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História Forever Young; markhyuck - Episode 12


Escrita por: jyminx

Notas do Autor


boa noiteee

voltamos bem rapidinho não é?
sei que vocês ficaram bem ansiosos no último capítulo e com razão!!

esse capítulo vai sanar algumas dúvidas e fazer surgir novas, estão prontos para descobrir no que vai girar entorno o mistério central?

boa leitura nenes

Capítulo 13 - Episode 12


» episódio 12: O dia seguinte «

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Duas viaturas policiais pararam na frente deles. E no momento a porta do carro se abriu, tudo pareceu desmoronar.

Dois policiais saíram de cada viatura, quatro homens ao total e todos tinham expressões confusas, o alarme disparado poderia significar qualquer coisa e apesar de invasões e furtos não serem muito comuns, principalmente numa escola segura como aquela, ver aquelas oito crianças ali não era o que aqueles policiais esperavam, talvez estivessem mais preparados para algum acionamento não intencional do alarme.

– Bom dia... – Um dos homens se aproximou, analisando cuidadosamente cada elemento ali, desde o garoto que sangrava até o garoto desmaiado. Todos pareciam assustados e sentiu que não deveria ser tão duro com aquelas crianças, mas até onde sabia, um alarme acionado e roupas ensanguentadas não eram sinal de coisas boas.

– Bom dia! – Mark tomou frente, não havia pensado por um segundo sequer mas naquele momento, seu instinto falou mais alto e deu um passo a frente, especificamente colocando-se na frente de Donghyuck, como se quisesse protegê-lo acima de qualquer coisa.

– O alarme foi acionado e imagino que os responsáveis por isso sejam vocês, voltem para dentro! – Falou firme, não sabia quais palavras escolher naquele momento mas notou que aquela simples frase fez com que a maioria ali tremesse. Deu sinal para que um de seus companheiros carregasse o garoto desmaiado para dentro, e logo todos ali estavam dentro da escola, e para aqueles oito adolescentes, estar dentro da escola era torturante – Quero que deixem suas mochilas aqui, vamos revistar elas.

Os policiais foram rápidos na organização, assim que todos largaram suas mochilas no chão, foram instruídos a ficarem dentro de uma sala até que fossem chamados um a um para um interrogatório.

– Não acredito que vão mesmo interrogar a gente... – Jeno engoliu a seco, aquilo parecia um pesadelo sem fim. Assim que arrombou a porta, sentiu uma dor terrível mas o fato de que poderia simplesmente fugir dali o confortava mas naquele momento, sentia que tudo estava tão longe de acabar.

– Calma, nós não roubamos e nem vandalizamos nada, não tem como acusarem a gente de nada, né? – Renjun piscou algumas vezes, manteve os olhos abertos por tanto tempo que o ato de piscar lhe causava ardência.

– Você tem razão, vamos ficar tranquilos e assim que o interrogatório acabar, estaremos livres disso tudo. – Wonyoung forçou um sorriso enquanto acariciava a coxa de Seungmin, que acordava aos poucos.

Jisung se encontrava estático, não se recordava de alguma vez ter chego tão perto de policiais e pode ver claramente que todos os homens carregavam armas em sua cintura e se sentia completamente ameaçado mesmo que não tivesse feito nada errado de fato. Suas mãos trêmulas seguravam a camisa de Chenle pois sabia que se descontasse sua frustração segurando mãos ou braços do chinês, poderia machucá-lo.

– Eles falaram que nós vamos ficar bem, não se preocupa! – Chenle tentou soar animado, tentou sorrir para confortar o amigo mesmo que não se sentisse confortado ou animado mas amizade também era sobre estar junto até mesmo nos piores momentos, e Chenle poderia até mesmo sorrir sinceramente se tivesse em mente que independente de tudo o que estivesse acontecendo naquele exato segundo, ainda estaria ao lado de Park Jisung.

Donghyuck se encontrava quieto, parecia até mesmo calmo, coisa que não era de seu feitio, considerando a personalidade extrovertida e agitada que tinha, e Mark Lee se encontrava preocupado quanto a isso, queria poder tê-lo em seus braços, acariciar a pele levemente bronzeada e iluminada, queria poder mexer nos fios descoloridos levemente secos pela tinta, queria protegê-lo na mesma medida que talvez não o quisesse tão perto assim, se sentia levemente confuso e talvez a presença do mais novo aflorasse isso em si.

Assim que a mão pequena e macia de Donghyuck se repousou sobre sua coxa, Mark Lee soube que o ruivo procurava por algum tipo de contato, o menor estava abatido como qualquer outro ali e via em Mark certo conforto e segurança, mas o pânico interno não permitiu que Mark retribuísse o contato, então o mais novo apenas se recolheu e voltou a prestar sua pouca atenção nas conversas alheias.

Antes que o esperado, um dos policiais adentrou a sala de aula e rapidamente aproximou-se de Seungmin e mesmo que o garoto mal tivesse seus olhos abertos, seu corpo foi cuidadosamente levantado.

– Você será o primeiro... – Falou firme, fazendo o garoto arregalar os olhos, ainda recuperava-se do desmaio mas quando deu-se por si, estava sendo levado para longe de seus amigos. Seu olhos transpareciam seu desespero e seu medo, sabia que não deveria relutar pelo seu próprio bem mas mesmo que não estivesse errado, queria fugir, queria correr para os braços de Wonyoung, para as carícias de Jaemin.

– Biblioteca... Estudando de tarde! – Jaemin sussurrou, era praticamente inaudível mas concentrou-se em dizer cada palavra perfeitamente quando teve certeza de que os olhos de Seungmin o encaravam antes que o mesmo fosse levado corredor a fora.

– O que foi isso? – Mark que encontrava-se atento a tudo, percebeu a sibilação de Jaemin e mesmo que a maioria ali não tivesse de fato notado, o clima ficava cada vez mais tenso.

– Ele foi o primeiro, logo logo sou eu, ou você ou até mesmo Chenle... Eu já amanheci em muitas delegacias para saber que esses caras não vão acreditar que todos nós viemos para cá e coincidentemente esbarramos uns nos outros – Jaemin não mentia, os últimos anos de sua vida foram baseados em fugas cada vez mais bem arquitetadas e já havia perdido as contas de quantas vezes dormira na rua e era acordado por policiais, homens treinados para desconfiar de qualquer resposta que ousasse dar.

– Quer que a gente minta para a polícia?  – Jeno suspirou pesadamente, estava pagando por todos os seus pecados naquele dia.

– Isso não é muito arriscado? – Chenle mordia o próprio lábio inferior, todo seu corpo se encontrava tensionado que chegava a doer, sentia que não podia e nem conseguiria relaxar.

– Ele tem razão, eles não vão acreditar em uma pura coincidência! – Wonyoung soou firme, era a garota perfeita e correta em boa parte do tempo mas se tivesse de mentir para sair daquilo, o faria sem contestar.

– Prestem atenção, todos nós passamos o dia dentro da biblioteca estudando, o bibliotecário terminou o turno dele e foi embora mas todos nós ficamos e quando percebemos, a escola já estava fechada... – Jaemin pensava em qualquer detalhe que pudesse os comprometer, imaginava quais poderiam ser as perguntas feitas pelos policiais, não poderiam deixar qualquer espaço em branco ou aquilo se tornaria um problema muito maior.

– Então voltamos para dentro da biblioteca e continuamos juntos até que amanhecesse, então nós tentamos arrombar a porta e acionamos os alarmes... – Renjun complementou e antes que pudessem respondê-lo, Jeno fora levado por dois policiais. Naquele momento, perceberam que apesar de Jeno ter ido, Seungmin não voltou, o que significava que um a um seria levado mas nenhum voltaria para aquela sala de aula.

– Devem ter levado ele porque ele esta sangrando, deve ser suspeito... – Mark comentou baixo para que somente os outros dois mais velhos pudessem ouvir, e ambos concordaram consigo.

Todos mantiveram-se em silêncio por alguns minutos, não sabiam ao certo o que dizer e nem se deveriam, apenas faziam trocas de olhares e analisavam os comportamentos uns dos outros, quando algum ameaçava chorar ou quando outro tinha o corpo trêmulo até demais.

– Você vem comigo! – O próximo fora Jisung, que relutou em soltar a mão de Chenle por alguns segundos, sentia que todo o conforto que ainda sentia estava ficando para trás então apenas fechou os olhos para não ver os amigos sendo deixados para trás e enquanto seguia corredor a fora, tentava memorizar cada detalhe da grande mentira que estava prestes a contar.

Mark não demorou para ser chamado mas ao contrário da maioria, ele apenas levantou-se e caminhou tranquilamente, não que estivesse realmente tranquilo, estava apreensivo sobre se os outros conseguiriam manter suas versões, afinal, não sabiam se Seungmin havia entendido Jaemin ou se Jisung conseguiria superar seu nervosismo e mentir para policiais, mas precisava manter-se forte então manteve a expressão e o passo firme enquanto saia da sala de aula antes de encarar os olhos de Donghyuck e sussurrar "vai ficar tudo bem" para o ruivo.

Aos poucos, a sala se encontrava mais vazia, após Mark ser levado, Jaemin, Wonyoung e Chenle foram os próximos, restando somente os irmãos Renjun e Donghyuck.

– A gente tá ferrado, né? Mamãe vai comer a gente vivo... – Donghyuck engoliu a seco.

– Na verdade eu fiz o favor de deixar uma mensagem avisando que fomos pro Mark, ela no mínimo acha que estamos tomando café da manhã com o tio Jae e com o tio Tae nesse exato minuto. – Renjun deu levemente de ombros, não que fosse uma pessoa maligna mas sabia que ter somente um plano era uma grande burrice, não que pretendesse passar a noite fora mas que ao menos tivesse certeza de que se algo desse errado, não teria suas fotos espalhadas em redes sociais junto a um "procura-se".

– Você pensa em tudo mesmo, não sei o que seria da gente sem você.

– É, eu sei... – Deu de ombros, sorrindo fraco – Vai ficar tudo bem, eu sei que você acredita em mim e também sei que você tá com medo.

– Renjun, você fica o dia trancado no quarto e eu acho que essa foi a coisa mais bizarra que você já fez e acredito que essa seja a primeira vez que você precisa mentir mas sei que vai fazer isso muito bem mas eu...

– Eu acredito em você, eu poderia dizer que por sermos irmão você carrega minha genética e que você pode ser tão sínico quanto eu nesse momento mas eu lembrei que você é adotado... – Riram juntos, Renjun não era o melhor com palavras mas sempre seria quem faria Donghyuck rir – Mas acima de qualquer genética, eu te permito dormir no mesmo quarto que eu, não admito que tenha esquecido de todos os livros e filmes de mistério que eu te contei sobre.

E assim, Renjun levantou no exato segundo em que a porta se abriu e caminhou até a mesma, fazendo com que o policial esboçasse uma expressão confusa, já que de fato estava atrás do chinês mas não contestou e apenas o levou embora.

Os minutos sozinhos foram como horas, Donghyuck controlava a enorme vontade de chorar e bater contra a porta numa frustrada tentativa de fugir e correr para os braços de sua mãe ou seu pai, mas apenas abraçou as finas pernas e manteve-se em silêncio até que fossem buscá-lo. Quando dois policiais caminharam consigo pelo corredor, tentou a todos custo pensar em coisas boas, em cuidar de plantinhas, em ouvir Renjun surtar por um novo podcast, em poder tirar sarro de Mark Lee, sua mente inventou bons cenários até que fosse atrapalhado por um policial.

– Você está nos ouvindo?

– Perdão, não foi minha intenção, o que disse? – Engoliu a seco, ajeitando a postura.

– O que veio fazer nessa escola noite passada?

– Ah... Depois da aula eu vim com meu irmão, ficamos o dia inteiro na biblioteca terminando um trabalho de história, o garoto que saiu antes de mim, somos irmãos.

– E você conhece todos aquelas pessoas que estavam com você?

– Alguns são da minha sala, outros ali eram conhecidos mas não próximos...

– Então está me dizendo que passou a noite inteira com pessoas não tão próximas, você acha que alguém ali pode estar mentindo, acha que alguém ali pode não ser confiável? – O policial aproximou-se ainda mais.

– Não... Eu acho que não, todos ficamos presos, acho que ninguém queria estar ali, eles não pareciam suspeitos, ajudamos uns aos outros durante toda a noite...

– Certo mas e você? Não quer prejudicar a si mesmo nem as pessoas que o ajudaram durante a noite inteira, não é? Você deveria nos contar a verdade pelo bem de todos.

– Mas estou falando a verdade, ficamos presos por conta do trabalho, foi um acidente!

– Sabe me dizer por volta de qual horário perceberam que estavam trancados na escola?

– Quando a escola fechou... As luzes... Elas se apagaram! Pouco depois da escola fechar, talvez entre as 19:30 até 20:00... Quando tudo apagou, fomos até os portões e tudo estava fechado.

– Você disse que estava com seu irmão, vocês não parecem irmãos... – Um policial falou ao fundo e Donghyuck reconheceu que ele havia levado seu irmão, provavelmente pode notar mais diferenças por ter chego mais perto.

– Bem, nós somos adotados na verdade... – Sorriu levemente ao notar o constrangimento do policial.

– Bom... Notou algum comportamento estranho durante a noite? Acha que alguém pode ter roubado alguma coisa durante a noite?

Negou com a cabeça, quis muito desviar seu olhar e evitar o policial que o interrogava, o homem exala intimidação e Donghyuck não gostava nada daquilo, sua respiração se descompensava mais a cada segundo e sentia que poderia parecer ainda mais suspeito quando na verdade só estava nervoso.

Rapidamente, o policial responsável pela investigação fez um rápido sinal e em poucos minutos, todos os adolescentes adentraram a sala de aula usada para o interrogatório. Donghyuck fora rápido em levantar de sua cadeira e se colocar entre Mark e Renjun, buscando algum conforto.

– Bom, revistamos suas mochilas e interrogamos cada um de vocês... As histórias batem e tudo está limpo como deve ser, não achamos nada suspeito ou preocupante, esse assunto se encerra aqui! – Suspiros puderem ser ouvidos e Jeno que já tinha seus braço devidamente enfaixado, apenas apoiou o corpo sobre a parede e agradeceu mentalmente – A aula de vocês começa em alguns minutos, espero não precisar vê-los novamente e tomem cuidado daqui pra frente.

Vagarosamente, todos se retiraram da sala de aula e caminharam até o corredor, Donghyuck estava trêmulo e quase não podia acreditar que tudo havia acabado, sentia que não poderia fazer aquilo mas havia conseguido, não que se orgulhasse de contar mentiras mas ao menos estavam todos salvos.

– Te  falei que você iria conseguir mentir... – Renjun riu baixo, acariciando levemente o ombro do irmão, para o chinês, aquilo até era motivo de orgulho, talvez não fosse 100% ético de fato.

– Você tá bem? – Mark aproximou-se com cuidado, checando com cuidado cada detalhe do garoto, procurando por qualquer coisa que estivesse fora do lugar.

– Como você prometeu, tudo ficaria bem... – Sorriu fraco, escutando o sinal tocar estridente.

 

-ˋˏ ༻��༺ ˎˊ-

 

Se separar foi inevitável, os primeiranistas precisaram ir para um lado do corredor e os do terceiro ano para outro.

Os mais velhos se sentiam no "dia seguinte" de um filme de terror, sendo eles as pessoas que restaram. Todos absolutamente acabados.

Os corredores já estavam cheios, os interrogatórios acabaram demorando o suficiente para que as pessoas começassem  a chegar na escola e aquilo só piorava a situação deles.

Jeno e Wonyoung continuavam cobertos de sangue, pareciam até que tinham realmente saído de uma cena de crime. Mark e Jaemin usavam sua força para aguentar o peso de Seungmin que estava por um triz de desmaiar mais uma vez.

– Eu vou passar no banheiro rapidinho para tentar dar um jeito nisso. – Wonyoung falou assim que percebeu que estavam se aproximando dos banheiros. – Encontro vocês daqui a pouco.

Ela sorriu um tanto forçado na direção deles e correu para dentro do banheiro feminino. Agradeceu por estar vazio e foi direto em direção a pia.

Se encarou no espelho por alguns segundos.

Seu cabelo parecia um grande ninho de passarinho. Suas mãos estavam trêmulas, podia sentir seu coração acelerado mesmo que a situação toda já tivesse acabado, as sensações ruins continuavam presentes em sua mente. A roupa cheia de sangue assim como as mãos e braços só reafirmavam isso.

Ela abriu a torneira no máximo e em um lapso de nervosismo começou a jogar água às pressas nos próprios braços. Sem nem perceber, as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto enquanto esfregava com força o sabonete nos braços e nas manchas da camiseta.

Wonyoung se sentia suja, muito suja. Toda a situação do seu diário desaparecido, de passar a noite na escola sem nada e de ter sido interrogada a pouco tempo por policiais estavam a fazendo se sentir assim.

Jogou água no rosto. Uma, duas, três vezes.

Pegou algumas folhas de papel para secar o rosto e seus braços. Se olhou no espelho mais uma vez e sequer se reconheceu.

Essa experiência jamais seria esquecida por ela. Jamais seria esquecida por qualquer um deles.

Andou o mais rápido que pode no corredor até a própria sala. Estava se sentindo uma formiguinha no meio de leões, as pessoas estranhavam sua imagem desesperada com a roupa toda manchada e molhada aquela hora da manhã. Os olhares queimavam e tudo só parecia piorar.

– Wonnie, senta aqui! – Jaemin puxou a cadeira para a amiga sentar quando ela se aproximou deles, ela mal conseguia erguer o olhar.

– Consegui comprar alguns salgados! – Mark chegou afobado perto deles. Tinha saído ao mesmo tempo que Wonyoung para ir até a cafeteria ver se já tinham aberto para conseguir comprar algo para eles poderem comer. Felizmente, a moça estava abrindo e conseguiu convencê-la a vender 6 salgados para ele, um para cada um e um extra apenas por precaução. – Aqui Minnie, consegue comer sozinho? Se você precisar de qualquer coisa você fala, okay?

A maior motivação para Mark ter implorado para comprá-los, foi Seungmin. O garoto precisava desesperadamente comer, caso contrário desmaiaria novamente. Todos estavam fracos e com fome, mas Seungmin estava três vezes pior.

– Obrigado, Markie! – Ele respondeu baixinho, sua fraqueza era visível. Mordeu o salgado e Mark se sentiu aliviado por simplesmente estar vendo o mais novo comer.

Entregou os demais salgados para os outros e comeu o seu próprio em questão de minuto, estava precisando daquilo e sinceramente, comeria mais.

– Wonnie, pega meu casaco, para não ficar com a blusa desse jeito. – Mark o retirou do corpo e rapidamente contornou o corpo da menina com o mesmo, a ajudando a fechá-lo por completo.

Ele não sabia o motivo, mas se sentia responsável por eles. Então, ver a amiga cabisbaixa e com sinais claros de lágrimas recentes e uma blusa ensopada, não conseguia ter tido outra reação.

– Tava precisando trocar de roupa também... – Jeno se manifestou afastando a mão do braço machucado e olhando para baixo, sua blusa estava um completo nojo, além de sangue estava suja do momento em que caiu.

– Eu tenho uma sobrando no meu armário, sei que eu provavelmente uso um tamanho menor que o seu, mas se você quiser arriscar pode pegar lá. – Jaemin estendeu sua chave em direção ao Jeno que aceitou de bom gosto. – Não acredito que vou ver você usando roupa minha, isso vai ser um acontecimento!

Jeno deu risada e recebeu um beijinho bem em cima do band-aid  em sua bochecha, antes de sair da sala. Estava bem frustrado, mas pelo menos tinha Jaemin para melhorar um pouco seu astral.

– Eu achava que eu chegava acabado na escola mas hoje vocês me superaram! – Yeonjun passou do lado da mesa deles e apoiou a mão no ombro de Mark. – Vocês estão péssimos... Me chamem para festa da próxima vez hein, tenho técnicas ótimas para disfarçar.

– Pode deixar que a gente chama sim. – Mark resolveu ir na onda do garoto, era melhor parecer mesmo que eles tinham virado a noite em uma festa do que dentro da escola.

– Vê se fica vivo pro treino de tarde, qualquer cosia me avisa que eu te encubro. – Yeonjun sorriu para eles antes de sair e Mark sabia que aquela era uma grande demonstração de carinho por parte dele, já que não era costumeiro absolutamente nada partindo do garoto.

– Já terminou de comer? – Mark perguntou para Wonyoung que limpava os dedinhos com um guardanapo, a garota pareceu ganhar um pouco de cor depois da comida, antes ela estava completamente pálida.

– Já sim, obrigada pelo casaco viu... – Ela ergueu as mãos que estavam agora praticamente cobertas pela manga do casaco, uma vez que, Mark usava um tamanho bem maior. Ele sorriu em sua direção achando fofo. – Ele vai ficar sujo mas aí eu te devolvo limpinho daqui a alguns dias, tem problema?

– Claro que não, fica tranquila. 

– O Jeno tá parecendo um pãozinho... – Seungmin apontou para o garoto que estava entrando na sala de novo, depois de trocar sua blusa pela do Jaemin.

O garoto andava pela sala olhando para o chão e com os braços por cima do tronco tentando se tampar o máximo possível. Como a blusa era claramente menor e graças aos músculos adquiridos pelos anos fazendo ginástica, ela estava super apertando destacando toda silhueta dele, os botões pareciam prestes a sair qualquer segundo.

– Eu não sei se eu to sonhando, mas isso é a visão do meu paraíso ideal... – Jaemin praticamente babava olhando ele vindo na direção deles.

– Parece aquelas cenas de filme quando a roupa encolhe na máquina de lavar, sabe? – Wonnie acrescentou abriu espaço para que ele pudesse se sentar ao seu lado.

– Eu to sentindo que vai rasgar a qualquer segundo. – Jeno suspirou assim que se sentou.

– Está super lindinho, mas o que importa mesmo é se seu braço tá okay...– Jaemin passou a mão com cuidado para se certificar que o curativo ainda estava no local correto.

– Está sim, vou precisar tirar os pontos daqui uns dias, mas eles fizeram o curativo super bem! Logo eu estarei bem de novo! – Sorriu na direção deles e o sinal tocou. – Ainda bem que foi com o braço esquerdo, se não, não conseguiria escrever de forma nenhuma.

– Qualquer coisa você avisa que a gente da um jeitinho. – Wonyoung colocou a mão sobre a mesa do garoto e ele percebeu como a ela continuava tremula.

Discretamente puxou a mão dela para o seu próprio colo e segurou sua mão com um carinho impressionante. Ele olhou para ela com os olhos cheios de compaixão e sussurrou um "está tudo bem, estou aqui para você também". A garota sorriu em sua direção e aumentou o aperto confortável entre as mãos.

O professor de filosofia entrou na sala e mesmo com o histórico intacto de dormir em todas as aulas dele, Jaemin não conseguia sequer cogitar fechar os olhos, estava em completo estado de choque ainda. Para os outros, poderia estar parecendo o mais calmo deles, mas a realidade era que por dentro ainda estava assustado.

Entretanto, havia alguém ali que definitivamente precisava dormir.

– Minnie, eu sei que você odeia a ideia de cochilar na sala de aula, mas hoje você está super fraquinho... – Jaemin cutucou o garoto que estava na sua frente. – Troca de lugar comigo e dorme um pouquinho, eu fico na sua frente e te cubro, o que você acha? – Perguntava com a voz bem mansa, sempre implicava com Seungmin por serem diferentes mas era qualquer um deles precisar de algo, que o outro moveria até montanhas para fazer o outro ficar bem, Jaemin amava muito o garoto.

Seungmin um pouco triste por saber que acabaria perdendo a aula, cedeu depois de se convencer que realmente não estava em condições de assistir qualquer coisa.

– Dorme bem, neném... – Jaemin passava a própria mão pelos fios castanho claro de Seungmin, enquanto o professor ainda passava o conteúdo na lousa e não dava atenção para os alunos.

A aula se seguiu de uma forma um tanto quanto singular. Mark não estava conseguindo prestar atenção de forma nenhuma, perguntava a cada 10 minutos se estava todo mundo bem e se certificava de Seungmin estava respirando, já que este estava dormindo. Jaemin também continuou atento a Seungmin e ao braço do Jeno, sinceramente não confiava muito no trabalho feito pelos policiais as pressas. Wonyoung continuou segurando a mão do Jeno até que ela parasse de tremer, os impedindo de se preocupar em copiar qualquer matéria.

O intervalo demorou bem mais do que eles imaginavam para chegar.

– Melhor a gente ficar por aqui mesmo né? – Jeno sugeriu encarando o braço e em seguida para blusa apertada em seu tronco.

– Sim, ninguém precisa ver mais nenhum show de horrores estreado por nós... – Mark suspirou um tanto frustrado. – Vocês me falam o que vocês querem comer que eu vou lá buscar na cantina e trago para cá.

Antes que qualquer um pudesse responder, Changmin surgiu na frente deles um tanto envergonhado.

– Eu pude ver que vocês não pareciam muito bem, mas não quis incomodar mais cedo, mas qualquer coisa que vocês precisarem, podem falar comigo! – Changmin falava em um tom baixo mas bem atencioso, Jaemin percebeu que durante toda sua fala, mesmo estando com as palavras direcionada a todos eles, o garoto não tirou o olho de Seungmin dormindo, nem por um segundo sequer.

– Ele esta bem! – Jaemin respondeu já sabendo o que ele que ele queria perguntar mesmo estando sem coragem. – A pressão dele caiu e ele desmaiou mais cedo, mas agora ele está bem e esta só dormindo.

Changmin não ficou nada calmo com a resposta que Jaemin o ofereceu. Achou que Seungmin estava apenas cansadinho e não que ele tinha passado por uma queda de pressão seguida de um desmaio. Suas feições eram apreensivas e gostaria de  fazer algo para ajudar, mas não conseguia pensar em nada, se sentia prepotente e de repente, seu coração parecia doer.

– Certeza? Eu consigo fazer algo para ajudar ele? – Ele levantou o olhar pela primeira vez na direção deles. – E vocês também, é claro!

– Pode ficar tranquilo, mas muito obrigada por perguntar e por ter oferecido sua ajuda, Seungmin vai ficar muito feliz de saber que você passou por aqui... – Wonyoung piscou na direção do garoto com o cabelo laranja e ele abriu um sorriso tímido.

Ele olhou mais uma vez para Seungmin e seu sorriso aumentou mais um pouquinho ao notar como as bochechas dele ficavam ainda mais fofas quando ele dormia e antes de sair, tirou três balinhas do bolso e colocou em cima da mesa dele.

– Quando ele acordar, não vai acreditar que isso aconteceu! – Jeno constatou assim que o outro saiu.

– De forma alguma, vai falar que foi um sonho ou que a gente está enganando ele. – Mark se levantou enquanto sorria olhando o amigo. – Bom... vou buscar nossas comidas e já volto!

– Vou precisar sair também. – A garota levantou enquanto Mark saia da sal. – Vou passar rapidinho lá nos achados e perdidos, fiquem de olho no pequeno ali, em menos de 3 minutos eu to de volta! – Wonyoung direcionava sua fala para Jeno e Jaemin.

Saiu da sala quase correndo, continuava com o casaco de Mark cobrindo grande parte de seu corpo e estava louca para conseguir pegar seu diário de volta. O medo característico de possivelmente não estar lá, preenchia seu corpo, mas simplesmente não tinha como estar em outro local, sabia muito em disso. Não estava no lugar onde deixou, então estaria nos achados e perdidos da escola.

Ela entrou na secretaria sendo recebida com um "bom dia" e foi ate a mulher que ficava por lá com um sorriso gentil no rosto.

– Bom dia! Eu deixei um caderno ontem em baixo da minha carteira e hoje não está mais lá, gostaria de ver se não acabou parando nos achados e perdidos... – Encarava a mulher de um modo quase suplicante, sentiu que ela pode perceber seu desespero.

– Claro, querida! Fique a vontade para dar uma olhadinha naquela caixa, – Apontou para uma caixa consideravelmente grande no canto no canto do local. – entretanto, infelizmente ontem não foi deixado nada aqui...

Aquela simples frase foi capaz de desesperar a garota.

– Não custa nada dar uma olhada ne? – Soltou uma pequena risada forçada, estava nervosa, já conseguia sentir que voltara a suar e tremer.

Quando alcançou a caixa, não precisou de muito tempo para perceber que seu diário não estava ali.

Não estava na mochila. Não estava em baixo da sua mesa. Não estava nos achados e perdidos.

Alguém havia pego, mesmo que talvez, por acaso.

E essa simples ideia era apavorante.

 

-ˋˏ ༻��༺ ˎˊ-

 

– Nem acredito que esse pesadelo finalmente acabou! – Jisung se espreguiçou enquanto caminhava ao lado de Chenle na calçada.

A aula já tinha terminado e Jisung estava com medo de voltar para casa naquele estado deplorável. Por mais que quisesse muito abraçar sua mãe e dizer tudo que tinham passado, sabia que aquele episódio em específico, jamais poderia contar para ela ou seu pai. Então, Chenle sugeriu que fossem para sua casa almoçar e para Jisung tomar banho e depois voltar para a própria casa.

Aquele plano era fantástico, não iria diretamente para sua casa, mas iria para um local confortável, finalmente saindo do cenário aterrorizante que a escola se tornou após a noite passada.

– Ainda bem que, no fim das contas, todos nós vamos dar um jeito de nenhum pai ficar sabendo e fingir que nada nunca aconteceu, essa é a melhor coisa que a gente poderia fazer! – Chenle suspirou aliviado, estava muito feliz de estar caminhando em direção a casa do irmão.

O  dia não havia sido nada fácil para os garotos mais novos também. Todos ficaram bem quietos o dia todo, o que causou um estranhamento enorme por parte de Soobin e Hyeongjun, ninguém teve força para contar para eles, não porque não quisessem, só porque não estavam com psicológico para ficar relembrando algo tão recente, provavelmente contariam nos próximos dias quando já estivessem um pouco melhor.

– Falta muito Lele? To sentindo minha mochila bem pesada, não parecia tão pesada ontem a noite, mas eu devo estar tão cansada que estou achando tudo mais difícil. – Jisung se queixou com um biquinho nos lábios e Chenle riu do ato fofo, também estava bem cansado, mal estava conseguindo se manter em pé.

– Falta só uma quadra, estamos chegando!

Aumentaram a velocidade do passo apenas para que chegassem o mais rápido possível. Entraram na casa mais bonita da quadra, sendo recebidos por um cachorro adorável que gostou de Jisung quase que automaticamente.

Chenle estava muito feliz de estar levando pela primeira vez um amigo em casa, era a primeira vez que estava fazendo aquilo na Coréia e a sensação era incrível. Antes de mudar de país estava morrendo de medo de acabar ficando excluído na escola, mas teve sorte de encontrar pessoas ótimas e agora poder chama-los de amigos.

– Nossa que alívio, sério! – Jsiung tirou a mochila das costas a colocando em cima de uma cadeira e se sentou no chão para poder brincar um pouquinho com o cachorrinho.

–Acho que eu nunca fiquei tão feliz em pisar em casa como eu to sentindo agora, senti que iria morrer uma 10 vezes diferentes só de ontem para hoje, mas agora está tudo bem, finalmente acabou! – Chenle suspirou aliviado, se sentia bem leve agora, já não havia mais com o que se preocupar, o pesadelo tinha acabado. – Você prefere tomar banho ou comer primeiro?

Jisung se permitiu pensar por alguns segundos, estava com bastante fome, mesmo tendo comido 3 sanduiches no intervalo, mas não precisou pensar muito mais quando se tocou que continuava com o suor do treino do dia anterior e que seu odor estava muito mais crítico que qualquer fome.

– Acho que eu estou precisando bem mais de um banho.

– Vem, vamos pegar uma muda de roupas e uma toalha para você usar, enquanto isso eu vou esquentando a comida, hoje meu irmão e o Yuta só chegam um pouco mais tarde... – Chenle caminhou até ele e estendeu a mão para ajuda-lo a levantar.

Entraram no quarto de Chenle, que estava bem improvisado ainda, por não estar morando ali a tanto tempo, mas aos pouquinhos estava ficando a cara do chinês. As paredes eram em tons de amarelo clarinho e tinham alguns posters e fotos colados da parede em que sua mesinha ficava grudada. Jisung se permitiu observar aquele quarto por alguns segundos e se sentiu acolhido, a mesma sensação que sempre sentia quando estava ao lado do outro garoto.

– Aqui está a roupa e aqui a toalha, não precisa abrir muito a o chuveiro que ele fica quente rapidinho! – Sorriu para o amigo lhe entregando as coisas.

Jisung agradeceu e foi na direção indicada por ele. Antes que cruzasse a porta se lembrou que continuava com o celular no bolso.

– Lele, você pode guardar meu celular lá na minha mochila, só para eu não acabar molhando sem querer? – Jisung puxou o aparelho do bolso e o estendeu para o amigo, que assentiu sem demora e se dirigiu até a mochila dele.

Chenle era o tipo de pessoa que odiava mexer nas coisas dos outros, mas como recebeu permissão prévia, não ficou tão hesitante para abrir o bolso principal apenas para colocar o telefone ali dentro.

Porém, assim que abriu a mochila pode ver algo muito estranho.

Não queria olhar, não tinha motivo para olhar, não era dele.

Mas aquilo reluzia tanto que era impossível ignorar.

– O que é isso? – Chenle falou um pouco alto e Jisung como não estava longe e ainda sem ter entrado no banho, conseguiu escutar.

Retirou o objeto por completo da bolsa e mal conseguiu acreditar no que estava vendo. No que estava tocando. Não poderia ser.

– Está tudo bem, Chenle? – Jisung gritou e preocupado pela falta de resposta, saiu do banheiro as pressas e voltou para sala onde ele estava, encontrando o garoto boquiaberto e completamente chocado.

Em um movimento repentino, Chenle se virou para encarar o menino e ergueu o objeto para que Jisung pudesse entender o que ele estava falando.

O Park ficou paralisado, ouso dizer que até parou de respirar.

– Ji, o que o troféu do campeonato desse ano tá fazendo dentro da sua mochila?

 

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o proximo episódio começará em

5... 4... 3... 2... 1...
 


Notas Finais


e agora? temos um diário desaparecido e um troféu na mochila do jisung...

para quem gosta de fazer teorias, fique a vontade para começar e aqueles que não gostam, fiquem tranquilos que eventualmente tudo será revelado!

estávamos muito animadas para essa fase começar logo, tudo daqui para frente vai mudar e só vai ficar mais interessante!

eeee

deixo aqui o convite para vocês da fanfic nova que eu vou lançar dia 12/06 (sábado)
será uma shortfic super divertida e fofinha e as atualizações acontecerão de sábado, então, não altera em nada o cronograma de fy ou hall of fame!

não deixem de me seguir por aqui para receber a notificação quando sair e estou soltando spoilers lá pelo insta (@jyminx) https://www.instagram.com/jyminx/

por hoje é só xuxus, até logo logo,
tomem aguinha :)


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