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História Flores - Flores; capítulo único


Escrita por: Senka_Lucifer

Notas do Autor


Escrevi na pira pq tava meio boiola com umas histórias Kirasaya que eu li, mas não se trata exclusivamente deste ship

Aproveitem essa aventura florida

Capítulo 1 - Flores; capítulo único


"-Hoje nós teremos visitas, limpe o saguão.- Disse o homem alto e de cabelos grisalhos enquanto apontava para a jovem Batsubami.- Você tem vinte minutos, gado.- A menor assentiu e logo pegou a vassoura em mãos.-

Enquanto Rei limpava aquele saguão, ela escutava e via as crianças do clã correndo, rindo e vivendo por todo o jardim. Um suspiro cansado escapou de seus lábios sem querer, não sabia o porquê de ser tratada daquela forma mas não seria capaz de bater de frente com aquela que comandava o clã, a vassoura escapou de suas mãos quando se assustou com uma aranha que surgiu ali mas logo de recuperou e espantou o animal sem mata-lo.

Rei sentia falta daquela mulher que lhe concedeu o único presente que havia recebido na vida, a única que sempre tratou sua pessoa com respeito e igualdade. O tempo passou rapidamente e as visitas chegaram, era um casal que aparentemente não era tão rico assim, isso causou confusão na cabeça da criança. A mulher e o homem olharam para a pequenina, sorriram e acenaram gentilmente, Rei sorriu e sentiu seu rosto esquentar antes de retribuir o gesto.

Quebra de tempo

A noite já havia caído, com isso grande parte das pessoas do clã já estavam dormindo mas Rei não. Rei gostava da noite por causa da paz e do silêncio que ela trazia, silêncio que foi quebrado quando um sussurro fez-se presente.

-Pss hey..- Rei não virou para ver quem era, tinha em mente que poderia ser alguma criança do clã e então resolver ignorar.- Pss hey!- O chamado se repetiu por mais três vezes, até.- Pss hey!!- Ele soou colado a sua orelha a fazendo se arrepiar e se assustar.- Oi!- Rei nunca tinha visto aquela pessoa na vida, ela se lembraria facilmente de olhos tão ternos e de coloração tão bela.-

-Quem é você?!- Sussurrou assustada.-

-Me chamo Keiko Kenshi, prazer em conhecer!- Keiko estendeu a mão para a Batsubami e esperou que ela a fosse segurar.- Qual seu nome?-

-R-Rei.. Rei Batsubami.- Mesmo exitante a garota de cabelos castanhos segurou a mão da maior.- O que faz aqui?- As mãos se soltaram e as duas olharam para o céu.-

-Eu observei vocês o dia todo. Queria te chamar pra brincar, você parece legal.- A resposta surpreendeu a menor que sentiu o rosto corar e desviou o olhar do céu para a morena.- Eu vi que as outras crianças tavam brincando de pega-pega, quer brincar comigo?- A mente infantil não viu problema em ceder a um pedido que soou tão atrativo.-

A brincadeira teve início quando a lua estava quase em seu ápice, a grande lua cheia iluminava todas as residências do local, assim como iluminava os olhos azuis que observavam aquela cena das garotinhas brincando e sorrindo abertamente enquanto tomavam cuidado com o barulho. Keiko percebeu que estavam sendo observadas quando viu um vislumbre de olhos incrivelmente azuis em uma fresta de uma janela, Rei tentou impedir mas acabou falhando na missão de tentar impedir que a morena fosse até a janela.

Do outro lado, uma garota belíssima de longos cabelos brancos e olhos azuis como um lago cristalino observava a menina de olhos verdes se aproximando. Keiko acenou e sorriu ternamente, poderia acabar se dando mal no fim.. mas de que isso importa? Colocar um sorriso no rosto daqueles que não tem esse costume é o que motivou a pequena Kenshi a fazer essa loucura. De repente a garota sumiu de frente da janela e apareceu novamente abrindo a porta com extremo cuidado para não fazer barulho algum.

-Oi!- Seu sussurro era impressionantemente baixo, mas audível.- Eu sou Keiko Kenshi e você? Quer vir conosco? Eu tenho uma coisa pra mostrar.-

-Kirari..- A garota pálida queria negar mas sua curiosidade gritou mais alto.- Claro.-

As bamis foram guiadas pela Kenshi até um pouco longe das casas do clã, lá tiveram o vislumbre de um belíssimo e muito bem cuidado jardim decorado com flores brancas e em um tom de vinho escuro. Kirari logo se interessou pelas brancas e caminhou até onde várias delas estavam plantadas, já Rei resolveu olhar mais de perto as flores escuras. 
-Quer saber o que ela significa?- Perguntou primeiro para Rei que sorriu e assentiu.- Ela pode ser usada para significar várias coisas diferentes, e muitos enfatizam que, a rosa negra também pode significar um novo começo e renascimento. Para ser mais específico, que significa a morte, e morte pode ser seguido de renascimento, e é por isso que, rosas negras inspiraram muitos a começar de novo.- Os olhos de Rei se iluminaram com a explicação e seu corpo esquentou, de agora em diante, rosas negras seriam suas flores preferidas.-

-E o que essas significam?- Kirari estava curiosa e não se importava de demonstrar isso.-

- O significado dos lírios pode variar de acordo com a coloração de suas pétalas. Mas, de modo geral, a espécie é muito associada ao romantismo e simboliza a pureza, a inocência e o amor puro.- Keiko explicou e logo então se sentou no gramado verde que tinha no centro das flores.- Mas as minhas preferidas são Tulipas, que significam fervoroso amor. As cores influenciam no significado: enquanto as tulipas vermelhas são as de declarações de um amor duradouro e dedicado, as amarelas significam um amor sem esperança. E as
Violetas, lealdade, modéstia e simplicidade. Violetas brancas podem significar que uma promessa está sendo feita.-

-O lírio e a violeta parecem uma boa combinação.- Kirari sussurrou para si mesma e um sentimento desconhecido surgiu em seu peito, tudo que ela entendeu sob essa sensação, foi que tudo seria explicado mais para a frente.-

-A rosa negra e as tulipas parecem meio distantes..- Rei disse e Keiko sorriu simples antes de responder.-

-A minha mãe diz que isso a gente entende só lá na frente.-

Desde aquela noite, Keiko fazia questão de voltar sempre que conseguia e com o tempo conheceu Ririka Momobami, irmã gêmea de Kirari. Foram três meses, três meses onde Ririka, Kirari e Rei puderam conhecer a felicidade sem violência e tomar conhecimento do que era receber algo sem que a pessoa quisesse algo em troca, três meses de sorrisos e cumplicidades trocadas. Mas infelizmente nada dura para sempre. Certa noite, ao invés da presença da morena de olhos verdes, haviam apenas três cartas e em cima delas as flores preferidas de cada uma das garotas, um lírio para Kirari, um girassol para Ririka e uma rosa negra para a Batsubami.

-'Para Kirari Momobami, eu deixo a flor que representa a inocência e o amor puro como forma de agradecer pelos três melhores meses da minha vida.'-

-'Para Ririka Momobami eu concedo a flor que segue o sol, aquela que busca sua própria luz e que não depende de ninguém para a ajudar. Seja sua luz.'-

-'Para você, Rei, eu deixo a flor do renascimento e da mudança, seu destino não está talhado em pedra. Desenhe seu próprio caminho e conceda sua gentileza a aqueles que realmente merecerem.'-

Deixado no centro do conjunto de casas, um último envelope violeta escuro com bordas pretas e amarelas com uma tulipa e uma violeta em cima. Kirari foi a primeira a chegar na carta e a leu em voz alta para as duas garotas ao seu lado.

-'Infelizmente nosso tempo chegou ao fim, eu queria poder passar mais tempo com cada uma de vocês, seja para desfrutar os prazeres de nossas brincadeiras ou compartilhar a dor de nossos dias mas isso não será possível. Eu faço um pedido a todas vocês. Não mudem quem vocês são em pró da aceitação alheia, vocês são perfeitas a suas próprias maneiras, com seus próprios defeitos.

Posso não saber o que o futuro guarda para cada uma de nós, mas, será um prazer brincar de viver, desde que seja com vocês. Vamos apostar? Eu aposto que estarei de volta dentro de quatro anos, vocês concordam ou discordam?

Até lá, por favor, fiquem bem.

                        Assinado: Keiko Kenshi.'-"
Pov Kirari

Por que.. por que eu me lembrei disso agora? Já fazem três anos em meio que isso tudo aconteceu e até hoje você não deu sinal de vida. Suspirei e escutei os passos leves de Sayaka vindo em minha direção, olhei para ela, seu cabelo perfeitamente arrumado, uniforme estritamente alinhado e postura impecável, ela dispôs uma xícara de chá a minha frente e quando ia sair eu segurei sua mão. Uma pergunta me veio a mente na hora.

-Sayaka.. qual sua flor preferida?- Ela se virou para mim, seu rosto corado e olhos vivos encararam os meus.-

-Minha flor preferida são as violetas, Presidente.- Aquela sensação de três anos atrás invadiu meu peito novamente.-

-Algum motivo específico?- Ela assentiu enquanto um sorriso bobo surgia em seu rosto.-

-Eu não quero lhe entediar com uma história tão irreal..- Apoiei o queixo em minha mão.-

-Sou toda ouvidos, Sayaka.- Ela respirou fundo e assentiu.-

-É sobre a lenda da Violeta.-

" De acordo com a lenda, havia um rei na Inglaterra chamado de Rei Frost (frio, gelado). Em seu reinado era inverno rigoroso durante todo o ano e a população, sem recursos para se aquecer, padecia com o frio excessivo que o rei lhes impunha. Frost, em seu palácio, apreciava a paisagem gelada, como seu coração. Ele não tinha amigos, não era apreciado pelos seus súditos e sentia-se só. Acreditava ser sua obrigação desposar uma rainha, tanto para ter um herdeiro quanto para espantar a solidão em seu grande castelo.

Sendo assim, enviou seus serviçais para que saíssem em busca de uma linda e carinhosa jovem que o ajudasse a espantar a tristeza de seu frio coração. A busca demorou a dar resultados, já que sua fama não era das melhores. Após andarem incansavelmente por muitos dias, os emissários encontraram, em um distante povoado primaveril, uma linda camponesa que ali vivia com a sua família. A jovem era tímida, mas extremamente bela. Possuía profundidade no olhar. Era humilde, caridosa e delicada, sendo, deste modo, a suposta esposa ideal para o rei Frost. Seu nome era Violeta.

Violeta aceitou ser levada para ver Frost. Este, ficou imediatamente apaixonado pela moça. Casaram-se e a ternura de Violeta aqueceu o coração gelado deste homem, que se derreteu como a neve ao calor do sol da primavera. Frost tornou-se outro homem. Seu novo coração sentia pelos seus súditos e ele decidiu que não seria mais inverno durante todo o ano e, quando fosse, seria um inverno ameno e tranquilo de se passar. Frost transformou-se em um homem feliz com a sua Violeta e sua felicidade transbordava em bondade, humildade e delicadeza com o próximo.

No entanto, Violeta sentia saudades de sua família e de seu distante povoado, tendo pedido ao marido para lhe permitir visitá-los durante alguns meses por ano. Frost atenderia ao seu pedido, com uma condição: voltaria durante os meses quentes do ano, e sob a forma de uma linda flor. A moça aceitou e, desde então, durante a primavera, floresce como as lindas violetas que conhecemos, retornando como rainha durante o inverno, para o seu marido."

Cada parte daquela lenda me remetia a Sayaka e eu, alguém gelado e com excesso de desesperança e uma mulher como Sayaka. Me levantei e fiquei a poucos centímetros do rosto da mulher de cabelos roxos e olhos violetas a minha frente.

-P-presidente, está tudo bem? A senhorita está... chorando..- Eu estou? De que importa?- Eu disse algo errado?- Sorri achando graça.-

-Sayaka, eu finalmente entendi... aquele sentimento, aquela sensação de que algo grande me esperava no futuro.. era tudo sobre você.- Minha visão estava turva por conta das lágrimas que persistiam em se acumular e depois escorregar por minhas bochechas.- Minha Violeta.- Seus olhos se arregalaram e eu a beijei, depois da Torre e depois da confissão eu não aguentava mais esperar por esse momento.-
Pov Autor

Enquanto o Lírio e a Violeta floresciam juntos em seu próprio espaço, os três girassóis caminhavam enquanto conversavam suavemente e mesmo sem perceber, ambas caminhavam lado a lado com seus próprios sóis, com suas próprias inspirações e amores. Mary, Ririka e Yumeko eram tanto seguidoras quanto seguidas por girassóis que se voltavam para elas. A mais velha parou de caminhar quando sentiu a brisa acariciar seu rosto trazendo com ela o perfume das tulipas recém plantadas no jardim. Seus olhos transbordaram, finalmente estava fazendo amigas e isso era seu maior refresco para sua vida maluca dentro do clã Momobami.

Já Rei, bom... o que posso dizer? A mesma brisa que acariciou o rosto de Ririka, soprou em direção da ela em um caloroso abraço, um abraço que foi tão bem aproveitado que serviu como disfarce para os passos que de faziam presentes atrás da garota problema. De repente uma rosa foi colocada a frente do rosto delicado de Rei, seu perfume característico fez com que a garota fosse certeira em que espécie de rosa era aquela, essa que novamente vinha acompanhada com uma carta.

-'Venham me encontrar no nosso cantinho, e eu as contemplarei com as maiores beldades que puderem imaginar.'- Assim que Rei leu aquela cartinha, foi correndo contar para as garotas que se apressaram e segui-la até aquele jardim maravilhoso que não ficava longe da casa das Momobami.-

O pequeno morrinho que havia ali permitiu a visão do campo mais florido do que nunca, cheio de flores de todos os tipos e no centro uma pessoa as esperando de braços abertos, longos cabelos escuros e inconfundíveis olhos verdes. 


Notas Finais


Bom é isso, por favor digam o que acharam ^-^


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