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História Força e Vida - Tomione - Capítulo 62 - O amor não envelhece


Escrita por: BeatriceBRiddle

Notas do Autor


Aaaaa seus lindos!
O presente era meu, mas vocês que acabaram me presenteando! 20 comentários lindos nesse último capítulo :O

Capítulo 62 - Capítulo 62 - O amor não envelhece


Contra todos os padrões imagináveis, e também inimagináveis, Nagini era uma companhia agradável, chegando a ser até mesmo amigável. Poderia ser o ataque recente, ou o meu sangue sonserino, mas em pouco tempo já estávamos conversando como velhas amigas rindo descontraidamente.

- Ser uma cobra tem suas vantagens. – Nagini estava enrolada confortavelmente no começo da cama. – Pode-se assustar as pessoas, e comer bem, e fazer amigos. – Conversar com ela me trazia uma sensação de nostalgia, ao me lembrar da Esme. – Pelo menos amigos humanos, quando eles te entendem, e não choram ou correm, porque nenhum animal confia em mim. O que eu acho muito estranho. – Estranho mesmo poderia ser rir de uma piada feita por uma cobra falante, mas até aí o dia não estava nada normal.

- É acho que você não deve encontrar todos os dias com alguém que te entenda. – Ela estava fazendo com que eu me sentisse mais a vontade naquele quarto.

- Certamente não. Vocês são pessoas extremamente raras. Mas converso com frequência, já que estou com Tom há tantos anos. – Eu já estava apoiada em vários travesseiros, até mesmo a menção do nome do moreno não me deixou desconfortável.

- Se conhecem há quanto tempo? – Uma das melhores coisas de uma cobra é o fato de ela não ter motivos para guardar algo como segredo, desde que o seu dono, ou amigo, não tenha lhe pedido para não contar alguma informação.

- Muitos anos, sinceramente não sei dizer quantos. Mais do que uma vida de uma cobra, mas há tanto tempo quanto eu deixei de ser uma cobra normal. Não acho que eu vá morrer um dia. – Tom não a conhecia na época de escola, mas certamente não demorou muito tempo depois para que se tornassem amigos.

Eu teria continuado perguntando a ela, talvez com acontecimentos, até chegar a uma faixa de tempo razoável, porém assim que abri a minha boca para continuar perguntando, ouvi a porta sendo aberta novamente.

Nagini não saiu de onde estava, continuando com sua postura relaxada. Porém mesmo que eu quisesse, não conseguiria parecer tão relaxada quanto ela, mesmo não falhando na tentativa de parecer inocente, quando estava quase tentando arrancar informações da cobra do dono do quarto.

- Draco está extremamente bravo por você não ter gritado ou tentado pedir ajuda, mas está acima de tudo preocupado. – Disse Tom depois de olhar com cautela para mim e para Nagini antes de entrar no quarto e fechar a porta. – Lúcio estava com ele também, e apesar de ter se mantido calado, pareceu ainda mais furioso. Não acho que Fenrir conseguirá sobreviver a tantos amigos. – Seu leve sorriso sarcástico fez meu coração parar e voltar a funcionar em um longo segundo.

- Tanto ódio não fará bem a ninguém. Além da sede de vingança deles dar vantagem ao lobo. – Tom sorriu novamente, mas dessa vez mais abertamente, me lembrando dos velhos tempos, com um aperto de saudades no peito.

- Como sempre uma sabe-tudo. – Disse ele baixinho, talvez para que eu não conseguisse ouvir. – Eles são bruxos poderosos, e ouso até dizer perigosos, quando alguém mexe com as suas famílias. – Tom me encarava como se soubesse como eles se sentiam.

- Tenho medo de que eles se machuquem. – Encarei o chão não olhando realmente para lugar nenhum. – Não importa o quanto eu saiba que eles podem se virar sozinhos, sempre vou temer pela segurança deles. – Inclusive pela sua. Queria poder dizer isso a ele, mas de forma alguma parecia ser uma boa ideia.

- Eles também temem pela sua segurança, não é para menos que estejam tão bravos. – Eu não havia percebido que o moreno estava carregando alguma coisa, até que ele colocou a mala que a minha mãe mantinha no quarto do Draco em cima da cama. – E também desesperados para vê-la. Porém está tarde, foi um longo dia, e eu convenci aos dois, e a sua mãe, de que você precisa de um descanso. – Convencer aos dois era fácil, um pouco de medo ali, uma pressão aqui. Agora ele era realmente bom nisso se havia conseguido convencer a minha mãe.

A cada palavra dele eu me sentia mais confortável, e também mais cansada. Isso havia sido um desgaste ainda maior quando eu ainda não estava totalmente curada. Parecia que tudo aquilo havia sido há meses, porém eu havia sido atacada, curada, e então havia passado por uma longa noite de choro e cansaço, tudo nas últimas 48 horas. Eram coisas demais para uma vida, quem dirá para menos de uma semana.

- Eu me sinto esgotada. – Admiti suspirando e olhando com cautela para ele. Tom me encarou por um momento antes de suspirar e dar um sorriso discreto e tímido.

- Não é para menos. Você é forte e está acostumada a aguentar muita coisa. – Devagar o moreno foi se aproximando até estar sentado ao meu lado. – Mas são coisas demais até mesmo para você. – Tom levantou sua mão, como se fosse tocar o meu rosto, porém a deixou suspensa no ar, hesitante.

- Você faz parecer como se eu escolhesse esse tipo de coisa. – Com um pouco de coragem, peguei sua mão e a apertei na minha.

- Mas é exatamente isso que eu penso. – Sua voz era suave e baixa enquanto ele apertou a minha mão levemente e olhou profundamente nos meus olhos.

Seu olhar estava cheio de sentimentos que eu um dia havia conhecido tão bem. Carinho. Respeito. Amor. Saudades. Tudo se misturava nos belos olhos do moreno, em um reflexo de tudo que eu sabia que também estava estampado nos meus olhos. E tudo isso só demonstrava o quanto ele havia me amado, já que os sentimentos estavam no mesmo nível dos meus, sendo que eu não havia estado ali pelos últimos 50 anos.

Meus sentimentos eram dolorosos por serem tão recentes, mas ele parecia sustentar um peso tão grande quanto o meu. Depois de tantos anos, onde ele poderia ter conhecido outras pessoas, poderia ter achado alguém para amar que fosse mais fácil do que eu, que defendesse os mesmos ideais dele, ali ainda estava ele me amando. Ele podia ser o lorde das trevas, e o maior mal que havia existido no mundo bruxo, porém ainda era o Tom, aquele garoto por quem eu havia me apaixonado.

- Eu não escolho seguir por caminhos perigosos, acho que está mais para os caminhos que me escolhem. – Tom sorriu soltando a minha mão e passando a sua pelo meu rosto, com cuidado, como se tocasse um vaso de porcelana.

- Eu até poderia reclamar. Porém se você não tendesse para esse lado. – Seu sorriso era doce e calmante. – Nunca teríamos nos conhecido. – Sussurrou ao fim.

Era a mais pura das verdades. Se eu não corresse tanto perigo, nunca teria sido puxada magneticamente para ele, como havia acontecido desde o momento em que nos conhecemos. Eu havia ido ao passado sabendo quem ele era, e quem seria um dia, mas mesmo assim, eu não me importei, eu vivi tudo que me foi dado o direito sem me importar com as consequências.

- Muitas coisas não teriam acontecido se eu não tivesse essa inclinação. – Sorri para ele. – Mas eu me arrependeria e muito, se eu tivesse uma vida monótona, longe de todas as pessoas que eu amo. – Não era uma vida fácil, mas ela não era feita apenas de dias ruins.

- Eu senti tanto a sua falta. – Tom encostou a sua testa na minha, em um gesto de carinho, e fechou os seus olhos inspirando lentamente.

- Eu também senti, mas agora eu estou aqui. – Disse olhando para ele enquanto ele ainda estava com os seus olhos fechados.

Tom não sorriu dessa vez, ele apenas suspirou e continuou ali, parado na mesma posição com os olhos fechados.

- Eu esperei tanto tempo por esse momento. Tinha tantas perguntas para fazer, mas olhando para você agora, me sinto esgotado demais para qualquer outra coisa que não seja te olhar e ter certeza de que está aqui. – Sorri para ele novamente.

Quando se tratava de nós dois nada havia sido e nada jamais seria fácil, mas eram momentos como esse que eu tinha certeza de que valia a pena sentir o que eu sentia. Era ao sentir o meu coração batendo tão forte, que eu me esquecia de quem ele era, de tudo que ele havia se tornado, e eu me lembrava do belo sonserino que eu havia conhecido em um orfanato trouxa, e que mesmo tão recluso com sua vida pessoal, havia dado espaço para eu entrar, quando eu era apenas uma menina estranha que apareceu de uma hora para a outra.


Notas Finais


É pequeno sim, e não acaba nem com nossa vontade de vingança nem com o desejo de umas e outras haha mas significa algo: paz de espírito pelo menos em um capítulo haha


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