1. Spirit Fanfics >
  2. Forgetfulness flower - Lumity >
  3. Capítulo doze

História Forgetfulness flower - Lumity - Capítulo doze


Escrita por: skyatlas

Notas do Autor


Eu tenho que admitir que até eu fiquei sentido escrevendo esse capítulo. Escritores também tem sentimentos okay

Espero que gostem

Com flores, Atlas

Capítulo 13 - Capítulo doze


Pov Amity Blight

As cartas na minha mão me assustavam mais que tudo. Desde que o Gus me entregou elas, dois dias atrás, eu levo as três pra todo lugar que vou, na esperança de ter coragem para abrir e ler.

Agora eu estou com a número um na mão. Meu nome está gravado no envelope e tem um coração com uma carinha feliz do lado dele, algo que é tão Luz Noceda que me faz querer gritar.

Eu estou sentada num banco de uma praça qualquer e tudo parece tão opressor. Se eu soubesse no dia que recebi o dispositivo tudo que aconteceria eu teria quebrado ele sem piedade e com tanta raiva.

Olho para o céu, o sol está se pondo daquele jeitinho que ela ama, e isso me dá forças para abrir a primeira carta.

"Querida Amity,

Eu tinha 14 anos quando percebi que estava apaixonada por você, e devo admitir que foi extremamente assustador. Estávamos no nosso esconderijo, algo que sempre fazíamos entre as aulas. Você tava dividindo um fone comigo e desenhando estrelas no meu braço, e eu não conseguia parar de imaginar como seria a minha vida sem momentos como esse. Acho que de alguma forma eu já sabia que aquele momento um dia seria apenas uma lembrança dolorida no meu peito, uma lembrança que eu teria que guardar como meu maior tesouro pra não me deixar esquecer.

Você sorriu na minha direção quando uma música nova começou a tocar, e eu tenho que dizer, o sorriso que você dava pra mim era tão lindo que fazia meu coração dar voltas e voltas no peito. Eu podia morrer naquele momento se seu sorriso fosse a última coisa que eu veria. Eu morreria feliz.

Você não disse nada, a gente não disse nada, ficamos apenas aproveitando a música e o momento. Seu toque na minha pele me queimava de uma forma que nenhum toque queimou e foi naquele momento que eu percebi.

Eu estava completamente apaixonada por você.

Eu gostaria de te dizer exatamente o que foi. Se foi seu sorriso de lado que me deixava sem chão, se foi o brilho único nos seus olhos quando me olhava, ou aquele jeito que você tinha de nunca conseguir passar muito tempo sem me tocar. Realmente não importa exatamente o que foi, provavelmente foi o conjunto dessas coisas únicas e nossas. O que importa é onde isso leva.

Isso me levava a você, Amity, e ao jeito que meu coração batia desesperadamente por você. O jeito que minhas mãos coçavam pra tocar seu rosto, e como eu simplesmente precisava do seu toque pra respirar.

Eu tinha 14 anos, e pra ser sincera eu não sabia quase nada sobre o amor além dos livros e filmes bobos românticos. Mas naquele momento, Amity, naquele momento eu sabia... o amor é você.

O amor sempre vai ser você.

Então, Amity Blight, lembre disso:

Eu amo você.

Não importa o que aconteça.

Com flores, sua Luz."

- Você promete, Luz? Você promete que não importa o que aconteça você ainda vai me amar? - Eu pergunto para o nada assim que termino de ler a carta, e é claro que não tenho nenhuma resposta.

Eu coloco a carta com cuidado no envelope e a abraço.

- Você promete, Luz?

***

Eu estava naquela lanchonete que costumávamos ir todos os dias. Eu tinha pedido o mesmo café e o mesmo bolo, mas a diferença é que ela não estava lá. No lugar dela eu tinha a carta número dois.

Dois dias se passaram desde que eu li a primeira carta e eu sabia que precisava ler logo, que eu precisava entender tudo que ela queria me dizer. Tudo que ela queria que eu soubesse caso tivesse que partir. Caso tivesse que esquecer.

Então respirei fundo e abri a carta número dois.

"Querida Amity,

Eu percebi que você também era apaixonada por mim em uma sexta feira. Era só um dia normal nas nossas vidas normais, e tudo tava acontecendo como sempre. Willow e Gus estavam comendo e conversando, eu e a Boscha estávamos discutindo sobre algo aleatório e você tava nos observando. Mas Amity, tudo mudou quando eu te olhei. Seus olhos brilhantes estavam me olhando de uma forma única. Não era o olhar que você dava para os nossos amigos, era um olhar único e meu.

Eu podia me afogar no amor presente no dourado dos teus olhos. Você tinha aquele carinho e amor brilhando nas suas orbes, e aquele sorrisinho de lado que você dava quando tava realmente feliz. E foi ali que eu percebi que você também estava apaixonada por mim.

Acho que foi o momento que você percebeu como eu me sentia também, porque você arregalou os olhos e saiu me puxando sem dizer nada até o nosso esconderijo.

Quando chegamos lá você respirou fundo e me olhou. A gente não disse nada, Amity, acho que naquele ponto as palavras não eram mais necessárias. Você respirou fundo, como se finalmente pudesse respirar e eu sorri. Estrelas, Amity, eu sorri como nunca sorri na minha vida.

Nós nos aproximamos como imãs. Você tocou meu rosto com a ponta dos dedos, como se eu fosse a coisa mais preciosa que você já tocou. Você já tinha me tocado antes. Estrelas, você sempre me tocava, mas naquele momento aquele toque foi diferente. Queimou de uma forma diferente.

Eu não sei quem se aproximou primeiro, acho que foi um acordo mútuo. O que importa é que nós nos beijamos. Estrelas, Amity, eu ainda sinto aquele toque tímido nos meus lábios quando fecho os olhos.

Tudo dentro de mim explodiu como fogos de artifícios no ano novo. As borboletas no meu estômago fugiram, Amity, elas voaram e se libertaram junto comigo. O seu beijo nos libertou.

Foi nosso primeiro beijo, Amity, mas com certeza não foi o último.

Nós tínhamos 16 anos no nosso último beijo. Foi no último dia do teste, aquele dia. E eu gostaria de dizer que nosso último beijo foi o mais intenso de todos, o mais demorado e o mais bonito. Mas nós não sabíamos que era o último, Amity, e saber ou não com certeza muda como nós fazemos as coisas.

Mesmo assim nosso beijo foi lindo, único e nosso. Foi natural. Foi simples.

Você ia tocar o dispositivo, mas eu segurei sua mão pra te impedir e você sorriu na minha direção. Nós nos aproximamos juntas e juntamos levemente nossos lábios. Como sempre seu toque me queimou de dentro pra fora, me fazendo entrar em combustão daquele jeito único. Você sorriu entre o beijo e me empurrou levemente com a mão. Estávamos atrasadas.

Se eu soubesse o que sei hoje eu teria jogado os dispositivos pra longe e te beijado por horas. Por horas, Amity.

Aquele foi nosso último beijo, mas por favor, por favor, não deixe que ele permaneça sendo o último.

Eu quero te beijar pra sempre, Amity Blight, espero que você queira também.

Com flores, sua Luz."

- Eu também quero te beijar pra sempre, Luz Noceda - Eu sussurrei para o nada, esperando que o vento levasse essa resposta pra ela de alguma maneira.

***

Eu estava no meu quarto olhando para as pequenas estrelas que colocamos no teto do meu quarto, iguais as que tem no quarto dela, e eu não conseguia deixar de imaginar ela olhando pra elas e pensando em mim.

A última carta pesa nas minhas mãos. É como se fosse todo o peso do mundo em simples letras. E dói.

Mas mesmo assim eu respiro fundo, abro o envelope e começo a ler a última carta.

"Querida Amity,

Eu tinha 16 anos quando percebi que nosso amor ultrapassa qualquer realidade, vida ou até o tempo. Estávamos deitadas na sua cama olhando as brilhantes estrelas no teto e você estava segurando a minha mão daquele jeitinho que era só nosso.

E naquele momento eu tentei imaginar uma vida sem você. Eu tentei imaginar uma realidade em que a gente não se conhecia, um mundo onde nossos caminhos nunca se entrelaçavam. Eu tentei imaginar uma vida sem você, Amity Blight, e nada aparecia na minha mente.

Porque uma vida sem você não é nada além do vazio, meu amor. Então, naquele dia, enquanto nossos dedos estavam entrelaçados e estávamos rindo de piadas bobas uma da outra, eu decidi que nós sempre vamos nos encontrar. Em qualquer vida, em qualquer realidade, além do tempo e de tudo. Eu nasci pra te encontrar, Amity, e te amar.

Então, Amity, se você tá lendo isso agora eu provavelmente esqueci e você lembra. Me desculpa, amor, você sabe que eu nunca fui paciente. E Amity, a dor de viver sem você é demais. Estrelas, dói mais que quebrar os dois braços ao mesmo tempo. É a pior dor que já senti.

Mas não deixa isso te abalar, meu bem, porque nosso amor vai além de qualquer coisa. Eu vou me apaixonar por você de novo. Não importa quem eu seja sem as lembranças, eu continuo sendo sua até o fim.

Então, lembre disso:

Amity Blight, eu vou voltar pra você.

Com flores, sua Luz."

As lágrimas estavam deslizando pelo meu rosto enquanto de forma totalmente contraditória eu ria. Porque é claro que ela acabaria as cartas dessa maneira.

- É melhor você voltar mesmo, Noceda - Eu sussurrei.

Porque, Luz Noceda, eu nunca amei alguém como eu te amo, e nunca vou amar.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...