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História Fora de Ordem - Uma Conversa Importante


Escrita por: klgodevi

Notas do Autor


Olá, pessoal!! Como vocês estão?
Mais um capítulo postado!!
Boa leitura!

Capítulo 7 - Uma Conversa Importante


Fanfic / Fanfiction Fora de Ordem - Uma Conversa Importante

7 – Uma Conversa Importante

Jane entregou um analgésico para a irmã e um copo de água enquanto ela se acomodava na poltrona do quarto. A cama estava intacta, demonstrando claramente que ninguém tinha dormido ali naquela noite.

“Eu não lembro de ter feito isso, Jane. Eu juro que não lembro.” Elizabeth sussurrou quebrando o estranho silencio.

Olhando para a irmã em um estado tão assustado como não via há muito tempo, Jane sentou ao lado dela e a abraçou. “Eu sei, querida... eu sei.”

“Mas eu tenho certeza que a culpa é minha.” Elizabeth completou, limpando as lágrimas com as costas da mão.

Jane franziu a testa e olhou para Elizabeth em confusão. “Por que você acha que é sua culpa?”

“Você não ouviu o Charles? Darcy não queria beber e eu o convenci... eu convidei ele para dançar... provavelmente sou eu quem tive a ideia absurda do casamento como alguma forma doente de fazer uma piada com ele...” Elizabeth enterrou o rosto nas mãos e chorou. “O que foi que eu fiz, Jane? Eu sou a culpada disso... Eu sei que Darcy é tão travado que nunca teria uma ideia dessas.... nem em um milhão de anos...” Ela olhou novamente para Jane, os olhos vermelhos e inchados. “Olha para mim e diz se isso não é exatamente uma idiotice que eu faria...”

Jane esfregou as costas da irmã para acalmá-la. Ela não poderia negar, era muito mais provável que a ideia tenha sido dada por Elizabeth do que por Darcy. Ela conseguia até imaginar a cena: Elizabeth gargalhando e dizendo que seria hilário se os dois se casassem naquela noite e Darcy mal se aguentando em pé de bêbado e concordando que era uma ótima ideia. Jane suspirou. Definitivamente foi Elizabeth quem instigou aquela situação. “Lizzie... é preciso dois para fazerem isso... Você não colocou uma arma na cabeça dele e o obrigou. Você pode até ter tido a ideia... mas ele concordou.” Jane olhou novamente para a cama. “Você passou a noite com ele?”

Elizabeth limpou o rosto com as mãos, cheia de sentimentos confusos. “Sim.”

“Você acha que aconteceu alguma coisa entre vocês? Você sabe... vocês..?” Jane perguntou um pouco desconfortável, odiando ter que fazer aquele questionamento.

Elizabeth fechou os olhos. “Eu... eu não... eu não sei... provavelmente... Eu acordei nua, e ele estava usando apenas uma boxer... eu acho.”

Jane precisava abordar o assunto. “Lizzie... você acha que ele usou camisinha? Pode haver consequências dessa noite...”

Elizabeth balançou a cabeça com força. “Não. Não. Não.... mesmo se ele não usou, eu tomo pílula religiosamente para controlar minha menstruação.” A respiração de Elizabeth estava fraca. “Eu não quero nem pensar em um mundo onde essa possibilidade fosse real.”

Jane exalou o ar que nem sabia que segurava. “Menos mal... como você está se sentindo?”

“Estúpida, irresponsável, inconsequente... mas um pouco melhor.”

“Você acha que está apta para conversar com o Darcy?”

Elizabeth suspirou. “Em algum momento eu vou ter que encará-lo.”

“Ele parece bastante tranquilo com a situação e está reagindo muito melhor do que você.” Jane apontou o fato com uma das sobrancelhas arqueadas, nem ela mesma sabendo o que pensar daquela história e das reações dos dois.

Elizabeth bufou. “Tranquilo? Como você pode dizer isso? É impossível ler emoções naquele bloco de gelo. A expressão de Darcy para alegre, triste, nervoso, irritado e etc. são todas a mesma, como uma máscara. Ele deve estar querendo me matar.”

***

Sentado em uma mesa reservada no restaurante do hotel, Darcy esperava Elizabeth aparecer. Quem o via, acreditava que ele estava completamente tranquilo sob aquela fachada de indiferença, mas a verdade era que suas mãos estavam suadas e seu coração acelerado. Aquela seria a negociação da sua vida.

Elizabeth entrou no restaurante e o viu com um copo de água com gás na mão olhando pelo vitral que tinha vista para uma gigantesca fonte na frente do hotel. Se ela estivesse ali por outro motivo, seria uma paisagem bonita e tranquila.

“Eu estou pronta para conversarmos.” Ela disse se aproximando da mesa quando percebeu que ele não notou sua chegada.

Darcy imediatamente se levantou e puxou a cadeira para ela se sentar perto dele. “Você está se sentindo bem?”

“Estou melhor, obrigada.”

Darcy olhou para os lados, fazendo uma oração silenciosa para conseguir se expressar pela primeira vez sem insultá-la como resultado. “Elizabeth, como eu disse antes, essa situação não é tão simples. Se ninguém soubesse sobre o nosso... nosso casamento... eu concordaria com você que uma anulação colocaria um ponto final nessa história... mas esse não é o caso.”

Nesse momento, a mente de Elizabeth começou a correr. “Como é que alguém conseguiu essa informação se até mesmo nossos amigos só descobriram hoje de manhã? E como diabos eles conseguiram uma foto?”

Elizabeth assistiu Darcy se mexer desconfortavelmente na cadeira. “Eu acho que a culpa disso é minha... A foto foi tirada pelo meu celular e eu provavelmente enviei para alguém... para anunciar o casamento...” Ele estava olhando para baixo, sem conseguir encará-la nos olhos.

Ao contrário do que ele pensava, Elizabeth não gritou com ele e nem o amaldiçoou. “Isso faz sentido...” Ela tomou um gole de água. “Eu ainda não consigo acreditar que a gente bebeu tanto na noite passada que fizemos algo que nem mesmo nos lembramos.” Ela sentiu lágrimas encherem seus olhos novamente e piscou rapidamente para que não caíssem. “Eu sinto muito.”

“Isso não é culpa sua. Não é.” Ele respondeu com força e se apressou a contar seu plano. “Se você concordar comigo, eu vou divulgar que nós estávamos namorando nos últimos seis meses e que resolvemos nos casar aqui em Las Vegas, na presença apenas dos nossos amigos mais próximos porque não queríamos chamar atenção com o nosso casamento.”

“Nós não temos uma única testemunha desse namoro. Todos os meus amigos vão estranhar o fato de eu estar namorando por seis meses e não contar para ninguém.” Elizabeth tentava preencher qualquer lacuna do plano que ela ainda não conhecia.

Darcy pensou por um momento antes de responder. “Eu acredito que se você apenas disser que não queríamos divulgar porque se todo mundo soubesse a imprensa não nos deixaria em paz, eles entenderiam... o que, se fosse verdade, provavelmente seria o caso.”

Elizabeth concordou com um aceno de cabeça, mas ficou calada para ouvir o restante do plano. Ela entendeu a necessidade de evitar um escândalo e da importância de uma imagem ilibada para assegurar seus negócios e principalmente, não impactar a vida de outras pessoas que não tinham nada a ver com essa situação. Sem contar que a culpa a obrigou a aceitar qualquer decisão que ele tomasse em relação ao casamento que ela tinha certeza ter sido a instigadora.

“Eu proponho que fiquemos casados por pouco mais de um ano” Ele declarou e esperou a reação dela.

Elizabeth o olhou assustada como um animal sendo caçado. “Um ano?” Ela sussurrou a pergunta. “Como? De que forma nós vamos manter essa mentira?”

“Nossos amigos já sabem a verdade e vão nos ajudar... Eu sei que Richard não vai aguentar guardar segredo e vai contar para os pais dele e consequentemente eles vão contar para a minha tia Catherine. Eles ficarão muito descontentes que eu me casei com alguém como você, mas não vão falar a verdade para mais ninguém... eles dependem tanto quanto eu de uma boa imagem pública.” Ele notou a mandíbula de Elizabeth tensa, e suas mãos estavam fechadas com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos.

“É claro que eles ficarão descontentes... quem sou eu para me casar com o grande William Darcy?” Ela praticamente cuspiu as palavras.

“Não, não, não.... não foi isso que eu quis dizer.” Ele fechou os olhos com força se amaldiçoando por não escolher melhor suas palavras. “Meus tios têm planos para mim... planos que eu jamais concordaria. Planos que eu prefiro ignorar que são esperados e discutidos...”

“Que tipo de planos?” Elizabeth perguntou legitimamente curiosa.

“Meus tios Fitzwilliam, os pais de Richard, querem que eu me case com alguém que possa trazer vantagens econômicas ou políticas para as empresas... Minha tia Catherine deseja que eu me case com a enteada dela, Anne...” Ele respondeu com uma expressão cansada, como se aquele assunto fosse empurrado para ele repetidamente.

“Você só pode estar brincando! Eles sabem em que século estamos? Casamentos arranjados na nossa cultura saíram de moda há muitos anos...” Elizabeth estava incrédula.

“Isso não os impedem... minha família leva o status muito a sério e meu tio acredita que como membro masculino mais velho é o patriarca e todos devem seguir suas decisões. O problema é que a irmã mais velha dele, minha tia Catherine, tem uma crença parecida... só que ela ignora totalmente a parte do 'masculino', então, para ela, como a mais velha, suas vontades e decisões devem ser cumpridas.”

“Mas... certamente você deve ter dado sua opinião sobre isso e declarado que não pretende seguir as ordens deles... Você já deve ter conversado com eles a esse respeito...”

Darcy suspirou. “Com a minha família, é mais fácil escutar o que eles têm a dizer, e quando eles não estiverem olhando, fazer o que quiser.”

“Eu não entendo... eu achei que você fosse um homem independente... você sempre pareceu dono da sua própria vida.”

“Eu sou.” Darcy respondeu com um rosto severo, com se o que ela disse fosse insultante.

“Não, você não é! Você não pode nem tomar uma decisão tão importante como a escolha da pessoa com quem você vai se casar sem a opinião deles, ou sei lá... a benção... isso é ridículo.” Darcy ficou calado sem saber o que responder. Então, ele a escutou bater o copo na mesa com força. “Se você acha que eu vou escutar insultos da sua família e ficar calada... eu acho melhor pedir essa anulação.”

Um pequeno sorriso curvou um dos cantos da boca de Darcy. “Eu não sonharia com isso.”

Elizabeth soltou o ar que estava segurando. “Ótimo... continue, por favor.”

Darcy tentou não imaginar o provável conflito que aconteceria entre Elizabeth e alguns membros de sua família. “Nós teremos que morar na mesma casa... Eu proponho que seja a minha, que é grande como Netherfield, tem muito espaço e você poderá escolher seu próprio escritório dentre as diversas salas que nós temos disponíveis. Nós também teremos que comparecer juntos em alguns eventos... e... agir como duas pessoas casadas.”

Darcy estava como rosto corado quando disse isso e Elizabeth segurou a mesa com força. “O que você quer dizer agir como casados? O que teremos que fazer?”

“Eu não exijo nada indecoroso, Elizabeth. Vamos dançar juntos a maioria das vezes... eu vou tocar em você com frequência... um beijo casto ocasional... Eu não me aproveitaria de você.” Por algum motivo, quando disse a última frase, ele evitou os olhos dela.

Elizabeth respirou fundo. “Tudo bem... Eu acho que não será problema... Mas eu não vou permitir que isso impacte no meu trabalho. Pode não ser importante para você, mas é para mim.”

“Eu nunca diria que o seu trabalho não é importante.” Ele respondeu na defensiva um pouco mais alto do que queria. Controlando sua voz, ele continuou. “E quanto ao Japão? Bingley disse que era provável que você se mudaria para trabalhar por lá...” Ele estava com medo da resposta dela.

Elizabeth mordeu o lábio inferior e franziu a testa. “Eu queria ir... mas ao mesmo tempo não queria. Seria maravilhoso conhecer tecnologias diferentes das nossas e aprender um pouco mais... entretanto, um ano é muito tempo. Eu posso fazer um intercâmbio no próximo ano, depois do nosso divórcio.”

Darcy apenas acenou com a cabeça e ficou calado por alguns momentos pensando na resposta dela. “Se você quiser, em algum momento durante esse ano eu posso levar você até lá...”

Elizabeth revirou os olhos. “Nós estamos falando de possibilidades, Darcy. Eu não acredito que durante esse ano nós poderemos sair do país para nos divertir. Essa negociação toda é justamente para você poder trabalhar sem um escândalo. Eu não acredito que você vai ter tempo para um capricho da minha parte.”

Darcy resolveu mudar de assunto. Ele não queria dizer o que estava em sua mente, não ajudaria com seu objetivo. “Você tem que parar de me chamar de Darcy. Nós somos casados, agora.”

“E como eu devo te chamar?”

“William... ou... Will?” Ele respondeu, sua voz suave e esperançosa.

“Eu nunca poderia chamar você de Will... Eu me recuso a fazer qualquer coisa que Caroline faça.”

Pela primeira vez naquele dia, Darcy riu e Elizabeth se viu rindo junto com ele. “Eu não quero estar perto quando ela descobrir que estamos casados.” Darcy declarou com humor.

Elizabeth parou de rir imediatamente. “Ela pode causar problemas. Ela sabia que nós não estávamos namorando... e ela presenciou a maioria das nossas brigas.”

Darcy permaneceu calmo. “Ela vai ser informada pelo irmão que eu decidi não contar para ela porque eu sabia que ela tentaria atrapalhar nossa tranquilidade dizendo isso a imprensa. Quem sabe assim ela finalmente fique com raiva de mim e me despreze?”

“Você deveria ser direto com ela desde o início. Eu percebo o quanto ela deixa você desconfortável.” Elizabeth odiava a forma que Caroline sempre se jogou em cima de Darcy. Ela odiava particularmente como ela se pendurava no braço dele sempre que estava por perto.

“Ela é igual a minha família: escuta apenas o que quer e ignora todo o resto. É melhor ignorá-la do que confrontá-la exaustivamente sabendo que não vai adiantar nada.” Darcy deu de ombros.

“Eu peço desculpas pela minha opinião e você pode me desprezar se quiser, mas para mim, essa é uma atitude covarde. No seu lugar, eu tomaria as rédeas da minha vida e afirmaria para todo mundo e sem possibilidades de ser contrariada quem é que manda no meu destino.”

“Isso pode parecer simples de quem assiste de fora, mas existem muitas outras circunstancias que eu preciso levar em consideração... é muito mais complicado para mim.”

“Então, eu o aconselho a descomplicar. Você nunca vai conseguir fazer todas as pessoas e a si mesmo feliz ao mesmo tempo. Vai chegar um momento em que você terá que fazer uma escolha: sua felicidade ou a satisfação presunçosa deles? Depende de você colocar um basta antes que chegue a uma situação insustentável.” Elizabeth tomou mais um gole de sua água, e se dando conta do que disse, fechou os olhos com força. “Eu não tenho o direito de te dar conselhos... Eu só não consigo ficar calada quando algo não faz sentido para mim. Ignore tudo o que eu disse.” Ela olhou para as próprias mãos. “Existe mais algum ponto sobre nosso acordo que você queria discutir?”

Darcy ainda estava abalado com as palavras dela e pensava que talvez a situação insustentável que ela aludiu já tinha chegado, mas voltou para o assunto em questão rapidamente. “Com certeza existe muito mais para ser discutido sobre nosso acordo, mas eu não consigo lembrar de nada agora...” Ele suspirou antes de continuar. “Elizabeth, você aceita continuar casada comigo?”

Elizabeth queria rir. A situação toda era muito hilária se não fosse tão absurda. Um ano, ela pensou. Um ano vivendo uma mentira... mas ela não tinha escolha. Ela realmente acreditava que foi ela a responsável pela bagunça, então ela teria que ajudar a limpar. “Eu aceito.” Ela disse em voz baixa, sem conseguir encará-lo.

Ela percebeu Darcy colocar a mão no bolso e tirar duas pequenas caixas de joia azul. Ele abriu a primeira, que continha duas alianças de ouro simples e anatômicas. Ele tirou a maior e colocou no dedo anelar da mão esquerda, depois, tirando a pequena, ele estendeu a mão para ela. “Posso?”

Elizabeth estava sem reação, e sem pensar, estendeu a mão para ele e assistiu quase em transe enquanto Darcy segurava sua mão delicadamente e deslizava o aro frio em seu dedo. Abrindo a outra caixa, ele retirou o anel de noivado mais bonito que ela já tinha visto. Um grande diamante quadrado estava no centro com duas pedras de safiras menores de cada lado. Depois de colocá-lo no dedo de Elizabeth, ele sorriu timidamente e apontou para o anel. “Eu achei que combinaria com os seus olhos.”

Elizabeth ficou momentaneamente sem palavras. Se aquilo fosse real, seria uma atitude muito romântica que nem em um milhão de anos ela pensaria que Darcy fosse capaz. “É lindo, Darcy. Eu prometo que vou cuidar até o dia de devolver.”

“Você não vai me devolver. São os seus anéis.” Ele respondeu se encostando na cadeira e olhando pelo vitral.

Elizabeth balançou a cabeça. “Isso é tudo fachada. Quando chegar o momento, eu vou devolver.” Ela declarou em um tom que não aceitava discussões. Darcy preferiu ficar calado. As coisas foram muito melhores do que ele previra.


Notas Finais


Agora eles têm um acordo... e serão obrigados a conviverem diariamente... como será que eles vão se comportar??
Diga-me o que você pensa!!!
Obrigada por estarem aqui e fiquem seguros!! Bjs


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