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História For the love of my family - Capítulo 31


Escrita por: Believe8

Notas do Autor


Ooooi gente!
Bom, como quase ninguém lê as finais, vou explicar nas iniciais!
Ontem foi a festa de um aninho do meu sobrinho, e eu quis fazer um vídeo homenagem para ele. Então, desde 4ª, eu estava direto nisso, sem pensar em mais nada. Gastei todos os capítulos que já tinha escrito, mas não consegui responder os reviews ainda. Vou fazer isso agora, ok?
Só para a informação, o vídeo ficou lindo, a festa foi maravilhosa e a alegria do meu BatTheo valeu o mundo <3
Agora fiquem com o casamento mais sensacional ever HAHAAHAH

Capítulo 32 - Capítulo 31


Fanfic / Fanfiction For the love of my family - Capítulo 31

“Eu não acredito que nós concordamos com isso.” Paulo dizia pela milionésima vez, enquanto tentava dar um nó na gravata que havia pegado emprestada do pai.

“Nenhum de nós acredita, cara.” Mário riu ao seu lado, apanhando da mesma forma. “Mas eu gostei da ideia de casar com a sua irmã, sabe.”

“Bom mesmo, viu Ayala. Porque no futuro, quero ver uma aliança no dedo dela, entendido?”

“E você acha que o Marcos e a Mili vieram do quê?”

“Das coisinhas que vocês fazem quando estão sozinhos.” Rebateu o Guerra, irritado.

“Fazíamos, né? Sua irmã falou que se nega a fazer isso de novo até que as crianças tenham ido embora.” Reclamou Mário, chateado.

“Sei bem como é, cara... A Margarida falou a mesma coisa.” Jorge e Daniel entraram no quarto naquele momento. “Ainda não conseguiram dar o nó nisso?”

“Engomadinho, eu usei gravata meia dúzia de vezes ao longo dos meus 18 anos de vida. E ainda era aquela de zíper, sabe?” Explicou Paulo.

“Realmente, gravatas não fazem muito o seu estilo.” Concordou Daniel, ajudando o amigo a fazer o nó. Jorge fez o mesmo com Mário e os quatro se encararam. “Quando eu pedi a Carmen em casamento, não achei que ia ser tão rápido.”

“Pelo menos você pediu, Dan... A gente nem isso fez.” Paulo encarou o terno. “É setembro, pelo amor de Deus. Está quente demais para usar terno.”

“Pior seria se fosse dezembro.” Jorge tentou soar animado.

“Mas eu aposto que elas não vão usar vestido longo, cheia de pano...”

“É isso, Mário, você é genial!” Paulo se animou. “É um casamento de brincadeira e informal, não precisamos usar terno.”

“Mas a Valéria mata a gente se estivermos só de camisa e gravata.” Garantiu Daniel.

“Eu fui no casamento de um colega do meu pai uma vez, e ele não usou terno. Ele estava de camisa de manga curta, gravata borboleta e suspensório.”

“Tá, Paulo, suspensório a gente tem... Mas nossas gravatas são compridas.” Jorge segurou a peça de roupa.

“Eu estou esperando para desenterrar isso há tantos anos.” O Guerra pegou uma caixa que havia trazido de casa, abrindo e revelando dez gravatas borboletas. “Eu adorava elas quando era criança.”

“Em outra hipótese, eu diria que isso é brega. Mas considerando que podemos irritar bastante a Valéria, vou concordar.” Jorge apanhou uma azul clara, combinando com seus olhos.

“A pequena vai gostar dessa lilás.” Comentou Mário.

“Eu sei, foi ela que me deu. Nunca usei, na verdade.” Confessou Paulo, pegando uma vermelha.

“Verde é a cor favorita da Carmen.” Daniel escolheu a sua e o amigo fechou a caixa. “Os suspensórios estão aonde, Jorge?”

“No quarto do meu pai, vou pegar.” O loiro saiu, deixando os amigos para trás. Paulo tirou a gravata que tanto apanhou para colocar, colocando a nova.

“Bom, meus caros... Vamos nos casar.”

~*~

“Eu vou usar meus All Stars e acabou, Maria Joaquina Medsen. A merda do casamento é meu, e se eu quiser entrar dançando na boquinha da garrafa com uma fantasia de Elvis, eu entro.” Gritou Alicia, irritada.

“Sogrinha tá possuída hoje.” Riu Ella, se deliciando com um pacote de bolachas.

“Mamãe está naqueles dias, sabe como é?” Alice roubou uma bolacha.

“É pecado roubar comida de grávida, sabia?” Reclamou a Cavalieri.

“Posso dizer que acho tudo isso desnecessário?” Resmungou Margarida, enquanto Valéria trançava seu cabelo. “Nós não estamos nem perto de nos casarmos para valer, tá sabendo?”

“Vocês são tão sem graça.” Reclamou Maria Joaquina, com um biquinho. “Não bastando vocês se recusarem a usar vestidos brancos, ainda ficam reclamando de tudo.”

“Já avisei que eu só vou usar branco no dia do meu casamento de verdade, que isso fique muito bem claro.” Avisou Marcelina, dando de ombros.

“Ah, eu to achando legal.” Mili confessou com um sorriso sonhador. “Quando nós erámos pequenos, sempre perguntávamos porque vocês não tinham levado a gente no casamento de vocês. É legal poder estar presente, mesmo que seja só uma brincadeira.”

“Vou ter que concordar.” Disse Ella. “Eu reclamava que vocês podiam ter me esperado nascer para casar, para poder estar presente.”

“Acho que toda a criança tem essa vontade de estar presente no casamento dos pais.” Alice finalizou, pensativa.

“Prontinho, a última noiva está pronta.” Valéria comemorou, sorrindo. “Graças a Deus que seus pais fizeram um baile no aniversário de casamento esse ano, Majo. Ou então, ninguém teria roupa.”

“Mãe, por que você vai colocar jaqueta? Está calor.” Observou Alice, vendo a Gusman pegar uma jaqueta de couro.

“Eu gosto de como fica a composição do visual.” Ela deu de ombros. “Bom, vamos logo com essa bagunça? To ficando com fome.”

~*~

“Gente rica é outra história.” Resmungou Pietro, admirando o jardim decorado. “Como a dona Clara conseguiria fazer tudo isso em poucas horas se fosse pobre?”

“Menos, cara, bem menos.” Marcos riu do primo. “O Paulinho está feliz da vida no piano.”

“A Alice deu a ideia de ele tocar na entrada das noivas. E você sabe que ele tem talento para isso.” Observou o mais velho, orgulhoso.

“Claro que sei. E você vai conduzir sua mãe sozinho?”

“Elas ainda não sabem que nós vamos conduzir elas. A Maria Joaquina está dando as bombas aos poucos, porque elas já estão achando tudo isso uma loucura sem tamanho.” Riu o Guerra. “Pior que o Jaime fica bem de padre, né?”

“Combina com ele.” Concordou o Ayala.

“As noivas chegaram.” Valéria apareceu correndo, chamando a atenção de todos. “E estão nos xingando porque falamos que elas têm que esperar os acompanhantes.”

“É muita firula para um casamento de brincadeira, Valéria.” Concordou Daniel.

“Me deixem ser feliz, por favor?” Reclamou a garota, emburrada. “Pietro, Eric, Marcos, Nicholas... Vamos buscar as mães de vocês lá dentro!”

Na sala, as quatro discutiam com Maria Joaquina, que insistia que elas pegassem os buquês.

“Isso tá virando casa da mãe Joana.” Reclamou Carmen, perdendo a paciência.

“É, tipo, quando a gente tinha oito anos era até legal ficar organizando casamento de brincadeira para cachorro. Mas isso já tá demais.” Marcelina fez coro a amiga.

“O médico mandou não contraria e apenas sorrir e acenar.” Recomendou Pietro, as encarando. “Isso parece tudo, menos um casamento.”

“Você fez eles colocarem roupa social, Valéria?” Alicia gritou com a amiga.

“Ela não, mas a Bibi e a Laura sim. E elas podem dar bastante medo quando querem.” Explicou Nicholas, abraçando a mãe, que não conseguiu evitar rir.

“Vocês vão pegar essa porcaria de buquê e vão dar o braço para os filhos de vocês, entendido? E então vão seguir nosso comando e entrar pelo corredor até o altar, para um belo casamento.” Valéria perdeu a paciência, mas a das amigas já tinha ido para o brejo há tempos.

“Querida, se você tá com falta de sexo, azar o seu. Não vem torrar para o meu lado, entendido?” Alicia pegou as duas pelo braço. “Vão lá para fora e arranjem uma moita para dar para o Davi e o Cirilo, estão precisando.”

“Nós vamos entrar do jeito que quisermos, porque o que deveria se nosso casamento de brincadeira, virou show de horrores. Então vaza daqui e deixa a gente em paz.” Mandou Marcelina, fechando a porta. “Por que mesmo a gente concordou com isso?”

“Tá sendo bastante divertido no geral.” Riu Eric, as mãos enfiadas no bolso. “Pelo perfume que está lá fora, a dona Clara caprichou nas flores. E nos buquês também! Hum... Girassóis, margaridas, rosas e lírios.”

“Eu ainda me assusto com a capacidade dele.” Margarida comentou, admirada.

“Queria poder ver como vocês estão.” Admitiu o rapaz cego.

“Parecendo tudo, menos noivas.” Prometeu Alicia.

“Sua mãe está com o vestido verde, Eric. Aquele da foto na sala da sua casa.” Contou Pietro.

“Que foto?” Perguntou a garota.

“Do aniversário de casamento da Clara e do Miguel. Você e o papai tiraram uma foto em frente aos arranjos de flor, não é?” Ela concordou. “Ficava emoldurada na estante da sala. Então eu já sei como você está.”

“Sem querer cortar a conversa, mas vamos logo? Daqui a pouco passa o susto e as duas voltam aqui para encher nosso saco.” Lembrou Marcos, preocupado.

“Eu não quero entrar com esse buquê.” Reclamou Alicia.

“Já sei.” Margarida desfez o laço, apanhando uma única flor. Tirou um grampo do cabelo e quebrou o caule da planta, o prendendo ali. “E depois é só colocar na lapela deles.”

“Que bom que uma de nós pensa.” Riu Marcelina, enquanto as imitavam.

Foram finalizando o enfeite enquanto caminhavam até a porta, e ouviram uma música bonita.

“Isso é Flashlight?” Perguntou Carmen.

“É, é a música favorita do Paulinho para tocar no piano.” Explicou Pietro, surpreendendo a mãe.

“É o seu irmão que está tocando?” Ele concordou. “Que lindo...”

“Alicia ativou o modo mãe babona.” Riu Margarida. “Bom, vamos?”

Do lado de fora, os quatro amigos estavam conversando no altar, enquanto os demais quicavam impacientes. Aquilo, realmente, estava do avesso.

“A porta abriu.” Gritou Bibi, animada.

Majo e Valéria gemeram frustradas ao não ver os buquês, mas logo sorriam, maravilhadas com a cena. As quatro “noivas” vinham rindo, despojadamente, de mãos dadas com os filhos, que pareciam nervosos.

“Pietro, sua mão está suando.” Alicia gargalhou.

“Qual é, é uma grande responsabilidade levar sua mãe até o altar, sabia?” Ele resmungou, se desculpando. “Eu to muito feliz que quem está esperando lá é o papai, sabe? No futuro, eu já estava quase conformado que teria que te levar até o tio Mário.”

Alicia não disse nada, apenas segurou a mão dele com mais força e deitou a cabeça em seu ombro, sorrindo. Ao lado, Carmen e Eric riam baixinho.

“Eu deveria estar te conduzindo, mas está quase o contrário, né?” Comentou o rapaz.

“Não ligo. É bom simplesmente poder viver essa situação acompanhada por você, considerando que o meu casamento com o Dan no futuro foi tão... Chato?” Ela ponderou, e o filho sorriu.

“Tenho certeza que dessa vez vai ser diferente.”

No altar, os “noivos” começavam a ficar nervosos.

“Pai, para de quicar no lugar.” Ella riu de Jorge, que parecia estar fazendo exercício para panturrilha.

“E você coloque um babador, pai, ou vai inundar o altar.” Mili fechou a boca de Mário, que estava escancarada.

“Sua mãe tá linda, amendoinzinho.” Elogiou o rapaz.

“E muito lerda, moranguinho.” Reclamou o loiro.

“A que ponto chegamos.” Riram as duas juntas, enquanto as noivas chegavam ao altar.

“O que a gente faz agora?” Perguntou Paulo, sem graça.

“Recebem as noivas dos acompanhantes.” Laura suspirou. “Isso é tão romântico.”

Todos ficaram um pouco constrangidos com os olhares em cima deles, então se movimentaram de forma acanhada. Os rapazes deram um abraço nos filhos, que beijaram o rosto das mães.

“Aproveita essa segunda chance e façam tudo certo dessa vez.” Pediu Marcos, entregando a mão de Marcelina para Mário e se afastando.

“Pressãozinha básica a deles, né?” Resmungou a baixinha, enquanto o namorado ria. “O que foi?”

“Você tá linda.”

“Você me viu com esse mesmo vestido lilás alguns meses atrás. Aliás, combinou com a sua gravata.”

“Eu sabia que era sua cor favorita. E eu te vi com ele, mas nós não estávamos nos casando na ocasião. Isso deixa você ainda mais bonita nele.” Elogiou o Ayala, recebendo um sorriso corado.

“Ah, já ia esquecendo. Nosso buquê.” Alicia pegou a rosa vermelha e prendeu o grampo no suspensório de Paulo, sorrindo. “Prontinho.”

“Buquê minimalista e que pode ser dividido com o noivo? Isso que eu chamo de modernidade.” Riu Daniel, enquanto Carmen prendia o girassol à ele.

“Era para serem buquês grandes e bonitos, que provavelmente estão destruídos lá dentro.” Reclamou Valéria, vendo Margarida prender a flor branca com o mesmo nome no suspensório do namorado, e Marcelina o lírio em Mário.

“Hã, não é por nada, mas alguém viu o dito padre?” Perguntou Adriano, tentando avistar Jaime.

“Deve estar comendo, para variar.” Bufou Alice. “Eu vou na cozinha buscar ele.”

“Não precisa, já cheguei.” Ele apareceu correndo, um sanduíche na mão. “As quatro demoraram demais, me deu fome.”

“Você sempre está com fome.” Resmungou a Guerra, voltando para o seu lugar. “Dá para começar logo esse casamento?”

“Olha, eu não sei vocês, mas acho que já vi essa história antes...” Bibi sussurrou para Koki, Laura e Adriano, que riram.

“Seria um belo clichê.” Concordou a jovem romântica. “E clichês são tão românticos.”

“Muito bem, eu termino isso depois.” Jaime colocou seu sanduíche de lado, limpando as mãos na batina que usava e pigarreando. “Povos e povas do meu Brasil...”

“Jaime Palilo, você trate de fazer um casamento bem bonito e decente.” Valéria gritou, fazendo o rapaz se encolher.

“Acho que tem alguém de TPM.” Davi resmungou, mortificado ao lado dela.

“Ok, vamos voltar para o início. Caros amigos, estamos aqui hoje, nessa maravilhosa noite, para unir nos sagrados laços do matrimônio... Vixe, a lista é grande.”

“Jaime!”

“Tá bom, não precisa gritar. Tá parecendo a minha mãe, tá louco.” Os casais tentavam segurar o riso, achando graça. “Enfim, para unir Paulo e Alicia, Mário e Marcelina, Jorge e Margarida, Daniel e Carmen. Caramba, vou precisar de água até o fim dessa cerimônia.”

“Jaime, toca com isso que eu também to com fome.” Gritou Ella, impaciente. “E eu to comendo por dois.”

“Que fazer nossas bodas de ouro logo não? Assim vou me sentir menos mal de ouvir isso.” Pediu Paulo, fazendo Alicia gargalhar.

“Dá para vocês se concentrarem e fazer esse casamento ser lindo?” Estrilou Maria Joaquina.

“Por que elas não casam se querem tanto um casamento perfeito? Eu hein.” Reclamou Margarida.

“Bom, continuando... Segundo o roteiro que a Valéria me passou antes da cerimônia, agora é a hora em que eu falo sobre o amor. E o amor... Bom, amor é o que você sente quando está com fome às 3h da manhã e, ao abrir a geladeira, se depara com aquele lindo sanduíche de mortadela, presunto, queijo e peperoni que sua mãe deixou pronto especialmente para você. Ou o que você sente pelo seu chocolate preferido. É o sentimento que te invade nos domingos, quando você sente o cheiro do frango sendo assado com as batatas, e já começa a salientar. É o brilho no olhar que você e a atendente da lanchonete partilham quando você chega para fazer um pedido, aquele caprichado de sempre.” Os olhos do rapaz lacrimejaram. “Desculpe, me emocionei aqui.”

Os noivos, a essa altura, também lacrimejavam, mas do esforço descomunal de segurar a gargalhada. Era visível que Jaime nunca havia se apaixonado, mas sua alusão ao que seria o amor era realmente formidável.

“Filho do Senhor Altíssimo do Céu, quanta besteira dita de uma vez.” Gritou Alice, desacreditada. “Você sabe alguma coisa sobre amor?”

“Por que você não vem aqui então e fala sobre o que é o amor, ô Aliciazinha em miniatura?” Jaime revirou os olhos, sendo fuzilados pelos pais da menina.

“Com prazer, seu legume insensível.” A Guerra deu uma ombrada nele, encarando o céu. “Amor é... Bom, amor é uma coisa difícil de se explicar. É quando o seu mundo cai, despenca, desaba, e a única coisa que você consegue pensar é naquela pessoa, seja ela quem for, não porque ela vai te levantar ou nada assim, mas porque ela vai te proteger. Ela é teu porto seguro, né? Acho que é isso que o amor deve ser: duas pessoas que se tornam a base uma da outra. Amor é carinho, confiança, respeito, dedicação, paciência. É a certeza de que, não importa onde o outro esteja, vocês estão juntos. Amor é a pessoa te tirar do sério, mas ao mesmo tempo ser a única coisa que consegue te colocar de volta nos trilhos.”

Novamente, vários olhos estavam rasos de água, mas dessa vez pelos motivos bons e certos. Durante seu monólogo, a sensação era de que Alice flutuava pelas futuras histórias quebradas e partidas dos quatro casais à sua frente. Apesar de juntos, eles não se tocavam até aquele momento. Os rapazes então deslizaram a mão sutilmente, entrelaçando seus dedos aos da namorada, trocando um sorriso pequeno e emocionado.

“Gente, alguém me explica como ela saiu do Paulo e da Alicia?” Fungou Bibi, secando os olhos.

“Também estamos tentando entender, amiga.” Alicia disse com a voz rouca, tentando não chorar.

“Continua isso logo antes que o choro comece.” Pediu Marcos, fingindo estar indiferente.

“Pode continuar, seu cavalo.” Alice avisou para Jaime, saindo do altar.

“Ainda preferia a minha definição.” Ele resmungou baixinho, antes de erguer a voz novamente. “Bom, seguindo o roteiro, agora é a hora que eu repito a mesma pergunta um milhão de vezes. Para isso vocês ficam um de frente para o outro e segura a mão, hã... Direita?”

“Isso, Jaime.” Riu Daniel, enquanto faziam o que ele pediu.

“Não entendo porque a direita, mas enfim.” Ele suspirou. “Paulo Guerra, você aceita Alicia Gusman como sua esposa?”

“E o resto da pergunta?” Valéria já interrompeu. “Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza?”

“Valéria, eu não vou ter garganta para repetir essa novela oito vezes, todo mundo sabe que está subentendido na pergunta.” Jaime desdenhou, virando para o amigo. “E então, meu filho?”

“Acho que, se eu to aqui, é porque eu aceito, né?” Riu o Guerra.

“Vai saber, a Valéria e a Maria Joaquina tão quase ameaçando o pessoal de facão hoje.” O pseudo-padre, sendo fuzilado. “Alicia Gusman, você aceita Paulo Guerra como seu esposo?”

“Esposo é zoado, hein?”

“Tá, marido então.”

“Aceito.”

“Já to precisando de água, porque a garganta tá secando.” Jaime pigarreou. “Mário Ayala, aceita Marcelina Guerra como sua esposa?”

“Yep.”

“Yep?”

“Ah, cara, vai ficar monótono se todo mundo falar aceito, aceito, aceito.” Explicou o garoto.

“Justo. Marcelina Guerra, aceita Mário Ayala como seu marido?”

I do.” Riu a baixinha.

“Gosto assim, trabalhando a criatividade.” Elogiou o gorducho. “Daniel Zapata, aceita Carmen Carrilho como sua esposa? E nem adianta dizer não, você já pediu ela em casamento.”

“Então você já sabe minha resposta, né?” Riu o nerd.

“Sempre bom perguntar mesmo assim. Carmen Carrilho, aceita Daniel Zapata como seu marido?”

“Te respondo com isso.” Ela chacoalhou a mão direita, mostrando a aliança de noivado.

“Direta e concisa, tá de parabéns.” Jaime elogiou, rindo. “Jorge Cavalieri, aceita Margarida Garcia como sua esposa?”

“Responde, criatura.” Mandou Valéria depois que alguns segundos de silêncio se seguiram.

“Eu to tentando pensar em alguma coisa diferente para falar, espera aí.” Ele resmungou, fazendo a namorada rir. “Topo.”

“Topa?”

“Ah, foi o melhor que deu agora.”

“Enfim... Margarida Garcia, aceita Jo...”

“Sim.”

“Mas eu nem terminei de falar.”

“Mas eu já sei qual é a pergunta e não aguento mais ouvir. Sim, eu aceito, então vamos seguir com essa bagunça, por favor.” Pediu a caipira, causando risos.

“É você quem está falando, que fique bem claro.” O padre riu. “Agora é a hora das alianças, não é?”

“Jaime, os únicos aqui que tem aliança são a Carmen e o Dan.” Lembrou Mário.

“Só estou seguindo as ordens da Valéria.”

“Não vão ser alianças, Jaime.” Explicou a Ferreira.

“E vai ser o que? Fitinha no dedo?”

“Aliança tem um significado muito forte, e usar em uma brincadeira não seria respeitoso.” Explicou Pietro. “Então nós compramos isso.”

Ella e Mili entregaram uma caixinha comprida para cada um dos casais. Dentro, repousando no forro de seda, um par de pingentes yin e yang.

“Espera, isso aqui já é nosso.” Lembrou Alicia, encarando o pingente. “O Paulo me deu isso de presente no meu aniversário.”

“Sim, e então nós tivemos a ideia de comprar para os outros três, e enquanto vocês tomavam banho, nós sutilmente demos um sumiço neles para colocar na caixinha.” Explicou Alice, sorrindo. “E vai ser a aliança de casamento de vocês.”

“Eles são diferentes, os quatro pares.” Observou Daniel.

“E por acaso vocês são quatro pares iguais?” Questionou Eric.

“Bem pensado, filho.”

“Então podem trocar os pingentes e, hã... Fazer os votos? É isso que está escrito aqui?” Jaime leu a colinha escondida na manga de sua veste.

“Er... Não vai rolar essa história de votos não, hein?” Avisou Carmen, depressa.

“Ah, vai sim.” Valéria e Maria Joaquina bateram o pé.

“Ah, vai não.” Garantiu Marcelina. “Primeiro porque a gente nem teve tempo para pensar nisso, e segundo que os votos, a gente faz no casamento de verdade, né criatura?”

“Mas vocês não podem trocar as alianças sem falar nada.” Koki reclamou.

“Tá melosinho, hein, japonês?” Se espantou Paulo. “A ruivinha tá te amolecendo todo.”

“Olha quem fala, sr. Noivo.” Rebateu o amigo, rindo.

“Já sei.” Gritou Laura, assustando todos. “Naquela novela que passava, Os Dez Mandamentos?”

“Eu não vou falar hebraico, Laura, nem vem.” Já avisou Margarida.

“Não, gente, não é isso. Teve um casamento super romântico lá, com várias noivas e vários noivos. E eles bebiam de um cálice, eu não lembro exatamente para representar o que, mas eles falavam algo que era tão, tão romântico.” A garota suspirou. “Eu pertenço a minha amada, e ela a mim pertence. E vice-versa.”

“Isso é meloso demais, até para mim.” Garantiu Marcelina.

“Mas eu gostei. Vai ser isso aí mesmo.” Mandou Valéria.

“Davi, dá um pouco de atenção para essa menina hoje, tá muito atacada pro meu gosto.” Implorou Alicia, sendo fuzilada novamente pela amiga.

“Gente, só aceita, pelo amor de Deus. Eu quero comer logo.” Gritou Ella, irritada.

“O que a gente não faz pelo neto.” Suspirou Paulo. “Vai pau, Jaime, manda assim mesmo.”

“Muito bem, deixa eu incorporar a seriedade do momento.” O rapaz inspirou profundamente de olhos fechados. “Ok, caros noivos... Peguem a metade que corresponde a sua parceira e coloquem nela, proferindo eu pertenço a minha amada, e ela a mim pertence.

“Eu tenho medo quando ele entra nesse modo padre.” Sussurrou Daniel, pegando o cordão de dentro da caixinha.

Houve um pequeno instante de acanhamento, em que sorriram tímidos uns para os outros. Paulo, Mário, Daniel e Jorge então se inclinaram para colocar a corrente no pescoço delas, aproximando os lábios do ouvido, soltando um sussurro.

“Eu pertenço a minha amada, e ela a mim pertence.”

Foi inevitável o pequeno arrepio que perpassou pela coluna, eriçando os pelos do braço e da nuca. Um sorrisinho brincou no canto dos lábios quando tornaram a se encarar, elas já apanhando a outra corrente e jogando a caixinha longe.

Alicia, Marcelina, Margarida e Carmen imitaram os namorados e se inclinaram para prender a corrente no pescoço deles, sussurrando bem próximo ao ouvido.

“Eu pertenço ao meu amado, e ele a mim pertencente.”

“Puta que pariu, eu tenho dó das crianças hoje á noite.” Foi a primeira coisa que Paulo conseguiu sussurrar. “Porque hoje você não me escapa, Gusman.”

“E quem disse que eu quero escapar, Guerra?”

“Jaime, termina isso logo, pelo amor de Deus.” Gritou Daniel, engasgado.

“Eita que a noite vai ser boa.” Riu o Palilo. “Bom, o que Deus, e eu, unimos, nada no mundo separa. Até porque, essa criançada não vai se fazer sozinha, se é que vocês me entendem. Então pelos poderes investidos a mim por essas duas malucas aqui do lado, eu vos declaro maridos e mulheres... Não de forma coletiva, tipo, um com o outro e... Ah, vocês entenderam, né? Paulo, Mário, Dan, Jorge... Beijem essas meninas logo, caramba!”

“Graças a Deus, irmão.” Gritou Jorge, puxando a esposa pela cintura e tascando um belo de um beijo, que era replicado ao redor.

“Gente, meu forninho já era! Passou do Japão, do inferno, da puta que o pariu. Já tá quase arrebentando as barreiras do Tártaro e indo para o limbo.” Gritou Valéria, aos prantos. “Que casamento cheio de bosta e maravilhoso, eu não sei lidar.”

“Esse cheio de bosta foi para mim?” Perguntou Jaime, já com a boca cheia de sanduíche.

“Cala a boca e deixa a gente aproveitar esse beijo lindo.” Mandou Bibi, pendurada no pescoço de Koki.

Antes que o beijo pudesse ser devidamente encerrado, Paulinho fez as honras. Ele abandonou seu lugar no piano e se atirou sobre Paulo e Alicia, os abraçando. Nicholas achou a brincadeira legal e fez o mesmo com Jorge e Margarida, causando risos.

“Quanta infantilidade.” Resmungou Marcos, revirando os olhos.

“Oun, vem aqui seu Guerra marrentinho.” Marcelina chamou com a voz fininha, fazendo o filho revirar os olhos novamente.

“Vem logo, Marcos.” Mili riu, puxando o irmão até os pais.

Ella ajudou Eric e ir até Carmen e Daniel, antes de ela mesma abraçar os pais e o irmão. A essa altura, Pietro e Alice já estavam com Paulo, Alicia e Paulinho, e Valéria e Majo davam um verdadeiro escândalo ao lado.

“Gente, alguém tira uma foto disso, por favor.” Pediu Davi, amparando a namorada.

“Um passo à frente, amiguinho.” Adriano já havia tirado dezenas de fotos. “Hey, famílias felizes, olhem para cá. Você também, padre comilão.”

As famílias se abraçaram, e Jaime apareceu por cima, sorrindo de boca cheia e mostrando seu sanduíche, enquanto Adriano disparava o flash. 


Notas Finais


Bom, é isso! Espero que tenham gostado, e admito que me emocionei com a fala da Alice.
Capítulo que vem: Jaime e Alice. Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!
Vocês sabem que, cedo ou tarde, eu respondo todos os reviews, né? HAHAHA
Mil beijos ;*


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