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História For the love of my family - Capítulo 6


Escrita por: Believe8

Capítulo 7 - Capítulo 6


Quando Ella acordou, o quarto já estava vazio. Procurou um relógio e viu que era pouco mais de 10h. Relativamente cedo para as férias, é verdade. Se levantou e calçou seus tênis, lembrando que o boné estaria no corredor.

Assim que saiu, encontrou Margarida sentada no chão, pensativa. Suspirou, se preparando para falar com ela.

“Bom dia, Margarida.” Saudou, atraindo a atenção da garota.

“Bom dia, Ella.” Ela respondeu um pouco seca, mas a menina não ligou. Pegou seu boné no meio da bagunça e começou a rumar para a escada. “Nós precisamos conversar.”

“Tem que ser agora, Margarida? Eu to com uma fome do cão.” Ella ignorou o chamado, pisando na escada.

“Ella Garcia Cavalieri, nós vamos conversar agora.” Margarida ergueu o tom da voz e a menina travou no alto da escada.

“Do que você me chamou?” Perguntou Ella em um sussurro, voltando-se para sua futura mãe. Margarida se levantou, séria.

“É esse o seu nome, não é? Já que o Eric tem o nome da Carmen e do Dan, você tem o meu e do Jorge.”

“Eu já falei que meu pai...”

“E eu não acreditei por um minuto.” Margarida a interrompeu, se aproximando. “E hoje eu ouvi o Eric conversando com os pais dele, e por acidente ele contou quem são os pais de vocês três.”

“Eu vou matar o ceguinho.” Rosnou Ella.

“Vamos conversar, agora.” Margarida puxou a menina pelo braço, entrando no quarto feminino e trancando a porta. “Por que você simplesmente não disse a verdade?”

“Nós não podemos interferir no livre-arbítrio de vocês, cacete, tá difícil entender isso?” Explodiu Ella.

“Tá, mas se eu tenho uma filha com o Jorge, é porque nós ficamos juntos, não é?”

“Não, vocês só ficaram juntos porque eu nasci. Eu sou o motivo de vocês terem se casado.” Explodiu Ella, nervosa. Sentiu os olhos cheios de lágrimas ao encarar Margarida, que estava surpresa.

“Eu... Eu...” Margarida não sabia o que falar, chocada como estava.

“Me diz uma coisa, Margarida, do fundo do coração: você gosta do Jorge?” A pergunta a pegou de surpresa. É verdade sentia uma atração muito forte pelo rapaz, desde que eram crianças, mas nunca chegou a ser uma paixão. “Seu silêncio já diz tudo. Eu não quero que você e o papai fiquem juntos só por minha causa de novo.”

Ali estava então o motivo de Ella ser tão rebelde. Será que ela e Jorge eram infelizes? Descontavam nela? Céus, e se a culpassem por terem ficado juntos? Que tipo de pessoa terrível ela seria no futuro?

Enquanto tudo isso passava pela cabeça de Margarida, Ella sentou e pegou algo no bolso da bermuda que usava. O projetor holográfico de Pietro havia ficado com ela e combinaram de não mostrar mais nada, mas naquele momento ela precisava, precisava muito.

Caçou uma foto dela com o pai, quando era bem pequena, e ficou sorrindo para a imagem. Às suas costas, Margarida admirava a mesma imagem com os olhos brilhando. Todas as vezes que Ella havia falado sobre seu pai, sentiu que ali havia admiração, carinho e muito amor. E pela foto, podia ver o porquê de tais sentimentos.

Congelado na imagem haviam dois sorrisos muito parecidos, como agora ela podia constatar. Ella devia ter uns quatro anos, usava um vestido de princesa por cima da roupa e uma tiara toda torta. Jorge a segurava no colo, uma coroa de princesa na cabeça e a cara toda pintada de maquiagem pela menina, mas parecendo mais feliz e realizado do que ela jamais havia visto. Era nítido ali que os dois se amavam muito, e ela se sentiu grata por isso.

“Tem alguma de nós três?” Ela perguntou depois de um tempo e Ella não a encarou, apenas mexeu no aparelho.

“Eu só estou achando um vídeo.” Ella avisou, e logo o mesmo era reproduzido no ar.

~*~

Era um final de tarde preguiçoso e estavam no sítio, visitando a avó de Margarida. Estavam na varanda tomando um café com bolo, e Jorge estava no chão, com Ella sentada sobre suas pernas. Ela tinha perto de um ano na época e só sabia falar “dada”, “mama” e “Eto”, se referindo a Pietro.

A avó da menina, coruja como só ela, filmava e fotografava a netinha a todo o instante, como se cada pequeno gesto fosse uma conquista a ser registrada.

“E ela ainda não está andando, querida?” Perguntou a avó a Margarida, que negou.

“Só agarrada nos móveis, vovó, e bem pouquinho. Outro dia a gente até tentou um andador ou segurar o dedinho dela, mas a mocinha ali é folgada que só vendo.” Riu a mulher, encarando a filhinha ocupada em puxar os cabelos do pai. “Ella, seu pai vai ficar careca assim.”

“Melhor ela ficar me agarrando do que agarrando o Pietro. Nunca vi para ter fascinação em alguma coisa como tem com aquele menino, impressionante.” Resmungou Jorge, atraindo a atenção da filha.

“Eto?” Um sorrisinho iluminou o rosto gordinho.

“Tá vendo, Margarida, vê se eu aguento sua filha?”

“Ah, agora é minha, Jorge?” A morena riu, se levantando e caminhando até os dois. “Então vem com a mamãe, meu amor, já que você é só minha.”

“Mama.” Ella esticou os bracinhos, jogando uma perna para frente. Todos travaram ao ver isso. “Mama.”

“Ai, eu preciso filmar isso.”

“Vem com a mamãe, meu amor. Pode vir.” Margarida se abaixou a uma distância pequena de onde estava o marido e a filha.

“Vai, princesa, o papai tá segurando.” Prometeu Jorge, animado.

Com o pai segurando suas duas mãozinhas e a mãe a incentivando, Ella foi jogando as perninhas como fazia com o sofá, se forma vacilante. Venceu a curta distância com facilidade, e faltando dois passinhos, Jorge soltou suas mãozinhas e a deixou sozinha.

“Você conseguiu.” Margarida caiu sentada no chão, com Ella agarradinha em seu pescoço. “Que orgulho dessa garotinha linda que deu seus primeiros passinhos.”

“Muito, muito orgulho.” Jorge engatinhou até elas, beijando todo o rosto da filha, que gargalhou.

“Só ela que ganha beijo, né?” A mais velha fez um biquinho fofo.

“Fazendo assim, claro que não.” O loiro riu, dando um selinho na esposa e sentindo a filha agarrar o pescoço dos dois, enquanto a sogra ainda filmava.

~*~

Lágrimas copiosas escorriam do rosto de Ella e Margarida vendo aquela cena. Da primeira pela saudade daquela família cheia de riso e amor que ela e seus pais formavam antes da mãe ir embora; da segunda, por se perguntar o que teria feito para que aquela família feliz se transformasse em algo que gerou tanta revolta na filha.

“É uma lembrança muito bonita.” Foi só o que pôde dizer após um longo tempo, recebendo apenas um aceno afirmativo.

“Eu realmente estou com fome, se a gente puder descer.” Ella levantou e virou-se para a mãe. “E, por favor, não fala nada para o papai.”

“Eu não vou falar.” Era bonito ouvi-la falar papai daquela forma, com tanto carinho. “Ella, posso te pedir uma coisa?”

“Claro, Margarida.”

“É só que... O Eric chama a Carmen e o Dan de mãe e pai, e por mais estranho que pareça, para eles é certo. E eu me sinto meio estranha de você ficar me chamando de Margarida, ainda mais depois de ver isso.” Explicou a morena, meio sem jeito.

“Você quer que eu te chame de mãe?” Perguntou Ella, verdadeiramente surpresa.

“Se você não se importar.”

“Não, não me importo... Hã, mãe.” Ela sorriu meio sem jeito, recebendo um abraço inesperado. Demorou um pouco para corresponder e acabou deitando a cabeça no ombro de Margarida, sem conseguir se lembrar da última vez que havia recebido um abraço como aquele.

“Vamos comer? Só faltava você e seu pai acordarem, o ronco de vocês despertou todo mundo.” Contou a mãe, fazendo a garota rir.

“Ele nunca me forçou a operar porque ele também morre de medo de hospital.” Comentou enquanto saiam do quarto e se deparavam com Jorge bocejando no alto da escada. “Er... Bom dia, Jorge.”

“Bom dia, meninas.” Ele sorriu meio sem jeito. “Todo mundo já acordou?”

“Já sim, só faltava você e a Ella. Os roncos de vocês acordaram todo mundo.” Contou Marga, enquanto os três desciam as escadas.

“Ronco é elogio. Pareciam duas britadeiras ligadas, pelo amor de Deus.” Dramatizou Maria Joaquina, enquanto três pares de olhos reviravam na escada.

“Daqui alguns anos você não vai ligar de dormir com essa britadeira.” Foi o pensamento de Ella, mas a garota o guardou para si.

“Eu já devia ter operado faz tempo, mas não consigo vencer o medo de hospital.” Desculpou-se Jorge, apanhando uma maçã.

“Nossa, parece alguém que eu conheço.” Aporrinhou Mili, deitada entre Pietro e Eric.

“Bom, acho que precisamos pensar no que fazer de agora em diante, gente.” Paulo se manifestou. “Não dá para ficarmos dormindo aqui no QG todos os dias.”

“Francamente, temos 17 anos, não precisamos de babá.” Resmungou Pietro.

“Moleque, nós temos 17 anos também. E por isso sabemos que é uma péssima ideia deixar vocês quatro aqui sozinhos.” Riu Mário.

“Qual é, a Mili é minha prima, não vou traçar ela.”

“É, geralmente ele faz isso comigo.” Ella se largou no colo do rapaz, comendo um sanduiche de presunto e queijo.

“É o quê?” Gritaram Paulo e Margarida, juntos.

“O Pietro é meu PA, gente, sejam menos desesperados.”

“O que seria um PA?” Perguntou Valéria, confusa.

“Pinto Amigo.” Explicou o rapaz, fazendo alguns queixos caírem. “Vai dizer que nunca ouviram falar disso?”

“Há muito tempo que não.” Negou Carmen, abismada.

“Basicamente a gente pode pegar quem quiser, mas quando bate aquela carência, é só ligar. Moramos perto, então está sempre à mão.” Ella riu, enquanto Pietro roubava um pedaço do seu sanduíche.

“Que merda de educação você deu para esse menino, Paulo?” Perguntou Jorge, abismado.

“To tentando descobrir, cara.” O rapaz de headphone estava chocado.

“Eric...” Daniel chamou e o filho riu.

“Relaxa, pai, o ceguinho aqui ainda é intocado.” Ele zoou a si próprio, fazendo os amigos rirem. “Não por falta de tentativa das meninas da escola.”

“Todas querem nosso amigo ceguinho porque ele é bom no tato, se é que me entendem.” Ella azucrinou o amigo e algumas pessoas coraram.

“Tenho medo do futuro.” Avisou Majo, e houveram alguns acenos afirmativos.

“Voltando a questão.” Chamou Marcelina, agradecendo internamente por a filha se quieta. “Também tem o fato de que as aulas estão para voltar.”

“E o que isso tem a ver?”

“Pietro, vocês têm 17 anos, então não terminaram o colégio ainda.” Lembrou Daniel.

“É, tio Dan, no futuro. Francamente, eu não vim para o passado para ficar indo na escola.” Garantiu Ella.

“Até porque acho que nós vamos ficar confusos. O que vocês aprendem hoje em física, química e matemática, por exemplo, é bem diferente do que nós já aprendemos no futuro.” Explicou Eric.

“Vamos combinar também que um segundo Paulo Guerra nenhuma professora aguentaria.” Valéria destilou veneno, sendo fuzilada por pai e filho.

“Na verdade, Valéria, o Pietro é um dos melhores alunos da nossa sala, além de capitão do time de futebol e basquete. E nunca foi para a sala da diretoria.” Contou Mili, fazendo os queixos irem para o chão.

“Agora isso é novidade.” Se surpreendeu Alicia.

“Minha mãe me ensinou que sala de aula é lugar para estudar, e que tem que se dar valor para os estudos. Eu não sou nenhum santo, mas levo a escola muito a sério.” O garoto sorriu para ela, que ficou sem jeito.

Paulo fechou a cara, se levantando. Ele segurou a mão de Alicia, que sorriu para ele.

“Hã, gente, antes de mais nada, nós precisamos contar uma coisa.” Avisou ele.

“Vai dizer que vocês finalmente entenderam que a tal promessa dos 17 anos da Alicia era uma idiotice e resolveram ficar juntos.” Perguntou Margarida.

“É isso mesmo, Marga.” Alicia se levantou, sendo abraçada por Paulo. “Nós estamos namorando.”

“ALELUIA, BRASIL, O SHIPP TÁ JUNTO!” Celebrou Valéria, recebendo alguns olhares descrentes.

Inconscientemente, o casal buscou por Pietro. Ele tinha um sorriso amarelo no rosto, enquanto as duas amigas o encaravam com preocupação e Eric tinha a testa vincada.

“Não vamos nos preocupar com isso, lembra?” Paulo sussurrou no ouvido da namorada, que sorriu.

“Vamos viver o agora, lindo.” Ela concordou, os dois trocando um selinho que arrancou aplausos e uivos dos amigos. 


Notas Finais


Gente, são 4h23 da manhã, sem chances de responder reviews agora, respondo amanhã HAHAHAHAHAH
Bom, capítulo com fortes emoções para Ella e Marga, chorei escrevendo o flashback. CAPÍTULO QUE VEM TEREMOS ALGO DIFERENTE, UM VISLUMBRE DE COMO ESTÁ O FUTURO. O QUE ACHAM? Comentem bastante para dar aquela motivada na amiga, ok? Ok.
Ella e Pietro mataram alguns do coração hoje, nada demaaaais. E por que será que o Paulo reagiu dessa forma com o Pietro sorrindo para a Alicia? hm*
Tudo isso sexta, no Globo Repórter HAHAHAHAHA
Beijos


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