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História For You. (Limantha) - Where Love Lives


Escrita por: itsmegeo_s

Notas do Autor


Oláás

Capítulo 8 - Where Love Lives


Fanfic / Fanfiction For You. (Limantha) - Where Love Lives

-A gente já pode se mexer? -Lica bufa e nega impaciente. -Minha bochecha ta doendo. -Theresa ri e Tálio não aguenta e acaba caindo para trás, sua queda sendo amortecida pelo tapete fofo da sala.

-Cansei, mama. -Lica cerra os olhos e suspira largando os pincéis de lado e analisando a tela, os olhinhos vagando de canto a canto e sorrindo em seguida.

-Ficou perfeito. Sempre imaginei que minha família seria linda quando pintada, mas vocês me surpreenderam. -Sorrimos e corremos para ver o que ela havia pintado sobre nós.

Eu estava no meio, abraçando os dois pelo ombro e sorrindo largo, meus olhos tinham destaque, pois o castanho estava forte, lustroso e intenso, Lica conseguia pintar olhares ainda mais fortes agora. Tálio sorria embaixo de mau braço direito, seus cabelos caíam sobre os olhos esverdeados, mas Lica havia o pintado tão forte quanto o meu, mas havia um grande toque de inocência infantil, algo puro que fazia qualquer um sorrir ao fitar aquele olhar.

E Theresa, que havia cortado mais a franja e havia ficado ainda mais estilosa, mas nós sabíamos que ela havia apenas confiado a tesoura na mão da Tina e quando percebemos tínhamos apenas um terço de sua testa coberta. Seus olhos castanhos semelhantes aos meus me fazia ver que ela era uma mistura minha e de Lica em todos os detalhes, apenas suas sardas a destoava de nós duas, e a fazia ainda mais bonita.

-Ficou maravilhoso, mama. -Tálio diz e pula no colo de Lica a fazendo rir.

Sorrimos largo e nos jogamos em cima dela, caindo sobre o sofá e rindo todos juntos. Isso e tudo a nossa volta nos tornava quem éramos, unidos e felizes por estarmos juntos e termos nos encontrado no meio de tantas pessoas perdidas. A casa era grande, azul por fora porque Lica quis assim, o condomínio enorme nos dava a sensação de estarmos apenas nós em um vasto campo verde, mas havia tantas outras pessoas morando ali que deveriam ter a mesma sensação que nós.

Mas nossa casa era a única que era azul, forte e vivo, que se destacava quando o céu estava cinza e nos fazia sentir que éramos parte das nuvens em dias de sol.

-Acho que devemos colocar ali na frente. -Theresa diz sorrindo.

Nossa pequena garota era incrível.

-Acho que devemos fazer isso. -Lica concorda e beija sua testa.

E logo tínhamos nós pendurados na parede branca. Nossa casa era quem éramos, e cada canto mostrava isso para quem viesse nos visitar.

(...)

-Tálio! -Ouço Theresa resmungar e inclino a cabeça para o lado de forma curiosa.

-Desculpe. -O outro sussurra encabulado.

Me abaixo d forma rápida e eles levam um susto. Theresa estava encolhida e abraçava as pernas de forma medrosa, seus olhinhos estava tremidos sob os cílios cerrados e a franja estava bagunçada de forma engraçada. Tálio estava ao seu lado sentado com as perninhas abertas e apoiado no corpo da irmã, seus olhinhos estavam a encarando preocupado.

-O que fazem debaixo da mesa? -Pergunto curiosa e me enfiando ali também.

O espaço curto me fez bater a cabeça e ouço uma risadinha infantil, me apoio na parede e coço os olhos cansada. A chuva caía forte, uma das típicas tempestades de São Paulo, onde raios conseguiam iluminar a sala inteira e os trovões conseguiam assustar.

-Theresa me acordou com medo então viemos comer bolo, mas ai trovejou e ela me arrastou para cá. -Assisto as bochechas sardentas ganharem um tom escarlate de tão forte que foi sua vergonha, seu olhar caiu e ela brincou com os dedos.

-O que foi, querida? -Ela coça a nuca e me olha temerosa. -Pode me contar tudo, você sabe, não é? -Ela assente e funga.

Sua boca se abre, mas antes que algo possa ser dito, Lica aparece com olhos curiosos e cansados, seu pijama tinha inúmeros desenhos de pincéis e era todo colorido, eu amava quando ela o usava.

-O que estão fazendo ai? -Dou de ombros e me afasto para o lado, me encolhendo contra Tessa e dando espaço para Lica.

-E então? -Digo incentivando-a novamente.

-Diz, Tess. -Tálio a chama da forma que eu costumava chamar e sorrio com isso.

Eu amava o nome Theresa por ser o nome de minha personagem favorita de todo o universo criado pela Cassandra. Temos sorte.

-Eu não gosto de tempestades. -Ela diz baixinho e tímida.

Entrelaço meus dedos ao de Lica e sinto sua cabeça repousar em meu ombro.

-Por quê? -Tálio pergunta curioso.

-Foi dessa forma que meus pais morreram. -Engulo em seco e troco um olhar com Lica. Nos aproximamos ainda mais e a abraçamos pelo ombro, assim como Tálio a abraçou pela cintura. -Eu sinto falta deles.

Sorrio sem mostrar os dentes e ela funga mais forte.

-Mas eu amo vocês. Eu tenho duas famílias agora, eles em minhas memórias e vocês em meu coração. -Sinto meus olhos marejarem.

Meu coração pula desenfreado, descompassado. Ela estava corada, chorosa e com medo, mas sua fala me deu toda a coragem que eu precisava para enfim saber que eu havia tomado todas e as melhores decisões ao longo da vida.

-Nós também te amamos, Tess. -Lica diz. Beijo a testa quente de nossa filha e a puxo para nossos braços.

-Ai, minhas costas. -Resmungo e Lica ri alto, me dando um selinho.

-Vamos sair daqui, a mãe de vocês já não tem mais vinte e nove anos pra ficar abaixada tanto tempo. -Ela caçoa e lhe mostro a língua.

-Meu aniversário foi ontem, mulher. E o seu ta chegando, viu?! -Eles riem de nossa interação e saímos dali.

Mas realmente minhas costas doíam.

(...)

-Tálio, eu te digo mais uma vez menino... -Reclamo pelo telefone e ele retruca exasperado. -Tálio, eu vou precisar te colocar de castigo?! Fica dois anos fora e esquece que tem mãe. -Ele ri, sua voz era grossa agora, sua risada rouca. -Eu não estou ligando que você tem dezenove agora, eu ainda... Ir pra onde? É você que tem que vir até aqui.

Paro de repente e percebo, eu havia virado a Dona Hermínia. Abro a boca em choque comigo mesma e faço uma careta em desagrado.

-Vou chamar Lica, para irmos. -Digo ainda em choque e ele comemora. Desligo a chamada e vou para o quarto, onde Lica pintava concentrada e não parava nem para comer o que eu havia feito. -Amor... Tálio quer nossa presença em um evento... Oh, o que é? -Pergunto interessada ao ver tantos ponteiros juntos.

Lica quase nunca pintava objetos, pois eu sabia que pessoas a encantavam bem mais que materiais. Ela dizia que pintaria o físico quando somente o pessoal não lhe importasse mais, e foram raras as vezes em que a vi fazendo algo do tipo. A abraço por trás, beijando seu ombro e tirando o cabelo da nuca. Sua tatuagem continuava ali, delicada e forte.

-Percebi como o tempo passou rápido. -Ela engole em seco e me olha sorrindo. -Sabe... Eu quis que ele parasse na última noite que tivemos juntas antes de Londres, mas ele correu... Eu quis que ele parasse quando nos reencontramos e fizemos dar certo, porque eu tive medo que em alguma hora não desse mais. Quis que parasse quando encontramos Theresa, quando ela cresceu rápido demais, e então quando vi, Tálio havia crescido com ela. Os dois ganharam o mundo e nós demos certo, mas vi como o tempo voou. E eu quis que ele parasse em tantos outros segundos. Eu só... Eu acho que estou com medo.

Ela diz hipnotizada na tela, seus olhos vagam pelos inúmeros ponteiros e em seus sentimentos. Eu a entendia, sentia na alma tudo o que ela havia dito, compreendia que cada vez que olhássemos pro relógio teríamos menos tempo do que fora no segundo passado.

-Então eu finalmente entendi porque é tão difícil dizer que criamos o filho pro mundo, porque as vezes o mundo do filho já não precisa mais da gente. -Ela embarga a voz.

Theresa havia saído de casa há pouco tempo, Tálio quem tivera a iniciativa de sair viajando o mundo, ele era tão parte da Lica que ela se tornou parte dele, como alma, como se fossem laços de sangue. Theresa havia ficado, seguido por passos lentos, temerosos, mas firmes.

-Filho sempre precisa de um abraço de mãe. -Sussurro em seu ouvido, tentando lhe trazer o conforto que ela precisava. -E o seu é o melhor.

Ela ri.

Suspiro.

(..)

-Atrasadas. -Tálio resmunga com seu inseparável hábito londrino e lhe acerto um peteleco na testa. -Temos algo para vocês.

Seu cabelo agora estava raspado aos lados, os fios enrolados estavam caindo sobre a testa com um charme a mais. Seu maxilar estava marcado e havia uma barba rala por ali, sua roupa era um suéter que eu havia o dado na última vez que viajei com Lica e o vi na vitrine, logo lembrei do garoto. Seus olhos eram firmes, divertidos, sonhadores.

Nunca mudaram.

-Cumprimente sua mãe direito. -Rimos e ele nos abraça forte, respiro fundo seu cheiro marcante e sinto meus olhos marejarem de saudades.

Saudades de quando ele ainda gritava por nós quando tinha um pesadelo. Quando precisava de beijinhos pra sarar qualquer machucado. Saudades de quando o tempo parecia menos... Cruel.

-Vamos. -Ele nos puxa apressado e reviramos os olhos o seguindo aos tropeços.

O Grupo pouco havia mudado, mas agora havia mais arte, mais colorido, mais de Lica em qualquer canto. Talvez fosse por isso que aquele era um dos meus lugares favoritos no mundo.

-Sentem-se. -Arqueio uma sobrancelha.

Havia uma plateia generosa ali, todos aguardavam ansiosos e nos fez ansiar por aquilo também. Batuco meus dedos aos de Lica e beijo sua bochecha antes de tudo se apagar e uma única luz centralizar no palco.

Theresa estava maior. Seus cabelos agora eram ruivos, combinavam com as sardas, mas eu sabia que na semana seguinte já estaria diferente novamente, seu vestido livre rodava quando ela andava, e seus passos eram calmos. Ela sempre foi calma ao ponto de quase me irritar por isso.

-Boa noite. -Sua voz era grossa, surpreendia ao ser ouvida tão antônima a sua aparência. Sua voz fazia Theresa parecer alguém que deveria ter todas as atenções quando falasse. -Hoje eu queria dedicar algo às pessoas mais importantes de minha vida. Pessoas me ensinaram grande parte das coisas que sei, que me mostraram como é viver, agir e ser. E talvez elas tenham se esquecido dessa data, é a idade chegando... -Ela brinca e todos riem, apertamos nossos dedos juntos e eu sabia que Lica sorria tanto quanto eu. -Mas eu sempre vou me lembrar do dia em que renasci nessa família que me fez crescer, que me acolheu e me deu um novo lugar no mundo. Eu sei quem sou, de quem sou filha e com todo o orgulho do mundo eu tenho orgulho de ser filha de vocês.

Ela fecha os olhos, respira fundo e nos fita de forma intensa.

Se um dia talvez eu controlasse o tempo

E assim mandasse em minhas vontades

Pararia no tempo de seus abraços

O lugarzin’ no mundo onde cresci

Me refiz artista, me refiz grande

Cresci em minhas palavras

Mas ainda não sei rimar

Eu também tenho medo do tempo

Medo do esquecimento

De tudo o que posso não viver

Mas de tudo o que tive

Tenho que dizer

Que se eu controlasse o tempo

Ficaria um pouquinho ali dentro

Dentro de seus abraços

Dentro de meu lugar.”


Notas Finais


Nem mesmo sei quanto tempo se passou.
Quis focar nesse aqui um pouco mais em "Família" e o próximo será sobre as duas mesmo, entendem?
Bom, pode ter soado confuso, e peço perdão por isso, mas, bem, estou na tpm e eh isto.
Aaaaaaaa, mudei a capa, sei que no app do Spirit fica um lisho, mas depois do último capítulo eu coloco aqui pra quem não consegue ver tudo... Ver deboas.
Espero que tenham gostado e deixem aquela opinião ai 💜💜💜💜💜💜
3bjs de luz e até mais 💜💜💜💜


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