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História For All We Know - I'll close my eyes


Escrita por: itunoarchives

Notas do Autor


Muito boa noite, nação Serquel!
Segue uma one do casal mais amado do twitter.
Tive vontade de explorar um pouco a cena da Raquel na banheira, mesclando com um flashback entre ela e o Sérgio. Faz bastante tempo que não escrevo sobre eles, mas espero que vocês gostem.
Beijos!

Capítulo 1 - I'll close my eyes


Fanfic / Fanfiction For All We Know - I'll close my eyes

Madrid – Reserva Nacional

 Trinta horas. Esse foi o tempo que Raquel recordara ao ter seu primeiro embate com Tókio. Trinta putas horas em que seu corpo literalmente exausto havia se declinado na dura cadeira da carpa, mas tudo pareceu esvair-se em um milésimo de segundo quando sentiu por fim, o corpo ser envolto pela água morna e a espuma de odor suave e fresco. Raquel submergiu e seus pensamentos foram para onde ela mais desejava estar.

Palawan – Filipinas

Raquel havia acabado de deixar a sala; mais um assalto seria consumado, mais uma vez o aperto no peito se fez presente, ali, na banheira suspirou profundamente, fechou os olhos a fim de conter ao menos um pouco a ansiedade; foi tirada de seus pensamentos assim que ouviu a porta de madeira do quarto fechar, mas permaneceu imóvel.  

- Sérgio? – virou o rosto para a porta e lá estava ele, havia retirado a camisa preta em questão de segundos e agora estava ali, desatando os nós do sapato social que há muito não usava. O semblante parecia não ser dos melhores. – O que foi?

Sérgio não proferiu nenhuma palavra, estava com o cenho franzido, visivelmente preocupado.

- Não vai falar comigo? – Raquel impaciente, arqueou a sobrancelha e o semblante firme fez o homem à sua frente literalmente mudar de postura.

- Não.. – sussurrou, negando em seguida – Quer dizer, vou... Eu só... – suspirou pesadamente – Só não sei ainda o que fazer em relação a tudo isso. – confessou derrotado e até um pouco perdido.

- Você sempre tem um plano pra tudo, cariño. – tentou amenizar a situação e Sérgio retribuiu com um meio sorriso no rosto.

- Às vezes não é possível planejar tudo – retirou a regata branca que levava literalmente grudada em seu corpo – Ainda mais depois de tanto tempo aqui – passou os olhos ao redor do cômodo simples, mas ao mesmo tempo muito aconchegante, repousando no corpo de Raquel totalmente encoberto pela espuma branca – Com você. – sorriu um pouco envergonhado, fazendo a mulher morder o lábio inferior.

- Comigo? – fingiu indignação – E o que eu tenho a ver com isso, professor? – sussurrou a última palavra e Sérgio sentiu um arrepio de sua espinha dorsal até a ponta do pé.

- Você não vai me comprar, Raquel. – estendeu o dedo indicador, balançando de um lado para o outro em sinal de negação.

- Eu posso saber por que você está fugindo da minha pergunta? – desviou os olhos de Sérgio e voltou a olhar para frente, levantou a perna direita, passando a ponta dos dedos pela mesma.

- A pergunta correta seria - retirou os óculos com toda calma que possuía e deixou-o em cima da pia – porque eu estou fugindo de você, inspetora? – Raquel voltou a olhá-lo e seus olhos agora tinham um ar desafiador.

- Lisboa. – sua voz saiu rouca – Pra você, agora eu sou Lisboa.

Sérgio Marquina sempre fora um homem tímido, reservado e até um pouco conservador, mas a partir do momento em que conheceu Raquel Murillo sua vida havia literalmente virado de ponta cabeça. Com a ajuda dela, Sérgio foi se desfazendo de suas amarras, uma a uma. Jamais, no auge de seus quarenta e poucos anos, pensou que um dia pudesse estar apaixonado. Murillo desarmava cada dia um pouco mais, seu homem de gelo. E naquela noite em específico, não poderia ser diferente; ele estava mais tenso como nunca antes, invadir a Reserva Nacional lhe custaria mais do que todo dinheiro que tinha, implicava na segurança dos seus e pior ainda, na de sua pequena família com Raquel e vê-la ali, tão relaxada como sempre desde o primeiro momento que chegara em Palawan, fez seu próprio corpo desarmar.

- E eu posso saber por quê? – caminhou sorrateiramente até a borda da banheira.

- Por que o quê, Sérgio? – suspirou ao vê-lo tão perto de si.

- O motivo por você ter escolhido Lisboa, com tantos nomes de cidade disponíveis segundo os dados da... – ele parou de falar e engoliu seco assim que sentiu os habilidosos dedos de Raquel desabotoar sua calça com cuidado.

- Dados de onde? – perguntou inocente e Sérgio fechou os olhos por um milésimo de segundo tentando controlar inutilmente a respiração.

- Dados da organização mundi... – parou de falar outra vez e soltou o ar dos pulmões um tanto quanto frustrado quando ela afastou o toque – Raquel? – chamou-a inocentemente.

- Anda cariño, antes que eu desista de te esperar. – Raquel inclinou o corpo para frente deixando o espaço atrás dela livre para que Sérgio pudesse sentar.

- Você sempre foi assim? – perguntou Sérgio com semblante curioso, retirando finalmente a calça e ficando apenas de cueca.

- Assim? – olhou-o curiosa – Assim como? – ele ameaçou colocar o primeiro pé dentro da banheira e Raquel o freou no mesmo instante – Sérgio, você realmente vai entrar com isso?

- Não disse? – sorriu e voltou para a posição inicial – Iria justamente perguntar, se você sempre foi assim, apressada, Raquel. – Sérgio desceu a última peça que faltava e completou – Eu apenas fui checar a temperatura da água.

- Ah... – ponderou e ajeitou as costas contra o peitoral do mesmo assim que ele se sentou contra a peça curvilínea – E a que conclusão você chegou?

- Que aqui dentro é muito mais agradável do que qualquer outro lugar que eu já ponderei estar. – respondeu sincero.

- Eu te conheço – Raquel encostou a cabeça contra seu ombro forte – Agora sim posso dizer que te conheço – pausou - Do que você tem medo? – sussurrou em seguida.

- Antes eu tinha um plano, calculado, milimetricamente – passou as pontas dos dedos contra os braços molhados da mulher – E agora não tenho tempo pra pensar, ponderar possíveis erros...

- E você se sente nervoso? – perguntou.

- Você não? – deixou um beijo casto pelos cabelos dela.

- Talvez eu ficasse se você insistisse em me deixar em Mindanao, mas seria um nervoso reverso – Raquel virou o corpo cuidadosamente, ficando com o rosto frente a frente com o dele - Porque eu pegaria o primeiro transportador que aparecesse no meu campo de visão e entraria na Reserva Nacional pela porta principal só pra te afrontar. – segurou o riso assim que viu Sérgio abrir um pouco a boca em sinal de incredulidade.

- Em que sentido você quis dizer sobre o transportador? – ele olhou-a nos olhos e podia jurar que perdeu o ar por longos segundos. Aqueles olhos amendoados e expressivos eram o suficiente para que Sérgio se questionasse a todo e qualquer instante se não estava sonhando acordado.

- De tudo que eu falei você só prestou atenção nisso, Sérgio? – fingiu indignação e abaixou o olhar para os lábios dele, sussurrando em seguida contra o mesmo – Eu confio em você – deixou um beijo no canto de sua boca – Professor...

Durante os anos de convivência com ela, Sérgio deixou de ser retraído, assim como sempre fora durante toda sua vida, estudava cada pequeno gesto de Raquel, cada movimento de seu corpo e sentia-se vivo cada vez que chocava seus lábios contra os dela e era exatamente assim que ele se sentia agora. Subiu ambas as mãos até o contorno do rosto de Raquel e afundou os dedos contra seus cabelos molhados, fazendo-a olhar para ele, se demorou alguns segundos, memorizando mais uma vez cada detalhe.

- Me promete – sussurrou, puxando o rosto da mesma para mais perto do seu – Promete pra mim que não vai fazer nenhuma loucura? – ele ainda não possuía uma opinião concreta sobre como resgataria Rio ao certo, mas o medo de perdê-la era eminente - Que não vai saltar nenhuma etapa do que seja lá o que for que tenhamos que fazer...

- O que você acha que eu sou, professor? – Raquel levou as mãos até os ombros de Sérgio e os apertou com certo afinco a fim de tentar dissipar sua tensão.

- Promete Raquel. – puxou-a para si com um pouco mais de força, com algo de pânico no olhar.

- Tudo bem – revirou os olhos, prendendo o riso – Eu prometo. Agora você pode, fazer o favor de, hmmm, me beijar? – subiu um pouco mais as próprias mãos e enroscou os dedos contra os cabelos de sua nuca, puxando-o para frente.

Sérgio sentiu por fim o corpo aliviar, sua boca foi de encontro aos lábios de Raquel e toda tensão, misturada com o medo de afastar-se dela mais uma vez e a situação em si, o fez beijá-la com certa pressa, queria poder expressar naquele beijo o tamanho do significado que ela tinha para ele e vice versa. Com Raquel não foi diferente, sua língua invadiu e digladiou com a de Sérgio em um ritmo intenso, a água da banheira já havia amornado, mas ambos os corpos entrariam em erupção a qualquer momento. Ele estendeu as pernas e segurou em ambas as coxas bem torneadas da mulher, soltando um pequeno grunhido ao sentir seu sexo em contato com o dela; puxou o lábio inferior da mesma contra seus dentes, parando o beijo com um selinho demorado.

- Raquel... – Sérgio tentou chamá-la inutilmente – Espera... – Na tentativa de capturar seus lábios, Raquel se endireitou na banheira, sem dizer uma só palavra, os olhos de Sérgio estavam mais escuros do que antes e o peito subia e descia em total descompasso e ele de repente sorriu largo, totalmente vencido pela situação. – Não entrei aqui à toa... – arqueou a sobrancelha e ela pareceu não entender.

- Quê? – acarinhou a mandíbula com a ponta dos dedos e o cenho franzido.

- Vira... – pediu ainda contra seus lábios, apertando sua bunda coberta pela espuma branca.

- O que você quer? – Raquel ficou surpresa pelo ato, mas riu pela sensação de sentir os dedos grossos de Sérgio contra sua pele, levantando um dos pés para cima.

- Vira que você descobre. – sem dar muitos detalhes, Sérgio proferiu e ela assim o fez, virando de costas outra vez para ele. – A esponja... – pediu e Raquel sorriu negando com a cabeça.

- Que isso agora? – perguntou, entregando o objeto macio.

- Você pensa coisas demais, meu amor... – Sérgio afastou os cabelos de Raquel para um lado só e alcançou o pequeno vidro de sabonete, despejando uma quantidade suficiente para fazer ainda mais espuma. – Agora me conta direito. – passou a esponja pelas costas largas da mulher à sua frente – Que história de Lisboa é essa, inspetora? – ela olhou-o de soslaio segurando o riso.

- Eu sempre gostei de Lisboa, era o lugar favorito da minha mãe depois de Cadiz, obviamente – sorriu sincera, relaxando o corpo outra vez – Não sei, acho que sem querer é uma forma de dizer que ela estará comigo ali, igual quando andávamos pelos mirantes da parte alta, depois descíamos pra ver a Torre de Belém, corríamos atrás do...

- Elétrico 28? – Sérgio a interrompeu falando sobre o famoso bonde enquanto agora passava a esponja pelo braço direito da mulher.

- Como você é sem graça, Sérgio... – riu, fazendo-o rir também.

- Eu escolheria Lisboa mil vezes pra você, Raquel. – confessou deixando o objeto de lado e começou a mordiscar a lateral do pescoço da mesma que estava totalmente exposto para ele.

- É? – suspirou profundamente ao sentir os lábios macios contra a pele quente – Por quê?

- Porque Lisboa é... – Sérgio fechou os olhos para sentir o doce aroma que a pele de Raquel exalava – Divertida... – mordiscou o lóbulo da orelha dela – O berço de muitos intelectuais – sussurrou, fazendo-a encostar as costas contra o peitoral largo dele.

- E que mais? – perguntou curiosa.

- É a cidade mais bonita que eu já visitei... – sorriu contra seu pescoço, deixando um beijo demorado no mesmo.

- Então quer dizer que você me acha bonita? – levantou o rosto para encará-lo e por um instante Sérgio sentiu as bochechas corarem de vergonha. – Sérgio? – insistiu com um sorriso travesso.

- Acho. – confessou um pouco encabulado, mas assim que o ambiente foi tomado pelo som do riso dela, seu mundo pareceu parar outra vez. – Você é a mulher mais bonita do mundo, Raquel.

Depois de tudo que havia passado com Alberto, e até mesmo com as omissões de Sérgio quando fingia ser Salvador Martin, foi com ele que agora sim ela sabia o que era amor. Com Marquina ela vivia literalmente em um mundo paralelo, obviamente que vez ou outra discutiam sobre algo, ele viveu grande parte de sua vida dedicando-se a um roubo e agora tinha uma família, tinha um amor. Para ele, ações sempre foram muito mais fáceis do que palavras e justamente por isso, ao ouvir Sérgio se declarar, por mais simples que fora, sempre fazia o coração de Raquel inflar.

Sérgio segurou-a pela cintura, virando-a gentilmente para ficar frente a frente com ele.

- Fala de novo? – pediu e ele riu largo em seguida.

- Raquel – passou os olhos pelo corpo da mulher, quase que em câmera lenta – Murillo – repousou o olhar pelos seios da mesma e ela pôde ver quando ele engoliu seco – Fuentes... – respondeu com um pouco mais de dificuldade e Raquel riu contra o pescoço dele.

- Continua... – afastou-se novamente para mirá-lo e ele prosseguia hipnotizado.

- Você é... – Sérgio travou e Raquel arqueou a sobrancelha – Joder... – sorriu – A mulher mais bonita e sexy do mundo. – sussurrou deixando o tom de voz mais rouca e o semblante dela mudou em questão de segundos. Raquel avançou contra seus lábios em uma velocidade absurda, beijou-o com voracidade, sem dar tempo dele ao menos respirar. A água começara a esfriar e Sérgio não viu alternativa a não ser impulsionar o corpo para frente e levantar-se da estreita banheira levando Raquel consigo. Entre beijos ardentes e tropeços, finalmente chegaram ao box. A pele de suas costas entrou em contato contra a parede fria, fazendo-a se arrepiar, Sérgio abriu a torneira e a água morna caiu sobre ambos. Raquel se desvencilhou do corpo forte à sua frente e virou ficando de costas para ele, inclinou a cabeça para baixo do chuveiro e sentiu a água escorrer lentamente por cada poro de sua pele, Sérgio por sua vez levou ambas as mãos até os longos fios de cabelo de Raquel, os acarinhou como se fora uma massagem e fechou os olhos em seguida pela sensação de tê-la ali, desfrutando de um momento tão íntimo e tão deles, como aquele.

Longos minutos repletos de carícias e muitos beijos roubados, Raquel estava agora envolta em uma toalha branca, penteando os cabelos, próxima a uma das janelas do quarto que possuía uma vista incrível para o imenso mar.

- As chances de voltar pra cá depois do assalto são nulas, Sérgio? – perguntou cabisbaixa.

- Palawan é quase impossível, Raquel. – ele aproximou o corpo do dela e beijou-a no topo da cabeça. – Mas podemos sortear nosso próximo destino outra vez, de uma maneira – pensou – Diferente?

 - E eu posso saber como? – olhou-o curiosa.

- Fecha os olhos. – pediu e ela assim o fez, os dedos de Sérgio tocaram com delicadeza o tecido da toalha, desfazendo-se dela em questão de segundos.

- Sérgio? – Raquel sorriu, negando com a cabeça, concentrando-se a todo custo para não abrir os olhos.

- Shhh... – repousou o indicador pelos lábios da mulher à sua frente e desceu o rosto até o colo da mesma onde havia incontáveis pintinhas. – Gosto das suas pintinhas, elas se assemelham as estrelas... – encostou o lábio já um pouco úmido pela carne quente de Raquel, deixando pequenos beijos em cada uma com a delicadeza que só ele possuía. - Elas são como constelações...

- Ahh.. - afundou os dedos entre os cabelos escuros de Sérgio e prosseguiu de olhos fechados – E que tipo de constelação você vê, professor? – baixou o tom de voz, deixando-a um pouco mais rouca que o normal, o fazendo beijar a pequena marca de nascença em seu seio direito.

- Águila – beijou centímetro por centímetro do seio pequeno de Raquel, mas que parecia ter sido esculpido só para ele, acariciou a aréola com o polegar e o indicador com delicadeza ao mesmo tempo em que colocava certa pressão, fazendo-a arfar em seguida - O astro mais brilhante de toda constelação...

- Pro inferno essa aula de astronomia, anda. – Raquel abriu os olhos e sem cerimônia alguma, empurrou-o com toda força que tinha até a cama, fazendo-o cair sentado.

- Raquel... – protestou totalmente desarmado, prendendo a própria respiração ao sentir as mãos da mulher abrir a toalha abaixo de si com certa agressividade e cair instantaneamente entre seus pés.

- Me conta como a constelação – Raquel sentou-se no colo de Sérgio, segurando-se firmemente em seus ombros, pressionando as unhas com afinco contra sua pele – Vai definir aonde iremos depois do assalto – ela desceu uma das mãos e segurou na base do membro de Sérgio que fechou os olhos pela sensação de estar literalmente contra sua palma – Professor...

Sérgio Marquina não era virgem antes de conhecê-la, mas também não podia dizer que era um expert no assunto em sua questão prática. A verdade é que nesses intensos anos de convivência com Raquel Murillo, ele finalmente pôde colocar em cheque tudo aquilo que aprendera nos livros e fora dele. Sua mente e inteligência era um requisito que nunca falhava quando se tratava da ex-inspetora, mas diferente dos outros dias, naquela noite, Sérgio estava decidido a virar o jogo, literalmente.

Tomado por uma força quase descomunal, ele a segurou pelos quadris e impulsionou o corpo para frente, girou-o com Raquel em seus braços e chocou seu pequeno corpo contra o colchão.

- Eu só quero estar com você... – Sérgio deitou sobre ela que instantaneamente foi surpreendida por um beijo ardente, ele parecia faminto, em certo ponto até meio desesperado – Não me importa o resto, eu só quero estar com você... – repetiu a mesma frase contra os lábios já inchados dela que esticou os braços para que pudesse enlaça-lo em um abraço urgente, mas, Sérgio segurou-a por ambos os pulsos, levando-os acima da cabeça, sem deixar de beijá-la um segundo sequer. Raquel sentiu o membro de Sérgio intumescido por entre suas coxas e gemeu prontamente entre o beijo, usou toda força que possuía para poder inverter as posições, mas foi totalmente em vão, ele era muito mais forte do que ela, e a sensação de tê-lo no comando daquela maneira aguçavam-a ainda mais.

Sérgio desceu o lábio molhado do recente beijo pelo contorno do rosto tão bem marcado, roçou a barba mal feita pela mandíbula sem pressa, fazendo-a enlaçar uma das pernas por sua cintura.

- Eu não posso, eu simplesmente não consigo controlar – entreabriu um pouco os lábios, raspando os dentes com delicadeza até chegar à altura do lóbulo de sua orelha – Essa vontade desmedida de te proteger, de querer gritar até mesmo para as criaturas mais descrentes que eu sou apaixonado por você. – desceu o rosto até o pescoço de Raquel e preencheu as narinas com o aroma fresco e inebriante que só ela possuía – O que você fez comigo, Raquel? – soltou-a devagar, enquanto levantava o rosto para poder olhá-la nos olhos com os lábios completamente inchados de tanto beijá-la.

Raquel tinha os olhos marejados e um meio sorriso guardado no rosto, não sabia ao certo o que sentir, se agradecia mentalmente por tantas declarações repentinas, ou se deveria preocupava-se pelo simples fato de Sérgio achar que talvez um deles não saísse vivo daquela loucura. Mas viver contra as cordas havia se tornado algo rotineiro, perdera as contas de quantas vezes tiveram que mudar-se de casa, de olhar com saudosismo para cada pequeno refúgio daquela ilha e deixar tudo para trás, reconstruir como havia feito com sua própria vida depois de encontrar os postais do maior atracador da Espanha; e a pergunta de Sérgio era retórica, porque não havia um dia sequer em que ela não parasse para pensar quão intensamente aquele homem que insistia em dormir com pijamas de bibliotecário e retraído derrubou todas as inseguranças que carregava dentro de si durante oito largos anos.

- Feitiçaria... – ela comprimiu os lábios com as bochechas coradas, deixando-a ainda mais bonita e Sérgio sentiu o ar queimar por entre seus pulmões. – Faz amor comigo, Sérgio. – pediu enquanto levava ambas as mãos até o pescoço do mesmo, puxando-o com força contra seu rosto e ele prontamente negou com a cabeça.

- Hoje não. – respondeu firme e Raquel franziu o cenho, confusa. Ele por sua vez ignorou totalmente o toque dela e iniciou uma trilha de beijos molhados por seu colo que subia e descia constantemente. Sérgio tinha o toque suave, doce, mas Raquel fechou os olhos quando sentiu um dos seios serem cobertos pela boca quente do mesmo. As pontas dos dedos da mão direita do homem fizeram um caminho lento do estômago até a entrada úmida de Raquel que contorceu um pouco o corpo sob o colchão pelo contato tão imediato. Os lábios de Sérgio concentram-se fielmente em descer em forma de pequenos beijos, concentrando-se sempre em umedecer toda e qualquer pequena pinta presente no corpo dela.

- Cariño, por favor.. – Raquel suplicou em um sussurro quase inaudível assim que Sérgio ficou totalmente entre suas pernas e ela pôde sentir a respiração quente dele contra sua intimidade tão pronta para ele.

Sérgio havia passado anos preso a uma cama de hospital e o que Raquel Murillo descobrira foi que além de ser um amante dos mais diversos livros, ele também era um perfeito amante entre quatro paredes e que impressionadamente sabia usar sua língua não apenas para comunicar-se com outras pessoas, mas também, para levá-la à loucura.

O corpo da ex-inspetora tencionou por alguns segundos quando Sérgio levantou o olhar e encarou-a com o semblante totalmente diferente do que qualquer pessoa que o conhecia fora daquele quarto. Os lábios entreabertos, o olhar escuro e transbordando desejo e luxúria, esse lado apenas ela conhecia e amava. Amava muito. Com ela, o imprevisível homem de gelo, podia revelar-se nas mais diversas facetas. Sérgio contornou com o dedo indicador cada pedaço de pele exposta e úmida de Raquel e ela devolveu o olhar sem hesitar, deixando-o ainda mais excitado pela situação e como se fosse uma espécie de permissão, ela arqueou a sobrancelha esperando por algo que, veio. Sérgio endireitou-se entre suas pernas tão bem torneadas outra vez e com o auxílio dos próprios dedos, fez com que ela finalmente arqueasse a cabeça para trás; o contato da ponta da língua molhada dele com sua carne quente acionou o que Raquel havia guardado desde as intensas carícias na banheira, sua boca abriu e dela saiu um gemido rouco e arrastado que foi diretamente aos ouvidos do homem à sua frente. A língua dele percorreu sem pressa os pequenos e grandes lábios de forma contínua, Raquel enroscou os dedos finos sob os cabelos negros, puxando-o com certo afinco quando Sérgio intensificou cada sucção, firme e contra seus próprios lábios.

- Meu D... – balbuciou sem sucesso – Sérgio... – chamou-o sentindo o peito pesar tamanha pressão dentro de si – Sérgio... – repetiu, puxando com força sua cabeça contra ela – Por favor... Porra, por favor... – mexeu os pés contra o colchão na tentativa de desvencilhar-se e ele gemeu contra sua umidade pela sensação.

- Eu pensei que, hmm... – Sérgio afastou alguns milímetros o rosto, olhando-a sem sair do lugar – Que você gostasse disso, inspetora. – sorriu cinicamente enquanto literalmente arrastava os dedos de sua coxa até o clitóris de Raquel, iniciando ali sua tortura. O quarto foi tomado por pequenos gemidos e súplicas de uma Raquel à beira do orgasmo apenas pela intensa maestria do homem mais procurado do mundo.

- Sérgio, você vai m... – vociferou – Joder, você vai me pagar. – endireitou as costas na cama e fitou-o a todo mísero segundo. Sérgio sem prévio aviso introduziu o dedo indicador e médio em sua carne úmida e apertada, sentindo o próprio corpo contorcer com a imensa vontade de invadi-la e fazê-los um só. Raquel o puxou por ambos os ombros, trazendo-o um pouco desajeitado para cima dela outra vez, iniciando um beijo quente e intenso. As respirações descompassadas, o hálito quente, os corpos colidindo em brasa.

- Eu pago o preço que for – Sérgio sussurrou entre o beijo, aumentando o ritmo dos próprios dedos – Eu me vendo, me entrego pra quem quer que seja no mundo – Raquel contraiu o corpo quando ele friccionou o polegar repetidas vezes por seu clitóris totalmente sensível – Só pra ter você assim. – desceu os lábios outra vez até seu pescoço, deixando ali um beijo molhado – Entregue a mim, Raquel.

O ar faltou. Raquel elevou a cabeça para trás, deixando o pescoço ainda mais exposto para ele, seu corpo tremeu entre os dedos de Sérgio e se não estivesse sentada, certamente cairia, pois suas pernas estavam mais bambas do que nunca. Ele sentiu o corpo dela relaxar contra o dele e não ousou parar até que Raquel liberasse toda adrenalina que levava dentro de si e assim o fez. Capturou os lábios tão bem desenhados da mesma contra os seus, retirou-se de dentro dela, fazendo todo caminho inverso até segurá-la pela nuca com certa brutalidade. Raquel sentia o corpo sensível, mas ainda faltava algo, ela o queria. Sérgio ajeitou o corpo na cama extremamente desarrumada, o que o incomodaria em outras ocasiões, mas que agora ele pouco se importava. Seu membro duro chegava a doer tamanha excitação.

- Você não vai terminar? – Raquel sorriu maliciosa enquanto punha-se de costas para ele na cama.

- Terminar o que? – os olhos de Sérgio correram sem pressa alguma pelo corpo completamente desnudo da mulher.

- A história das constelações – olhou-o por cima dos ombros fingindo certa inocência e ele sorriu desacreditado, passando a língua pelos próprios lábios.

- As constelações... – passou a palma da mão quente pelas costas dela, causando-a certo arrepio ao apertá-la na região do quadril – E as suas pequenas pintinhas...

- Exato. – Raquel ajoelhou sob o colchão e Sérgio sentiu-se zonzo por alguns segundos, mas logo foi retirado de sua própria órbita ao sentir os dedos delicados de Raquel fechando-se contra seu membro completamente pronto para invadi-la. – Existe uma relação... – ela posicionou-o contra sua entrada molhada – Entre – sentou sem cerimônia, sentindo a respiração de Sérgio entrecortada contra seu pescoço e ser totalmente preenchida por ele – Entre os dois? – suspirou.

- O que... – segurou o quadril de Raquel com afinco contra seus dedos, descendo seu pequeno corpo para cima e para baixo devagar – O que difere as pintinhas de serem vistas como... – sentiu o próprio membro pulsar dentro de sua intimidade apertada e engoliu seco – Como pontinhos marrons para serem admiradas – colou os lábios no lóbulo da orelha dela, sussurrando sem cessar os movimentos – Como as estrelas? – elevou as mãos que estavam em sua cintura até os seios da mesma, apertando-os contra sua palma, fazendo Raquel encostar as costas no peitoral forte atrás de si.

- Eu não sei... – suspirou, colocando as próprias mãos em cima das dele, fazendo-o apertar seus seios. – Me conta você, Sérgio... – segurou a mão esquerda do homem e a subiu até seus lábios, primeiro mordiscou a ponta de seu dedo indicador e médio chupando-os em seguida. 

Sérgio pressionou ainda mais o corpo de Raquel contra o seu, tamanha excitação – A diferença – norteou a mesma mão até o pescoço, pressionando com certo cuidado para não machucá-la – Lisboa... – sussurrou, tirando dela um sorriso repleto de segundas e terceiras intenções – Está na percepção que temos das coisas. E a que eu tenho agora mesmo é que você vai se desmanchar outra vez pra mim. – segurou uma vez mais seus quadris e foi tomado por uma sensação quase bestial. Gemeu em decibéis altíssimos, sem pudor algum, o corpo de Raquel subia e descia com facilidade e precisão, ele deitou um pouco sob os travesseiros atrás de si, inclinado e Raquel fincou ambas as unhas em sua coxa a fim de dissipar todo desejo. Os dedos de Sérgio enredaram os cabelos loiros e ainda úmidos da mulher, puxando-o cada vez que ela descia o corpo e ele sentia seu membro totalmente dentro dela.

Em uma de suas investidas constantes, Raquel o fez sair de dentro dela, deixando-o um pouco confuso e até um pouco frustrado. Ela se portou outra vez em cima dele, sem perder tempo, ficando frente a frente com seu rosto. Sérgio possuía os olhos miúdos e os lábios completamente secos, ela segurou-o pelos ombros, roçando seus seios eriçados por seu peitoral, chocando sua boca com a dele em um curto espaço de tempo. O ar do quarto pareceu pesar ainda mais quando Sérgio apertou fortemente as costas de Raquel para tentar retrasar o orgasmo.

- Deixa chegar... – ele sussurrou com os lábios contra sua mandíbula, mordiscando-a com certa voracidade – Chega comigo... – pediu, descendo uma das mãos até o meio das pernas grossas da mulher até finalmente encontrar seu ponto mais frágil.

- Porra, Sérgio... – Raquel segurou seu rosto com firmeza, olhando-o nos olhos como uma leoa prestes a atacar sua presa e então, tomada pelo prazer de senti-lo dentro de si e estimulando-a a cada vez mais, ela contraiu seu interior ao redor do membro pulsante de Sérgio fazendo-o liberar-se completamente dentro dela, a levando consigo poucos segundos depois.

O quarto iluminado pela luz da lua exalava paz. Raquel havia deitado contra o peito de Sérgio e ambos dispensavam qualquer tipo de roupa. Ele acariciava suas costas com delicadeza enquanto sua cintura era rodeada pela perna esquerda da mulher.

- Que tipo de percepção você teve essa noite, homem de gelo? – Raquel levantou um pouco o corpo para olhá-lo atentamente e Sérgio correu os olhos por cada pequeno detalhe que compunha o semblante de Raquel.

- Que a minha mulher é a pessoa mais inteligente que eu conheço. – sorriu sincero e ela afundou o rosto contra seu pescoço, distribuindo pequenos beijos pelo mesmo. – E que mais? – riu – Eh?

- Raquel... – riu encabulado e voltou a olhá-la nos olhos, colocando uma mecha de cabelo delicadamente atrás da orelha – Você é mais capaz do que eu pra comandar o que quer que seja, incluindo meu próprio coração.

Raquel sorriu, negando com a cabeça em seguida, levando os lábios até os de Sérgio.

Madrid – Reserva Nacional

Ao inclinar a cabeça para o lado, Raquel ainda de olhos fechados pôde ouvir a voz de Sérgio ecoando em seus ouvidos - Não me importa o resto, eu só quero estar com você... - ela então havia se dado conta de que o próximo destino ainda era uma grande incógnita, mas pareceu não se importar muito porque assim como ele, ela só queria estar com Sérgio, mais uma vez. 



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