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História Fobia Social (Mitake) - Juntos


Escrita por: IchigoSwan e ichigokkj

Notas do Autor


Olá, amores! Bem, eu vou ser bem rápido aq. Esse capítulo tá gigante, eu sei, mas foi oq eu mais gostei de escrever e que acho que vcs mais vão curtir.

Já peço com antecedência que não fiquem xingando o Kazutora, o tadinho não sabe oq ta falando KAKAKAKAK

Bom capítulo!

Falas entre aspas = pensamentos
Falas entre aspas e em itálico = escrito por Takemichi em algum lugar, seja celular, papel, etc.
始まり= Começo do capítulo.
壊す = Pausa (troca de cenário, mas um certo tempo depois)
... = Troca de cenário
最後の = Final do capítulo

Capítulo 17 - Juntos


Fanfic / Fanfiction Fobia Social (Mitake) - Juntos

始まり


Era um dia ensolarado; era possível ouvir barulhos altos de motores de motos e risadas.


– O oceano! – grita Draken, derrapando sua moto na curva da estrada.


– Isso aí! Isso é demais! – grita Baji, com um sorriso no rosto.


– Sintam essa brisa! – grita Kazutora, andando de moto ao lado de Baji.


– Ei, seu porras! Mantenha o ritmo! – grita Pah-chin, segurando a bandeira da gangue e estando na garupa da moto de Mitsuya.


– Não posso, lembra? – pergunta Mitsuya, dando um suspiro. – Já que o Mikey é lento demais.


Em meio a tantos gritos, vinha Mikey, em sua Falcão de Rua. O ritmo da motoneta era extremamente lento, e aquilo estava irritando os amigos do loiro.


– Mikey! – gritam em uníssono, parando as motos e ficando com gotas na cabeça.


Draken suspira e desce da sua moto.


– Escute, Mikey. – Mikey para a moto do lado do amigo. – Até quando vai ficar dirigindo essa motoneta? Você é o nosso líder. – coloca a mão na cintura. – Troca logo essa porra por uma moto de verdade, sério.


– Ela é boa. – dá um sorrisinho. – Por acaso você está falando mal da minha Falcão de Rua, Kenchin? Minha CB250T 50CC, modelo Falcão de Rua! – diz feliz.


– Não, cara. Isso é uma motoneta. – faz uma cara entediada. – Você diz que não quer pilotar nada além da CB250T, mas você não tem nenhum senpai para conseguir uma. – fica confuso. – Por que tu é tão teimoso com isso, mano? 


– Ei, ei, ei, ei! – uma voz é ouvida e todos começam a prestar atenção. – Temos um bebê mijão vestido de gangue pilotando uma motoneta ali!


Alguns membros de outra gangue aparecem. 


– De onde vocês surgiram?


– “Tokyo Manji Gang”? Nunca ouvi falar nessa merda.


Todos os olhavam com cara de tédio para eles.


– Se vocês, crianças idiotas, irão fingir que são uma gangue, façam isso em casa! Fiquem bem longe de Yokohama.


– Mas já que estamos aqui… – um dos delinquentes sai de sua moto, com um taco na mão, e caminha na direção de Mikey e Draken. – Vou reciclar essa merda pra você, beleza? Pode me agradecer depois – sorri. – Na verdade, acho que nem preciso desse taco. 


Mikey sorri.


– Ponha um dedo na minha Falcão de Rua e eu te mato. – lança um olhar intenso para o outro, que treme.


– Hein? – Mikey continua o encarando e ele engole em seco. – Enfim, foda-se essa merda! – volta para sua moto.


– Se os vermos por Yokohama de novo, pode ter certeza que ateamos fogo nas motos de vocês.


– É melhor irem pra casa estudar, fedelhos!


Assim, todos os delinquentes vão embora. 


– Não vamos acabar com eles? – pergunta Baji.


– Gostei disso, Keisuke! – grita Kazutora, dando um sorriso. – Já que só tem uns 10 deles, quer dizer que a vitória seria instantaneamente nossa. – coloca o braço no ombro de Baji, que fica surpreso.


– E-ei- – Baji é interrompido.


– Esqueçam isso. Eles já foram, idiotas.


– Eu sou lerdão, então pra mim tanto faz. – diz Pah-chin.


– Isso é tudo culpa do Mikey por continuar usando essa motoneta. – diz Draken, fazendo cara de tédio e Mikey infla as bochechas.


Manjiro vira o rosto e ignora o amigo.


– Eu sei que você me ouviu, Mikey!


– Hã? – se faz de confuso. – Qual é que deu?


Ryuuguji suspira e sobe na moto novamente.


– Vamos continuar com isso.



Baji e Kazutora pilotavam lado a lado. Keisuke aproveitava o vento batendo em seu rosto, enquanto Hanemiya aproveitava a vista da praia ao lado, e também, a vista de algumas garotas usando biquíni e indo em direção a praia. 


– Keisuke. – chama Kazutora.


– Fala. – olha de soslaio para o amigo.


– Eu quero muito chegar logo na praia. Tenho certeza que vão ter muitas gatinhas lá.


Baji fica incrédulo e suspira.


– Você é muito tarado, Kazutora. – volta sua atenção para a frente.


– Ah, qualé! Vai me dizer que não quer umas minas de biquíni na praia!? 


– Não tenho interesse nisso. – olha pro céu. – Além do mais, já tem alguém que eu gosto. – sorri ladino.


– Hã?! – fica surpreso e arregala os olhos. – Você nunca me falou nada disso! – fica irritado. – Quem é a doida?!


“Doida?” pensa Baji, dando um sorriso logo em seguida.


– Não te interessa. – volta a olhar pra frente. – Vamos mudar de assunto logo.


– Depois você vai me contar isso! – suspira. – Mas mudando de assunto, você não acha que eles estão molengas demais? Nós deveríamos ter destruído aqueles idiotas.


– Sim. Desde que o Mikey começou a andar com o Draken, ele amoleceu mais. – sorri. – Mas não acho que isso tenha sido algo ruim. Desde que ele voltou de Los Angeles e conheceu o Draken, muita coisa melhorou. Tipo…


–  Tipo? – fica curioso.


– Deixa pra lá.


Kazutora se irrita.


– Ei! Você diz que eu sou seu melhor amigo, mas não me conta as coisas! – puxa a orelha do amigo, que reclama da dor. – Que tipo de amizade é essa?!


– Para com isso, idiota! – grita. – Você também guarda um monte de segredo de mim e eu não falo nada.


– Eu não tenho segredo nenhum! – solta a orelha de Baji.


– Quer mesmo que eu cite alguns segredos seus que eu descobri? – sorri ladino.


– Não, não! – fica com uma gota na cabeça. – É melhor não.


– Ótimo. 


Os dois ficam em silêncio por um tempo. Kazutora começa a observar Draken e Mitsuya conversando; ele via como Mitsuya ficava animado conversando com o amigo, e muitas vezes corava. Ele desvia o olhar dos dois e olha de soslaio para Baji.


– Keisuke. O que você acha do Mitsuya? – pergunta inexpressivo.


– O que acho dele? – fica confuso. – Que porra de pergunta é essa? 


– Eu nunca vi ele gostando de nenhuma menina. – fala com um certo tom de desgosto.


Keisuke arregala os olhos.


– Qual o problema nisso? – pergunta com certo receio.


– “Qual o problema nisso?”, você pergunta? – olha para frente. – Acho que ele gosta do Draken. – Baji arregala os olhos. – Ele cora perto dele, fica felizinho demais perto dele. Você não acha isso estranho e, de certa forma, nojento?


Baji trava. Ele não acreditava que Hanemiya realmente tinha aquele pensamento. Ele engole em seco e vira os olhos para frente, observando a felicidade dos dois amigos ao conversarem. Ele olha para Kazutora novamente – que tinha um olhar intenso sobre si – e treme; Baji não sabia o que responder.


– Não acha, Keisuke? – reforça a pergunta e intensifica o olhar.


– A-acho! – diz por impulso e arregala os olhos.


– Imagino o que aconteceria se os outros soubessem disso. – vira os olhos para frente. – Talvez afastassem ele da gangue, não sei.


– N-não acho que eles fariam isso… – sussurra, ainda incrédulo. 


– Talvez. – fica em silêncio por alguns segundos.


De repente, o escapamento da motoneta de Mikey começa a fazer barulho e ele para.


– Que foi? – pergunta Draken.


– A gasolina acabou. – fala Mikey.


 –Não fode, Mikey! – grita Baji. – A gente falou pra tu colocar gasolina nisso!


– Você que quis vir pra cá, Mikey!


– O Mikey é muito burro.


– Vá pro posto logo, idiota. – diz Mitsuya.


 –Nós vamos pra praia. – diz Draken, já ligando a moto novamente.


 – Hã! Que terrível! – coloca a mão no queixo. – A Toman está em maus lençóis agora! 


 – Quê?! – Baji fica incrédulo.


– Não, não. Esse problema é só seu! – fala Kazutora, já prevendo o que aconteceria.


– Não é só um problema meu! – dramatiza. – Na minha humilde opinião, nós deveríamos escolher quem irá colocar gasolina…


– Lá vem!


– No pedra, papel ou tesoura! – dá um sorriso.


 – Sabia! – dizem em uníssono.


壊す 


Draken, Mitsuya, Kazutora e Pah haviam chegado nas praias.


 – Uaauu!! – gritam admirados. – É hora da praia!


Logo, todos saem correndo e começam a procurar um lugar para ficar. Bem, menos Mitsuya e Draken; os dois saem correndo em direção a água, fazendo uma espécie de competição entre eles. Já Kazutora e Pah se sentam em um lugar qualquer e ficam incrédulos com os amigos.


– Vamo lá, Mitsuya! – grita Draken, tentando ultrapassar o amigo.


– Eu não vou perder pra você, idiota! – tenta ultrapassar o amigo também.


– Quem nadar até o mar aberto primeiro vence!! – grita Draken, pulando na água, mas já ficando para trás de Mitsuya.


– Sério mesmo? – diz Kazutora, incrédulo. – Tipo, tem uma praia lotada de gatinhas aqui! – suspira.


– Deixa eles pra lá. Vamos aproveitar a vista. – coloca um óculos de sol e se deita na toalha colocada no chão.


– Ah! Isso que eu chamo de colírio pros olhos! – diz Kazutora, que faz o mesmo que o amigo.


– Sim.


– Hã? – diz Kazutora. – Onde tá o Mikey? – olha para os lados e não encontra o amigo.



– Droga!


Baji estava empurrando a moto de Mikey. O garoto já estava suando, ainda não acreditava que havia perdido no papel e tesoura. Keisuke ainda estava meio atordoado pela conversa com Kazutora.


“Como eu posso ser manipulado tão facilmente pelo Kazutora?” pensa irritado. “Eu não tenho aquele pensamento pré-histórico! E se ele soubesse, acho que ele ficaria com nojo de mim também…” dá um sorriso triste.


Baji tenta não se deixar abalar e balança a cabeça para afastar os pensamentos ruins.  


– Por que tinha que ser eu? – limpa o suor. – Está quente demais! Mikey, seu imbecil!


O garoto para por alguns segundos e coloca a moto encostada na parede. Ele limpa a testa com sua camisa e arregaça suas mangas. Keisuke respira fundo por alguns segundos e logo pega a motoneta novamente. Mas, de repente, um barulho de motos é ouvido e Baji fica confuso, afinal o movimento por ali estava bem fraco.


– Ah! O que é isto?! – grita a pessoa, atraindo a atenção de Baji.


Eram os delinquentes novamente.


– É um daqueles bostinhas de antes! – grita o outro delinquente.


– Ficou sem gasolina, foi? 


– Cê tá sozinho? – pergunta com um sorriso no rosto. – Nós dissemos que iríamos atear fogo nas motos de vocês se nos víssemos de novo, né? – o sorriso aumenta.


Baji entra em pânico; ele não podia deixar que tocassem na moto de Mikey. Era uma coisa valiosa para ele, certo? Então Keisuke teria que a proteger com sua vida. Então, com esse pensamento em mente, o garoto começa a correr com a motoneta o mais rápido que pode. Os delinquentes da outra gangue o olham incrédulos, ele realmente achava que iria conseguir fugir deles?


– Vamos atrás dele! – grita o líder e todos concordam.


Os caras ligam suas motos novamente e começam a ir na direção de Baji. 


O garoto de 12 anos estava exausto e com medo, era difícil correr tendo que levar aquela moto estúpida. O moreno olha para o lado rapidamente e vê dois dos caras de antes em uma moto; um deles tinha um taco de beisebol em suas mãos. O delinquente balança o taco e tenta acertar a cabeça de Baji, mas o moreno se abaixa rapidamente e quase cai, conseguindo logo se equilibrar e correr mais rápido.


Keisuke consegue enxergar um posto de gasolina mais a frente e dá um sorriso. Ele acelera mais o passo e consegue chegar lá, mas o garoto escorrega no chão e acaba caindo junto a moto. Baji se desespera e tenta se levantar rapidamente, mas antes que percebesse, os delinquentes batem nele com o taco, fazendo com que ele quase perca a consciência na mesma hora. Mas o moreno não desiste, então ele levanta a moto rapidamente e fica na frente dela, a protegendo.


– Que cara idiota. – diz um dos delinquentes, batendo com o taco na palma de sua mão.


Um dos caras dá um chute em Baji, mas ele se mantém de pé. Outro dá um soco em sua barriga, mas Baji novamente se mantém em frente a moto. Então outro decide atacar a moto, mas Baji se coloca na frente dela – novamente – e leva o golpe.


– Esse moleque não desiste! – grita um dos delinquentes, suando frio.


– Qualé, cara. Só vamos quebrar essa motozinha mequetrefe! – diz o líder.


O líder começa a se aproximar da moto com um taco na mão e tenta a acertar, mas Keisuke a puxa para perto de si e deixa o golpe o acertar, deixando o outro surpreso.


– Tá de sacanagem, né? – fala surpreso. 


– Idiotas! – os olha de soslaio. – Se tentarem tocar na moto do Mikey eu juro que mato vocês!


– Hã? 


– Você gosta mesmo dessa merda ai, né? – olha para trás com um sorriso. – Vamos quebrar essa merda!


Antes que pudessem fazer qualquer movimento sequer, alguém começa a se aproximar.


– Ei! – chama a atenção dos delinquentes.


– Essa criança…


– Mais um lixo se juntou ao amiguinho. – sorri.


– Eu esqueci o calção de banho, Baji. – sorri e coloca as mãos no bolso.


– Mikey…


O loiro começa a se aproximar de Baji e fica ao seu lado. Mas o que ninguém esperava era que o garoto iria chutar sua moto. Todos arregalam os olhos e ficam confusos e surpresos.


– Hã????? – falam os delinquentes em uníssono.


– Por que tu chutou sua moto, Mikey?! – pergunta Baji incrédulo.


– Ei, arrombados. – começa Mikey, olhando para os caras com raiva. – Por que diabos vocês machucaram algo tão importante pra mim? 


– Mas você que fez isso com sua moto!


Mikey aparece na frente do homem rapidamente e dá um chute na cabeça dele, o fazendo cair no chão. O maior sai rolando pelo chão e todos ficam boquiabertos. Manjiro abaixa um pouco a cabeça e fala:


– Você não está… muito machucado, né, Baji? – levanta a cabeça e tenta controlar sua raiva. – Desculpa por te colocar nessa situação por algo assim! 


– Mikey… – fala Baji, ainda surpreso.


– Consegue ficar de pé, né, Baji? – sorri. – Já que nós vamos acabar com eles! – olha para os delinquentes e seu sorriso aumenta.


Baji sorri e se levanta do chão.


– Claro! 


Ambos começam a ir na direção dos delinquentes. Keisuke estava feliz. Saber que Mikey se importava tanto assim consigo era inspirador; saber que podia sempre contar com ele nas piores horas o deixava com o coração quente.


壊す

Meses depois…


Era 13 de agosto. Baji e Kazutora estavam andando de moto juntos – com Baji na garupa da moto de Hanemiya. Keisuke estava bem confuso, Kazutora havia aparecido na sua casa do nada e estava o levando para algum lugar desconhecido.


– Ei, Kazutora.


– Hm?


– Onde estamos indo? 


– O aniversário do Mikey está chegando. – olha de soslaio para o amigo. – Vamos dar um presente para ele!


– Presente? – fica confuso. – Que tipo de presente?


– Uma CB250T.


Kazutora sorri e Baji fica surpreso. A sinaleira começa a fechar Hanemiya para sua moto.


– Mas ninguém tem uma dessas. – diz Baji, mais confuso ainda.


Antes de responder, Kazutora olha para o lado e vê uma família comemorando o aniversário de uma das crianças. O garoto fica os encarando por algum tempo e Baji acha estranho.


– Kazutora? 


– Tsc. – faz uma expressão irritada e começa a acelerar a moto. – Tudo bem, tudo bem. Não se preocupe com pequenos detalhes desse tipo. Vamos logo!


“Por que o Kazutora tava com aquela cara?” pensa Baji.



– É aqui. – diz Kazutora, parando a sua moto.


– Aqui? – pergunta Baji, olhando para o lado e avaliando o local.


Ambos estavam em frente a um lugar curioso; uma loja de motos.


– Uma loja de motos. – diz Kazutora.


Hanemiya começa a estacionar a moto. Ao fazer isso, Baji e ele descem do veículo, logo indo na direção da vitrine. Keisuke não entendia o motivo de estarem ali, então o moreno se vira na direção de Kazutora e abre a boca para dizer:


– Por que estamos aqui? – fica confuso.


– Oras… – dá um sorriso ladino e olha de soslaio para o amigo. – Nós vamos furtá-la, Keisuke. ♡


Baji arregala os olhos e abre a boca várias vezes, mas nada sai. Ele não conseguia acreditar que Kazutora realmente pretendia roubar aquilo.


– O que foi? – pergunta Kazutora.


– N-nós não deveríamos roubar, Kazutora! – fala nervoso. – Se arrumarmos uma CB250T dessa forma, o Mikey não vai ficar feliz…


Kazutora se vira para Baji e coloca a mão em seu ombro, logo o apertando e fazendo o amigo se assustar. Hanemiya tira o sorriso do rosto e fica com um semblante sério, então chega mais perto de Baji e faz com que ele fique cada vez mais nervoso.


– A gente não precisa contar essa parte pra ele, né? – aperta mais e dá um sorriso forçado. – A única chance de um jovem como a gente andar numa dessas… – aponta com o dedão para a moto da vitrine. – É se um senpai nos der ou se roubarmos.


Baji começa a suar frio e vira seu olhar para a moto, assim engolindo em seco e olhando novamente para Kazutora.


– Você realmente tem certeza? – pergunta Baji.


Kazutora ri.


Kazutora começa a se aproximar do ouvido de Baji – ainda com a mão em seu ombro – e fala:


– Você também quer ver a felicidade do Mikey ao ver isso, né? Afinal, essa é a moto que ele sempre quis. – aperta o ombro do amigo mais ainda. – É óbvio que tenho certeza disso. – se aproxima mais e Baji se sente quente – E você vai me ajudar nisso, né, Keisuke? 


Baji engole em seco.


– C-claro…


– Ótimo! – se afasta rapidamente e fica com um sorriso no rosto. – Vamos fazer isso daqui a algumas horas. – se vira e começa a andar. – Enquanto isso, que tal a gente ir na lanchonete? 


– P-pode ser… – diz com certo receio.


Keisuke solta o ar – este que ele nem sabia que estava segurando – e coloca a mão sobre o peito; então se curva um pouco e coloca a outra mão no joelho. Sua respiração estava um pouco eufórica, seu coração batia rápido e seu corpo estava quente.


“O Kazutora ainda vai me matar um dia…” pensa, tentando controlar sua respiração. “Será que isso é mesmo o certo a se fazer?” se pergunta.


– Você não vem, Keisuke? – pergunta Kazutora, olhando de soslaio para o amigo.


– Tô indo, inferno! – grita e começa a correr, logo ficando ao lado do seu amigo.


Algumas horas depois…


Kazutora e Baji estavam no beco ao lado da loja de motos. Hanemiya tinha um Alicate Corta Vergalhão em mãos e um casaco preto com um capuz para cobrir sua cabeça; já Baji tinha apenas um casaco preto. 


– Vamos fazer isso, Keisuke. – coloca o alicate no ombro e sorri.


– C-calma!


– Aqui está o plano. – ignora a fala de Baji. – Primeiro, vamos quebrar a janela de trás e entraremos. Deve levar cerca de dez minutos até o alarme ativar, então vamos ser rapidos. – mexe no timer do celular. – Neste tempo, vamos quebrar a corrente da CB250T; eu tenho certeza que a chave não está lá. – guarda o celular no bolso. – Então abriremos as portas que dão na rua e ... voilá! Caímos fora! – coloca a máscara no rosto. – Facinho, né?


– Esse não é o problema, caralho! – coloca o capuz e suspira. – Roubar que é o problema aqui… – sussurra.


– Keisuke. – chama e Baji treme. – Já conversamos sobre isso, né? – olha intensamente para Baji e o outro assente rapidamente. – Ótimo.


“Isso vai dar merda…” pensa Baji, suspirando.


– Sabe… – olha para Baji. – Você sempre reclama, mas continua do meu lado, não importa o que aconteça. – fecha os olhos e sorri por detrás da máscara.


Baji cora e desvia os olhos.


– Claro, idiota. – coloca a máscara. – Eu sempre vou estar ao seu lado. Mesmo que seja depois da morte.


Kazutora sorri novamente e vai na direção da porta de trás. Assim que chega lá, o garoto pega a fita adesiva e começa a colar na porta. Baji começa a olhar para os lados tentando ver se alguém estava próximo, mas o local estava deserto. Logo que olha para Kazutora novamente, o outro já havia terminado de colar a fita na porta.


– Lá vou eu. – diz Kazutora, se preparando.


– Ai, meu Deus… – sussurra Baji, engolindo em seco e suando frio.


Kazutora levanta seu braço e dá um soco no local com a fita, assim o atravessando no mesmo momento. Com a mão já dentro da janela, Kazutora começa a procurar a fechadura, logo a achando rapidamente. Então, o moreno abre a porta.


– Abriu! – diz Baji, seguindo Kazutora para dentro.


– Hein? – fica confuso. – O alarme não desligou… – fica em silêncio por alguns segundos. – Bem, que se foda. Vamo lá, Keisuke.


Baji até tenta abrir a boca para impedir Kazutora novamente, mas o garoto se lembra do olhar de Hanemiya e desiste no mesmo instante. Ele não poderia desistir agora e muito menos deixar seu amigo sozinho; ele fez a promessa de ficar ao lado dele até a morte, então faria isso. Com esse pensamento em mente, Baji começa a ir atrás de Kazutora e o vê parado em uma sala. Ele estranha.


– O que foi, Kazutora? – pergunta Baji, chegando atrás dele.


– Ali, Keisuke. – sorri por detrás da máscara. – É a CB250T! – começa a chegar mais perto e Baji vai atrás, logo arregalando os olhos ao ver a moto.


– Que foda!! – olha para a moto deslumbrado e com o rosto corado.


– Vendo de perto, ela não é nova. – diz Kazutora.


– Sim. Ela é bem conservada. – olha para os pneus. – Caralho! Ela é customizada! Saca só esses pneus! – aponta para eles e Kazutora fica deslumbrado ao vê-los.


– O Mikey vai ficar muito feliz com ela, né? – diz Kazutora enquanto sorri.


– Vai ser tão foda ver o Mikey com essa moto… – sorri com a imagem que cria em sua cabeça. – Consigo até imaginar o quão fodão ele ficaria!


– Vamo logo com isso.


– Beleza. Me dá esse cortador aí. – estende a mão para Kazutora e baixa a sua máscara.


Kazutora o entrega.


– Segura a corrente pra mim. – começa a se posicionar e Kazutora segura a corrente.


– Deixa comigo.


– Não tá cortando…


Baji continua tentando cortar a corrente por alguns minutos, mas nada adiantava.


– Vai rápido, Keisuke! Nosso tempo tá acabando! – grita Kazutora.


– Tsk. Essa corrente tá muito difícil de cortar…. 


Depois de mais um pouco de esforço, Baji consegue cortar.


– Isso! – diz Kazutora, pegando a corrente cortada e sorrindo.


– Agora vamos logo, Kazutora! – começa a pegar a moto e tirá-la do local que estava.


– Vou abrir as portas dos fundos. Não ligue a moto até sairmos daqui!


– Certo. – Baji sorri e olha para o amigo. – Parece que vamos conseguir, Kazutora!


– Sim! – sorri junto. – Não consigo imaginar o quão feliz o Mikey vai ficar! – vai até as portas e deixa Baji para trás.


“Você vai ter o melhor aniversário de todos, Mikey!” fala mentalmente enquanto aumenta o sorriso.


– Ei! 


Uma voz é ouvida e Baji trava.


– Ora, ora. O que temos aqui… um ladrão? – diz um homem com cabelos pretos e uma chave inglesa na mão.


“Tinha alguém aqui?!” pensa Baji preocupado.


– Loja de quem que você acha que tá invadindo, corno?!


“O que eu faço? Ele tem uma arma!” pensa se referindo a chance inglesa.


– Cê não vai fugir de  mim, vagabundo!


“Ele viu meu rosto! O que eu faço? O que eu faço?” Baji fica desesperado.


– Hm? – o homem tomba a cabeça de lado. – Acho que eu já te vi antes…


– Hã?


– Oh, é o Keisuke, né?


Logo Baji reconhece quem era o homem à sua frente.


– S-S-Shinichiro-kun? – fica confuso. – Por que você está aqui?


 – Hã? – também fica confuso. – Essa loja é minha.


“Essa loja é do Shinichiro-kun?” pensa Baji surpreso.


– Eu nunca te trouxe aqui, né? – pergunta e sorri. 


De repente, Keisuke consegue ver uma sombra vindo por trás de Shinichiro; era Kazutora. Ele tinha o alicate em mãos e se posicionava para acertar o homem em sua frente.


– Kazutora! Pare! – grita Baji, mas já era tarde demais.


Assim que Shinichiro tenta olhar para trás, ele é acertado na cabeça por um golpe certeiro. O homem sai voando e cai no chão desacordado. Kazutora o olhava ofegante, mas logo se vira para Baji com um sorriso e fica confuso com a cara de desespero que o garoto fazia.


– O que foi, Keisuke? – pergunta confuso. – Vamos cair fora!


Baji começa a correr na direção de Kazutora e se ajoelha ao lado do corpo de Shinichiro – este que sangrava bastante.


– Que porra cê fez, Kazutora?! – grita enquanto chorava.


– O que mais eu poderia fazer? – grita de volta. – Ele viu seu rosto, caralho!


– Não é isso! – começa a chorar mais enquanto grita. – O Shinichiro-kun é o irmão mais velho do Mikey!


Kazutora fica em choque; ele começa a suar mais, ficar com a respiração mais ofegante e com o coração batendo mais rápido a cada segundo.


– Quê? – sussurra Hanemiya.


– Shinichiro-kun! Shinichiro-kun! – grita enquanto o balançava


– É o irmão mais velho do Mikey…? 


– O que faremos…? – diz Baji, parando de mexer em Shinichiro. – Ele não está mais respirando, Kazutora! – grita enquanto olha pra poça de sangue que se formava ao redor da cabeça do mais velho.


– Cê tá brincando, né? – fala Kazutora, apertando a o alicate.


– A moto que nós íamos roubar era do irmão do Mikey! – grita. – O que vamos fazer, Kazutora?!


Hanemiya respirava ofegantemente e com certa dificuldade.


– O que eu faço? O que eu faço? – Baji se perguntava enquanto botava a mão sobre o rosto.


Kazutora coloca a mão na boca e começa a chorar mais ainda.


– Não fui eu… Eu não matei ele! – sussurrava Kazutora.


– Já sei! Vou chamar a ambulância! – fala enquanto se levanta.


– Não tem como eu ter matado o irmão do Mikey… Não tem como! Não tem como!


– Vamos chamar uma ambulância, Kazutora! – diz Baji, já de pé e olhando para o amigo confuso. – O que foi, Kazutora? Vamo logo!


Kazutora apenas soltava alguns murmúrios e resmungos.


– Kazutora?


– Eu tava fazendo isso pelo Mikey… então por que isso aconteceu? 


– Kazutora! – Baji o vira para si e coloca as duas mãos em seus braços.


– Keisuke! – grita e olha nos olhos do amigo. – Você sabe que a culpa não é minha, né? – dá um sorriso nervoso. – Pelo menos você não vai me abandonar, né?


– Do que você tá falando? – pergunta confuso e o soltando.


De repente, Kazutora joga Baji no chão e fica em cima dele. Keisuke fecha os olhos depois do impacto, mas logo os abre e fica confuso com a atitude do amigo.


– Você concorda que é culpa do Mikey, né, Keisuke?! – pergunta desesperado e aperta os ombros do amigo.


– Hã?


– Se viemos aqui por causa do Mikey, então a culpa é dele, né? – lança um olhar intenso pro amigo e ele treme. – Então… – dá um sorriso nervoso. – Eu tenho que matar o Mikey….


Baji fica em completo choque.


Antes que pudesse pensar em responder algo, a polícia arromba a porta e entra rapidamente no local.


– Segurem-nos!! – grita o policial enquanto os outros prendiam Baji e Kazutora.


Os policiais começam a levar os dois para fora rapidamente. Assim que saem, Baji percebe que o local estava cheio de pessoas, então ele abaixa sua cabeça.


– Dois garotos foram pegos no local da denúncia! Temos uma casualidade!


“Por que isso aconteceu? Por que?” pensa Baji. “Isso tudo só pode ser um pesadelo!”


– Baji! – um grito é ouvido e Baji vira os olhos na direção da pessoa.


Keisuke arregala os olhos; era Mikey.


– O que aconteceu aqui?


No mesmo instante Baji começa a chorar.


– Mikey… – chora mais. – Sinto muito!



Takemichi engole em seco e fica surpreso. Ele se lembra no mesmo instante de quando Mikey mencionou seu irmão mais velho em uma conversa entre eles.


“Então a causa da morte do irmão do Mikey-kun… é esses dois!” pensa frustrado.


– O Kazutora levou a culpa por mim, então eu não parei no reformatório. – diz com um sorriso no rosto. – Eu estive esperando ele aqui fora.


“Então o Kazutora-san e o Baji-san estão juntos desde o começo?” começa a suar. “Então não é como se ele tivesse deixado a Toman por capricho ou algo do tipo!” engole em seco. “Parece que não tem jeito, então…”


– Nesse caso, fico mais feliz de ter você aqui conosco. – diz Hanma com um sorriso no rosto. – Aqui. – joga uma jaqueta da Valhalla na direção de Keisuke.


Baji pega a jaqueta e a veste rapidamente.


– Hanagaki, Shiba. – diz Kazutora. – Deem essa mensagem para o Mikey: dia 31 de outubro, daqui 2 semanas, no ferro velho abandonado. Nós, da Valhalla, iremos lutar contra vocês. Vai ser nossa luta final.


– E avise que iremos para matar. – diz Baji, ficando ao lado de Kazutora.


Takemichi engole em seco e pega na mão de Hakkai, logo o arrastando para fora dali. Antes que pudesse pensar direito, o loiro sente seu celular vibrar e o olha rapidamente. Assim que liga o aparelho, ele vê mensagens de Mikey e fica confuso. Quando as abre, ele fica surpreso ao ver que o amigo lhe convidava para ir à sua casa.


– Ele tá te convidando? – pergunta Hakkai ao ver a mensagem no celular do amigo. – Quer que eu te acompanhe até lá? 


Hanagaki assente rapidamente.


壊す


Takemichi engolia em seco, ele olhava a casa de cima para baixo. Hakkai já havia ido embora, mas ele estava ali a minutos tentando tomar coragem para tocar a campainha. Hanagaki tentava de todas as formas tomar coragem, mas ele não conseguia, afinal ele não havia esquecido do beijo que deu no mais velho. Aquilo seria constrangedor.


Então, depois de muitas tentativas, Takemichi finalmente consegue tomar coragem e aperta a campainha da casa de Mikey. Sem que demorasse muito tempo, Manjiro aparece na porta e a abre, logo olhando com um sorriso para o amigo. Mikey usava um moletom cinza e uma calça folgada preta. Ao ver o amigo com um sorriso no rosto, Takemichi cora. 


– Takemicchi! – pega o braço do amigo, o puxa para perto de si e o abraça. – Fico feliz que tenha vindo.


Hanagaki não entende muito bem o motivo, mas seu coração começou a bater ainda mais rápido ao sentir Mikey te abraçando.


– Vem. – se afasta do amigo e o olha nos olhos. – Entra.


Manjiro pega na mão de Takemichi e se vira para entrar na casa, o puxando logo em seguida. Assim que entram na casa, Michi percebe que era bem diferente da sua. A casa de Mikey, apesar de ser bem tradicional, é bem grande e aconchegante. Takemichi se separa de Mikey e se agacha um pouco, logo tirando seus sapatos e os deixando na entrada do local. Assim que começa a se levantar, o garoto olha para frente e vê Manjiro em sua frente com um sorriso no rosto.


– Eu quero te dar uma coisa, Takemicchi. – se vira para ir para outro cômodo da casa. – Mas antes, vamos comer alguma coisa e conversar um pouco, certo?


Hanagaki assente com um pouco de receio e começa a ir atrás de Mikey. O loiro mais novo olha para o lado e vê um porta retratos peculiar; havia uma foto de Mikey quando criança – bem fofo, na opinião de Takemichi, um homem moreno e alto – que Takemichi acreditava ser Shinichiro – e uma garota loira e pequena – que só poderia ser Emma. Mas uma pessoa em especial lhe chamou atenção: um garoto com cabelos brancos, pele um pouco escura e olhos roxos. Takemichi não sabia bem o motivo, mas aquele garoto não lhe passava uma energia muito boa.


– Não vem, Takemicchi? – pergunta Mikey, da cozinha da casa.


Logo Takemichi volta à realidade e começa a ir na direção da voz de Mikey. Assim que chega na cozinha, ele vê o amigo procurando algo na geladeira e se senta em uma das cadeiras da mesa de jantar.


– Meu avó saiu pra fazer compras com a Emma, então não tem ninguém aqui pra cozinhar pra gente. – suspira e se vira para o amigo com um prato de dorayaki em mãos. – Mas pelo menos temos Dorayaki! – dá um sorriso alegre e Takemichi cora.


Hanagaki vê que Mikey iria colocar o prato de aluminio no microondas, então se levanta rapidamente e vai na direção dele, logo pegando o objeto de sua mão e deixando o loiro confuso.


– O que foi, Takemicchi?


O mais novo suspira e procura um prato adequado para colocar no microondas. Ao achá-lo, o garoto o pega e tira os dorayakis do antigo prato, assim, colocando no novo prato. Então Takemichi pega o novo prato e o coloca dentro do microondas, o ligando logo em seguida. Hanagaki pega o seu celular e começa a digitar:


“Se você colocasse o prato de aluminio no microondas, Mikey-kun, ele ia explodir. Sinceramente, penso em como você sobrevive quando a Emma-san não está aqui.”


Mikey cora e faz um biquinho.


– Não fala assim… – cruza os braços e infla as bochechas. – Eu só me esqueci desse detalhe.


Takemichi dá uma breve risada.


– Quer beber algo, Micchi? – pergunta enquanto volta na direção da geladeira. – Droga, só tem suco de maçã aqui. – suspira e pega a jarra de suco de maçã. – Quer?


Takemichi assente rapidamente e Mikey pega um copo, logo servindo-o. O loiro mais velho pega um copo para si e coloca suco de maçã também, e assim que faz isso, o garoto vai junto a Takemichi sentar- se nas cadeiras. Mas assim que puxa a cadeira para se sentar, Manjiro ouve um barulho vindo do microondas e vai animado até ele; ele o abre e tira os dorayakis de dentro, logo levando o prato até a mesa que estava Hanagaki.


– Prontinho! – coloca o prato na mesa e se senta ao lado de Takemichi. – Itadakimasu! – bate as duas mãos.


Takemichi faz o mesmo que ele e pega um dorayaki. O loiro mais novo dá uma mordida – com certo receio – e se surpreende com o sabor, aquilo era delicioso. Os olhos de Michi brilham e ele sorri, fazendo com que Mikey sorria junto a ele.


– Então, Micchi… – coloca a mão na bochecha e apoia o braço na mesa. – Você tem algo pra me falar? Você parece querer contar algo… – dá outra mordida no dorayaki.


Hanagaki arregala os olhos e fica com certo receio, mas ele suspira e começa a digitar tudo que Baji havia lhe contado.


– Oh… – fica com semblante sério. – Então você ouviu falar do meu irmão mais velho, né? – suspira e coloca os braços atrás da cabeça. – O Shinichiro era alguém incrível. Eu sei muito bem que o Baji e o Kazutora não pretendiam fazer aquilo, mas é tarde demais pra mudar o que já aconteceu. – olha de soslaio para o amigo. – Mesmo sabendo disso, eu não posso aceitar. A CB250T que eles tentaram roubar… era do meu irmão. – dá outra mordida em outro dorayaki. – Ela era pra ser meu presente de aniversário.


Takemichi arregala os olhos em surpresa.


– Aquela CB250T é uma memória do meu irmão. – sorri. – E minha amada moto. Já se passaram dois anos. – o sorriso vai sumindo. – E eu perdoei o Baji. Mas… mesmo que ele não saiba, mesmo que seja tarde demais para mudar o passado, eu não posso perdoar o Kazutora de jeito algum. – fica com um semblante assustador aos olhos de Takemichi. – E não posso perdoar o Baji por ficar ao lado dele!


Hanagaki engole em seco.


Mikey se levanta rapidamente e bate as mãos na mesa, fazendo com que a jarra de suco de maçã caia em Takemichi. O loiro mais novo olha para a situação com uma cara de espanto. Quando ele olha para Mikey, vê o garoto se segurando para não rir dele e fica com uma cara emburrada.


– Desculpa, Micchi. – diz rindo do garoto. – Vem. – estende sua mão e o ajuda a se levantar. – Vou te dar banho e te dar uma outra roupa. Se continuar com essa roupa, pode ter certeza que você vai ficar doente.


“Como ele consegue dizer com tanta naturalidade que vai me dar banho?!” pensa Takemichi corado, negando o máximo possível.


– Eu não vou fazer nada com você, Micchi! – faz um biquinho. – Eu também preciso tomar um banho e o outro banheiro da casa tá em manutenção. – sorri. – Ou seja, você não tem saída!


Mikey pega Takemichi no colo e o leva na direção do banheiro.


“Não era pra eu ter vindo…” pensa arrependido e mais corado ainda.



Ok, Takemichi realmente se arrependia de ter ido para a casa de Mikey. O nível de vergonha que sentia neste momento era inexplicável, e Manjiro estava se divertindo com isso. Hanagaki tirava sua camisa lentamente com a ajuda de Mikey, que a jogou no cesto de roupas sujas do banheiro logo em seguida. Takemichi começa a tirar a calça que usava, mas ele trava, aquilo era demais para si.


– Não precisa ficar com vergonha, Takemicchi! – abaixa as calças do garoto de uma vez e faz com que ele exploda de vergonha. – Nós só vamos tomar banho.


“Por que eu estou tão envergonhado? É só um banho entre amigos… eu acho” pensa Hanagaki. “Bem, agora não tem mais volta!”


Takemichi tira a cueca rapidamente e Mikey cora, mas o loiro mais novo é rápido e pega a toalha que Manjiro havia pego para si. Mikey suspira e passa na frente de Takemichi, então ele liga a torneira da banheira e começa a se despir rapidamente. Hanagaki arregala os olhos e fica de costas para Mikey.


“Eu vou morrer de vergonha ainda hoje…” pensa sentindo o rosto cada vez mais quente.


Depois de alguns minutos, a banheira se enche e Mikey se levanta da borda da banheira – que havia se sentado para esperar a banheira encher. O mais velho dá um sorriso ladino e se vira um pouco, logo dando uma cutucada na cintura de Takemichi e fazendo com que ele pule com o susto e dê um gritinho fofo.


– Vem, Takemicchi. – se vira e entra na banheira. – Entra. – sorri com os olhos fechados.


O loiro mais novo começa a analisar Mikey, estranhando ver uma cicatriz na lateral da sua barriga. Takemichi arquea uma das sobrancelhas em confusão e Mikey estranha.


– O que foi, Takemicchi? – pergunta confuso e o mais novo volta para a realidade.


Hanagaki engole em seco e começa a ir na direção de Mikey. Takemichi – com toda a vergonha do mundo – começa a tirar a toalha de sua cintura e a joga no chão, logo entrando na banheira e se sentando de costas para Mikey.


– Vou começar lavando seu cabelo, certo? – pergunta com um sorriso no rosto e Takemichi assente timidamente.


Então, Manjiro estica seu braço e pega um shampoo que havia próximo à banheira; joga o líquido em sua mão e coloca o frasco ao seu lado. Mikey começa a passar shampoo nos fios pintados do amigo e a massagear o seu couro cabeludo. Takemichi relaxa um pouco e fecha os olhos, gostando bastante da sensação de ter alguém lavando seu cabelo. Ao perceber isso, Mikey dá um sorriso alegre.


– Está gostando, Micchi? – pergunta feliz.


Hanagaki assente rapidamente.


Mikey pega o pequeno chuveiro que havia ali e joga sobre os cabelos do amado, assim tirando a espuma que havia ali. Logo Manjiro faz o mesmo processo de antes e passa a segunda mão de shampoo no cabelo de Takemichi. Ao terminar de fazer isso, ele coloca o condicionador nos fios loiros de Takemichi e deixa por um tempo.


– Agora vamos lavar seu corpo! – diz Mikey, pegando o sabonete líquido que havia ao lado da banheira.


Hanagaki cora e até pensa em protestar, mas sabia que não faria efeito e que Mikey iria lhe convencer a deixá-lo lhe lavar; então, ele assente e Mikey sorri.


Manjiro coloca o sabonete líquido em sua mão e começa a passar nas costas de Takemichi – fazendo uma massagem leve. Takemichi ainda tinha certo trauma e receio de que tocassem em si – depois do evento do festival, mas se fosse Mikey, talvez não tivesse problema. Afinal, Manjiro nunca faria um mal sequer à Hanagaki.


“Que pensamento é esse?!” pensa Takemichi corado.


Mikey pega o chuveirinho e joga nas costas de Takemichi, que solta um suspiro aliviado. O loiro mais velho coloca o sabonete em sua mão novamente e começa a passar na frente do corpo de Takemichi – no peito e no abdômen. Depois de algum tempo, Mikey termina de dar banho no amigo, logo partindo para o seu próprio.


– Pronto. Agora vou tomar meu banho, ok? – fala Mikey e Takemichi assente.


Alguns minutos depois…


Takemichi estava sentado no sofá com uma toalha nos cabelos e usando um pijama dado por Mikey. Ele não planejava dormir ali, mas parecia que não teria muita escolha. Assim que olha para o lado, o loiro mais novo vê Manjiro parado com um sorriso e fica curioso.


– Micchi, vou te mostrar meu quarto. – fala simples e chama o amigo com a mão.


Hanagaki se levanta rapidamente e segue o amigo animado. Os dois começam a andar pelos corredores da casa e dão de cara com a parte de fora da residência, o que deixa Takemichi confuso. O que faziam ali? Takemichi olha para Mikey confuso e o mais velho dá uma breve risada. Manjiro pega na mão de Takemichi e começa a levá-lo até o local que seria seu quarto, a garagem da casa.


“Por que o quarto dele é separado da casa?” pensa Takemichi.


– Esse é meu quarto. – sorri. – Antes era uma garagem, onde o meu irmão consertava a moto dele o tempo todo. Eu e o Kenchin vínhamos ver ele trabalhar o tempo todo. Ele não parava!


“Que legal…” pensa impressionado e admirado.


Os dois se direcionam para dentro do local e Takemichi fica impressionado. Apesar de aparentar ser um lugar bem simples, tinham coisas incríveis na visão de Takemichi. 


– Isso tudo é do meu irmão. Bem, a cama é minha. – ri. – Pode se sentar ali, vou pegar seu presente. – aponta para o sofá que havia ali.


Hanagaki se senta rapidamente e começa a olhar o local ao redor. Antes que percebesse, Manjiro volta com uma roupa dobrada em mãos e Takemichi fica confuso. Mikey fica frente a frente com o amado e lhe estende a roupa. Takemichi a pega e desdobra, logo ficando impressionado ao ver que era a jaqueta de fundador de Mikey.


– Essa é a minha jaqueta. – se senta ao lado do amigo. – Na verdade, ela é sua agora.


Takemichi arregala os olhos e pega o celular em seu bolso.


“Eu não posso aceitar isso, Mikey-kun! É bem importante pra você, né?” 


– Não precisa se preocupar. – joga a cabeça para trás e suspira. – Se for pra ficar com alguém, que seja com você.


Takemichi cora e algumas lembranças vem à sua mente.


“– Takemicchi-kun, você gosta de alguém? – pergunta curiosa e animada.


Hanagaki cora um pouco e começa a pensar, mas ninguém vem a sua cabeça, então ele nega.


– Hã??! Sério??! – fica surpresa – Nem do Mikey?”


“– Você gosta muito do Mikey-kun, né, Hanagaki-san? – pergunta Atsushi”


“– Ele me disse que depois que o Mikey voltou de uma viagem de Los Angeles, ele começou a ter as tais “impulsividades sombrias”, como ele gosta de chamar. – suspira – Nem ele mesmo sabe explicar direito, muito menos o Mikey. Mas sinto que acontece quando ele vê algo ou alguém que ele gosta sendo “quebrado”. – levanta um pouco a cabeça e suspira novamente – Pra isso acontecer sempre que você se machuca, Takemicchi, eu tenho certeza que o Mikey te ama muito. – sorri – E não é só como amigo.”


“– Queria poder te beijar assim por horas, Takemicchi. – fala Mikey, dando um abraço no amigo e colocando a testa no ombro de Hanagaki – Desculpa por tudo... – aperta o abraço – Eu te amo muito…”


“ ‘Mikey-kun, por que você gosta tanto de mim assim?’ escreve rapidamente e mostra para Mikey.


– “Por que”? – faz uma cara pensativa e sorri – Acho que desde que te vi pela primeira vez, lá em Los Angeles, eu adorei seu jeito corajoso e protetor. – abre um sorriso maior.”


“Acho que… eu to começando a gostar do Mikey-kun…” pensa Takemichi, com um pequeno sorriso no rosto e as bochechas um pouco coradas.


– Micchi. – chama Mikey e Takemichi o olha – Posso te perguntar uma coisa? – fala enquanto começa a abraçar o amigo.


Hanagaki fica confuso com o abraço repentino, mas não o recusa e logo assente.


– Se eu te pedisse em namoro, você aceitaria…? – sussurra bem baixo, mas Takemichi consegue ouvir.


Takemichi arregala os olhos em surpresa e seu rosto fica completamente vermelho. Que tipo de pergunta repentina era aquela? Antes que pudesse responder, Mikey se afasta rapidamente e se levanta, deixando Takemichi confuso.


 – Brincadeira! – sorri e se levanta, indo na direção da sua cama. – Seria perigoso me namorar. Afinal, eu sou um líder de gangue. – dá de ombros e se deita na cama.


Hanagaki fica surpreso, mas não acredita nas palavras do amigo. Ele se levanta rapidamente e vai na direção da cama, logo ficando em cima de Mikey e o encarando cara a cara.


– N-não me trate como se fosse feito de v-vidro, Mikey-kun… – sussurra bem baixo e Mikey arregala os olhos. – É claro que eu te namoraria. – sorri.


Mikey fica sem reação. Ele sempre foi uma pessoa decidida, mas, pela primeira vez em sua vida, ele não tinha ideia do que fazer. Seu coração estava acelerado, seu rosto estava completamente quente e ele tinha certeza que seus olhos brilhavam.


– Então… você quer namorar comigo, Takemicchi? – pergunta com certo receio.


Takemichi assente feliz.


– Tem certeza que quer namorar alguém como eu? – desvia o olhar. – Vai ser perigoso.


Takemichi infla as bochechas em irritação. O loiro leva uma das mãos até o rosto de Mikey e puxa sua bochecha direita, assentindo rapidamente logo depois. 


– Isso quer dizer que somos… namorados? – pergunta ainda sem reação.


Takemichi assente e sorri gentilmente.


Manjiro sorri e coloca as mãos nas bochechas do amado, logo o puxando para um selinho apaixonado. Depois de alguns segundos, o beijo avança cada vez mais. Manjiro abre um pouco mais a boca e tenta aprofundar o beijo, sendo seguido por Takemichi que também não entendia nada sobre beijos. O loiro mais velho começa a levar suas mãos até a cintura de Takemichi, assim a apertando e fazendo com que ele solte um suspiro durante o beijo. 


Hanagaki estava bem envergonhado com a situação, mas ele sabia que não poderia voltar atrás, então ele tenta inserir a língua e pedir passagem para Mikey, que mesmo surpreso, atende ao pedido, mesmo que de forma bem desajeitada. Os corpos dos dois garotos estavam completamente quentes e ansiosos por aquilo, mas para a infelicidade deles, o ar falta. Então, as bocas se separam e os dois garotos se olham, dando um sorriso sincronizado logo em seguida.


– Te amo muito, Micchi. – sussurra Mikey, aumentando o sorriso.


Takemichi sorri mais ainda.


– Também te amo muito, Manjiro.


Mikey arregala os olhos ao ser chamado pelo nome e sorri mostrando os dentes.


– Sempre quis ouvir sua voz falando meu nome assim. – dá um beijo na testa do namorado – Vamos dormir, Micchi. – dá um beijo em sua bochecha e o mais novo assente.


Hanagaki sai de cima de Mikey e se deita ao seu lado. Manjiro levanta o braço e desliga o interruptor, fazendo a luz desligar. Assim que faz tal ação, o mais velho se vira e abraça Takemichi por trás, em uma conchinha. Takemichi fica surpreso, mas logo sorri e aceita a ideia. Mikey estava completamente feliz, afinal, finalmente consegui ficar com seu amor de infância. 


Mikey sempre tinha pesadelos ao dormir; pesadelos com Shinichiro; pesadelos com Takemichi se machucando; com ele ficando sozinho. Mas, depois de muitos anos, Sano Manjiro finalmente teria uma noite sem pesadelos. Afinal, Takemichi estava ali consigo.


最後の



Notas Finais


Espero de verdade que tenham gostado desse cap! Fazer o Takemichi e o Mikey ficarem juntos dps de tanto tempo, foi incrivelmente legal, de vdd!

Espero que tenham gostado do desenvolvimento de casal até agr. E, bem, fiquem atentos, pois teremos mt sofrimento mais pra frente!

Cap q vem terá várias revelações, e como amanhã é o aniversario do Takemichi, é possível que eu poste dois capítulos, um especial e o capítulo normal.

Espero que tenham gostado! ❤️


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