História Flores - Capítulo 64

A médica deu alta para as duas e eu não podia estar mais feliz, Cami me ajudou a levar elas até o carro.

Violetta inda estava fraca e a médica me fez prometer que ela não faria muito esforço, assim que fechei a porta me despedi da Cami e entrei no carro.

Dei partida enquanto Violetta estava com Aurora nos braços olhando a rua.

Estacionei em casa e sai do carro, abri a porta pra ela e a ajudei a sair.

- Espera aí - Ela assentiu.

Travei o carro e segurei sua cintura a levando até a porta de casa, abri e ela entrou.

- Vem - Abri a porta do quarto da Aurora e ela a colocou no berço.

Sorrimos e eu beijei sua testa.

- Vai tomar banho, vou preparar algo bem gosto pra você comer - Ela assentiu e eu a ajudei ir até o banheiro.

Fui até a cozinha e comecei a preparar um suco de laranja, abri a geladeira vendo o que eu poderia fazer pra ela comer.

Preparei um sanduíche e esperei ela sair.

- Girassol - Ela apareceu na cozinha com os cabelos molhados e com um vestido soltinho.

- Oi - A abracei e beijei sua bochecha - Deixa eu te mimar? Você merece.

Ela riu.

- Hum, que saudades do seu sanduíche - Se afastou e se sentou na cadeira começando a comer.

- Tá bom? - Ela assentiu.

Ouvimos um chorinho baixo e eu sorri.

- Eu vou lá, fica aí - Digo assim que ela foi se levantar.

Corri até o quarto e a peguei em meus braços.

- O que foi princesinha? - Pergunto enquanto andava pelo quarto - O que aconteceu? Conta pro papai.

Ela ficou quietinha e olhava meu rosto curiosa, sorri.

- Papai é bonito né? - Digo e escuto uma risada

- Até pra ela você vai se gabar? - A olhei e sorri.

- Você é bem teimosa, né? - Ela riu - Espero que a Aurora não puxe sua teimosia, ou teremos problemas - Rimos - Né princesinha?

Ela se remexeu levemente.

- Olha, concordou - Ela riu levemente.

- Eu acho que ela tá desconfortável - A pegou dos meus braços - Vou ter que trocar a fralda.

- Como sabe?

- Instinto de mãe - Gargalhei - Para de rir.

- E de pensar que dois anos atrás você não queria nem namorar - Ela fez um bico - Vontade de voltar no passado e te dizer "Iludida, não sabe o que te espera" - Ela riu e foi com Aurora até nosso quarto a deitando na cama.

- Depois você joga isso na minha cara, agora me ajuda, eu ainda não tenho muita habilidade.

- Imagine eu - Rimos e eu a ajudei com tudo.

- Pronto, tá melhor, meu amor? - A pegou e encostou sua testa na dela - Eu te amo tanto.

Sorri com cena e ela me olhou.

- Seu pai é muito bobão, não é? - A olhei incrédulo e ela riu.

- Sou mesmo, e aí? - Me aproximei e beijei sua testa.

Ela foi com Aurora até a sala e se sentou no sofá.

Me sentei ao seu lado e passei meus braços por sua cintura e deitei minha cabeça sob a sua.

- O clima é diferente, não é? - Ela comenta.

- Bastante - Digo sorrindo.

Ela me olhou e sorriu.

- Eu te amo - Sussurrou emocionada - Eu te amo muito.

- Eu te amo, meu girassol - Sussurrei e lhe beijei calmamente.

                                         ***

Cinco meses depois...

- Cadê meu girassolzinho? - Ela deu um gritinho me fazendo rir - Aí está meu girassolzinho.

Leon a pegou no colo e beijou sua bochecha.

- Oi, Moreninha - Sorri e ele beijou minha testa.

- Faz tempo que você não me chama assim - Ele sorriu e se sentou ao meu lado deixando Aurora em seu colo.

- Eu tenho uma caixa de apelidos pra você, mudam de ocasião, um mais fofo, outro bizarro, outro padrão, outro que eu simplesmente amo falar porque você fica muito puta de raiva.

- Como assim? - Pergunto rindo.

- Esquece, você vai entender - Colocou Aurora em pé - Como foi seu dia, princesinha?

Ela bateu os bracinhos e deu uma risadinha.

- Você tá rindo do que? Posso saber? - Ele deitou a cabeça sorrindo - Do que a senhorita tá achando graça?

Ela babou e eu gargalhei da sua cara.

- Credo, babona - Disse rindo.

Ela deu um gritinho e eu maneei a cabeça.

- Babona - Sussurrou e ela abriu um sorriso - Babona - Ela fez um barulhinho com a boca e ele sorriu.

Sentou ela em seu colo e pegou o pano limpando sua boca.

- Cadê a mamãe? - Perguntou fazendo ela o encarar atenta.

Era incrível como ela era tão esperta, eu me surpreendia.

- Cadê a mamãe? - Ela me olhou e pediu colo - Que traidora.

- Você que mandou ela me procurar, agora aguenta - A peguei e comecei a brincar com ela.

- Vou tomar um banho - Ele se levantou - Já venho.

Assenti.

A campainha tocou e eu fui atender com ela em meu colo pegando alguns fios do meu cabelo.

- Oi Fede - Ele beijou minha bochecha e sorriu pra ela.

- Cadê minha bela adormecida? - Ri e ela sorriu pra ele - Vem com o padrinho, vem?

Ela foi pro seu colo.

- Eu vou fazer alguma coisa pra gente comer.

- Cadê o Leon?

- Tá no banho - Ele assentiu e começou a brincar com ela.

Fui até a cozinha e mordi meu lábio.

- O que foi? - O encarei - Por que tá mordendo seu lábio? Hum? - Me abraçou por trás e beijou minha bochecha.

- De vontade de comer o bolo da Olga - Ele suspirou e sorriu contra minha bochecha.

- Hoje é o seu dia de sorte - Se afastou e saiu da cozinha.

Franzi a testa e logo ele voltou com o bolo da Olga em mãos.

- Aonde eu fui ver a obra, era perto de lá, aproveitei e comprei pra você.

- Eu já disse que te amo? - Ele sorriu e deixou o bolo na mesa.

- Já, mas sempre pode repetir, eu não me canso de ouvir - Disse segurando minha cintura.

- Eu te amo - Sussurrei e ele me beijou calmamente, passei meus braços por seu pescoço e levantei meus pés ficando mais confortável.

Ele apertou minha cintura e deixou o beijo mais urgente.

- Violetta, ela - Parou de falar e nós nos separamos - Meu Deus, que pouca vergonha é essa? - Rimos e ele cobriu os olhos da Aurora - Não veja isso, bela adormecida.

Escondi meu rosto no peito do León que riu me abraçando.

- Seu estraga prazeres - Resmungou.

- Pelo menos avisem que vocês estão se pegando na cozinha - Corei - Ah que nojo, não quero mais comer.

- Federico! - León gritou rindo e ele saiu da cozinha gargalhando - Sabia que você é linda vermelha?

- Que vergonha - Digo tentando esconder meu rosto, mas ele não deixou.

Leon me colocou sentada na bancada e sorriu.

- Você é uma graça - Sorri.

- Ae, eu vim aqui avisar que - Ele voltou - Eu acho que alguém precisa ter a fralda trocada.

Desci da bancada e a peguei em meus braços indo até seu quartinho, troquei sua fralda e beijei sua bochecha voltando a cozinha.

- Pronto - Leon pegou ela de mim.

- Vamos cantar - Ela o encarou - Um Federico incomoda muita gente, dois Federico incomodam muito mais - Cantarolou e eu Gargalhei da cara que o Fede fez pra ele.

Aurora abriu um sorrisinho e começou a bater palminha.

- Que isso Aurora? - Fede perguntou cruzando os braços incrédulo, eu sorria da cena, ela era tão fofa.

- Seis Federicos incomodam muita gente, Sete Federicos - Parou de cantar e começou a rir da empolgação dela - Meu Deus, eu te amo.

Beijou sua bochecha.

- Eu vou relevar, por que ela não tem noção do seu discurso de ódio sob mim - Ele disse sorrindo.

Peguei o bolo e comecei a cortar pegando um pedaço pra mim.

- Eu aprendi que a visita tem que ser servida primeiro, Maninha - Fede me provocou.

- Achei que você não queria mais comer - León riu.

Cortei um pedaço e entreguei pra ele que sorriu e se sentou com Aurora em seu colo.

- Tu pode tirar sua mãozinha gordinha daí - Disse tirando a mão dela que estava perto do prato me fazendo rir - Malandrinha.

Ela me olhou e fez um barulho como se fosse um resmungo de indignação.

- Olhem só, ainda reclama - Rimos - Tem nem tamanho - Fede apertou sua bochecha.

Entreguei um pedaço do bolo pro Fede que beijou minha bochecha.

- Valeu Vilu - Voltei a comer e notei quando ela aproveitou que o León se distraiu colocando a mão com tudo no pedaço de bolo o amassando com muita vontade.

- Meu Deus, Aurora! - Ele disse surpreso me fazendo rir.

Ela levou sua mãozinha gordinha até a boca e se lambuzou inteira tentando de alguma forma comer o que ela conseguiu pegar.

Ela bateu as perninhas animada e nós rimos com aquela fofura.

- Alguém gostou do Bolo - León pegou o guardanapo e começou a limpar sua mão e sua boca - Sua malandrinha.

Ela deu uma risadinha gostosa de se ouvir e pegou a camiseta dele com suas mãozinhas tentando levar até a boca.

- Não - Ele a impediu.

- Os dentinhos devem tá começando a nascer - Fede comentou.

- Provavelmente - León a deixou em pé em suas coxas e sorriu pra ela - Eu vou te morder.

Ela riu e bateu os bracinhos.

- Aurora - Fede se agachou ao lado do León e pegou a mão dela balançando levemente - Cadê minha bela adormecida? Hum?

Ela sorriu pra ele e pediu colo.

- Aurora! Você vai me trair de novo? - León perguntou emburrado cruzando os braços.

Encarei aquela cena com um sorriso no rosto.

Eu tinha construído uma família e ao pensar em tudo o que aconteceu até aquí.

Valeu a pena cada choro, cada lágrima, cada discussão, estamos aqui fortes e maduros.

Eu não tenho nenhuma dúvida que sou feliz.

Três anos atrás eu era uma garota fechada, com uma vida pacata e o León simplemente chegou e me mostrou um mundo mais colorido.

Ele me mostrou um mundo cheio de flores e hoje eu posso dizer que sou feliz.