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História Força e Vida - Tomione - Capítulo 11 - Cartas e bilhetes


Escrita por: BeatriceBRiddle

Capítulo 11 - Capítulo 11 - Cartas e bilhetes


Três dias. Esse era o tempo em que eu estava ignorando o Draco. Não dormia mais no meu dormitório, quando saía da detenção da Umbridge ia direto para a câmara. Cuidava para que ninguém estivesse naquele andar, entrava no banheiro fechava a porta e ia ver o Grün. Fechava todos os caminhos até a câmara com feitiços pesados, para garantir que ninguém indesejado conseguisse entrar.

Na primeira noite, quando o Draco tentou falar comigo, fui ao meu dormitório, tomei outro banho e deitei na minha cama. Eu não conseguia dormir, minha mão ardia, eu estava com fome e mesmo a ponto de desmaiar, o sono não vinha. Então fui ao quarto dos rapazes, vi pelo mapa do maroto se o caminho estava livre, e fui para a câmara. Era tarde, estavam todos dormindo e depois de todas as precauções, caminhei pela câmara. Assim que cheguei, Grün saiu da sua toca, eu estava a ponto de cair.

- Quem te deixou assim? – Ele estava furioso.

Contei a história toda, desde que saí dali, para ele. Magicamente apareceram diferentes pratos de comidas na minha escrivaninha, e sem questionar eu rapidamente me sentei e comecei a comer.

- Você poderia me soltar no encanamento para eu matá-la. – Por incrível que pareça naquela hora eu queria fazer exatamente isso. Mas não era certo, e eu não podia deixá-la morrer tão facilmente. Esse pensamento me assustou, eu não conhecia esse meu lado totalmente venenoso.

- Não. Seria arriscado, ela é muito chamativa. – Eu já havia comido tudo, e apesar da ardência na mão, eu queria tentar dormir.

- Ponha sua mão dentro da água. Não posso pingar meu veneno e curá-la porque ela iria perceber, mas posso fazer a ardência e a dor passarem durante algumas horas. – Coloquei minha mão na água e instantaneamente ela parou de doer, soltei um suspiro de alívio.

- Agora vá dormir, amanhã precisará ter forças.

Quando eu estava quase dormindo ele disse:

- Draco não fez isso, ele não te traiu, eu posso sentir. – Eu queria acreditar nisso, mas nesse momento, simplesmente não conseguia.

Os outros dois dias passaram normalmente, Umbridge me torturava por três horas, minha mão teria aquela cicatriz para sempre com toda certeza. Eu ignorava as intermináveis tentativas do Draco de falar comigo, tomando café na câmara. Toda noite Grün, com sua magia e aquela piscina, fazia a minha mão parar de arder e assim eu podia dormir.

O terceiro dia parecia que havia começado como qualquer outro, só percebi que aquele não seria um dia comum quando vi um bilhete do Dumbledore em cima da minha escrivaninha. Já devia ter aprendido a não ter esperanças de manter uma rotina.

Senhorita Granger,

Esta noite, gostaria que viesse até a minha sala após a sua detenção com a professora Umbridge. Peço que não comente sobre isso com ninguém. Está dispensada da aula de transfiguração hoje, junto com seus amigos mais próximos, acho que deveria passar esse tempo com eles.

PS: Tenho conhecimento de que a detenção termina tarde, venha com cuidado.

PSS: Eu gosto de tortas de amora.

Algo estava errado. Eu havia sido dispensada de uma aula, com o pedido de que eu passasse esse tempo com os meus amigos. Ele também queria que eu não comentasse sobre isso com ninguém, e estava me chamando para sua sala, mesmo sabendo que aquilo seria bem tarde.

Era melhor eu não pensar sobre isso, as ideias do Dumbledore nunca são o que parecem, tentar adivinhar só me faria perder tempo. Havia aprendido isso por caminhos bem obtusos.

Depois de tomar meu café, saí da câmara pensando sobre a aula que não teria, sobre o Draco, e também sobre as aulas que teria agora. Perdida em pensamentos, demorei a perceber que havia alguém dentro do banheiro.

Draco estava apoiado na parede oposta às pias, estava com uma expressão torturada, com os olhos fundos e com o seu uniforme todo desarrumado. Virei de costas e ia sair pela porta quando ele disse:

- Por favor, não precisa me ouvir, apenas veja as minhas lembranças. – Ele tinha apenas um fio de voz, parecia mal.

Eu não aguentava mais ter de ficar longe dele, mesmo que achasse que ele havia me traído.  E realmente a ideia de eu ver suas memórias era boa. Do seu lado havia uma penseira que eu não havia visto antes.

- Tudo bem. – Perder uma aula não seria tão ruim assim. Me repreendi por esse pensamento, eu não era assim, mas hoje eu precisava disso.

Draco tirou uma memória da sua mente com a varinha e a colocou na penseira. Eu me ajoelhei e mergulhei a minha cabeça.

Eu estava vendo tudo sobre três dias atrás, desde o momento em que ele acordou. Vi quando Umbridge lhe contou o que ele faria. Senti sua preocupação quanto a mim. Vi tudo que ele havia feito para me proteger discretamente, e que na verdade havia sido a Parkinson quem disse ter me visto na sala precisa. Ele não havia me traído, e no fim estava realmente preocupado com a minha mão. Vi sua conversa com a Mulher gorda, e tudo o que ele havia tentado para se aproximar de mim nos últimos dois dias. No fim também vi que ele havia recebido uma carta do Dumbledore igual a minha, porém livrando ele e os amigos da aula de poções. Agora eu tinha duas certezas.

Draco era meu irmão e era fiel, e algo estava muito errado para o Dumbledore nos chamar juntos. Ao terminar esses pensamentos, em um simples impulso abracei o Draco. Poucos segundos depois ele já estava me abraçando também, me apertando bem forte e suspirando aliviado.

- Achei que nunca iria me perdoar. – Ele parecia sincero e isso fez com que eu me sentisse mal por ter feito tanta coisa para fugir dele.

- Você é meu irmão, pelo que li sobre isso, não conseguiríamos ficar brigados por muito tempo.

- Sempre uma sabe-tudo. – Rimos juntos. Realmente eu não perdia meu posto nunca.

O resto do dia passou normalmente. Durante a aula de transfiguração, fiz um piquenique com os meus amigos. Nos divertimos, rimos e brincamos. Fazia um tempo que não tínhamos um tempo só nosso. No final do dia, fui para minha detenção e saí de lá faltando quinze minutos para a meia-noite. Peguei um pano que estava encharcado com água da piscina, coloquei enrolando em volta da minha mão e segui com todo o cuidado para a sala do diretor. Falei a senha e subi as escadas, batendo brevemente na porta e entrando em seguida. Draco já estava sentado em uma poltrona de frente para o diretor.

- Sente-se, senhorita Granger. – O tom era suave.

Me sentei e esperei pacientemente, enquanto o diretor nos observava e parecia pensar em como nos comunicar algo.

- Recebi uma carta da sua mãe hoje bem cedo. – Ele disse olhando para mim. Eu parei de respirar e o Draco olhou para mim com uma expressão surpresa. Ou algo realmente estava errado ou ficaria em breve.



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