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História Flores de Platina - ABO - Agastache


Escrita por: eeveemochi

Capítulo 22 - Agastache


“Ikkaku era a criança mais fofa do mundo, suas bochechas gordinhas e cabeludo, dos seus três filhos, Ikkaku eram o mais fofo, era o bebê mais lindo que ele já viu, era precioso e Mika amava cuidar dele, não que fizesse diferença entre seus filhos, longe disso. Mas Ikkaku era o mais apegado a ele, desde que nasceu, seu pequeno era uma obra de arte perfeita.

Mika o segurava em seus braços enquanto o ninava, diferente de Miyazaki e Rinko que gostavam de ficar com Ino, Ikkaku preferia o colo de seu papai, ele amava ficar com Mika, de segui-lo para toda parte e ser o centro da sua atenção, era como diziam, Mika era pai e mãe de Ikkaku.

- ele já dormiu, ponha no berço... – Ino falou terminando de amamentar Rinko

- um minuto. – Mika o olhava.

- você vai deixá-lo mal-acostumado... – Ino comentou. – vai ter que ficar com ele no colo sempre que fizer birra.

- eu sei, não tem problema. – Mika sorriu e a olhou. – eu o carregaria até mesmo quando estivesse com 20 anos.

Ino riu nasalado. – tenho certeza de que faria isso...

Mika voltou a olhar para o bebê em seu colo, ele sentia uma tremenda felicidade, era a época que mais foi feliz, ele, sua esposa e seus três filhos, não era o casamente mais perfeito,

Ikkaku foi o único que não mamou no peito, ele não tinha essa conexão com Ino, era como se ele tivesse nascido para seu pai, eles tinham uma conexão, Ikkaku chorou tanto quando nasceu e só se acalmou quando Mika o pegou no colo. Foi instantâneo, era como se reconhecesse que era seu pai, Mika beijou sua testa e o deitou, Ikkaku abriu os olhos e sorriu”

 

Mika acordou assustado, mas não se moveu, pois sabia que ainda estava com companhia, ele sentia um cheiro familiar, algo que já sentiu antes, mas não se recordava de onde. As lembranças da noite de bebedeira vieram como

Kamui olhou para o alfa em sua cama e sorriu. Ele tinha conseguido, ele finalmente conseguiu e provavelmente Kiichi e Shiro iriam surtar quando soubessem. O ômega pegou um dos cigarros dele e acendeu, ele não conseguia parar de olhar para o alfa 

- dá para parar de ficar me olhando? – Mika pediu sonolento. - Eu estou tentando dormir.

- você está fingindo dormir para que eu não tente nada com você?

Mika virou olhando para o ômega. - claro, seus pais me dariam uma surra. Já é ruim o bastante eu ter bebido e ter parado na sua cama, não preciso que Kakashi ou Obito me espanque gratuitamente.

- não se preocupe, eles estão ocupados demais tentando resolver o problema Hideki e Ayami...

- o que aconteceu com o Hideki e Ayami? – Mika perguntou assustado, sabia bem pouco sobre o rapaz, apenas que ele era o destinado de Ayami.

Kamui se aproximou se sentando no colo do alfa. - Ayami estuprou um ômega, ninguém sabe quem é... mas aparentemente tio Neji ficou sabendo e todos acham que é o Hideki, porque eles são destinados, mas sei que o Hideki está bem protegido...

Mika o olhou assustado. - você está de sacanagem com a minha cara?

- não... – Kamui beijou o seu pescoço, o ômega ficou cara a cara com Mika, o alfa desviou o olhar, mas Kamui segurou seu queixo. - não precisa se fazer de difícil. A Ino não vai voltar sabe... Miyazaki já falou para todo mundo que você é divorciado.

- isso foi um erro. – Mika o tirou de seu colo e se afastou. - eu preciso ver os meus filhos.

- Mika!

- e antes que eu me esqueça eu estou com os seus tios Neji e Yui. – Mika falou pegando suas roupas e saiu.

Se vestiu na porta de entrada mesmo, olhou para os lados e ainda estava amanhecendo. Mika calçou os sapatos e começou a andar procurando um táxi ou até mesmo transporte público. 

- chegamos senhor. - o taxista disse acordando Mika.

- obrigado. - o alfa saiu do veículo e caminhou devagar até a porta de entrada, não sabia como iria dizer aos dois que transou com o sobrinho de Fuyuki

Mika entrou na casa, parecia tudo normal, tudo calmo, calmo demais, ele suspirou, estava cansado demais e parecia que essa sensação jamais ia sumir.

- papai! - Ikkaku falou e sorriu.

- Wakko, como está? – Mika o abraçou. – tudo bem meu amor?

- Eu estou maravilhoso como sempre. – Ikkaku o olhou. - E você? O que você aprontou?

- nada, eu só enchi a cara...

- dá para notar. – Ikkaku torceu o nariz. – você tá fedendo.

- eu vou tomar banho e te levo até o colégio, quero conversar com você...

- Oukey...

Ikkaku sorriu indo para a cozinha, Mika suspirou indo para o andar de cima, Neji e Fuyuki já estavam acordados, ele entrou e os dois o olharam, Mika não se lembrava muito o que aconteceu, sua mão estava machucada, mas não era nada preocupante.

- bom dia...

O casal o olhou, Fuyuki estava de pé olhando para a janela e Neji sentado na cama, pareciam ter conversado e estavam receosos, o alfa Uchiha o olhou.

- onde estava? – Neji perguntou.

- em um bar... – Mika mentiu.

- em um bar? – Fuyuki perguntou irritado. – por quê?

Mika deu de ombros. – por que eu iria a um bar?

Neji suspirou visivelmente cansado, tinha sido a pior noite de sua vida, depois que Ikkaku chegou, tiveram vários telefonemas de amigos, pois, seus filhos se sentiam ameaçados por Ayami, o adolescente estava fora de controle, tentou atacar Daisuke, Shinki e Haru, Fuyuki teve que ir buscá-lo e injetou mais de 5 supressores nele, o que confirmava tudo que Ikkaku disse. E agora o casal não fazia ideia de como contaria isso para Mika, pois, Ikkaku foi categórico ao dizer que não falaria nada para seu pai, não queria que o visse como algo frágil e machucado.

- eu estou cansado. – Fuyuki falou. – foi uma noite difícil, e você chega agora como se nada tivesse acontecido.

- sinto muito por isso, eu... – Mika olhou para o casal. – eu sei que escondo muito sobre o meu passado, mas faço isso porque eu sei que se eu contar, vou me sentir... sujo.

- e por que você se sentiria assim? – Neji perguntou.

- um dia vocês vão saber... – Mika entrou no banheiro.

Fuyuki olhou para o marido, Neji suspirou deitando-se, eles esperaram a noite toda por Mika, pois precisavam contar o que aconteceu, não era a notícia mais agradável do mundo, jamais seria, eles pensaram bem, e mesmo que Ikkaku pedisse segredo, seu algoz morava sob o mesmo teto. A cada hora que se passava se tornava mais e mais difícil de contar ao alfa Ishikawa que seu precioso filho tinha sido estuprado pelo seu enteado.

- o que vamos fazer? – Neji perguntou desesperado. – no momento que ele souber, vai embora.

- e ele vai ter toda a razão de ir embora. Nosso filho fez algo abominável.

Neji respirou fundo, estava decepcionado com seu primogênito, jamais imaginou que Ayami seria capaz de algo assim, não quando ele dizia que amava Ikkaku e pior, amava Mika, nada fazia sentido.

Mika saiu do banheiro com uma toalha na cintura e uma menor secando o cabelo, Fuyuki se aproximou dele e o ajudou. – obrigado.

- eu estava pensando em... talvez...

- eu acho que é melhor eu morar com os meus filhos na minha casa, enquanto nosso relacionamento não avança. – Mika avisou, ele tinha pensado nisso, sonhar com Ikkaku o fez pensar em seus filhos, em Rinko tendo que morar com Aoi, Ikkaku com Ayami e Miyazaki, eram adolescentes e voltariam a brigar.

- você quer avançar? – Neji perguntou ansioso, não queria demonstrar que estava desesperado para ter um avanço em seu relacionamento com Mika.

Mika sorriu. – ômega, você quer saber se eu quero me casar com vocês ou algo assim?

- é. – Neji falou de imediato. – eu quero saber se você quer se casar conosco ou algo assim...

- sim, eu quero me casar com vocês ou algo assim... – Mika sorriu indo até Neji e o beijou. – mas eu quero namorar vocês, ter encontros, sair para beber e sei lá, parar em um motel porque estamos tão bêbados que não conseguimos andar, como aconteceu em Paris, eu amei aquela noite. Eu quero ser cortejado, ganhar presentes, dar presentes, eu não ser precipitado e pular para o casamento sem ter passado pela fase do namoro e noivado, eu... amo vocês, amo muito e tenho certeza de que eu quero passar minha vida com vocês, se eu continuar aqui, não vamos ter isso, então...

Fuyuki segurou seu rosto e o beijou, Mika o abraçou aprofundando o beijo, Neji olhava a cena com certa tristeza, pois sabia que assim que Mikaku ficasse sabendo o que aconteceu, ele detestaria os dois e os seus filhos.

- eu também... – Fuyuki sorriu.

- sim, vamos fazer isso dar certo. – Neji sorriu indo até seus dois alfas.

 

Ikkaku olhava para o celular esperando seu pai aparecer, era uma sensação estranha, seu corpo não parecia o mesmo de ontem, era como se tivesse sido substituído por um corpo asqueroso, seu corpo e mente não eram mais os mesmos, hoje ele acordou se sentindo completamente diferente, choroso, revivia todo o ocorrido em flash, se perguntava se realmente tinha sido real, que aquele rapaz doce tinha infligido tal violência em seu corpo, e sim, ele tinha, o autoerotismo sádico daquele alfa fez com que a Ikkaku fosse um mero objeto de sua descarga. Não houve sentimento, mas sim excitação e violência. E agora que sofreu tal violência, ele se sentia como vivenciado a situação limite entre a vida e a morte, um trauma de grande magnitude. A angústia presente nele é de aniquilamento, de terror paralisante e desamparo extremo, nada no mundo faria com que esse episódio fosse apagado de sua mente, Ikkaku se sentia responsável de tal ato, se não tivesse terminado com Ayami, talvez isso não tivesse acontecido. Talvez ele não tivesse ficado furioso ao ponto de chegar a esse extremo, talvez...

- Ikkaku... – Ayami o chamou. - podemos conversar?

- eu não quero. – Ikkaku olhou para Ayami, não parecia ser o mesmo de ontem, na mente do jovem ômega, Ayami parecia um monstro, um vampiro que sugaria seu sangue, sua vida e todos os seus sonhos. – por favor me deixa em paz...

- eu quero me explicar.

- eu não me importo com nada do que você quer me dizer, eu estou pouco me fodendo para as suas desculpas ou para suas explicações. Fica bem longe de mim...

Rinko e Aoi olhavam para os dois completamente assustadas. Ikkaku falava com tanta seriedade, que não parecia nenhum pouco com Ikkaku sorridente e feliz, parecia quebrado, sua voz apesar de firme tinha um tom de tristeza, algo aconteceu, Rinko ficou ao lado do irmão.

- Ikkaku?

Ayami deu um passo à frente. - I...

Ikkaku o empurrou e saiu correndo para o quarto de seu pai, precisava de proteção, Ayami estava horrorizado pelo que fez, ele sabia que seu ato teria uma grave consequência.

- o que você fez? – Rinko perguntou com seriedade.

Ayami engoliu em seco. – eu o machuquei...

- como? – Rinko indagou, se Ayami tivesse feito algo contra seu irmãozinho, ela esqueceria completamente a irmandade e acabaria com Ayami.

O alfa por sua vez ficou quieto, era uma situação que ele precisava resolver com Ikkaku e envolver outras pessoas so atrapalharia, visto que Rinko estava preste a partir para agressão, Aoi se prontificou ficando entre os dois.

- seja lá o que for, não é algo simples de aceitar. – Aoi falou. - não é como se você tivesse perdido o celular dele ou algo assim, ele é um ômega e se você o machucou deve deixá-lo quieto por um tempo.

- o que aconteceu entre vocês dois? – Rinko perguntou. – o que você fez?

- eu só lembro de ter visto o Hideki com Miyazaki, depois disso...

- você fugiu. – Aoi engoliu em seco. – ver seu destinado com outro deve ter mexido com você...

- eu não acredito que o Hideki esteja com o Miyazaki. - Rinko comentou. – isso é improvável

 - eu não quis nada disso... - Ayami falou choroso. – quando eu vi o Miyazaki com Hideki...

- o Miyazaki o que? – Mika perguntou, Ikkaku tinha entrado no quarto e por pouco não os pegou fazendo algo indecente, por sorte eles já tinham acabado, Mika terminava de se trocar quando Ikkaku pulou em seu colo pedindo proteção.

Neji olhou para a cena de coração partido, Fuyuki e ele foram até Ikkaku, o alfa Uchiha o pegou no colo o aninhando e pediu que deixasse Mika terminar de se vestir e assim pudesse cuidar dele. Assim que terminou, Mika e ele saíram juntos.

Ayami virou olhando para seu padrasto e engoliu em seco. - Hideki e o seu filho estão juntos, ele é o meu destinado...

- você seguiu seus instintos, assim como o Miyazaki está seguindo os dele. Rinko, vamos preciso conversar com você e com os seus irmãos. 

Rinko concordou seguindo o seu pai. – tio Midori está te procurando.

- problema dele...

.....

Hideki tinha plena certeza do que estava fazendo, ele não podia deixar as coisas assim, mas estava feliz demais por ter aceitado, Miyazaki continuava deitado de bruços, seus braços embaixo do travesseiro e seu rosto adormecido o deixava angelical, era pedir demais por alguém tão sexy e viril. Seu celular começou a tocar novamente, sabia que seu ex-noivo já deveria ter contado toda a história para os seus pais e Obito deveria estar louco atras dele.

- desliga isso... – Miyazaki resmungou olhando para o ômega.

Hideki usava uma de suas camisetas que mais lhe parecia um vestido, fumava na janela, apagou seu cigarro e foi até a cama e se sentou sendo abraçado, Miyazaki permaneceu em seu colo abraçando sua cintura.

 Miyazaki o olhou, o alfa não tinha dormido direito por causa de Ikkaku e agora deveria se trocar para ir ao colégio. – que horas são?

- 7:12. – Hideki acariciou o cabelo dele. – você vai para aula?

- deveria?

- sim...

- mas eu não quero... – Miyazaki falou manhoso, Hideki tinha que agradecer a Mika pessoalmente pelo ótimo trabalho em fazer esse garoto.

- benza a Deus. – Hideki sorriu.

- o que? – Miyazaki perguntou sem entender.

- já que você não quer ir para o colégio, quer matar aula no meu apartamento?

- eu ia amar... – Miyazaki sorriu ladino, se aproximou aos poucos para roubar um beijo, mas o celular de Hideki começou a tocar novamente.

O ômega suspirou e pegou o celular, diria a sua mão que conversaria outro dia, ou algo assim, mas se assustou ao ver que não era sua mãe quem ligava.

 

Miyazaki saiu do quarto sendo seguido pelo ômega, foi rápido ele conseguiu ajudar Hideki a sair escondido, Neji e Fuyuki tomavam café com Yuuki, o alfa adolescente sorriu largamente torcendo para que seu padrasto e mãedrasta não tivessem notado.

- bom dia. – Miyazaki sorriu pegando um pote com frutas.

- bom dia. – o casal falou.

- quem era aquele moço? – Yuuki perguntou.

- que moço? – Neji perguntou sem entender.

Miyazaki olhou para Yuuki. – do que está falando? Está vendo fantasmas agora?

Yuuki ponderou um pouco. – acho que estou, igual àquela garota de cabelos pretos que eu vi entrando no seu quarto.

- meu Deus, alguém chama um padre, um bispo, monge, exorcista pelo amor de Cristo.

- eu vejo fantasmas buh! Buh! – Yuuki saiu de sua cadeira e começou a perseguir Miyazaki. – eu vejo seus fantasmas.

- tá amarrado! – Miyazaki correu fugindo do pirralho Uchiha.

Fuyuki não prestava atenção na brincadeira dos dois, apenas olhava para o seu celular esperando o retorno, ele tinha conseguido o número com Kakashi, aparentemente eles também estavam loucos atras desse ômega, o alfa suspirou pretendia ligar novamente, até que ele deu sinal de vida. Ele se levantou para ter uma conversa em particular.

- alo?

- posso saber por que me ligou?

- você está bem? – Fuyuki perguntou preocupado. – Ayami te...

- então foi por causa do Ayami. - Hideki falou e riu nasalado. – eu estou bem tio. 

- Hideki, olha você é meu sobrinho e eu te amo, mas você não pode fazer isso com Ayami. Ele é só uma criança, e isso pode estragar o relacionamento do Ayami e do Ikkaku...

- Ayami é meu par ideal, sabe disso né? – Hideki perguntou. - Eu sinto muito tio se isso te decepciona, mas eu...

Fuyuki já desconfiava disso a muito tempo. - eu... ele te atacou?

- não... – Hideki respondeu simplório. – não o vejo há quase um mês.

- Aoi disse... Hideki, existe um tratamento para desfazer a marca. – Fuyuki falou. 

Hideki ficou um tempo em silencio e finalmente entendeu, talvez nem Miyazaki soubesse. – Ayami me viu com outro alfa ontem. Ele atacou Ikkaku, eu que levei até sua casa... deveria ver se ele não foi marcado...

- o que? – Fuyuki ficou mais decepcionado, então não foi Hideki o envolvido, quando pegou Ayami naquela festa ele gritava pelo nome de Hideki, o que foi o suficiente para todos pensarem que ele tinha sido atacado.

- é, eu estava com outro alfa tio Yui, eu sei que seu filho é meu destinado, mas ele não é o que eu quero, talvez seja por isso que ele surtou, pois viu o ômega que nasceu para ele ser feliz com outro... – Hideki falou com seriedade. – eu acho que piorou tudo porque eu estava com alguém próximo a ele.

- Mika?

- o que?! – Hideki perguntou assustado. – Não! Deus, não! É o Miyazaki.

- eu não... acredito.

- se não acredita, veja o pescoço dele, próximo a orelha. Eu deixei minha marca.

Fuyuki entrou na cozinha e olhou para Miyazaki, o rapaz já estava com o cabelo maior, em comparação a Ayami ele parecia um dominante, era alto, forte, seu uniforme escolar parecia que há qualquer segundo seria rasgado, se aproximou olhando para o pescoço com atenção, era um chupão no local exato. Então era real, Ayami não tinha atacado Hideki como Obito suspeitava, seu sangue ferveu e marchou até o quarto do adolescente.

- amor? – Neji o chamou sendo ignorado, ele se levantou. - Fuyuki!

O alfa andava em apenas uma direção, o quarto do filho mais velho, Fuyuki entrou sem dizer nada, Ayami estava em pé perto da cama terminando de arrumar seu material, o alfa o derrubou prendendo de bruços, agarrando o cabelo da nuca do menor expôs seu pescoço, não havia marca, Miyazaki e Neji o seguiam, ao chegar ficaram na porta, Miyazaki apenas seguiu sua madrasta para tirar Fuyuki de cima dele caso fosse necessário.

- Fuyuki! Solta ele! - Neji se aproximou dos dois puxando o marido. – Miyazaki me ajuda aqui!

- você atacou o Ikakku? – Fuyuki perguntou com raiva. 

Ayami ficou em silêncio, estava envergonhado por tudo que fez, por ter deixado seu gênero o dominar, Miyazaki o olhou. – pai...

- como você pode ser tão vil, sabe o quanto isso é repugnante?! – Fuyuki gritou fazendo Ayami e Neji se encolherem.

Fuyuki se afastou saindo do quarto antes que perdesse de vez o controle, Neji e Ayami estavam tão assustados que nem se moveram. Jamais viram Fuyuki daquela forma, o alfa estava tão irritado que seus feromônios estavam aparecendo.

- o papai tá muito bravo? – Yuuki perguntou assustado.

Neji suspirou ainda olhando pela janela, Fuyuki estava no quintal com Wolf e os filhotes. Miyazaki olhou para Ayami, ele não seria capaz de machucar Ikkaku, mas o que Fuyuki disse, isso fez com que Miyazaki pensasse o pior e precisava falar com seu irmãozinho.

- sim. Ele está muito bravo... - o ômega olhou para o filho caçula. 

Obito empurrou Fuyuki, os dois se encararam. - quem você pensa que é para ameaçar o meu filho? 

- eu não ameacei ninguém.

- Kakashi disse que você queria o número do Hideki, isso so pode ser uma ameaça. Onde está o meu precioso filho?

- eu não sei...

- você não falou com ele?!

Fuyuki deu de ombros. – nos falamos por telefone.

- e o que ele disse?

- que não foi atacado pelo Ayami pois estava transando com Miyazaki Ishikawa.

Obito caiu para trás desmaiando após ouvir o nome do alfa.

 

 

 

Fuyuki entrou no set de filmagem, precisava falar com Mika com certa urgência, Madara estava lá conversando com o diretor e olhava a gravação, Midori Ogawa estava com sua banda fazendo mais uma parte do documentário, Mika segurava um violão, tocavam apenas para se aquecer esperando que a equipe técnica terminasse de ajeitar os equipamentos.

- Tudo pronto! - gritou um staff.

Mika largou o violão, olhou para as sailors, cada uma delas sorriu se ajeitando, Mika foi até o microfone e olhou para eles. Genevieve contou baixo ouvindo os sons das baquetas anunciando que começariam. Era um rock "calmo", Midori Ogawa estava quieto até puxar o fôlego.

- Eu sou... – Midori sorriu, era propositadamente essa parada, então continuou. - eu ainda sou resistente o bastante?

Parece que estou me esgotando, esgotando, esgotando, esgotando, esgotando...

Este é meu vício

Me fez perder espaço, espaço, espaço?

Estou cavando demais?

Será que passei dos limites?

Eu preciso da minha solidão que eu claramente defini. - Midori começou a dançar se forma sexy olhando diretamente para o Uchiha, mostrando que sua presença não passou despercebida. - Eu preciso da sua disciplina...

Eu preciso da sua ajuda...

Eu preciso da sua disciplina....

Você sabe que uma vez que eu começo, eu não consigo me controlar!

E agora está começando

Parece que estou perdendo a noção

Nada importa pra mim

Nada importa esse tanto

Vejo que você deixou uma marca

De cima a baixo na minha pele, pele, pele...

Eu não sei onde eu termino e você começa...

Eu preciso da sua disciplina

Eu preciso da sua ajuda

Eu preciso da sua disciplina

Você sabe que uma vez que eu começo, eu não consigo me controlar

Não consigo me parar! - Midori sorriu largamente dançado, os staffs engoliram em seco, Fuyuki sorriu largamente, era contagiante como sempre, Mika sabia muito bem como encantar desde um pequeno público, a um público imenso.

- e você sabe... – elas cantaram em coro.

- Uma vez que eu começo, não consigo me parar

- E você sabia...

- que uma vez que eu começo, não consigo me parar eu preciso da sua disciplina

- e você sabe...

- Eu preciso da sua ajuda

- e você sabe...

- Eu preciso da sua disciplina

- e você sabe...

- Porque uma vez que eu começo, não consigo parar!

Midori foi aplaudido e ovacionado, o alfa sorriu largamente agradecendo a todos. Fuyuki o admirou por um longo período, esse ser tão... especial quase morreu mais uma vez, se contasse ao Mika o que estava acontecendo, ele iria se afastar, não podia permitir que isso acontecesse, não agora que estavam tão próximo de ficarem juntos pela eternidade, Fuyuki sabia que dessa vez ele teria que cuidar de tudo sozinho, e faria o que era certo.

 

Fuyuki entrou na delegacia. - eu quero fazer uma denúncia.

 

 

****

Ikkaku olhou para os dois, Miyazaki conversava com Daisuke, ele olhava para seu irmão mais velho e andou pacientemente até ele enquanto pensava em tudo, era uma sensação estranha, queria ser abraçado, queria repelir qualquer contato, tinha medo de que todos o olhassem como o ômega que seduziu o alfa errado e acabou tendo o que merecia, eram milhares de pensamentos passando pela sua mente. Sentiu um toque gentil em seu ombro, antes que pudesse pensar, seu corpo reagiu, Ikkaku acertou um golpe certeiro na garganta dele tão rápido que Miyazaki não viu e nem sabia como, mas perdeu o ar e caiu de joelhos, o ômega Ishikawa segurou seu cabelo o fazendo o olhar.

- Ikkaku! – Hideki gritou.

O ômega Ishikawa o soltou, todos o olhavam, e no meio da multidão estava Ayami, Ikkaku foi levado de volta para aquele quarto, seus feromônios se fizeram presentes então ele avançou, Ikkaku era bom em lutas corpo a corpo, mas dessa vez o alfa Uchiha estava com o elemento surpresa, ele o jogou na cama começando a rasgar suas roupas, Ikkaku tentou de verdade se defender, tentou afastá-lo ou até mesmo bater em Ayami, mas não conseguiu e tudo aconteceu, a penetração, o choro, os gritos suplicantes de Ikkaku, o ômega chorou, se debateu e implorou para que ele parasse, mas Ayami não queria, então inconsciente de seus atos ele levou sua mão até sua nuca e chorou.

- Ikkaku... – Hideki o olhou.

- otouto. - Rinko o segurou. – o que foi? Por que bateu no Miya-nii?

Por que o desgraçado tinha que ser o Ayami?

Por que ele tinha sido violentado?

De todos os ômegas daquela festa, por que ele?!

Percebendo seu pensamento egoísta, Ikkaku se afastou.

- eu esqueci meu dever de casa. – Ikkaku falou forçando um sorriso. - eu já voltou.

O ômega saiu correndo e aproveitou isso para ir embora, ele não queria mais ficar perto de seus irmãos, ele queria ficar sozinho, o mais quieto possível até essa sensação sumir.

- e aí seu gostoso.

- me erra... – o ômega Ishikawa falou com raiva. 

Miyazaki olhava para seu irmão caçula se afastando, ele se levantou com a ajuda de Hideki e Daisuke, os dois ômegas se entreolharam. – Obrigado.

- o que aconteceu? – Rinko perguntou.

 - eu não sei, mas preciso ir atras dele.

- vamos. – Rinko seguiu seu nii-san atras de Ikkaku.

Hideki olhou para os dois adolescentes, ele deu um passo a frente para ir atras deles, pois, precisava bancar o adulto, sentia bem la no fundo que isso poderia ser culpa sua, mas não sabia dizer o porquê, antes que se afastasse foi segurado por Daisuke.

- o que você pensa que está fazendo? – Daisuke perguntou.

- eu ia atras...

- eu sei que você está rondando Miyazaki feito um abutre, mas ele é meu.

- como é?

- isso mesmo que ouviu, Miyazaki é meu, somos praticamente namorados e sabe, você não é diferente das prostitutas Hideki. Usando seus feromônios para que um alfa te marque. Que golpe baixo, mas esse alfa já tem um ômega.

Hideki ficou perplexo, agora entendia poque sua mãe dizia que Deidara era insuportável, estava sentindo isso na pele com esse pirralho bocudo. – escuta aqui fedelho, eu não precisei fazer nada, ele veio sozinho...

- eu sei como se sente Hideki, eu sinto a sua dor. Ser a segunda opção...

- você está muito enganado sobre como eu me sinto. Então é melhor tomar cuidado e se eu te ver novamente, eu te arrebento. – Hideki puxou seu braço quase derrubando Daisuke

 

Ikkaku não sabia como se sentir, ele só fez o que costumava fazer antes de namorar com aquele monstro, seguiu o caminho até o clube de baseball, o ômega olhou para Nagisa e Natsume. Talvez fosse melhor desse jeito, fazer com que essa sensação sumisse com o toque de seus gêmeos favorito. - uau... – Ikkaku falou atraindo a atenção dos dois.

- o que você faz aqui? – Nagisa perguntou sorrindo ladino.

- vim matar a saudade dos meus gêmeos favoritos. – Ikkaku sorriu.

- ué você não está com Ayami? – Natsume perguntou. 

- não soube? – Ikkaku sorriu. - ele é um alfa morto para mim agora...

- o que? – Nagisa perguntou. – você o matou?

Lindos, porém lerdos". – Ikkaku pensou. - que tal nós irmos até a minha casa?

 

Ayami entrou em casa indo até o quarto do ômega, ele realmente iria conversar com Ikkaku e por tudo em pratos limpos, precisava dizer tudo que estava entalado, ele realmente não se lembrava do que aconteceu tinha cometido um erro, foi então que cometeu o segundo erro ao abrir a porta.

Ikkaku estava na cama, Nagisa segurava as pernas do ômega enquanto Natsume o penetrava. Ikkaku gemeu alto agarrando com força o alfa e o beijou. Ayami fechou a porta sem que eles percebessem a sua presença. O alfa sentiu um aperto no peito, começou a tremer. Ele se afastou da porta tentando se controlar.

Demorou um tempo, os gêmeos foram embora e Ikkaku saiu do quarto vendo Ayami sentado ao lado da porta.

- eu quero conversar... – Ayami falou sério.

- não precisa. – o ômega desceu até a cozinha pegando água.

Ayami viu ele tomar 3 pílulas, Ikkaku ignorava completamente sua existência, a surra que ele tomou de Miyazaki não chegava aos pés da indiferença de Ikkaku.

- você...

- eu não ligo. Afinal Hideki é o seu par ideal né? – Ikkaku falou em tom amargo. - Você fez tudo para ficar com ele pena que não conseguiu, afinal, ele está com meu nii-chan, espero que seja eternamente feliz com isso. Porque você vai ficar sozinho para o resto da sua vida, pois, eu espero de todo meu coração que nem mesmo seu ômega te ame.

- eu a....

- não ouse dizer. – Ikkaku o olhou. - NÃO OUSE DIZER. Não ouse dizer isso depois do que me fez.

Ayami engoliu em seco. - eu quero marcar você... Eu quero você Ikkaku... Eu te amo.

- me ama? – Ikkaku riu com desprezo. – você pensou nisso enquanto me estuprava? Enquanto me mordia e me machucava?

- Ikkaku eu não queria...

- mas você fez, e tudo que eu sinto por você é desprezo, nojo. Eu queria poder arrancar a minha pele, eu queria poder renascer, porque eu não suporto essa sensação.

- Eu até comprei as nossas alianças! – Ayami o entregou as alianças. - Eu não queria nada disso!

Ikkaku olhou vendo os anéis "Ik-chan" e "Ayamo", o ômega deixou os anéis em cima da bancada, não disse nada deixando Ayami sozinho na cozinha, ele suspirou frustrado passando a mão no rosto, estava a ponto de chorar. Ele olhou para a porta, Aoi estava parada olhando a tudo, e quando ouviu tudo que Ikkaku disse, ela teve certeza do que aconteceu na noite anterior.

- Aoi...

- você o violentou?

- eu não sei.

- COMO VOCÊ NÃO SABE?

- eu não me lembro! – Ayami começou a chorar. – eu só acordei e ele estava lá, eu...

Aoi o olhou, mas não conseguia ter empatia, não agora sabendo que Ikkaku tinha sido estuprado, ela queria dar o benefício da dúvida, mas a forma como Ikkaku estava agindo, como ele bateu em Miyazaki e fugiu, era suspeito.

*******

- trouxe seu chá, senhor. – Log serviu uma xicara generosa de chá

Mika estava em seu camarim no se de filmagens do seu último filme, o alfa Ishikawa estava sentado mexendo no celular terminando cabelo e maquiagem, logo teria que tirar as extensões do cabelo, pois, já não fariam parte do seu personagem, Mika esperou que os staffs saíssem para relaxar um pouco, pegou sua xicara dando um pequeno gole e se arrependeu amargamente.

- meu Deus, que horror. – Mika olhou para o seu assistente pessoal. – o que é isso?

- earl Gray

- que? – Mika perguntou confuso.

Log riu sonoro. - chá preto com um toque cítrico de bergamota, achei que o senhor iria gostar.

- eu odiei... – Mika fez careta.

- desculpe, quer que eu pegue outro?

- não, apenas me dê os remédios. – Mika suspirou, era o tratamento contra o veneno que se alojou em seu organismo, depois de um tempo ele foi se recuperando, só não sabia o quanto ele ainda deveria tomar esse bendito remédio.

- o senhor me parece mais saudável... – Log comentou pegando os remédios. – logo estará completamente curado.

- é o que eu espero... – Mika pegou os comprimidos e bebeu junto com o chá. – conseguiu encontrar o Miyazaki?

- está com o senhor Hideki.

- então é verdade? – Mika suspirou. – minha casa?

- já foi limpa e os moveis comprados, está tudo pronto para a mudança;

- ok. Vou gravar mais uma cena e vamos embora. – Mika se levantou saindo do camarim.

- hey, eu quero falar com você! – Kamui falou olhando para o alfa Ishikawa.

- eu estou sem tempo, podemos... – Mika o olhou e foi interrompido por Kamui, o ômega o beijou de forma desajeitada, o alfa o afastou.

Kamui o segurou começando a chorar. - eu te amo...

Mika permaneceu em pé de frente para Kamui. Depois de anos ele tinha a oportunidade de dizer tudo que sempre quis dizer ao alfa, era seu sonho desde pequeno, era sua obsessão e seu objetivo era esse alfa, ele o amava com todas as suas forças e se fosse rejeitar, temia que isso fosse levá-lo a loucura.

- Kamui, o que está fazendo? – Mika perguntou.

- eu quero que você me ame! – Kamui o olhou. 

- Kamui...

- Eu esperei por anos Mika, por anos... por favor não me deixe, eu amo você desde que eu tinha 5 anos. – Kamui engoliu o choro, não queria parecer patético para esse alfa. – por favor me dê uma chance...

Mika passou a mão no rosto dele limpando as lágrimas. - eu sou velho pra você.

- eu te amo do jeito que você é, eu sempre te amei... – Kamui o puxou e o beijou com desejo. Mika retribuiu, parecia o certo a se fazer.

- licença. – um staff falou fazendo eles se separarem. - tem dois adolescentes te procurando, senhor Ishikawa.

- O que? – Mika perguntou sem entender nada.

- então você está traindo meus pais? – Kaito perguntou com raiva.

- Kaito? - Mika o olhou, Kamui olhou para o adolescente com vontade de esganá-lo por interromper seu momento com Mikaku.

- foi assim que aconteceu? – Kaito perguntou irritado. - Você também traiu a Ino?

- do que você está falando? – Mika perguntou sem entender. – aliás, o que você faz aqui?

- eu sou né? – Kaito perguntou irritado.

- o que? – Mika estava confuso, Kamui não fazia sentido, Kaito não fazia sentido, nada fazia sentido.

- seu filho? – Kaito engoliu em seco. - Eu ouvi Miyazaki conversando com Ayami sobre você ter um filho fora do casamento uma vez. Sou eu, não é? – Kaito perguntou mesmo mentindo e sabendo da resposta.

Mika desviou o olhar sem dizer nada, não era uma conversa fácil de se ter e principalmente, não estavam no local certo para ter essa conversa.

- você é pai dele? -  Haru o olhou com raiva. - como você pôde desistir dele tão facilmente?! Seu maldito! Você gosta de se atirar para todos os lados...

- É exatamente o contrário! – Mika falou olhando para os meninos. - desistir do Kaito foi a coisa mais difícil que eu fiz em toda a minha vida. Eu podia levar você embora, mas sua mãe... – Mika suspirou olhou ao redor e alguns staff pareciam prestar atenção. - Neji ia entrar em depressão. E minha esposa estava grávida, então eu pensei, "isso vai compensar a ausência dessa criança". Mas não compensou, e ver você crescer, longe de mim, longe de saber que eu sou seu pai... doeu... ainda dói...

Kaito o olhou enxugando as lágrimas. - eu quero conviver com você. Eu quero que você me reconheça como seu filho.

- Kaito...

- não me venha com Kaito, eu já sabia que você é meu pai há muito tempo, ao menos assuma isso. Por favor...

- eu assumo, mas isso pode esperar? – Mika falou. - Eu preciso ir para casa, seus irmãos precisam se mim.

- eu vou com você. – Kaito falou

- isso é tão fofo. – Haru falou.

- eu te dou uma carona Haru... – Mika suspirou. 

 

 

Mika entrou em casa feito um foguete, passou pelo quarto de Ikkaku. - arruma as malas.

- para onde?

- casa. - Mika falou. - avisa o Miyazaki e a Rinko. Vamos hoje, vamos morar lá de novo.

- por quê? – Ikkaku perguntou sem entender, seu pai já sabia?

- porque eu quero ficar perto de vocês, cuidar de vocês e sinto que aqui vocês não têm privacidade. – Mika sorriu. – não se preocupe, o papai vai cuidar de vocês, em tempo integral.

Ikkaku se sentiu mais leve, ele se levantou e o abraçou. Mika já tinha notado isso, a afeição e necessidade de colo que Ikkaku estava tendo ultimamente, ele o pegou no colo acariciando suas costas. Miyazaki e Rinko entraram no quarto presenciando a cena e se aproximaram abraçando-os.

- vamos para casa meus filhotes.

 

****

 

Midori olhava o lugar com outros olhos, já não era mais sua casa de infância, sua cidade natal agora era um lugar estava completamente mudado, o ômega se sentia tão mal ao pisar naquele lugar. Fugiu dali por uma razão e era seus pais, agora estava indo até eles, irônico...

- deveríamos ter trazido os meninos. – Fugaku comentou enquanto dirigia.

- eu não quero que eles conheçam os nossos filhos. – Midori comentou.

- são tão ruins assim? – Fugaku perguntou desviando o olhar da estrada para seu marido. - eu só os conheci uma vez quando foram visitar o seu irmão.

- eles tinham contatos? – Midori perguntou assustado.

Fugaku notou a urgência na voz dele. - não sei te dizer...

Midori olhava ao redor e logo saíram de Avignon, foram em direção ao castelo. Percebendo agora, Mika tinha se dado melhor do que ele, tinha mais dinheiro e a banda dele era melhor, era um ator, empreendedor e muito mais, Midori era apenas um k-popper que virou modelo com a ajuda do irmão, Midori devia muito a seu irmãozinho, graças a ele conheceu Fugaku, teve seus filhos, uma família amorosa, então se ele tivesse que cuidar de seus pais, ele o faria, pois, devia isso a Mikaku.

O carro parou, o ômega respirou fundo, não via seus pais há décadas e sinceramente, jamais pensou que os veria novamente, Midori desceu e ele saiu, Mashiro o olhou sem acreditar, os mesmos olhos verdes de Francielle.

- Midori?

O ômega manteve o queixo erguido, não se lembrava tanto da aparência de seus pais, sabia que seu pai era japonês e sua mãe francesa, mas como eles eram fisicamente, isso ele esqueceu há muito tempo, mas olhar Mashiro descendo as escadas só o fez se lembrar de Mika, eles eram muito parecidos, Midori não conseguiu desviou o olhar um segundo sequer. – oi pai...

- é mesmo você... – Mashiro o abraçou e sussurrou. - então você finalmente deu as caras. 

- como você sabia que eu estava no Japão? - Midori sussurrou.

- você quer mesmo saber? – Mashiro sorriu. – sua mãe descobriu que você morava perto do seu irmãozinho, eu não acredito que seja realmente você... Depois de mais de 20 anos.

Midori concordou. – eu sei... pai. – o ômega engoliu todo seu orgulho ao chamá-lo de pai. - esse é meu marido, Fugaku Uchiha.

- Uchiha? – Mashiro perguntou. - você tem algum parentesco com Fuyuki ou Madara?

- eu sou irmão mais velho do Madara e Fuyuki é meu sobrinho 

- oh é mesmo? - Mashiro sorriu. – qual é a obsessão sua e de seu irmão pelos Uchihas?

Midori revirou os olhos. – podemos entrar logo?

- cadê minha educação? – Mashiro zombou. - Vamos entrem...

Mashiro virou voltando para dentro, Midori e Fugaku o seguiram, o lugar era lindo, podia sentir a presença de Mika em cada canto daquele local, era perfeito, Midori se sentiu em casa pela primeira vez desde que chegou a França. Mas essa sensação sumiu ao ver seu pai o olhando, parecia tentar desvendar o que Midori estava pensando.

- onde ela está? – Midori perguntou assim que entrou na sala.

- no quarto. – Mashiro apontou para cima. – descansando.

- eu quero vê-la. – Midori olhou para o marido. - por favor Fugaku me espere aqui, eu não demoro.

- tudo bem. – Fugaku se sentou admirando o castelo.

- não me demoro. – Midori beijou sua bochecha e se afastou.

- leve o tempo que precisar. – o alfa Uchiha falou sorridente.

- um dos empregados já vai vir aqui te servir, por favor sinta-se à vontade. – Mashiro sorriu. - me siga Midori.

O ômega e o alfa Ishikawa foram para o andar de cima. Andando atras de seu pai Midori começou a se recordar de algumas memorias esquecidas, o fato de Mashiro sempre lhe parecer tão alto e forte, como ele defendia Mika das mão de Francielle, e das discussões, mesmo sendo alto e forte, sua mãe parecia ser mais do que seu pai, Mashiro parecia minúsculo comparado a fúria de Francielle, passo a passo ele ia se perdendo em mais e mais memorias, se recordava do som dos passos de Francielle, do seu olhar louco e de como ela sempre ia atras de Mika.

- o que veio fazer aqui? – Mashiro perguntou tirando Midori de seus devaneios. -  Sabia que o seu irmão veio há mais de uma semana?

- eu sei, eu vim por causa da sua intimação. – Midori falou com raiva. - como vocês conseguem ser tão sem escrúpulos?

- não fiz isso pelo dinheiro Midori. – Mashiro comentou. – fiz isso porque queria lhe ver...

- por quê?

- você me subestima assim como sua mãe... – Mashiro falou. - Mika não é o único inteligente, sei que você só viria se fosse urgente.

O alfa abriu a porta deixando Midori entrar. O ômega entrou olhando para a mulher na cama, Midori engoliu em seco, não era sua mãe, era impossível que fosse ela.

- Fran amor, eu trouxe o Midori.

Francielle o olhou, aqueles olhos eram inconfundíveis, verdes iguais aos seus e então sorriu. Midori perdeu o ar, sua mãe, aquele ser assustador parecia tão pequena e frágil, era impossível que essa senhorinha tenha feito tão mal ao seu irmãozinho, que quase o matou diversas vezes, Midori diferente de Mika, foi muito querido por Francielle, ela cuidava dele com muito zelo, o mimava com tanto amor, quando fugiu, ela enlouqueceu querendo seu filho de volta e Mika era o culpado por tudo.

- Midori. Você voltou... – Francielle sorriu. - agora aquela criança vai calar a boca.

- que criança?

- Mika, ele não para de chorar por você... – ela falou com desagrado. – eu senti tanto a sua falta mon amour...

- por que ele está chorando? – Midori perguntou se aproximando dela, para ser franco, ele pensou que quando fosse embora, Mashiro iria embora com Mika, ele sempre soube da vontade de seu pai de fugir com o filho caçula, mas aparentemente não o fez, permaneceu ao lado dela. - o que você fez? O que fizeram com o meu irmãozinho?

A mulher o olhou e sorriu largamente. - você não vai querer saber... Agora que está aqui você pode cuidar dele, ele vai se machucar muito.

Mashiro se aproximou tocando o rosto dela e sorriu. - amor, não diga essas coisas para ele, vai confundir Midori. Eu preciso cuidar de um assunto por que não conversa com a sua mãe?

- você veio... - Francielle sorriu.

Mashiro olhou para o filho. - eu já volto.

Midori fez careta, se aproximou indo até o equipamento dela, o ômega estava com raiva, mesmo ao lado de Mika nesses quase vinte anos, com ele indo embora e voltando, Midori jamais deixou de se preocupar por ele, sentia tanto ódio de si próprio por não ter levado consigo, ele pensou em todas as possibilidades, mas quando fugiu, ele foi egoísta, ele deixou seu irmão para trás, ele abandonou Mika a própria sorte e foi viver sua vida, a realidade era que se aquela noticia de que Mika era Midori Ogawa não tivesse passado no jornal de Seoul, eles não teriam se reencontrado, Midori seguiria com sua vida se esquecendo de Avignon, se esquecendo de seus pais, e claro, de seu irmãozinho.

- Midori...

- o que vocês fizeram com ele? - Midori perguntou choroso. – o que você fez com ele sua maldita?!

- eu fiz ele ser importante... – Francielle sorriu, aquele mesmo sorriso cruel de quando o machucava. – eu o vendi ao banqueiro mais rico de Nice, seu puro irmãozinho já não é mais tão puro assim...

Midori a olhou, no olhar dela era possível saber que tinha sido algo ruim, cruel, ele queria matá-la, queria machucar ela da pior forma possível. – você...

- a culpa também é sua, você sabia que eu ia ferir Mika, você fugiu me dando ele, claro que fez isso como um covarde que é. Isso você puxou do seu pai, ambos não têm coragem de assumir risco, de serem confrontados, o gene podre dos Ishikawas, aquele garoto puxou aquela maldita Sato...

- você nunca mais vai fazer mal ao meu irmãozinho.

Francielle sorriu orgulhosa. - eu já fiz... Mika está marcado pelas mãos de vários alfas, seu inocente e puro irmãozinho não passa de uma meretriz muito bem remunerada. Acha que ele se tornou Midori Ogawa por quê?

Midori se sentiu lívido, em um ímpeto de raiva ele a segurou, puxou seus travesseiros e ela gritou quando teve sua face coberta pelo tecido, ele ia matá0la, ia matar esse ser ruim, sem remorso, já não mais sério o covarde que ela disse, ele libertaria o mundo e seu irmão desse demônio.

- o que esta fazendo?

Mas ele parou, olhou para porta vendo Mashiro, os dois se encararam, Midori praticamente em cima de Francielle e Mashiro na porta, o ômega engoliu em seco.

- não me impeça.

- por que eu faria isso? – Mashiro perguntou. – você só está fazendo o que eu desejo fazer a anos...

- e por que não o fez?! – Midori perguntou irritado. – por que não fez?! Por que não foi embora com o meu irmão? Por que deixou que ela o machucasse?!

- porque ela fugiu come ele. Eu procurei por meses até achá-los... – Mashiro o olhou. – eu fiquei no lugar dele.

Midori pressionava os travesseiros no rosto dela, Francielle se debatia, Mashiro fechou a porta indo até a cama, pegou o oxímetro colocando em seu dedo, Midori e ele se encaravam ela cada vez mais desesperada para se soltar, seus movimentos e força aos poucos iam se esvaindo até que parou de se mover por completo, mesmo assim Midori continuou, ele permaneceu ali pressionando até se dar por satisfeito. Juntos eles a arrumaram, deixaram Francielle em uma posição que parecia que estava dormindo, Mashiro colocou o oxímetro no dedo dela e o monitor apitou mostrando que já não havia mais sinais. Eles estavam de certa forma livres...

Mashiro ao longo dos anos ele tentou de diversas formas acabar com essa mulher, mas a desgraçada parecia um highlander, depois que Mika cresceu e foi embora, ele ainda ficou com Francielle, pois, ela sabia coisas ao seu respeito que o desonravam.

- obrigado.

Midori o olhou, pegou o celular fazendo a ligação mais importante de sua vida. - Midori.

- Mika, eu sei que você ainda está bravo, mas Francielle...- Midori sorriu.

onde você está?

- no seu castelo.

Midori sai daí agora!

- eu vou cuidar de tudo. Eu vou cuidar de tudo... – Midori sorriu. - desculpa demorar tanto. 

- eu estou indo...

- não precisa, ela nunca mais vai te machucar.

 

*******

 

- Haru... – Sasuke falou olhando para o filho.

Haru estava se sentindo tão mal, Sasuke estava assustado, seu filho estava enjoado, tinha vomitado tanto que parecia verde. Estava tudo bem até ele comer o café da manhã, depois disso Haru ficou extremamente enjoado e vomitava até mesmo com um copo d’agua. Desesperado e sem ter o que fazer recorreu ao seu irmão mais velho, levou Haru para o hospital e pediu que Itachi o examinasse.

Itachi cuidava de Haru, fez alguns exames, urina, sangue e o medicou, agora com o resultado em mãos o alfa não sabia como contar. - Sasuke? – Itachi o chamou. – poderia vir aqui por favor.

Sasuke beijou a testa de Haru. – eu já volto.

Os dois Uchihas se olharam, Itachi entregou os papeis para seu irmãozinho, Sasuke não entendeu o porquê dessa atitude, Itachi disse que poderia ser uma bactéria, nada tão grave e agora estava agindo dessa forma.

- mãe, tudo bem? - Haru perguntou. - tio Itachi?

Sasuke olhou para os exames e depois para o irmão mais velho entendendo sua atitude.  Itachi concordou. - tudo bem... – Sasuke sorriu. - está tudo bem meu amor. 

Haru sorriu largamente. - que bom, não queria ficar doente enquanto o Kacchan está em processo de mudança.

A pressão de Sasuke despencou e ele caiu nos braços do irmão.



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