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História Fogo Vivo - A história não contada - A silhueta de algo maior


Escrita por: brullf

Notas do Autor


Olá, amoras!
Mais uma semana com capítulo de Fogo Vivo 💜_💜
E só tenho a agradecer a vocês pela presença e por se permitirem a essa história.

Boa leitura!

Capítulo 5 - A silhueta de algo maior


Fanfic / Fanfiction Fogo Vivo - A história não contada - A silhueta de algo maior

Faz três dias que Maleficent apareceu na prefeitura e a levou para almoçar. Três dias que se deixou ver com tudo o que traz na alma, com seus cansaços, suas dores e feridas ainda em aberto. E tudo o que encontrou na outra foi a compreensão do afeto, os braços prontos a lhe servir de casa, o infinito do azul lhe pintando de mil tons.

Desde então, Regina anda pela cidade na expectativa de um novo encontro, daquele sorriso que lhe flameja no peito, de sentir sem precisar de explicações. Porque Mal simplesmente lhe sabe. A prefeita não consegue se concentrar mais em seus afazeres, já nem tem ciência sobre o que é o processo que tem em mãos. O trabalho burocrático a entedia cada vez mais. 

Onde estará a feiticeira que coloniza seus pensamentos? Mãos estendidas entre sentidos e incertezas, Mills carrega no olhar o tremor da interrogação (ou será do desejo?). Sente-se só um sopro de oceano (sem calmarias). Quisera marulhar coração e alma, ser apenas gota, suor de amor, paixão e sal. Talvez um feitiço eternizado no olhar daquele mar que, dentro das pupilas da outra, se faz mais bonito.

A morena se recosta e fecha os olhos. Sua magia sempre soube encontrar a de Maleficent, desde a primeira vez que se viram no olhar uma da outra. Basta deixar-se levar por sua mágica e pode ver uma chama forte brilhando, concentra-se nela e então já sabe onde a outra está. Regina sorri ao descobrir o endereço tão conhecido. Por que esperar por um encontro se pode fazê-lo acontecer? Ela pega sua bolsa, deixa seu gabinete e avisa a sua secretária que não voltará mais naquele dia.

 

No Granny’s, Mal está sentada sozinha em uma mesa mais afastada e se distrai lendo um livro emprestado da biblioteca. Uma xícara de café justifica sua presença ali. Enquanto não encontra o que fazer na cidade, observa Lily se sair muito bem como a nova barista do café e restaurante da vovó e não perde os olhares trocados entre sua menina e Ruby Luccas, que se encontra trabalhando no caixa.

Entre uma página e outra, a feiticeira sente uma magia muito bem conhecida buscar a sua. Ela sorri e leva a xícara aos lábios. Desejara ter ido ao encontro de Regina no dia seguinte ao almoço, no outro e naquele ainda. Aliás, fora preciso uma imensa força de vontade para não bater à porta da mansão naquela manhã. Aprendera, porém, a esperar. E jamais imporia sua presença à prefeita, embora um resquício de esperança de que a outra também sente a sua falta insista em lhe habitar.

O sino da porta toca anunciando alguém. Mas o som que ressoa mais alto no local são os saltos batendo contra o piso. Mesmo que já acostumados com a presença de Mills, sua figura é sempre uma aparição. E quando ela chega, paira, mesmo que por pouco tempo, certa tensão no ar. Ainda que tenha se tornado uma pessoa amada em sua cidade, ela é a rainha e sua aura majestosa a acompanha causando espanto e admiração aos olhares alheios. Regina veste uma camisa branca de seda e botões com uma calça risca de giz de alfaiataria e cintura alta acompanhada de um sobretudo preto.

Os olhos castanhos buscam pelos azuis e logo encontram. É nesse instante que o tempo parece se esquecer de passar e todos ao redor sentem a enormidade daquela troca. Algumas imagens do passado parecem dançar em suas memórias enquanto Regina rompe o silêncio e caminha em seus passos ritmados até a mesa onde está Maleficent. Elas mantêm os olhares fixos durante todo o tempo e simplesmente ignoram qualquer pessoa ao redor. Quando a morena deixa sua bolsa de lado e se senta, mesmo sem convite, os segundos voltam a correr.

- Uau! Isso... elas... – Ruby comenta baixo com Lily.

- Parece que eu fiquei quase uma hora sem respirar! – responde a jovem-dragão.

- Achei que as lâmpadas não fossem aguentar tanta tensão e explodir todas de uma vez! – a morena de mechas vermelhas sussurra, pois não precisa de ninguém ali alarmado pela magia latente das duas mulheres – Você sabe que elas...

- Têm um passado? – Ruby confirma – Sim, minha mãe me contou – as duas observam a prefeita e a feiticeira por um instante.

- E o que você acha disso?

- Eu não sei, só... – a loba e a dragão se encaram – Olhe para elas, Ruby, parece simplesmente certo! – Lily sorri.

- Sim, parece simplesmente certo – a garota-lobo também sorri, mas as duas são interrompidas por um cliente que deseja pagar sua conta.

Na mesa mais ao fundo do Granny’s, Mal e Regina se olham ainda sem palavras até que a feiticeira não resiste a provocá-la.

- Tanto tempo depois e você ainda sabe exatamente onde me encontrar, majestade... – e ali está o sorriso que Regina tanto amava. Estaria mesmo correto o verbo no passado?

- Você está em minha cidade, eu simplesmente sei onde todos estão por aqui – responde com sua prepotência característica.

- Então, o que lhe traz a minha presença, Regina? – aqueles olhos azuis lhe estudam com atenção.

Mills pensa por um instante antes de responder. Está pronta para dizer que sente falta da outra? Que deseja estar mais tempo com ela? Que vem tendo sonhos que a deixam intrigada? Que suas memórias sobre o tempo em que estiveram juntas no passado confundem-na?

- Eu... – poderia mentir?

- Com licença, boa tarde, senhora prefeita – a presença de Lily dissolve o clima entre as duas – Deseja algo para beber?

- Lily! – a rainha sorri involuntariamente ao reencontrar a filha de Mal – Eu não sabia que você estava trabalhando aqui – olha da morena para sua mãe, que nada diz, apenas sorri para sua menina e observa a conversa das duas.

- Comecei ontem! – conta – Modéstia a parte, eu sou uma ótima barista e, convenhamos, já faz bastante tempo desde que houve alguma mudança no cardápio deste lugar, então... Granny me deu uma oportunidade para fazer algumas coisas novas por aqui, já que decidimos nos instalar na cidade.

- Fico feliz que esteja se adaptando bem a Storybrooke! – a prefeita gosta da presença da jovem, mesmo sem entender bem o motivo. Na verdade, nunca teve muito tempo para pensar sobre Lily ou para estar com ela. Devia-lhe, aliás, um pedido de desculpas pelo corte em sua mão para lhe roubar algumas gotas de sangue – Então, recomenda alguma receita sua que eu possa experimentar?

- Bem, não conheço bem seus gostos, prefeita Mills, mas...

- Por favor, me chame de Regina – as duas sorriem. Talvez possam se conhecer melhor, afinal.

- Muito bem, considerando que a senh... – muda a palavra no meio ao vê-la franzindo o cenho – Você acaba de sair do trabalho e é sexta-feira, eu sugeriria um café irlandês ou um café martini – arrisca.

- Ficarei com o café martini, que já me parece um tanto quanto inusitado, mas quero experimentar. Mal? – volta a olhar a loira.

- O mesmo pra mim – ela aprova a escolha de Regina enquanto uma vaga ideia lhe toma a mente e o coração. Seria mesmo possível?

- Ótimo! Eu volto já – Lily recolhe a xícara de sua mãe e deixa as duas sozinhas outra vez.

- Como ela está diferente... – comenta a prefeita depois que Lillith se afasta – Não sinto mais aquela sede de vingança de quando nos conhecemos. Ao contrário...

- Lily e eu pudemos conversar e acertar várias coisas enquanto estivemos em Moors, Regina. E uma delas foi a respeito da vingança contra os Charming. Creio que você bem sabe que esse não é o melhor caminho, não é?

- Foi difícil de aceitar, mais ainda de perdoar, mas... você está certa, não é o melhor caminho.

- Acredite, minha filha e eu não planejamos fazer nada contra Snow White, David ou Emma – a loira aproveita que as mãos da prefeita estão em cima da mesa e leva as suas até tocá-las.

- Eu não pensei...

- Não você, mas certamente muitos na cidade sim. Afinal, seria um grande motivo para voltarmos, não? – as duas gostam daquele contato de seus dedos – Apenas estou lhe dizendo que não há com o que se preocupar.

- Bem, aprecio a consideração – Mills sorri um tanto tímida e ajeita seu cabelo atrás da orelha, um gesto de quando está um tanto nervosa. Retorna, porém, com sua mão junto às da mulher-dragão. Mal adora saber que ainda mexe com a morena daquela forma – E fico aliviada em saber que não precisarei defender a família dos encantados.

- Oh sim, já estou ciente de que vocês são praticamente uma mesma família! – Regina abaixa a cabeça e Mal chama por ela – Hey, eu estou feliz que isso tenha acontecido. Você merece, mais do que ninguém, estar em paz com os outros e consigo mesma, Regi.

Aquele apelido, aquele tom carregado de carinho, aquele afeto transbordando dos olhos, tudo em Maleficent desmonta Regina. Mas antes que ela possa dizer algo, Lily volta com seus drinks e serve as duas sem demorar. A loira ergue sua taça e as elas brindam em silêncio, cada uma com seus motivos para celebrar. E apenas ignoram os olhares um tanto curiosos, outro tanto temerosos ao redor. Nenhum deles importa.

- Mal... – a rainha passeia o dedo ao redor de sua taça após apreciar a bebida preparada por Lily – O que você acha de fazermos algo mais tarde?

A mulher-dragão quase não acredita naquele convite sussurrado por Mills.

- Bem, e o que a prefeita sugere para se fazer mais tarde em Storybrooke? – questiona para diversão da outra.

- Certamente nada semelhante ao que... – as palavras se recusam a deixar a garganta de Regina quando a saudade cai sobre si inundando seus olhos com as lembranças de momentos vividos com Maleficent. A primeira vez que fora levada aos céus no dorso de sua forma de dragão e a liberdade infinita que se infiltrara em seus poros. A primeira vez que se disfarçaram e foram a uma taverna beber e se divertir em Moors. A primeira vez que se deitaram a céu aberto e a feiticeira a ensinou a ler as rotas escritas pelas estrelas.

- Regi? – a voz da loira a faz se recompor em sua cadeira.

- Geralmente, Zelena vai lá para casa às sextas-feiras e ficamos com a pequena Robin até ela dormir, depois conversamos, vemos algum filme, comemos algo juntas. Não é nada grandioso, mas...

- Eu adoraria, se não for atrapalhar seu programa especial com sua irmã.

- De forma alguma! Zel certamente ficará feliz em ter mais alguém além de mim com quem conversar. Se você quiser levar Lily, ela será muito bem-vinda a minha casa.

- O convite para Lily fica para outro dia, ela já tem outros planos para hoje – a feiticeira olha para a filha que está sorrindo de algo junto com Ruby. A prefeita acompanha o olhar da loira e também vê as duas.

- Elas...? – se vira novamente para Mal.

- Não ainda, mas quem sabe depois de uma noite no Rabbit Hole? Ouvi dizer que é o lugar mais movimentado de sua cidade, majestade – sugere Mal e Regina ri solto. Um riso que parece recriar o encanto do mundo. Aquele som absurdamente mágico... como a loira sentia falta de ouvi-lo!

- Espero você mais tarde então – a rainha tira duas notas de dentro de sua carteira e deixa sobre a mesa – Às oito, tudo bem?

- Estarei lá – seus olhares ainda se demoram até que Mills se vira em direção à porta. Ela não resiste a olhar para trás antes de sair apenas para encontrar o sorriso da outra lhe acompanhando.


Notas Finais


Preciso dizer a vocês que sinto uma certa falta de ar quando penso em Maleficent e Regina. A força do encontro das duas é algo que quase me imobiliza. Se eu pudesse, as olharia para sempre!

Aguardo o carinho das impressões de vocês!

A música que eu escolhi para este capítulo é "Turning page": https://youtu.be/_eQ8mCBzfx8

P.S: escrevi uma outra fanfic também #dragonqueen, porém, em um universo alternativo à série. É uma short fic, de apenas dois capítulos, e eu ficaria imensamente feliz se vocês lessem e me dissessem o que sentiram.
https://spiritfanfics.com/historia/once-upon-a-dream-10707742


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