História Floresta- 1 temporada - Onde está o chip?

POV's Justin Bieber.

— Tá vendo o que você fez?— faço a repreensão, nervoso. Agora minha mulher criará mil coisas, porque do jeito que Selena é paranóica, cria logo na cabeça a ideia que estou a traindo.— Selena, desligou. Que merda! Era para você ter ficado quieta. Eu ia explicar tudo, ela ia entender, mas tu estragou tudo, Sara.— revolto-me andando de um lado pro outro, voltando a ligar para o celular, mas só dá caixa postal. 

Ela deve está tão puta comigo que não quer nem conversa. Conhecendo como a conheço, nessas alturas Selena deve está querendo me matar. 

— Eu estou preocupada com a minha tia, Bieber. Já te disse, a tia Pattie acha que Sofia está sequestrada.

— E daí? — altero o meu tom. Desde que vim para cá, Sara só fala nisso.— Que continue pensando.

— Queria ver se fosse você.... — acusa-me, com os olhos indignados. Bufo fundo, incomodado com o seu afrontamento de querer bater de frente.— Se fosse uma das suas filhas. Você ia ficar aqui parado esperando? 

— Colocaram a minha filha dentro de uma mala, Sara.— ecôo indignado, odiando os monstros que fizeram tal ato.  — Uma bebê!  Não ache que só você está com problemas, eu também estou. Mas nem por isso, vou agir feito um louco impulsivo e colocar tudo a perder. — a coloco em seu devido lugar. Estou cansado de bater na mesma tecla. — Eu tenho problemas maiores.  Selena deve está pensando tanta besteira ao meu respeito...— falo alto o que me preocupa, se eu pudesse iria buscá-la pessoalmente em Washington. 

— Você só pensa em Selena. Só fala em Selena.  Dane-se, Selena!  Depois quer dar lição de moral.— permanece me atacando, como se tudo que tivesse acontecendo fosse  culpa minha.— Eu tô preocupada na segurança da minha tia, isso sim! Ela é frágil. Não consegue matar nenhuma mosca, quem dirá se proteger daqueles crocodilos.—  rolo os meus olhos, ouvindo-a reclamar pela milésima vez consecutiva. Maldita hora que fui envolver essa agente no caso.

Sara é muito levada a emoção, se continuar assim, colocará tudo a perder.

— Prometi, não prometi? — abaixo o meu tom de voz, a compreendendo. Sei que é difícil, mas estamos no mesmo barco agora.— Eu vou trazer a sua tia, é questão de tempo. Tenha calma.— ri, negando- com a cabeça, não acreditando no que eu digo.  

— Tá vendo como você é, chefe?— sério, não dá para ter uma conversa normal e nem civilizada com a própria. — Você só olha pro próprio umbigo. Minha tia está lá na mão daqueles insanos, pode ser morta por minha culpa e você quer que eu espere?— seu olhar de incredulidade, deixa-me mais irritado. 

Será que ela não escuta ou finge não ouvir? Porque já repeti inúmeras vezes que vou trazer essa senhora  sã e salva.

— Minha esposa está em perigo. Minhas filhas também estão em perigo, caralho! — zango-me com sua falta de noção, perdendo a paciência. Dificilmente alguém consegue me fazer surtar, mas parece que Selena e ela disputam para qual das duas conseguem me fazer perder mais rápido a cabeça.— Não estamos brincando de esconde-esconde, Sara, estamos arriscando as nossas vidas. Pare de achar que as coisas giram entorno de você e da sua tia.

— Então gira entorno de quem, da sua esposa? — reviro os olhos, exausto.  Estou sem saco para tentar dialogar com Sara.

— Não foi isso que eu quis dizer.— me defendo, puto com o seu argumento tosco. — Está colocando palavras na minha boca. Tanto a sua tia, como Selena e minhas filhas são importantes. Diferente do que você pensa, eu estou disposto sim trazer a sua tia, Sara. 

— Não parece, Bieber!— afasto-me, para deixá-la sozinha repensando  nas merdas que está falando contra mim. Em hipótese alguma quero sabota-lá.

— Se você não acredita, problema é seu. Tenho problema muito maior para me preocupar.— saio, de cabeça quente. Não aguento mais ter que falar a mesma coisa, soa até repetitivo. 

(.....)

Algumas horas depois… 

   05:30 AM.

POV’s Selena Gomez 

Aos poucos abro as pálpebras lentamente, com a cabeça pesando de tanto remédio que já tomei. Eu acho que estou alucinando. Com certeza é isso. Acabei  tendo um pesadelo horrível onde Justin e Sara estão envolvidos, é impossível que os dois tenham sobrevividos, os exames confirmaram que se trata realmente do corpo dele. Preciso aceitar que o homem da minha vida se foi. 

— Onde eu estou?— checo o lugar ao meu redor, sentindo os meus olhos queimarem devido a claridade alta.— Onde estão as minhas filhas?— percebo estar estirada em cima de uma maca, provavelmente eu esteja em um hospital.

— Calma, Selena.— ouço o tom fino soar compreensivo, tentando me acalmar. Observo de relance a loira medir a minha pressão arterial. Suspiro  bem fundo, ainda em estado de choque. Não consigo parar de tremer.— Você desmaiou no necrotério, não lembra? 

— Desmaiei?— indago, surpresa, por não conseguir recordar. 

— Sim, sua pressão caiu. Está 8,6 agora.— a Dra.Megan termina de examinar-me, tirando o aparelho do meu braço. Pergunto se é muito grave o que eu tenho— Você precisa de repouso, Selena. Você está passando por um baque, é normal que se sinta fragilizada.— recomenda-me o máximo de cuidado, garanto que vou me alimentar direito, mas não sinto nem vontade de comer e tampouco de me cuidar.  Meu desejo é morrer.

Alguém abre a porta, nos interrompendo:

— Oi, querida, se sente melhor?— a tia de Sara indaga toda simpática. Assinto que sim com a cabeça, não estando tão a vontade. Eu matei a sobrinha dessa mulher, nunca vou cansar de sentir remorso toda vez que ela for gentil comigo. 

— Sim, estou pronta para outra.— brinco, mesmo sem condições para brincadeiras no momento, de todas as formas preciso me recompor. 

Não nasci para ser fraca, eu sou uma assassina e vou encarar a morte do Justin de cabeça erguida. Se fosse o contrário, ele faria o mesmo, se tivesse no meu lugar. Ele jamais vai querer ver eu chorando em cima de um caixão, não faz parte de quem somos. Se quem ligou querendo me passar um trote, e fingiu ser a voz dele, eu vou descobrir quem foi o infeliz. Não vou deixar barato, um filho da puta querer debochar da minha dor. 

— Eu sinto no dever de cuidar de você, querida.— Pattie fala, segurando na minha mão e olhando-me carinhosamente. Que ódio, ela não para de  ser fofa.— Agora ganhei não só  uma nora, como também três netas. Me sinto tão emocionada.— diz, sentando-se na cadeira ao lado da maca— É uma pena que tenha demorado tanto tempo para conhecer o meu filho e nem cheguei a conheço-ló direito.— lamenta, cabisbaixa, ao lembrar da morte do Justin. 

— Dona Pattie, é assim mesmo, todos nós temos que perder e ganhar. Veja, Selena é incrível. — elogia-me e digo: “que nada”. Sou uma pobre miserável que já aprontou muito nessa vida e não merece a compaixão de ninguém.— Suas netas são adoráveis, você terá muito que mima-lás. Onde quer que o seu filho esteja, ele ficará muito feliz de ver a mãe e a esposa unidas. — dra.Megan tenta nos conectar com o discurso de “família”, forçando a barra. 

Sinto muito, mas não vou considerá-la como integrante da família, não tenho nem estômago para fingir “ a nora agradável”. 

— É verdade. E se Justin tivesse vivo, ele ia gostar de ter uma mãe.— comento, para tirar os olhares de cima de mim. — Ele era bem família.— minto. 

Na verdade, meu marido vivia mais tempo para o trabalho, mal tinha tempo para mim e as meninas. Do jeito que as coisas estavam indo entre nós dois, possivelmente o nosso casamento logo ia pro ralo. 

— Posso conversar a sós por um momento com Selena, dona Pattie? 

— Claro, querida.

 A médica aproxima-se parando na minha frente, antes de falar, olha para as câmeras. Por que ela olha como se tivesse com medo?

— Você não passou mal naquele necrotério.

— Não?— pergunto espantada, com um ponto enorme de interrogação no olhar. Se não houve desmaio, o que eu estou fazendo aqui?— E por que eu vim parar aqui?

— Você foi capturada no meio da estrada. Eles querem te enfiar nesse hospício, Selena. Vão tirar o direito seu de ficar com suas filhas, alegando que você está louca.— seu tom amedrontado  atinge-me em cheio. Então, tudo foi real. Sara e Justin estão vivos?— Preste atenção. Não deveria estar quebrando os protocolos, mas você não merece passar por isso. Por isso que quero que você seja honesta, onde está o chip?

— Que chip?

— O chip com informações do governo que o seu marido roubou.— fico chocada. Então é isso, além de forjar a própria morte, ele virou bandido. 

Que merda você fez conosco, Justin?

(…..)

Cabana, Floresta. 

POV’s Justin Bieber 

03:45 AM.

Observo-a mexer no dedo decapitado. Menos bravo, sento-me ao seu lado próximo a pequena fogueira. Sara está pensativa olhando para o tempo. Acho que peguei pesado hoje cedo, estávamos de cabeça quente e devo me desculpar. 

— Você se incomoda?— a tiro do momento de transe, sem jeito. Seus olhos verdes entreolham para os meus, confusos.— Digo, sobre o seu dedo. — aponto, vendo-a esconder.

— Já estou me acostumando  com a ideia de que foi decapitado. Mas pelo menos salvei a Sofia.— arrancaram na base da tortura o seu dedo mindinho.— Ainda tiveram a prepotência de mandar para minha tia.— isso a revolta, eu não deveria ter contado sobre esse assunto, mas a própria tinha o direito de saber.

— Vamos achar quem fez isso com você.— garanto convicto, observando a morena negar com a cabeça.  Sua teimosia, é semelhante a Selena, até no jeito de não acreditar em nada que eu digo. 

Estou cansado de fazer esse papel. 

— Não precisa, obrigada.— na mesma hora nega. A olho pasmo, engolindo em seco. — Porque sei me vingar sozinha daqueles que tentam me derrubar. Não é à toa que estou morta para sociedade, enganei até mesmo a sua queridinha.— emite confiante de que dará conta de encontrar todos que tentou matá-la. Para quem colocou um cadáver em seu lugar, e passou meses passando a perna em Selena, seu instinto é bem perigoso. 

— Espero que você não coloque a minha esposa incluída nisso.— falo, receoso. Tenho até medo do que essa vingança pode custar . — Selena pode ter errado, mas ela não queria te matar. Você sabe que não, Sara.— quero convencê-la de tirar essa maluquice da cabeça, mas sou ignorado. 

— Fique tranquilo, não costumo perder o meu tempo atacando pessoas previsíveis e ciumentas, como Selena. —  respiro fundo, mais sossegado. Nessa parte não vou ter que me preocupar. — Mas tu sabia que ela vai acabar perdendo você.— dispara com convicção, fazendo-me paralisar. 

— Como assim?— franzo a testa confuso. — Por que está falando isso?— a interrogo, num tom apreensivo. Será que o meu casamento está ameaçado? 

— Porque uma mulher que tem ciúmes de você até com o vento, uma hora fará você cansar. — um suspiro escapa fundo dos meus pulmões, quando a ouço apontar o defeito do meu relacionamento. Até as pessoas de fora enxerga o que se passa.— Bieber, cai na real, não tem cidadão no mundo que aguente ser sufocado. Ela te sufoca demais. Não sei como tu vem suportando por todos esses anos. Sério, você é um guerreiro. 

Nunca havia parado para pensar o quanto Selena é instável em relação a confiar em mim. Temos nossas divergências, mas todo casal briga, é normal.

— É só o jeito dela, Sara.— a defendo, me recusando aceitar que minha mulher seja tão ciumenta e perde a cabeça por bobagem. 

— Ela foi na minha casa, me insultar, por sua causa. — relembra do episódio que deu gatilho para o seu plano de se fingir de morta.— Alguém como ela, não exala confiança e é capaz de tudo. Até mesmo de te matar por tamanha paranoia. —exagera no que pensa. 

Balanço a cabeça negando. Selena pode não ser perfeita, mas ela jamais faria algo para me machucar. 

— É 16 anos juntos, Sara, é muito tempo. Já me acostumei com os defeitos e qualidades da minha esposa. Não me vejo me separando ou vivendo sem ela. — explico.

— Sabe o que eu acho? Eu acho que você não está mais apaixonado por ela, Bieber. E você não sabe o que é amar de verdade, porque se contenta com tão pouco. —ressalta, com os seus olhos verdes analisadores, fico balançado com a proporção das palavras. 

— Eu amo Selena, não me vejo deixando a mãe das minhas filhas. Não diga, o que você não sabe. — afirmo, descartando as tais insinuações. 

—Ok. Depois não diga que eu não avisei. — dá de ombros, deixando-me mais bolado.

— Por que está preocupada com o meu casamento, Sara?— estranho o seu comportamento, a olhando de soslaio, desconfiado da sua tentativa de colocar ideias erradas na minha cabeça. 

— Nada, eu só acho que você deveria arrumar uma mulher melhor. Uma mulher que não queira matar qualquer outra que chegue perto de você.  Que seja confiante, e não insegura. E esteja a sua altura. — detalha a tal pessoa “ ideal”.

 Estou longe de ser perfeito.

— Essa mulher por acaso seria  você?— solto a indireta, super tímido por fazer essa pergunta sem noção. Eu sou casado, não posso ficar fazendo esse tipo de questionamentos para outras mulheres, preciso respeitar Selena. 

Sara ri, caindo na gargalhada. 

— Tá louco, Bieber! Nem pensar. Eca!— faz uma careta de nojo. Não existe nenhuma malícia. Somos meio que irmãos, a trato como uma irmã mais nova. 

— Não sei, você falou de um jeito. Achei que..— gaguejo nervoso,  encabulado. 

— Se eu quisesse ter ficado contigo, eu tinha ficado quando te coloquei no FBI.  Naquela época você estava solteiro, e não haveria nenhum empecilho. Porém, não acredito no amor. Não perco tempo com essas baboseiras. Tive apenas uma aventura com o pai da Sofia, mas nada que venha me fazer me sentir apaixonada.  — admite. 

Inesperadamente a morena se cala e fico a observando.

— Acho que você tem razão, Sara.—mesmo que isso acabe me doendo, resolvo admitir.

— Sobre? — olha para dentro dos meus olhos. 

— Acho que preciso aceitar que o meu relacionamento acabou. Talvez eu e Selena não tenhamos mais nada um com outro.— abro o meu coração para alguém, soando sincero.— Não é mais a mesma coisa. Nem fazemos mais coisas comuns como um casal normal. Acho que o meu casamento acabou—  profiro chateado, nem sabendo mais quando foi que eu parei de amá-la.