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História For You. (Limantha) - Capítulo Bônus: Paris In The Rain


Escrita por: itsmegeo_s

Notas do Autor


oláás
Como prometido, eu consegui fazer esse bônus e espero realmente que vocês gostem.

Capítulo 12 - Capítulo Bônus: Paris In The Rain


Fanfic / Fanfiction For You. (Limantha) - Capítulo Bônus: Paris In The Rain

Samantha’s POV.

O vento gelado bagunçava meus cabelos e me fazia suspirar em deleite. A brisa que acarinhava minha pele marcada pelo tempo e por desenhos que quis eternizar em mim, com todos os significados e momentos que quis lembrar quando minha memória falhasse e me fizesse rir.

Meu cabelo ainda era curto e castanho, porque eu o havia pintado recentemente. Em minha cabeça ainda passavam historias que me faziam querer sentar em frente ao computador e me fazer digitar furiosamente enquanto vidas eram narradas por mim. E em meu coração ainda a graça de viver batia alegre por estarmos juntas por tanto tempo, e a cada dia que passava eu agradecia ao acordar ao seu lado e ver o quanto havíamos mudado.

Mas ainda existia amor.

E existiria enquanto eu pudesse viver.

Eu não estou tão velha quanto pareço descrever, mas não consigo mais correr como antes. Ou, tudo bem, eu nunca pude correr tanto sem parecer uma velha.

-Divagando de novo? –Rio fraco e me viro dando de cara com seus olhos castanhos, as rugas pequenas de expressão marcando ao redor dos olhos e deixando seus cílios pequenos.

-Há algum momento do dia em que eu pareça não estar divagando? –Ela gargalha jogando a cabeça para trás e deixando os cabelos voarem com a nova onda de vento forte que invadiu a varanda.

-Deveríamos estar nos arrumando. –Ela diz me puxando para o quarto e me mostrando os vestidos que estavam sobre a cama.

-Nah... Você sabe que Tálio se atrasará mais do que nós. E ele é o noivo. –Ela ri a contra gosto.

Infelizmente nosso menino havia perdido seu costume inglês e costumava se atrasar mais do que todos. Principalmente quando estava nervoso.

-Vamos logo. –Maneio com a cabeça e começo a retirar o roupão a deixando ver meu corpo nu, ouço seu suspiro e sorrio por cima do ombro. –Faz de propósito.

Ela se aproxima beijando meu ombro, me fazendo arrepiar da cabeça aos pés ao arrastar os dentes pela pele. A empurro com a bunda, sentindo-a contra o quadril e suspiro contida, rindo de sua reação e seu biquinho emburrado que me fez mordê-la fraco.

-Estamos atrasadas. –Provoco-lhe e recebo um leve tapa na bunda por isso.

-Vai pagar por isso. –Ela diz entredentes.

-Mal vejo a hora. –Rio de canto e volto a me vestir. A noiva de Tálio havia nos enviado os vestidos uma semana antes querendo que evitássemos passar por estresse.

Eu a adorava. Mas Lica tinha ciúmes.

Mas eu sabia que no fundo ela a adorava tanto quanto eu.

Eu amava observar o modo como o tempo havia passado e nossos filhos haviam crescido e se tornado as melhores pessoas que eu podia querer e desejar. Com todas as qualidades que tentei ensinar e com todos os valores que passamos com orgulho.

(...)

A festa acontecia e eu já sentia meus pés doerem de tanto dançar com Tessa e seu namorado. Lica dançava com Tálio e a sogra dele, me fazendo rir ao ver seus pés pisarem em qualquer lugar sem um ritmo certo. Pude ver seu sorriso orgulhoso, o brilho especial que atraia meu olhar e me fazia suspirar.

Se eu tivesse que descrever essa cena com uma única palavra, escolhia o “clichê”. Clichê é bom por um motivo, porque todos desejam que a vida fosse daquela forma, com um único obstáculo e então o tal final feliz. Não há problemas em desejá-lo, mas você deve saber que o depois do final feliz ainda há tantos mais obstáculos para se deixar para trás.

-Hey gatinha. –Rio com sua voz em meu ouvido, o tom rouco de quem havia gritado todas as musicas me fazendo lembrar de nossa adolescência e sua fase rebelde onde nos jogávamos sem nos preocuparmos com as dores de amanha. –Vem comigo em um lugar?

Seus braços rodeiam minha cintura e puxam para mais perto, sinto seu hálito cheirando a álcool, mas o meu não deveria estar tão diferente assim. Suspiro e sorrio contra sua boca. A luz piscava a cada segundo fazendo parecer que estávamos em câmera lenta, mesmo que nossos movimentos estivessem mais lentos que o usual.

-Mas que safadeza, senhora Lambertini. –Digo contra sua orelha, em tom baixo e rouco a fazendo arrepiar. –Vamos agir como adolescentes em plenos hormônios agora? –Ela ri safada e aproveita a distração de todos a nossa volta para apertar minha bunda nos colando ainda mais.

-Vem ou não? –Reviro os olhos.

-Você sabe que irei com você para qualquer lugar que queira. –Ela sorri me puxando pela mão porta a fora.

(...)

Sorrio alto e beberico a garrafa de tequila que havíamos roubado do salão. Lica dirigia cantando aos berros a musica de nossa banda favorita, levanto o corpo e sinto o vento bagunçar o resto do meu cabelo que já se encontrava em desastre. A velocidade alta fazia os ventos vieram violentos em meus braços, mas eu queria mais rápido, ate ultrapassarmos a linha do tempo e viajássemos de volta para o passado, para tudo o que nos aconteceu e agradecêssemos a todos os segundos que nos trouxeram ate aqui.

Em tudo o que vivemos havia amor. Em tudo o que choramos houvera a dor da saudade. E em tudo o que sentimos tivera a arte que a outra fazia.

Ela estaciona em um lugar qualquer, ou talvez eu estivesse em qualquer lugar que me parecia estranho. Mas era engraçado de qualquer forma.

O álcool queima minha garganta, esquentando a ponta de meu estomago e me deixando um pouco mais fora de mim do que o que eu já estava.

-Vem, amor. –Ela pede me fazendo suspirar e andamos por entre as arvores altas que tampava parcialmente a luz da lua, mas ainda nos deixava ver grande parte do que havia ali. –É aqui.

Franzo o cenho a vendo se abaixar e começar a cavar a terra fofa. As folhas de outono faziam barulho ao se partir sob a pressão e me abaixei ao seu lado sentindo tudo rodar.

Lica estava com os cabelos bagunçados, a boca inchada e a alça do vestido caída sobre o ombro me fazendo ver suas pintinhas espalhadas na pele branca.

Suspiro e beijo sua bochecha a sentindo sorrir e fechar os olhos apreciando o contato.

Ela tira com esforço uma pequena caixa de madeira me fazendo sorrir largo e sentar contra a arvore a puxando para ficar ao meu lado. Suas mãos delicadas limpam a caixa e abrem o cadeado com a pequena chave de seu colar. Pegamos o pequeno papel que cobria o restante das seis coisas que havia ali, eu me lembrava.

Hey Lica e Sam do futuro.

Quaisquer que seja seu presente se lembrem do motivo pelo qual lutaram. Porque agora, aqui no passado, vocês se amam e lutam contra tudo e todos que possam aparecer, ate mesmo si mesmas.

E sabemos que esse sentimento não é algo passageiro se soubermos como deixá-lo vivo em nossos corações.

Por isso, pedimos que lutem contra tudo e todos que aparecerem em seu caminho e se lembrem de tudo o que o nos uniu.

Com amor

Lica e Sam do passado

Sorrimos e nos beijamos fraco, deixando o papel de canto e pegando a primeira foto que estava ali. Nós, juntas e abraçadas na praia, o pôr-do-sol acontecia a nossa frente, em tons laranja e rosados que pareciam colorir o céu como Lica coloria suas telas quando estava entediada.

-Tina tirou a foto. –Ela diz sussurrando e sorrimos lembrando da japonesa que agora estava em qualquer parte do mundo.

Dezembro, 2017.

Era o que estava escrito com minha letra confusa atrás da foto. A próxima era uma carta, uma das muitas que lhe escrevi quando estávamos longe e os tempos passaram como vento.

Hey Lica

Eu não sei o porquê de insistir em te escrever. Porque sei que você talvez nunca responda, porque nunca enviarei ou ousarei mostrar caso nos encontremos novamente.

Hoje vi um grafite na antiga rua onde nos trombamos a primeira vez. E lembrei-me de seus olhos castanhos me dizendo que enquanto as cores ocupassem as paredes a cidade nunca seria sem amor. E enquanto isso ainda estivesse colorido eu ainda pertenceria a sua arte. Aos seus toques delicados que passeiam pela tela e me deixam boba com tamanho talento.

Nem sei mais o que escrevo, pois enfim entendi a armagura dos escritores e hoje bebo pra te esquecer. Temo ter falhado ao te escrever.

Ainda te amo.

Ainda te amarei quando acordar de ressaca e me lembrar o motivo pelo qual bebi.

Beberei de novo.

Beberei amor ate tê-la de volta.

E quando voltar, beberei para comemorar.

Com amor

Samantha.”

Gargalhamos de meus lamentos e beberico um pouco mais da tequila que já passava da metade. Amanha estaria na mesma que estive ha anos atrás, mas agora ela estava comigo.

Partimos para o próximo item.

Uma folha grossa enrolada e amarelada pelo tempo. O desenho distraído de quem estava concentrado em admirar a musa e pintava o que via sem medo de errar. Minhas costas nuas, marcada por trilhas vermelhas e desalinhadas.

Já estamos juntas há um ano depois de nos reencontrarmos e eu me lembro de acordar a cada dia sem sentir seu corpo colado ao meu, e o medo de tudo ter sido um sonho crescia em meu peito, mas então eu levantava o olhar e a via me pintando ou bebericando um chá enquanto observava as gotas de chuva apostar corrida na nossa janela.

-Sentia-me enfeitiçada cada vez que acordava ao seu lado e percebia que finalmente estávamos juntas de novo. –Ela diz.

E eu não precisava de mais nada depois daquilo.

Mas então vieram nossos votos, primeiro dela e o meu depois.

“O meu desejo nesse momento era trocar de talento com você e saber escrever coisas que te fizesse sorrir e perceber o tamanho do amor que eu sinto por você. Mas dessa forma seria tão mais fácil, e nós nunca quisemos o fácil.

Eu pensei em tantas formas de começar, em tantas formas que lhe fariam acelerar o coração e nenhuma delas fizera sentido quando as pus no papel, acontece com você também? Ou sou eu que sou terrível demais com esse lance de sentimentos e palavras?

Mas, ao pensar em você e lhe dar motivos para crer que a eternidade podia ser nossa eu só saberia lhe dar aquela que meu coração diria com toda a certeza, que meu amar pertence a você e que todas as vezes em que me pediram para lembrar de alguém me trazia inspiração eu pensei em você. E em todas as vezes em que me senti amada foi porque você amou.

E aqui lhe digo, lhe confirmo e sano suas duvidas de que todo o meu amor é seu.”

Meus olhos marejam da mesma forma em que a ouvi dizendo aquelas palavras, olhando em meus olhos sob o mar de emoções que havia em seu olhar. Meu coração batia forte, minhas mãos suavam e tudo em mim dizia “sim” de novo.

E quantas vezes mais fosse preciso.

“Talvez você não saiba quantas vezes eu lhe disse eu te amo. Quantas vezes quis ir ate onde você estava, te levar pra dar uma volta pelo mundo e te deixar na porta de casa com a promessa que o próximo encontro seria melhor.

Mas mesmo sem promessas, nosso encontro depois da volta ao mundo foi o melhor que eu pude ter. Talvez por ter sido com você, talvez por ter tido amor.

Eu lhe deixei ir, porque precisava ver como o mundo ficava bonito quando você estava nele. Eu te deixei ir porque precisei de todos os motivos que me fizeram ir com você.

E mesmo sabendo escrever historias de amor, jamais pude prever o que aconteceria na nossa. Jamais soube dizer quanto duraria e quando acabaria, porque para mim nunca houve um fim.

E torço para não haver.

Mas apenas para a certeza das duvidas. Para as respostas das questões; eu te amo.

Você tem meu amor desde o primeiro sim ate o ultimo ponto final.”

Ela ri se lembrando de como eu havia dito “sim” antes da hora. Três vezes.

Eu rio porque me lembro de como seu sorriso chegou aos olhos e de lá iluminou tudo, todo meu corpo se acendeu de amor. Todas minhas lágrimas rolaram porque ela era a minha frente.

O penúltimo item era o penúltimo ursinho de pelúcia de Tálio, sorrio nostálgica ao me lembrar de como ele era agarrado à pelúcia e como ele disse para guardamos com cuidado ao se mudar de casa.

E o ultimo item era uma foto nossa em família. Quando Theresa se mudou para nossa casa e nos abraçou com vergonha por ter chorado de felicidade, mas nós estávamos iguais.

E ali, vendo todas as coisas que me tinham e eu as tinha de forma igual. Todo o amor de Lica, toda a admiração de Tálio, toda a vida de Theresa.

Tudo aquilo me deixava arrepiada em pensar que se houvesse uma vírgula fora do lugar, tudo poderia ser tão diferente do que é agora, e talvez eu não tivesse seus braços ao meu redor, seu sorriso colado ao meu, seu coração batendo sintonizado com o meu.

 E de todos os clichês que eu vivera aquele era o que eu mais deveria dizer “obrigada por ter começado minha historia. Obrigada por não ter desistido.”


Notas Finais


Fim de For You.



Novidade não tão novidade; Eu estou formatando minhas fics para que fiquem bonitinhas e transformando em PDF, "For You" já tá lindinha, então caso alguém queira em PDF me manda uma mensagem que eu passo pelo Whatsssssss
Eh isto
Gente, aproveitando, deem uma olhada no capítulo anterior (curiosidades) e vejam a capa completa. Finalmente criei vergonha na cara e coloquei, pq havia esquecido.
Espero que tenham gostado e caso queiram ler outras fics visitem meu perfil.
Favoritem e comentem
3bjs de luz e ate mais. 💙🌻


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