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História Forever In My Heart - Capítulo 2


Escrita por: xxpachirisu

Capítulo 2 - Capítulo 2


“Um, dois, três, quatro... quatro, três, dois, um”; ouvia-se ao fundo enquanto soldados praticavam insanamente. O dia estava sendo rotineiro, como sempre e isso nem era novidade. O clima quente, o sol forte sobre nossas cabeças, os treinamentos árduos, os gritos de guerra e, também, as saudações faziam parte daquilo.... Enfim, em outras palavras, nada novo estaria acontecendo por ali se não tivesse acontecido uma transferência. O soldado da base de Chungcheong foi mandado para Wonju devido suas más ações em sua antiga localidade. Mas antes de tudo, deixe com que eu me apresente.

            Oi, me chamo Choi San, trabalho para o exército sul coreano, exercendo a função de capitão; sou aquele que fica na linha de frente, auxiliando cada soldado durante todas as operações. Responsável pelo pelotão da base do Primeiro Exército da Coreia do Sul, localizada na província de Wonju, Gangwon. E agora irei contar um pouco de minha história.

            Onze de Janeiro de dois mil e dezenove, foi o dia em que tudo começou. Lembro-me muito bem de tudo o que havia pensado sobre aquela transferência repentina, tudo aquilo que eu havia tramado para o novo integrante do pelotão. Ele era considerado como um causador de problemas para a sua antiga base e, por essas e outras que ele acabou sendo mandado para os meus cuidados. Minha postura rígida e personalidade fria, fazia com que todos ao meu redor se sentissem amedrontados com minha presença. Não era algo que me fizesse ficar incomodado, para falar a verdade, eu até que gostava; fazia eu me sentir respeitado, mesmo com eles me xingando pelas costas, e também deixava a minha posição ainda mais digna e estável aos olhos de meus superiores.

            O sujeito chegou em Wonju com sua postura arrogante, ignorando totalmente todos àqueles que iam lhe cumprimentar e lhe desejar boas vindas, fazendo com que essas pessoas ficassem irritadas com tamanha ignorância. Mas ao contrário das opiniões alheias, aquilo me agradou e arrancou um sorriso maldoso de meus lábios; ao meu ver, cuidar daquele “soldadinho de merda” seria um tanto divertido.

            — Sentido! – Exclamei pela primeira vez desde que ele chegara. — Vejo que já não está se dando bem com seus companheiros, soldado. — Falei enquanto os demais se ajeitavam em posturas adequadas para com minha presença. — Apresente-se!

            O garoto se apresentou com indiferença, mostrando que não se importava nem um pouco com as consequências que poderiam ser impostas sobre ele; espantando todos ali presente. Naquele momento, percebi que aquela seria uma missão complicada a se fazer e que eu deveria arrumar uma solução o mais rápido possível.

            Mas conforme eu fui ficando mais rígido com o rapaz, mais ele se aproximava. Talvez para me provocar? Não tinha como saber. Na verdade, eu não conseguia entender o porquê dele sempre querer estar próximo quando habitualmente não era isso que acontecia ao meu redor. Pensamentos de que tinha algo errado sempre se passavam em minha cabeça e eu não conseguia aceitar aquilo; estava me deixando louco. "Por quê?" Me fazia a mesma pergunta todos os dias, mas eu não conseguia encontrar uma resposta – por mais que eu tentasse –.

            Procurei por soluções, tentei ser o mais severo possível com o garoto, mas nada adiantava. Não tinha mais nada a se fazer, a não ser evitá-lo; o que era um pouco impossível já que eu tinha que tomar conta dele e de todo o restante da equipe de soldados. Logo, a indiferença foi tomando conta da situação e eu já não me importava mais com a presença daquele menino. Cheguei a pensar que ele não passava de um ser completamente irritante e tagarela.

            Novamente, o tempo foi passando e trouxe com ele uma data que, para alguém como eu, não passava de apenas mais um dia comum. Mas para a equipe, existia um evento especial naquele dia. Então, depois de muita insistência de meus companheiros, fui levado à uma festa num barzinho que ficava próximo à base militar. Não que tivesse muitas opções naquele lugar, mas de todos eles, o bar era um dos melhores que haviam ali perto. O que eu não sabia era que a tal festa acarretaria no aniversário surpresa do rapaz que eu mais tinha raiva. Como minha família morava no exterior, eu não tinha o costume de comemorar essas datas importantes. Sempre ficava sozinho durante as datas comemorativas, então acho que acabei me acostumando e tudo caiu na rotina. Eu achava que todos tinham que ser iguais a mim, mas depois de um tempo, eu notei que não era bem assim. Na verdade, alguém me ensinou a olhar o mundo de outras formas.

            Mas voltando ao assunto, como eu não era da turma da bagunça,  acabava por frequentar esse mesmo barzinho sempre que eu queria me distrair. O ambiente era agradável e as pessoas que ali frequentavam também eram, o que transformava o ambiente em algo confortável. Nunca fui de querer companhia enquanto bebia, mas involuntariamente, acabei me envolvendo demais com as pessoas naquela noite.

            Não sabia ao certo o porquê de eu ter feito aquilo, mas foi naquela noite que eu comecei a aceitar a presença do indivíduo. Percebi que o problema não estava nele, e sim, em mim. O que é meio louco de se pensar, mas agora eu vejo o quanto a cabeça do ser humano pode mudar de um dia para o outro.  Compartilhamos bebidas, jogamos conversas fora, rimos de coisas insignificantes, alguns até dançaram. Sempre me alegro ao pensar neste dia, foi realmente divertido. Mas por fim, não tinha como dar em outra coisa a não ser em ficarmos bêbados.... Mas problemas a parte, isso nem é tão importante.

            O mais importante veio em seguida, quando ele segurou em minha mão e me tirou daquele estabelecimento, dizendo que precisava me contar algo importante. O que uma pessoa bêbada poderia me contar? Eu não tinha outra escolha a não ser segui-lo para onde quer que seja. Eu odiava o fato de ser curioso. Quer dizer, eu ainda odeio. Mas eu não me arrependo, pois foi a melhor curiosidade que alguém poderia ter. Aposto que vocês estão curiosos também, então apenas continuarei contando.

            Ele me guiava por um lugar desconhecido, madrugada a dentro. Estaria em completo silêncio se não fosse pela música estrondosa provinda do estabelecimento. Mas quanto mais a gente andava, mas aquele som ficava distante e abafado.

            Quando ele finalmente soltou a minha mão e deixou um arfar pesado sair de entre seus lábios, ele me olhou. E que olhar... As orbes escuras me fitando como se eu fosse, sei lá, um prêmio ou algum objeto valioso. Eu me senti inebriado e completamente preso naquele olhar que escondia perfeitamente as intenções alheias. Mas não era somente o olhar, seu semblante também estava diferente. Eu nunca o vi daquele jeito, mas confesso que tal coisa só atiçou ainda mais a minha curiosidade.

            Então, quando eu me preparava para começar a falar, ele me chamou.

            — Hyung... – Sim, essa foi a forma que ele me chamou. "Hyung". Soou tão diferente... tão especial? Foi a única vez, naquele momento, em que ouvi o timbre angelical saindo daqueles lábios levemente carnudos antes de se aproximar e me beijar com fervor. O que diabos estava acontecendo?! O que ele pensava que estava fazendo?! Ele não tinha esse direito.

            Meu coração estava acelerado, meus pensamentos me diziam que aquilo estava errado e que deveria ser parado, mas meu cérebro não conseguia entender e meu corpo não me obedecia, resultando em movimentos involuntários. Isso só podia ser os efeitos da bebida, ou pelo menos eu achava que era. Eu não sabia explicar o que eu estava sentindo naquele momento, mas de uma coisa eu sabia, era algo muito bom, era algo que eu jamais tinha sentido antes.

            Estávamos tão envolvidos naquele beijo repentino que só nós demos conta do tempo quando nossas respirações tornaram-se ofegantes, obrigando-nos a se separar. Se não tivesse tão escuro, eu poderia apostar que suas bochechas alvas estavam um tanto avermelhadas, já que o menino fitava os próprios pés antes de sair correndo, largando-me sozinho ali – sem qualquer reação –.



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