*Matthew*
Terminei de fechar o meu notebook, por hoje eu já tinha encerrado. Eu estava ansioso, pois mês que vem seria a minha formatura e eu iria poder ter um tempo de descanso.
Meu telefone toca.
Olho no visor e vejo que é a Amanda.
*Alô*
*Matt, você está ocupado?*
A voz dela estava fraca.
*Estou indo para casa já. Você está bem?*
*Não muito.*
*O que você está sentindo?*
*Eu hoje na parte da tarde comecei a passar mal, e não foi pouco. Vim para casa e tudo, mas meus pais vão viajar hoje, então vou ficar aqui sozinha.*
*Eu até iria agora direto ficar com você, mas eu tenho uma prova hoje super importante.*
*Eu entendo amor.*
*Vou fazer o seguinte, peço a Lorena para ir ficar com você enquanto estou na faculdade, e quando eu sair, vou direto para sua casa.*
*Sua irmã não vai gostar disso, tenho certeza.*
*Eu converso com ela, pode ficar tranquila. Agora descansa*
*Tá bom.*
Desligo o celular.
Dirijo até em casa. Assim que chego, estaciono e entro.
Vejo a Lorena deitada no sofá de cabeça baixa.
-Oi Lo.(digo)
Ela me encara.
-Oi.(ela diz)-Antes que pergunte, minha mãe e meu pai foram levar o Arthur na festinha de futebol dele lá.
Eu assinto.
Ela se vira no sofá.
-Você não foi por quê?(pergunto)
-Não estava com vontade.(ela diz)
Eu me aproximo e ela se levanta.
-Lorena, o que está acontecendo?(pergunto)-Eu nunca te vi dessa forma.
-Não é nada.(ela diz)-Só estou cansada.
Eu a encaro.
-Eu te conheço a dezoito anos, sei muito bem que não é só isso.(digo)-Você sabe que pode contar comigo para tudo, eu sempre vou estar com você.
Ela me abraça e começa a chorar.
Eu aperto ela.
-O que tá acontecendo pequena?(pergunto)
-Eu não quero falar nada agora.(ela diz)-Eu só preciso desse abraço.
Eu assinto.
Eu sei que quando ela tiver pronta, ela vai me contar.
Depois de passar cinco minutos, ela me solta.
-Eu tenho que te pedir um favor.(digo)-Você pode não gostar, mas peço que faça isso por mim.
Ela me encara.
-Eu não vou matar ninguém.(ela diz)
-Vejo que a gracinha já está melhor.(digo rindo)-Mas falando sério agora. A Amanda está passando mal, será que você pode ficar com ela? Até eu voltar da faculdade.
-Aaaa Matt, logo com ela.(ela diz)
-Por favor Lo.(digo)-Te levo pra onde você quiser depois.
Ela me encara.
-Sendo assim, só vou com uma condição.(ela diz)
-E qual é?(pergunto)
-Me leva pra acampar? Igual nos velhos tempos.(ela diz)-Mas só eu e você.
Eu sorrio com a ideia.
-Claro que sim.(digo)
Ela me abraça.
-Agora vai tomar banho, que antes de ir para a faculdade eu te deixo lá.(digo)-Pode deixar que aviso a nossa mãe.
Ela assinte e sobe.
*Laysa*
Estava na festinha do time do Arthur, ele estava todo eufórico.
-Olha mãe, aquele garoto que tomou cartão vermelho por me chutar.(ele diz)-Eu falei para ele que isso ia ter volta.
-Que isso menino.(digo)-Nada de violência.
-O Christhofer me ensinou que a vingança é um prato que se come frio.(a Laura diz)-Então espera ele esquecer ai você vai e quebra o dente dele.
-Alguém separa essas crianças por favor.(o Luan diz)
-Grande Luan Maldonado.(um moço fala)-Que honra te receber aqui. E essa deve ser a sua esposa e sua filha?
-Sim, essa é minha esposa Laysa.(ele diz)-Essa é minha sobrinha Laura. Minha menina já está bem crescida.
-Ah sim.(ele diz)-E nosso craque, como anda?
-Vou bem.(Arthur diz)-Estou doido pra jogar logo a copinha.
-Esse menino tem muito talento senhor Maldonado.(ele diz)-Ele é um dos nossos melhores.
-Eu tenho muito orgulho do meu pequeno.(o Luan diz)
-Vocês não tem treino com meninas não?(a Laura pergunta)
-Só treinamos meninos.(o homem diz)-Futebol não é para meninas.
-E quem disse que não?(ela pergunta cruzando os braços)
-Laura...(digo)
-Pode deixar, ela é só criança.(ele diz)-Eles não sabem o que dizem e nem entende das coisas.
-Você que pensa.(ela diz)-Você é preconceituoso em achar que futebol é só para homens. Estamos no século vinte e um e você parece estar travado ainda no século anterior.
Ele encara perplexo.
-Você sendo um treinador deveria saber que existe grandes nomes no futebol feminino.(ela diz)-Eu poderia citar vários, mas tenho certeza que perderia meu tempo, pois seu preconceito ocupa a maior parte do seu cérebro.
-Vem, vamos tomar algo.(digo pegando ela)-Me desculpe por isso.
Saio.
-Laura, você não pode sair falando assim com as pessoas.(digo)
-Eu não tenho culpa tia Lay, se ele é um preconceituoso.(ela diz)
-Eu sei que você é apaixonada por futebol, mas não é assim que as coisas funcionam.(digo)-Temos que procurar uma escola que treine meninas.
-Eu não quero uma escola que treine meninas, porque aposto que são todas frescas.(ela diz)-Eu quero jogar de verdade.
-E você vai meu amor, é só ter paciência.(digo)-Agora vamos voltar para lá, e se ele ainda estiver lá, se comporte.
Ela assinte.
-A mini jogadora chegou.(o homem diz)-Sabia que nenhuma criança na vida tinha falado dessa forma comigo? Onde foi que você aprendeu a falar assim?
-Minha mãe é advogada e minha irmã é a mais inteligente.(ela diz)-Elas me ensinam e nunca baixar a cabeça pra homem e muito menos deixar que preconceitos bobos atrapalhem meus sonhos.
-Realmente tenho que dar os parabéns para elas.(ele diz)-E sabe de uma coisa? Eu nunca treinei meninas, mas posso abrir uma vaguinha para uma garotinha muito esperta.
Ela abre o sorriso.
-Quero ver você usar essa inteligência toda em campo.(ele diz)-Luan, se você puder levar ela no próximo treino do Arthur.
-Me leva tio, por favor.(ela diz implorando)
-Claro que te levo jogadora.(o Luan diz)
-Então te espero lá Laura.(ele diz e sai)
Ela começa a pular.
-Eu disse que você conseguiria.(digo)
*Lorena*
O Matt tinha acabado de estacionar enfrente ao apartamento dela.
-Quando sair da faculdade venho direto para cá.(ele diz)-E peço o motorista para te levar embora depois.
-Tá bom.(digo)
Abraço ele e desço.
Subo e respiro fundo antes de apertar a campanhia.
Vejo a porta sendo aberta e uma Amanda pálida atende a porta.
-Oi.(digo)
-Oi.(ela diz)-Entra.
Eu entro.
-Pode ficar avontade.(ela diz)
Eu assinto.
Ela se senta no sofá com uma xícara de chá. Ela coloca em um filme e eu começo a assistir.
Ela do nada levanta e vai para o banheiro. Essa garota tá estranha. Ela leva cinco minutos e nada.
-Lorena...pode me ajudar?(ela chama)
Eu vou até ela. Vejo que ela está apoiada na pia.
-O que você tem?(pergunto)
-Estou tonta, não consigo voltar para sala.(ela diz)
Eu me aproximo e a ajudo a voltar e se deitar no sofá.
-Você deveria ir ao médico.(digo)-Você não sabe o que tem.
-Eu vou ir amanhã.(ela diz)
Eu dou de ombros.
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Eu fiquei basicamente vidrada no meu celular, aqui estava o maior tédio. A campainha toca e ela se levanta para abrir a porta. Quando ela abre, ela cai nos braços do Matt.
-Amanda.(ele chama ela)
Eu levanto correndo.
Ele deita ela no sofá.
-Merda, eu preciso levar ela no médico.(ele diz)-Mas não sei onde está os documentos dela.
-Provavelmente no quarto dela.(digo)
Subo correndo e acho por sorte na escrivaninha os documentos dela. Desço rápido e ela ainda desmaiada.
-Vamos.(digo)
Ele pega ela e descemos. Ele coloca ela no banco de trás, com a cabeça deitada no meu colo e entra no lado do motorista.
Ele está dirigindo feito doido.
-Merda Matt, vai com calma.(digo)-Se não vamos ser três pessoas indo para o hospital ser atendidas.
Ele bufa.
O sinal fecha bem na hora que íamos passar.
-Droga.(ele diz socando o volante)
Ela começa a acordar.
-Matt.(ela o chama)
-Fica deitada amor, nós já vamos chegar no hospital.(ele diz)
O sinal abre e ele dirige novamente.
Ele estaciona o carro e abre a porta pegando ela.
Eu sigo eles para dentro. O Matt faz a ficha dela e eu me sento aguardando junto com ela.
-Quer um copo d'água?(pergunto)
Ela assinte.
Pego e entrego ela.
-Obrigada.(ela diz)
Logo o médico vem e chama ela.
-Me espera aqui, eu já volto.(o Matt diz)
Eu assinto.
Como se eu tivesse opção para onde ir.
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