História Four Rules - Youre coming back, you always will

Camila POV

Chegamos no outro dia na empresa, era de manhã ainda e o sono me consumia. Luana estacionou dessa vez o carro no estacionamento da empresa, saímos do carro e peguei as minhas duas guitarras enquanto Luana pegava seu baixo e o meu violão.

— Da próxima vez eu trago a minha guitarra, deixar logo tudo aqui — Luana comentou enquanto entrávamos no elevador.

— É uma boa mesmo, se precisar da minha, qualquer coisa pode pegar. — Informei

— Certo, obrigada.

Saímos do elevador no nosso andar e fomos para a recepcionista que ficava naquela parte, mostrei o crachá da gente e pedi as chaves necessárias, ela entregou as das salas de ensaio e falou que uma das duas teria que ficar responsável pela sala dos instrumentos, eu falei que podia ficar e assinei uma folha pra mostrar que fui a última a pegar.

— Ei, a Bárbara falou com o Fernando ou o André sobre a bateria? — Perguntei enquanto íamos para a sala dos instrumentos.

— Acho que sim, eu não fui atrás de saber. Mas é bom que tenha falado, os dois já resolveram como vão trazer a bateria né, seria uma boa ajuda.

Passamos pela parte da cafeteria e eles estavam abrindo naquele horário, vinha um bom cheiro de café do local mas seguimos para guardar os instrumentos, empurrei a porta para o lado e entramos naquela parte da empresa, havia duas salas embaixo e duas em cima mas Clara havia informado que só tinha três salas para serem usadas.

— Qual sala é a dos instrumentos? — Luana perguntou olhando ao redor — Não tem nenhuma plaquinha.

— Vou tentar olhar pela janela na porta — Falei subindo as escadas

— Só vou subir se for mesmo essas, é um saco carregar instrumento — Luana resmungou se encostando na parede

— Essa sala tem suportes para instrumentos então deve ser essa — Falei o final com ironia, o que fez Luana me olhar torto lá de baixo e eu ri com a reação dela — Deixa eu ver aqui — Peguei a chave e coloquei na fechadura, conseguindo abrir a porta — É, é aqui mesmo.

Entrei na sala e havia 3 suportes rack, assim como duas estantes vazias.

— Se for pensar na quantidade de instrumentos da minha banda, talvez falte espaço se essa sala for pra três bandas — Luana comentou assim que entrou na sala.

— Só eu já vou pegar três vagas nesse aqui, Fernando vai pegar duas e vai sobrar um pro baixo da Natália. É a conta perfeita se ninguém quiser trazer nenhum outro instrumento.

— Eu, Mikaela e Melissa vamos, provavelmente, pegar só um suporte desses, eu estou só com um baixo hoje mas ainda tem um violão meu, talvez elas tragam as guitarras delas e uma extra, cada. Além da Michele que pode querer trazer algum outro instrumento de corda…

— A gente pode conversar com as outras bandas ou com a Clara, caso precise.

Luana concordou comigo e começamos a organizar o que tínhamos, esperamos ali na quadra o restante da banda que não custou muito pra chegar. A minha banda conseguiu arrumar tudo e como Luana previu, ficou faltando dois instrumentos então colocaram no terceiro suporte disponível.

— Qualquer coisa, eles falam comigo. — Luana comentou saindo da sala.

— Mas e essa outra? — Falei indo até a sala do outro lado no andar de cima — Tem a mesma quantidade de estante, uma mesa e tem quatro suporte aqui — Informei e Luana veio pro lado tentar olhar — Será que a gente tem que usar aquela sala enquanto os outros usam essa?

— Assim como os turnos estão divididos também?!

— Isso…

— Oi! Qual equipe são vocês? — Um homem com cabelo longo falou do andar debaixo, chamando nossa atenção — É aí que coloca os instrumentos?

— É, nessa sala aqui — Luana apontou pra sala em que estávamos — Somos as primeiras equipes, eu sou a Luana e ela a Camila, e você?

— Ah, meu nome é Michael, sou líder da quarta equipe — Ele disse enquanto subia a escada e nos cumprimentou com um aperto de mão.

— A quarta? Mas quem veio foi uma garota com cabelo verde. — Mencionei.

— Ah sim, era a minha baixista, a Isabel. Eu avisei para o Cláudio que estava de atestado médico mas agora tô melhor.

— Ainda bem — Luana disse — Veio sozinho?

— Sim, mas avisei que era pra trazer as coisas agora de manhã, espero que venham — Michael falou e abriu a sala, ligando a luz assim que entrou — Acho que vai dar, espero que a outra banda não tenha tanto instrumento de corda. Vocês conseguiram colocar tudo lá?

— Sim, sobrou até. — Informei — Vocês são quantas pessoas?

— São seis , mas a gente usa banjo, guitarra, baixo, violão, violino, violoncelo… Usamos alguns instrumentos, sabe?!

— Entendi…

— Nossa, vocês usam muitas coisas — Luana comentou e Michael riu um pouco.

— Somos uma banda indie, temos um som diferente — Ele comentou enquanto organizava os dois instrumentos que ele levou e devo ter feito uma careta sem querer com esse comentário dele porque vi Luana tentando não rir enquanto me olhava.

— Ah, legal… Enfim, foi legal te conhecer, eu vou me juntar com o pessoal mas qualquer coisa, quando chegar a banda, chega lá na sala pra gente se conhecer.

— Ok, Camila, né? — Ele perguntou e apenas assenti, saindo da sala, sendo seguida pela Luana.

— Ei, gente, vocês querem ir pra sala e conhecer melhor os equipamentos que tem lá? — Perguntei, chegando perto da minha banda.

— Bora, vi que tem uma mesa de som e um computador lá, talvez a gente precise chamar a pessoa responsável por isso pra explicar melhor pra gente — Luke comentou

— Melhor, antes que a gente quebre algo. — Fernando falou e todos concordamos.

— Ele explicou que tem alguém responsável pelo som mas não lembro o nome dela… Vou falar com a Clara, melhor.

Mandei mensagem pra Clara, perguntando sobre quem era mesmo a pessoa responsável pelo som e ela me respondeu na hora, informou que Raina estava na empresa e me mandou o número dela.

Quando mandei mensagem para ela, Raina me explicou que estava disponível mas que apenas iria configurar para a gente usar porque ela apenas ajudava e ficava para auxiliar quando era ensaios na quadra já que não tinha como ela ficar nas quatros salas individuais ao mesmo tempo.

— Vocês vão tirar a bateria? — Perguntei

— Agora não — Fernando respondeu — Aliás — Ele disse diminuindo a voz — A Bárbara não falou com a gente sobre trazer a bateria, nem ao menos para negar.

— Imaginei que isso ia acontecer… não acho que elas querem interagir com a gente. — Falei — Então, querem ir pra sala? A Raina tá indo pra lá.

— Pode ser, vamos lá — Natália falou.

— Vocês vão pra onde? — Aline, a tecladista da banda da Luana, perguntou.

— Vamos pra sala individual, conhecer os equipamentos lá — Natália respondeu e notamos que ela apenas assentiu, se juntando novamente a banda dela — Ok, então…

Fomos até a sala e Raina já estava sentada no banco em frente a nossa sala, cumprimentamos ela e entramos na sala, ela foi direto pra mesa de som e ligou o computador.

Percebi que havia um banco na parede do lado da porta e era parecido com o sofá que ficava no começo da empresa, lá na frente. E a mesa de som ficava no canto esquerdo da sala, do lado contrário de onde ficava a bateria que já tinha na sala.

— Então, vamos lá? — Raina falou enquanto eu me sentava do lado dela e apenas balancei a cabeça concordando.

Ela começou a me mostrar pra que cada coisa serve, cada botão naquele aparelho e Fernando ficou atrás da gente observando também, ela explicou tudo direito pra gente não estragar nada ali mas foi fácil entender algumas coisas, Raina também falou que era só abrir o programa no computador e colocar para executar pois tudo já estava configurado certo, assim não precisando quebrar tanto a cabeça pra entender mais coisas.

— Cuidado pra não quebrar, vai sair do bolso de vocês — Raina comentou — Qualquer coisa, me avisem, mandem mensagem e eu tento ajudar, mesmo se eu não estiver aqui, eu consigo chegar rapidinho se estiver em casa, moro perto.

— Quão perto? — Fernando perguntou.

— Na rua ao lado. — Raina respondeu olhando pra ele que balançou a cabeça — Vocês vão tocar alguma coisa agora?

— Não, a gente tem que organizar as músicas para o mês todo, então acho que vamos só fazer isso agora de manhã.

— Ok, querem ir lanchar antes? — Ela sugeriu, chamando atenção do resto da banda — Não sei se notaram, mas a cafeteria abriu quase agora.

— Pode ser, eu tô mesmo com fome — Natália comentou e todos concordamos.