela riu e beijou minha bochecha.
- Até amanhã.
- Até.
Voltei a dirigi e passei no mercado pra comprar algumas coisas que estavam em falta.
Comprei alguns chocolates pra mimar a minha pequena e paguei tudo.
Cheguei em casa e tomei um banho relaxante, me deitei no sofá e fui passando os canais entediado.
Me assustei com o trovão e fechei meus olhos me praguejando mentalmente.
- Merda! - Peguei meu celular e liguei pra ela que só dava na caixa postal.
Bufei e olhei lá pra fora, o clima estava mostrando que uma tempestade ia acontecer.
Comecei a rodar pela sala em busca de alguma ideia do local aonde ela podia estar e o barulho da chuva me fez acordar.
A chuva era muito forte.
Liguei novamente, mas nada dela atender.
- Atende! - Gritei.
Joguei meu celular no sofá frustrado.
- Atchim! - Olhei pra porta que foi aberta e corri pegando uma toalha.
- Princesa, por que não me atendeu? - Coloquei a toalha em seus ombros e ela me olhou tremendo - Depois responde, vai tomar um banho quente, antes que fique gripada.
- Tá - Espirrou - Bom.
Acho que eu falei tarde demais.
Ela correu até o banheiro e eu sequei o chão que ela acabou molhando no meio do caminho.
Minutos depois ela saiu com o cabelo molhado e com seu pijama, me encarou e espirrou.
- Seca esse cabelo - Me aproximei.
- Eu tô com preguiça - Ri e a abracei.
- Você vai acabar doente, vem cá - A sentei na cama e fui até o banheiro.
Peguei uma toalha, seu pente e o secador.
- O que você vai fazer? - Espirrou.
- Secar seu cabelo - Fiquei na sua frente e comecei a secar o seu cabelo com a toalha, ela fazia uma careta as vezes o que me fazia rir - Segura pra mim.
Ela pegou a toalha e eu comecei a pentear seus cabelos com cuidado, liguei o secador e com o auxílio da escova fui secando seus fios.
Ela estava tão quietinha que em um momento eu encarei seu rosto e vi que ela praticamente dormia.
Ri e voltei ao meu trabalho, assim que terminei deixei um beijo em sua testa e fui guardar as coisas.
Voltei e a encontrei no mesmo lugar que a deixei.
- Pequena - Ela me olhou - Vou preparar algo quente pra você, alguma preferência?
- Você aqui comigo - Sorri.
- Eu já venho - Beijei sua bochecha e fui até a cozinha.
Resolvi fazer um chocolate quente e tive um pouco de trabalho.
Coloquei em uma caneca pra ela e em outra pra mim.
Peguei dois pedaços de bolo que eu tinha comprado e levei a bandeja até o quarto.
Ela estava encolhida na cama e assim que em viu se sentou.
- Tá tudo bem? - Perguntei
- Tô com frio - Pegou a caneca e sorriu - Obrigada.
- Por que não me ligou? Eu ia te buscar.
- Acabou a bateria do meu celular, Desculpa.
Comemos em silêncio e eu levei as coisas pra cozinha, lavei e sequei tudo.
Voltei ao quarto e ela estava sentada olhando pro nada
- Oi? - Ela me olhou - Como está?
- Vem aqui - Me aproximei e ela me abraçou.
Sua pele estava quente e eu me afastei.
- Você tá quente - Coloquei minha mão em seu pescoço e depois em sua testa - Você tá com febre.
- Não tô não, é o cobertor - Se deitou e me puxou - Fica aqui comigo.
- Eu tenho que tomar banho, já venho - Ela resmungou baixinho e me prendeu mais ao seu corpo - Vilu.
- Não - Disse manhosa e eu me segurei pra não rir - Fica aqui.
- Tá bom - Abracei seu pequeno corpo e senti sua respiração dificultar um pouco.
A olhei e vi que já dormia, medi sua temperatura e percebi que ela estava ardendo em febre.
Mordi meu lábio e peguei meu celular.
- Mãe.
- O que foi meu filho?
- A Violetta tá ardendo em febre, não sei o que fazer.
- Leva ela no médico - Disse óbvia.
- É que ela está dormindo, não quero acorda-la e correr o risco de vida - Ela riu.
Violetta tossiu e eu suspirei.
- Ela tá gripada, certeza.
- Leva ela no médio, é melhor.
- Tá, obrigado mãe.
- Melhoras pra ela - Desligou.
Me levantei coloquei meu tênis, peguei seus documentos e os Coloquei na minha carteira.
- Ei princesa - Ela abriu os olhos - Vem, vou te levar no médico.
- Médico, não - Resmungou enquanto eu a pegava em meus braços - Eu tô de pijama.
- Ninguém vai ao médico arrumado - Tento a confortar
- Eles vão rir de mim - Deitou sua cabeça em meu peito e respirou fundo.
- Eles vão cuidar de você, desce um pouco - A coloquei no chão e peguei um moletom - Toma, veste.
Ela vestiu devagar e eu tive ajudá-la.
- Vem - A levei até a garagem e abri a porta do carro pra mesma que entrou.
Entrei ao lado do motorista e ela deitou a cabeça na janela.
Dirigi devagar até o hospital e estacionei o carro.
Ela saiu cambaleando do carro e eu a peguei em meus braços.
Fiz sua ficha e me sentei na cadeira esperando ela ser chamada, ela estava ao meu lado de olhos fechados e tossia constantemente junto com alguns espirros.
- Violetta Castillo? - Nos levantamos e seguimos ele até o consultório - O que a senhorita tem?
Ela me olhou.
- León, o que eu tenho? - Ri.
- Eu não sei meu amor, é você que tá sentindo.
- Hum, minha garganta dói e eu tô com dificuldade de respirar.
- Ela tomou chuva - Ele assentiu.
- Teve febre?
- Sim, por isso eu a trouxe
- Pode se deitar na maca? Eu vou te examinar - Ela assentiu e se deitou - Respira bem fundo pra mim.
Ela o fez e eu sorri abobado.
Não sei porquê.
Talvez eu não bata bem da cabeça.
- Bem, ela está gripada e temos que tratar pra não virar pneumonia - A ajudei a sair da maca - Vou passar alguns remédios e logo ela estará bem.
- A gripe é forte?
- Sim, mas não se preocupe - Sorriu e carimbou a receita - Seguindo todas as minhas recomendações, ela estará novinha em folha.
- Obrigado doutor - Peguei a receita - Boa noite.
- Boa noite - Sorriu - Tchau Violetta.
- Tchau - Disse baixo.
Passei na farmácia e comprei todos os remédios que ele passou.
Vi que ele tinha dado dois dias de atestado e que ela ia surtar ao ver isso, mas é pro bem dela.
Chegamos em casa e ela foi direto pra cama.
Lhe dei a medicação e ela sorriu.
- Não quer tomar outro banho?
- Não, você vai me achar suja? - Ri e neguei.
- Eu vou tomar e já venho, tá bom? - Ela assentiu.
Tomei um banho rápido e coloquei uma calça moletom.
Me deitei ao seu lado e ela se aconchegou em meu corpo.
- Obrigada por cuidar de mim - Sussurrou.
- Eu te amo - Beijei sua testa.
- Que horas você vai me acordar?
Agora vem a parte difícil.
- O médico te deu dois dias de atestado, portanto, você não vai pra faculdade.
- Mas eu preciso ir.
- Sua saúde primeiro! - Escutei ela bufar
- Mas eu vou perder aula - Se sentou.
- O Fede te passa as anotações depois, não discuta, você não vai - Ela me olhou brava.
- Eu vou sim e quero ver quem é que vai me proibir! - Semicerrei os olhos e ela fez o mesmo.
Então é isso? Um desafio?
***
- Devolve! - Gritou enquanto corria atrás de mim.
Eu tinha pego sua chave e escondido pra ela não sair, tranquei a porta e também escondi a minha.
Agora ela está me ameaçando.
- Não, eu disse que você não vai.
- Você não manda em mim! - Bateu o pé.
- Eu sei, mas o médico deu um atestado pra você - Cruzei os braços - Sabe quantas pessoas dariam de tudo pra ter dois dias de folga?
- Não! Me dá a chave - Avançou em mim e me derrubou no sofa.
Prendi seu corpo ao meu e ela começou a se debater
- Me solta!
- Para maluca, vão achar que eu tô te batendo - Digo rindo - São sete da manhã, tem gente dormindo e você deveria estar fazendo o mesmo.
- E você deveria estar indo pra aula.
- Eu não vou deixar você aqui doente.
- Eu sei me cuidar e estou super bem pra ir pra aula.
- Sem discussões, nós não vamos.
Ela com o tempo desistiu e ficou quieta, eu senti sua respiração pesar e suspirei.
A olhei e vi que tinha dormido.
Deve ser o efeito dos remédios.
- Amém! - Digo aliviado e acabo rindo da cena de minutos atrás.
Liguei pro Fede e ele atendeu.
- Pronto, consegui fazer ela ficar quieta.
- O que você fez?
- Tranquei ela no banheiro e só vou tirar ela de lá depois das uma da tarde - Prendi a risada
- Eu vou chamar a polícia - Ri e ele me acompanhou.
- Eu deitei ela no meu corpo e ela dormiu - Ele riu - Ela gosta de ficar deitada nele, não sei porque.
- Me poupe dos detalhes, eu vou indo - Suspirou - Depois eu passo as anotações pra ela.
- Okay, boa aula - Desliguei e voltei meu olhar pro furacãozinho de um metro e sessenta.
Comecei a afagar seus cabelos com cuidado e sorri.
Acabei pegando no sono já que não dormi direito com medo dela fugir e ir pra faculdade, do jeito que ela é, eu não duvido nada.
***
Acordei com algumas panelas caindo na cozinha e me levantei assustado.
- Ah, eu te acordei - Ela apareceu com um bico nós lábios - Desculpa.
- O que você tá tentando fazer?
- Tacos - Disse envergonhada - Mas eu acho que vou acabar colocando fogo na casa.
- Você quer comer tacos? Do nada?
- Eu queria te fazer uma surpresa.
Sorri e me aproximei a abraçando.
- Como você está?
- Melhor impossível, amanhã eu já posso ir - Ri.
- Não, se ele te deu dois dias, você não vai os dois dias - Ela bufou - E vamos fazer esses tacos, eu te ajudo.
- Acho melhor pedir - Mordeu o lábio.
- Deixa eu ver como tá a cozinha.
- Não, não, não - Ficou na minha frente me impedindo.
- O que você fez na cozinha? - Pergunto desconfiado.
- Eu deixei algumas coisas cair - Suspirou - Quebrei um copo.
Ri e fui até a cozinha vendo a catástrofe que ela estava.
- Nem tá tão bagunçado assim - Digo sorrindo.
- Tá sim, você que tá sendo legal demais - Ficou na minha frente e colocou a mão na cintura - Eu vou arrumar isso tudo e você! - Se virou pra mim - Vai ficar na sala, quietinho.
Me empurrou até a sala e me sentou no sofá.
- Não se mexa - Saiu - Eu tô falando sério! - Gritou da cozinha e eu ri.
- Mas você vai tentar fazer? - Perguntei um pouco alto.
- Não - Riu - Melhor não.
- Então eu vou pedir, tá bom?
- Tá - Ficou em silêncio - Mas eu pago!
Ri e maneei a cabeça.
Essa garotinha é terrível.
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